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Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica-associativa, membro da classe Betaproteobacteria, capaz de colonizar epifiticamente e endofiticamente gramíneas de interesse econômico, como milho, arroz e cana-de-açúcar, promovendo o crescimento vegetal. A análise prévia do perfil transcriptômico de H. seropedicae SmR1 durante colonização da rizosfera de milho revelou que os genes Hsero_0317 e Hsero_4580 são superexpressos nas bactérias aderidas à raiz. O primeiro destes genes codifica uma proteína com um domínio de esterase e um domínio alfa-beta hidrolase, e o segundo uma proteína sem função conhecida. Com o objetivo de determinar as funções destes genes na interação planta-bactéria, estirpes mutantes foram construídas. O gene Hsero_0317 foi amplificado por PCR e clonado no plasmídeo pCR2.1, dando origem a pCR2.10317. A interrupção do gene pelo cassete de resistência a canamicina obtido do plasmídio pUC4-KIXX, e a clonagem do gene nocauteado no vetor conjugável pJQ200SK estão em andamento. O gene Hsero_4580 também foi amplificado por PCR, clonado no vetor pTZ57R/T, interrompido pelo cassete de resistência a canamicina, e o gene interrompido foi clonado no vetor conjugável pSUP202. Este plasmídio foi transferido para H. seropedicae por conjugação, mas foram recuperados apenas transconjugantes resultantes de um evento de recombinação. Visando utilizar um sistema de seleção de recombinação mais eficiente, o gene inativado será clonado no vetor pJQ200SK. Após a obtenção, os plasmídios derivados de pJQ200SK serão transferidos por conjugação para H. seropedicae e estirpes resultantes de recombinação dupla serão selecionadas por resistência a canamicina e capacidade de crescimento em sacarose. Estas estirpes mutantes serão utilizadas em ensaios de inoculação de milho. Suporte Financeiro: CNPq/ UFPR, Fundação Araucária; INCT/Fixação Biológica de Nitrogênio/CNPq.

Palavras-chave: Fixação Biológica de Nitrogênio, Herbaspirillum seropedicae, Interação Planta-Bactéria

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Estimativas do Instituto Nacional de Câncer (INCA, 2007), do Ministério da Saúde, indicaram que o país teve 472 mil novos casos da doença em 2006, 234 mil entre homens e 238 mil entre mulheres. Neste contexto, a procura de novas moléculas, novos alvos e novas formulações passam a ser estudo altamente prioritário. Um exame da literatura recente mostra que polissacarídeos de fungos e compostos obtidos de plantas estão entrando na ordem do dia, como possibilidades importantes a serem estudadas. Do ponto de vista da aplicabilidade social, deve-se considerar que o Brasil é o 10o mercado farmacêutico do mundo em faturamento, com US$ 4,1 bilhões anuais de arrecadação. No entanto, cabe ressaltar que, com exceção do Brasil e México, todos esses países possuem política de desenvolvimento de novos medicamentos e detêm a maioria das patentes do mundo. Com vistas a mudar esta realidade, as Universidades representam um papel extremamente importante, pois são Centros de Excelência para a formação de recursos humanos altamente qualificados na área de pesquisa relacionada ao desenvolvimento de novos sistemas terapêuticos, podendo gerar produtos inovadores que atendam às necessidades da população. Produtos naturais de plantas, fungos, bactérias e outros microrganismos continuam sendo usados em preparações farmacêuticas na forma de compostos puros ou extratos. Atualmente, estudos epidemiológicos e testes pré-clínicos têm revelado um grande potencial dos compostos naturais no combate do câncer . Entre as substâncias de origem natural com potencial aplicação no tratamento do câncer destacam-se os polissacarídeos de origem fúngica. Estudos vêm demonstrando que a atividade antitumoral de polissacarídeos está relacionada com polissacarídeos constituintes da parede celular do fungo, o ?-D-glicano. Estudos in vitro sugerem que o ?-D-glicano estimula a produção de mediadores pró-inflamatórios e citocinas (IL-4, IL-6, IL-8 e TNF-). Diante dos aspectos descritos anteriormente, a presente pesquisa consiste em estudar, a atividade biológica e o potencial antitumoral dos polissacarídeos provenientes dos cultivos de alguns gêneros: Pleurotus, Lentinus e Agaricus; com enfoque nas frações que apresentarem atividade antitumoral em modelo in vitro em linhagens de tumor de mama . Informamos que este projeto terá inicio no segundo semestre de 2013, onde a bolsista realizou toda revisão bibliográfica e elaboração deste projeto que integra uma nova linha de pesquisa do Departamento de Biologia Celular-UFPR.

Palavras-chave: Polissacarídeos, Gêneros Pleurotus, Lentinus e Agaricus, Linhagens MCF-10A E MCF-7 (Tumotor de Mama)

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O conhecimento das espécies que integram a flora de um determinado local é fundamental para a caracterização da biodiversidade e com isso produzir informações científicas que venham ampliar os registros de ocorrência e distribuição dessas espécies em seus respectivos ambientes naturais. Diante do panorama atual de eliminação e substituição da vegetação as referências sobre dados florísticos são escassos, necessitando-se desta forma que estudos possibilitem registrar e ampliar as informações sobre a flora do Paraná. A região Oeste do Estado era ocupada pela Floresta Estacional Semidecidual e sofreu intenso processo de antropização nas últimas cinco décadas. O presente trabalho visou o levantamento florístico das espécies de lianas do remanescente da Floresta Estacional Semidecidual do Setor Palotina da UFPR localizada com coordenadas 24º 18' 44”" S 53º 55' 16”" W. A área de estudo possui aproximadamente 4,26 hectares e patamar altimétrico em torno dos 310 m.s.n.m. O enquadramento geológico pertence à Bacia Sedimentar do Paraná, com litologia composta por basaltos pertencentes à unidade JKSGB1 da Formação Serra Geral. É possível reconhecer o padrão de rampa retilínea-convexa quanto à feição geomorfológica, sendo o relevo predominantemente suave ondulado. A principal unidade pedológica, de acordo com é o Latossolo Vermelho Eutrófico. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cfa, sem estação seca. O levantamento florístico foi realizado durante o período de mar/11 a jun/13. O procedimento de coleta foi de caminhadas semanais visando atingir a totalidade da área para a coleta de material fértil (ramos com botões, flores e/ou frutos) das lianas com a ajuda de tesoura de poda e podão. O material coletado eram alocados em prensas de campo e posteriormente transferidos para prensas de madeira e secos em estufas para a produção de exsicatas que ficaram depositados no herbário do Laboratório de Botânica do Setor Palotina. Foram amostrados 25 morfoespécies de lianas, pertencentes a 13 gêneros e 13 famílias botânicas. Do total de indivíduos amostrados, 10 foram identificados até o epíteto específico, 3 até a categoria de gênero, 11 não foram identificados. As famílias que apresentaram maior diversidade de espécies foram: Bignoniaceae (n=9), Passifloraceae e Sapindaceae (n=2). As outras dez famílias encontradas apresentam apenas uma espécie. As famílias identificadas são de ocorrência típica em áreas de Floresta Estacional Semidecidual e a quantidade de morfoespécies demonstra que o remanescente abriga considerável diversidade de lianas.

Palavras-chave: Floresta Estacional Semidecidual, Levantamento Floristico, Lianas

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Durante o desenvolvimento do sistema nervoso, os neurônios devem fazer contato correto com alvos específicos que normalmente estão muito afastados. Para isso são necessárias vias sinalizadoras que funcionam como guias no correto direcionamento do cone de crescimento do axônio. As semaforinas (SEMAs) são proteínas que podem ser secretadas ou associadas à membrana que têm papel ativo na sinalização para uma correta na navegação axonal durante o desenvolvimento do sistema nervoso (ramificação e formação de sinapses) atuando como inibidores ou quimiorepelentes e realizando atividade quimioatrativa, além da participação na progressão tumoral, angiogênese e diferenciação de linfócitos B. As semaforinas de classe 5 são proteínas transmembrânicas, que contém sete repetições trombospondinas. Dois membros dessa família foram identificados em vertebrados, Sema5A e Sema5B. A Sema_5A é ainda pouco estudada e pouco se sabe sobre sua modulação e papéis específicos. Através do estudo da interação entre proteínas, é possível esclarecer melhor os processos no qual determinada proteína participa num organismo vivo. Desta forma, o objetivo deste trabalho é construir uma isca para o domínio citoplasmático da Sema_5A através de fragmentos de cDNA (DNA complementar) contendo a seqüência codificadora do domínio citoplasmático de Sema_5A, que foram amplificados por PCR, digeridos e inseridos no vetor pGILDA Estas construções foram transformadas em bactérias DH5? e as colônias que apresentavam o inserto, observados através de PCR de colônia foram amplificados e submetidos a técnica de Mini-prep. Esta isca será utilizada para a técnica de duplo híbrido, amplamente utilizada para detectar interações protéicas in vivo e será de grande importância para o desenvolvimento de projetos futuros para identificar os parceiros moleculares da Sema_5A.

Palavras-chave: Semaforinas, Neurobiologia, Biologia Molecular

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O cádmio é um metal altamente tóxico, capaz de causar efeitos adversos em uma ampla variedade de animais, incluindo embriões de aves. Estes são empregados como modelo na toxicologia, pois são muito sensíveis à ação de contaminantes. Considerando que a desregulação do potencial redox nas células é um importante mecanismo de toxicidade da maioria dos contaminantes conhecidos, assim como o cádmio, a investigação do sistema antioxidante mostra-se útil na determinação dos efeitos tóxicos do cádmio em embriões de ave. Assim, o objetivo do presente trabalho foi a adequação de protocolos para determinação das atividades enzimáticas da superóxido dismutase e catalase, bem como da concentração de glutationa e de peróxidos lipídicos em embriões de aves com 3 e 7 dias de desenvolvimento e, posteriormente, avaliar os efeitos de duas concentrações do cloreto de cádmio (CdCl2) nos embriões. Os ovos foram divididos em 3 grupos e expostos através da injeção, na câmera de ar do ovo, de 100 µl de CdCl2 a 5 µM e a 50 µM. O grupo controle recebeu o veículo empregado na preparação das soluções de cádmio (tampão fosfato salina, PBS). Após a exposição, os ovos foram incubados durante 3 e 7 dias, lavados com PBS e armazenados a -80 °C. Para as análises, os embriões foram homogeneizados em PBS, e o homogenato centrifugado e aliquotado. A concentração de proteínas foi determinada pelo método de método de Bradford (1976) e serviu de base para as padronizações. Verificou-se que é possível avaliar a concentração da glutationa por método colorimétrico com DTNB (ácido 5,5'-ditiobis-2-nitrobenzóico) para embriões de 3 e 7 dias, porém, a atividade da catalase não é detectável para embriões com três dias de desenvolvimento. A partir dessa fase do projeto, os protocolos para as análises bioquímicas das enzimas superóxido dismutase, bem como da peroxidação lipídica pelo método FOX e carbonilação de proteínas estão sendo adaptados para serem utilizados em embriões de aves.

Palavras-chave: Embrião de Ave, Cádmio, Estresse Oxidativo

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As sementes de Salvia hispanica, conhecida como chia, são amplamente difundidas na alimentação ocidental graças as suas propriedades nutricionais, como altas concentrações de ácidos graxos ômega-3, ferro, cálcio e magnésio. As fibras presentes proporcionam uma sensação de saciedade, pois quando entram em contato com a água formam uma espécie de gel que ocupa um grande volume no aparelho digestivo. Entretanto, não foram encontrados na literatura estudos caracterizando os polissacarídeos ali presentes. Assim, este trabalho teve como objetivo o isolamento e caracterização dos polissacarídeos solúveis em água presentes nas sementes de chia. Quando as sementes de chia são embebidas em água, um gel transparente e mucilaginoso é formado, entretanto este permanece firmemente ligado à semente. Assim diferentes métodos foram testados visando o isolamento desta mucilagem para estudo dos polissacarídeos. A condição escolhida para a extração dos polissacarídeos foi: proporção semente/água de 1:40; temperatura de 80°C; 2h. Após a extração o material era depositado em placas de Petry e seco em estufa a 50°C. Após a secagem as sementes eram removidas por atrito, o polissacarídeo ressolubilizado em água e então precipitado com etanol e seco a vácuo. A composição monossacarídica foi determinada após hidrólise, redução e acetilação utilizando cromatografia gasosa e o conteúdo de monossacarídeos ácidos foi estimado por método colorimétrico. O polissacarídeo apresentou um rendimento de 5,3% e era formado por: 0,7% de fucose; 1,5% de rhamnose; 2,7% de manose; 7,6% de galactose; 10% de glucose; 17,3% de arabinose; 42,5% de xylose e 18,4% de ácidos urônicos. A cromatografia de gel permeação mostrou um perfil de eluição polimodal. As análises reológicas foram realizadas a 25°C em reômetro Haake Mars utilizando sensor placa-placa. Para as análises reológicas o polissacarídeo foi solubilizado em água nas concentrações de 2 e 4% (m/v). As curvas de fluxo demonstraram um comportamento pseudoplástico. Na taxa de cisalhamento de 0,001 s-1 as soluções a 2 e 4% (m/v) apresentaram viscosidade de 294 e 798 Pa.s, respectivamente. As análises oscilatórias indicaram que nas concentrações testadas o polissacarídeo apresenta um comportamento de gel, com predomínio do módulo elástico sobre o módulo viscoso em toda a faixa de frequência analisada. Os resultados demonstram que a mucilagem formada quando as sementes de chia são embebidas em água contém polissacarídeos com propriedades espessantes e gelificantes.

Palavras-chave: Salvia hispanica, Polissacarídeo, Sementes Chia

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INTRODUÇÃO: A fibromialgia (FM) é uma síndrome caracterizada por dores músculo-esqueléticas crônicas e difusas, com a presença de pontos dolorosos específicos (tender points), identificados através da palpação. Também está associada a sintomas como fadiga, alterações do sono, comprometimento das habilidades físicas, alterações do humor, altos níveis de ansiedade, depressão e percepção ao estresse. OBJETIVO: Avaliar os fatores psicológicos (percepção do estresse, sintomas depressivos, humor e cinesiofobia) e a aptidão física de mulheres com e sem síndrome da fibromialgia. MATERIAIS E MÉTODOS: Foram selecionadas 68 mulheres (33 com FM e 35 grupo controle) com faixa etária entre 26 e 52 anos. O estudo é transversal, descritivo, correlacional e do tipo comparativo-causal. A aptidão física foi avaliada pelos testes de Caminhada de 6 Minutos (TC6), Time Up and Go (agilidade e equilíbrio dinâmico), Teste de Sentar e Levantar da Cadeira em 30 Segundos (força de membros inferiores). Para a avaliação da percepção do estresse foi utilizada a Escala de Percepção do Estresse (EPS). Para os sintomas depressivos usou-se o Inventário de Depressão de Beck (IDB). O estado de humor foi mensurado pelo Questionário de Avaliação de Humor (BRUMS), e a cinesiofobia pela Escala Tampa de Cinesiofobia (ETC). O teste t de Student, com nível de significância em p<0,05, foi empregado para avaliar as diferenças nas variáveis investigadas entre ambos os grupos (com FM e GC). RESULTADO: O grupo FM apresentou maior déficit no desempenho dos testes de agilidade e equilíbrio dinâmico e de força de membros inferiores do que o grupo controle (p<0,001). No teste de caminhada de seis minutos (TC6) o grupo FM reportou maior intensidade de dor e maior esforço após o TC6 (p<0,000). O Grupo FM apresentou maior grau de cinesiofobia (p<0,000), maior prevalência e intensidade de sintomas depressivos (p<0,000), maior percepção de estresse (p<0,000) e maiores indicadores de estado de humor negativo (raiva, fadiga, tensão, depressão e confusão mental) e menores indicadores de vigor. Conclusão: Os resultados apresentados mostram que o grupo FM tem um déficit acentuado em seu nível de aptidão física e aspectos psicológicos quando comparado ao GC. Entender os aspectos físicos e psicológicos em pacientes com FM é importante para o desenvolvimento de intervenções mais eficazes.

Palavras-chave: Fibromialgia, Aptidão Física, Fatores Psicológicos

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O envelhecimento populacional é hoje comum e tende a aumentar, vem acompanhado de diversas mudanças nos sistemas do organismo (interferindo diretamente na qualidade de vida) e algumas delas são causadas principalmente pela falta de atividade física, por isso a pratica de atividades regulares orientadas nessa faixa etária é muito importante. Os exercícios realizados dentro da água vêm ganhando mais adeptos, inclusive nessa fase da vida, devido às propriedades físicas da água que diminui o impacto nas articulações e dá mais equilíbrio estático e dinâmico, facilitando a prática. Buscando conhecer a percepção de qualidade de vida desse público analisou-se a qualidade de vida de acordo com o questionário whoqol bref em idosos com mais de 60 anos, de ambos os sexos, após 10 semanas de aprendizagem de natação, esse questionário foi desenvolvido pela Organização Mundial da Saúde. O estudo é de caráter descritivo qualitativo e a amostra foi composta por 10 alunos participantes do Programa de Natação para Melhor Idade do Projeto Permanente de Atividades Aquáticas do Centro de Educação Física e Desporto da Universidade Federal do Paraná. O questionário foi aplicado antes e após o ensino da natação, no qual os idosos responderam à 26 questões referentes aos domínios: físico, psicológico, relações sociais, meio ambiente e auto-avaliação da qualidade de vida. Constatou-se mudanças positivas, principalmente quanto aos domínios : físico que diz respeito à dor, desconforto, energia e fadiga, sono e repouso e contribui principalmente para a realização das atividades de vida diária, domínio psicológico:que está relacionado aos sentimentos positivos e negativos, a melhora da auto estima e a sensação de bem estar e o domínio relações sociais: que está ligado as relações pessoais e que mostra que a natação dependendo de sua abordagem pode integrar e sociabilizar. O domínio meio ambiente se manteve e se refere à segurança física e proteção, acredita-se que isso ocorreu, pois, segundo os próprios idosos relataram, eles se sentem inseguros para fazer as atividades físicas pela necessidade de ter que sair de casa e a violência urbana os reprimem. O estudo permitiu conhecer a percepção de qualidade de vida desse grupo e compreender que a natação contribui para uma melhor condição de vida e é compatível com essa etapa da vida.

Palavras-chave: Qualidade de Vida, Idosos, Natação

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As artes marciais antigamente eram conhecidas como uma prática mística e com o acesso restrito, no entanto, atualmente são populares e acessíveis e mostram muitos benefícios aos praticantes. Estudos têm demonstrado que a prática de jiu-jítsu, além de aprimorar a autodefesa, melhora de forma significativa suas capacidades físicas e mentais. Contudo, pouco se sabe sobre a influência do jiu-jítsu na qualidade de vida dos seus praticantes. Desta maneira, o presente estudo teve como objetivo avaliar a qualidade de vida de praticantes de jiu-jítsu em diferentes sexos da cidade de Curitiba – PR. A coleta de dados foi realizada em três academias de artes marciais da cidade no período de Abril a Maio de 2013. Uma pesquisadora previamente treinada entrevistou individualmente os atletas, avaliando o nível de atividade física por meio do IPAQ, por fim, a qualidade de vida foi avaliada por meio do questionário WHOQOL-Bref, mensurando os seguintes domínios: físico, psicológico, social, ambientes e qualidade de vida geral. Para a descrição da amostra avaliada foi utilizada a distribuição de frequência, já para análise dos domínios da qualidade de vida entre os sexos foi utilizada a média, valor mínimo e máximo. A amostra foi composta por 68 praticantes de jiu-jítsu (38 homens e 30 mulheres), entre 18 e 46 anos de idade. A maioria dos atletas avaliados praticava ? 150 minutos por semana de atividades físicas (92,6%) e apresentaram uma média percepção de saúde (55,9%). Com a análise da qualidade de vida, foi possível observar que os homens demonstraram maiores escores nos domínios Qualidade de vida geral (80,26 vs. 76,67), Psicológico (80,70 vs. 76,53) e Ambiental (72,62 vs. 72,50) quando comparado as mulheres. Já com a análise dos resultados das mulheres foi possível observar maiores escores nos domínios físico (79,29 vs. 78,67), social (81,67 vs. 70,39) e na média dos quatro domínios (77,50 vs. 75,59). Diante disso, conclui-se que a prática de jiu-jítsu produz o aumento significativo da qualidade de vida geral dos praticantes. Sobre a qualidade de vida entre os sexos, a mesma reflete de forma diferente, assim, deve-se levar consideração tais aspectos durante a sua prática para que maiores benefícios psicofisiológicos e sociais sejam atingidos.

Palavras-chave: Jiu Jitsu, Atividade Fisica, Qualidade de Vida

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Esta pesquisa teve como objetivo explorar formas de trabalho com a Educação Olímpica, com os valores olímpicos no espaço escolar e com as expectativas de professores quanto aos legados esportivos decorrentes da vinda dos Jogos Olímpicos e Paraolímpicos Rio 2016. Os dados foram coletados através de entrevistas semiestruturadas e aprofundadas com quatro professoras de Educação Física da rede Municipal de Ensino de Curitiba que trabalham em aulas regulares de Educação Física ou em projetos de contraturno escolar no âmbito da escola. Os dados foram analisados a partir de procedimentos da teoria fundamentada. Todas as professoras trabalham com vivências de esportes olímpicos visando o desenvolvimento de valores tais como respeito, fair play, excelência, amizade e multiculturalismo. O trabalho se dá principalmente durante aulas práticas, onde situações de desrespeito, violência e demonstrações de baixa autoestima, entre outros problemas, se manifestam. As principais dificuldades encontradas pelas professoras em seu trabalho são o comportamento dos alunos (violência física e verbal), o desrespeito pela figura do professor, a falta de valorização de seu trabalho, a falta de apoio da direção da escola e a falta de incentivo por parte de órgãos governamentais para o esporte olímpico. As professoras entrevistadas não acreditam que os Jogos Rio 2016 irão gerar um legado esportivo significativo para o país. Para que haja de fato a criação de um legado elas sugeriram a necessidade de mais parcerias entre governos, escolas e clubes para a criação de espaços e vivência de esportes olímpicos dentro e fora da escola, cursos de capacitação em Educação Olímpica para os professores, e mais apoio para o trabalho dos mesmos. Estas sugestões podem ser úteis na formulação de políticas públicas que visem à construção de legados positivos relacionados com a vinda dos Jogos Olímpicos para o Brasil. Palavras-chaves: legados, esportivos, olímpicos.

Palavras-chave: Legados, Esportivos, Olímpicos

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Diversos comportamentos adotados durante a adolescência podem afetar negativamente os níveis de saúde e tendem a consolidar-se na idade adulta, dentre eles estão: níveis insuficientes de atividade física, hábitos alimentares inadequados, tabagismo e consumo de álcool. A presença e agregação de fatores de risco metabólicos estão associadas ao surgimento de doenças cardiovasculares, neoplasias, doenças respiratórias crônicas e diabetes mellitus. Diante disto, torna-se importante analisar estes fatores na população jovem bem como verificar sua associação com os hábitos relacionados a saúde. O objetivo deste estudo foi investigar a associação dos hábitos alimentares, consumo de álcool e tabaco e inatividade física com a agregação de fatores de risco metabólico em uma amostra de adolescentes, de ambos os sexos de Curitiba, Paraná. Foram avaliados 162 alunos neste estudo de caráter transversal. O consumo de alimentos relacionados ao risco cardiovascular foi obtido mediante utilização do Questionário Simplificado para a Avaliação de Risco Cardiovascular (CHIARA; SCHIERI, 2001). A identificação dos hábitos de fumo e consumo de bebidas alcoólicas foi realizada através das questões da versão em português do Youth Risk Behavior Survey (GUEDES; LOPES, 2010). O tempo sedentário foi avaliado através de acelerômetros do modelo ActiGraph GT1M e GT3X e foi contado como a soma do tempo onde os counts/minuto ficaram ?100. O risco metabólico foi avaliado através da obtenção das dosagens de Glicemia, Triglicerídeos, Colesterol Total, LDL-Colesterol, HDL-Colesterol e avaliação da Circunferência de Cintura. Escores Z foram calculados para cada fator de risco e a soma destes escores categorizou o Escore de Risco Metabólico. A correlação de Spearman foi utilizada para verificar a associação entre as variáveis, adotando p

Palavras-chave: Comportamentos de Risco, Saúde, Adolescentes

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Objetivo: Investigar a associação dos níveis de atividade física com a agregação de fatores de risco metabólicos em adolescentes da rede pública de ensino da cidade de Curitiba-PR. Métodos: A amostra foi composta por 162 adolescentes com idades entre 12 a 17 anos matriculados na rede pública de ensino de Curitiba-PR, sendo 64 meninos e 98 meninas. Foram realizadas medidas de massa corporal, estatura, circunferência de cintura e o cálculo do IMC. A atividade física foi obtida através do uso de dados uniaxiais de acelerômetros dos modelos ActiGraph GT1M e GT3X. Os pontos de corte para atividades físicas foram leve ? 1,5 e < 3,0 METs, moderada ? 3,0 e < 6,0 METs e vigorosa ? 6,0 METS, verificados de acordo com a equação sugerida por Freedson Pober e Janz (2005). Para análise laboratorial dos triglicerídeos, LDL-C, HDL-C, e glicemia foram coletados aproximadamente 8 ml de sangue de cada sujeito. Para verificar a associação entre a atividade física e a agregação de fatores de risco metabólicos em adolescentes foi utilizada a correlação de Spearman adotando p<0,05 como significância estatística. Resultados: Em relação a prática de atividade física a média para os meninos foi de 250, 30 minutos da atividades leves, 54,37 minutos de atividades moderadas e 5,0 minutos de atividades vigorosas. A média para as meninas foi de 250,60 minutos de atividades leves, 40,37 minutos de atividades moderadas e 1,71 minutos de atividades vigorosas. A média do escore de risco metabólico para os meninos foi de – 0,624 e para as meninas -0,554. Foi encontrada uma correlação inversa entre atividade moderada (r=-0,255, p<0,05) e vigorosa (r= -0,264, p<0,05) com o escore de risco metabólico nas meninas. Para os meninos nenhuma associação foi verificada. Conclusão: Não houve associação significativa entre os níveis de atividade física e o escore de risco metabólico nos meninos. Em relação as meninas, houve correlação inversa, ou seja, quanto maiores os níveis de prática de atividade física moderada e vigorosa, menor o escore de risco metabólico.

Palavras-chave: Atividade Física, Saúde do Adolescente, Fatores de Risco

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Loxoscelismo é o termo que designa acidentes causado por aranhas do gênero Loxosceles, popularmente conhecidas como “"aranha marrom"”. Esse acidente é caracterizado por causar lesões cutâneas necróticas degenerativas e/ou falha da função renal e distúrbios hematológicos. O tratamento de pessoas com suspeita de acidente por Loxosceles deve ser através da administração do soro antiloxoscélico, que possui sua eficácia até 72 horas. A equipe de saúde enfrenta dificuldades em identificar precocemente o loxoscelismo, porque não há testes específicos para identificação das toxinas no sangue de pacientes acidentados. O objetivo desse trabalho, portanto, é caracterizar anticorpos monoclonais específicos contra toxinas dos venenos de aranha do gênero Loxoceles. Para isso, anticorpos foram produzidos previamente, a partir da fusão de células do baço de um camundongo BALB/C fêmea imunizado com o veneno de Loxosceles intermedia, que originou hibridomas secretores de anticorpos monoclonais. O hibridoma 4F10A12 foi escolhido por apresentar reatividade relevante nos testes de ELISA frente aos três venenos das principais espécies de importância médica no Brasil (Loxosceles intermedia, Loxosceles gaucho e Loxosceles laeta). Os anticorpos secretados pelo hibridoma 4F10A12 foram purificados por cromatografia de afinidade em Sepharose-Proteína-G. A purificação originou o mAb12, com pureza comprovada por corrida eletroforética em gel de poliacrilamida. Através da técnica de ELISA foi possível verificar que o monoclonal mAb 12 reconhece proteínas das três espécies principais de Loxosceles encontradas no Paraná. Como perspectiva para esse trabalho tem-se a realização de Western blotting, que irá aferir quais proteínas o monoclonal mAb12 está reconhecendo. O trabalho final irá contribuir para a construção e validação do teste diagnóstico para Loxoscelismo baseado no reconhecimento de proteínas específicas presente nos soros de pacientes através do monoclonal mAb12.

Palavras-chave: Anticorpo Monoclonal, ELISA, Loxosceles intermedia

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Microalgas do gênero Dinophysis têm causado problemas no Sul do Brasil, pois podem causar efeitos deletérios ao ambiente ou ao homem, associados principalmente à produção de ficotoxinas, sendo um agente etiológico da Síndrome do Envenenamento Diarreico por Consumo de Marisco (DSP). Este trabalho buscou estabelecer o cultivo de microalgas do gênero Dinophysis em laboratório, caracterizando as taxas de crescimento e produção de toxinas diarréicas por estas microalgas potencialmente nocivas provenientes do litoral paranaense e adjacências. A manutenção de cepas da microalga mixotrófica Dinophysis spp. em laboratório dependeu do cultivo prévio da criptofícea Teleaulax amphioxeia e do ciliado Myrionecta rubra, isolados, respectivamente, da Baía de Inokushi/Japão e Baía de Guaratuba/PR. Alguns estudos recentes têm encontrado em Dinophysis spp. plastídeos originados de diversas algas, como as rafidofíceas Heterosigma akashiwo, diante disto, Myrionecta rubra foi submetida a um experimento, no qual seu crescimento foi testado mediante à oferta de dietas compostas por concentrações equivalentes da rafidofícea H. akashiwo, ou das criptofíceas Rhodomonas sp. ou Chroomonas sp.. As cepas foram mantidas em laboratório, em água do mar enriquecida com meio de cultivo f/2, sob temperatura de 22 ±1 °C, salinidade de 30, irradiância de 122 ±1 μE.m-2.s-1 e fotoperíodo de 12:12 h (claro:escuro), durante 15 dias. Porém tais dietas não se mostraram adequadas para o crescimento satisfatório de D. acuminata, as células de M. rubra na ausência de alimento apresentou máxima de densidade celular de 660 cel.ml-1 (μ = 0,26 d-1), valor superior ao encontrado nas células alimentadas com H. akashiwo (máx. 335 cel.ml-1; μ = 0,26 d-1), com Chroomonas sp. (máx. 555 cel.ml-1; μ = 0,21 d-1) e com Rhodomonas sp. (máx. 293 cel.ml-1; μ = 0,20 d-1). Desta forma, demonstrou que a cepa cultivada de M. rubra, nas condições deste experimento, não conseguiu ser sustentada em cultivo com H. akashiwo, Rhodomonas sp. ou Chroomonas sp. como alimento. As cepas de D. acuminata, M. rubra e T. amphioxeia apresentaram contaminação por uma cianobactéria não identificada, o que levou a perda das cepas, impossibilitando a continuação do presente estudo, entretanto o cultivo das cepas já estão sendo retomadas.

Palavras-chave: Microalgas, Cultivo, Toxinas

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O objetivo do estudo foi avaliar a ação de substâncias antimicrobianas in vitro produzidas por diferentes cepas de Lactobacillus reuteri e L. salivarius (produtoras), frente a microrganismos indicadores Gram positivos e Gram negativos. Foram utilizadas 30 cepas de L. reuteri e 30 de L. salivarius isoladas do inglúvio e cecos de aves matrizes reprodutoras. As cepas foram reativadas em caldo MRS, incubadas a 37°C por 48 horas em condições de anareobiose (109 UFC/mL). A capacidade inibitória das cepas das 60 cepas de Lactobacillus testadas frente aos diferentes microrganismos indicadores: Enterococcus faecalis, Lactobacillus casei, Lactobacillus helveticus, Lactobacillus sake, Listeria monocytogenes Staphylococcus aureus, Salmonella Enteretidis fagotipo 4 e Pseudomonas spp, foi observada pela formação do halo de inibição ao redor das culturas produtoras e dos sobrenadantes livres de células (microfiltração – Millex GV), utilizando os métodos de antagonismo “"spot on the lawn"” e antagonismo simultâneo de difusão em poços. As culturas indicadoras foram reativadas em caldo BHI a 37°C por 24 horas (106 UFC/mL). Foi verificado por meio do halo de inibição que os microrganismos indicadores, E. faecalis, L. monocytogenes, L. casei, L. helveticus, L. sake e S. Enteretidis apresentaram maior percentual de sensibilidade (100%) pelo método de antagonismo “"spot on the lawn"”, com diâmetro variando de 12 a 26mm, enquanto o S. aureus (96,67%), Pseudomonas (90%) apresentaram o menor índice, diâmetro entre 09 a 25mm. Este método foi de grande importância para verificar a ação de diversas substâncias antimicrobianas (ácidos orgânicos, peroxido de hidrogênio, bacteriófagos e bacteriocinas) produzidas pelas cepas de L. reuteri e L. salivarius. A atividade antimicrobiana dos sobrenadantes livres de células foi observada pelo método de antagonismo simultâneo de difusão em poços, com formação do halo de inibição ao redor dos poços. Neste método, L. monocytogenes, Pseudomonas e S. aureus, L. helveticus e L. sake apresentaram percentual de sensibilidade de 73,33%, 20%, 13,33%, 62% e 45,55% respectivamente, com diâmetro variando entre 07 a 29 (mm). Enquanto E. faecalis, L. casei e S. Enteretidis apresentaram um perfil de resistência frente as cepas produtoras. Utilizando os métodos de antagonismo “"spot on the lawn"” e antagonismo simultâneo de difusão em poços, verificamos que as cepas produtoras apresentaram ação antagônica frente aos microrganismos Gram positivos e Gram negativos, com possível ação de substâncias protéicas denominadas de bacteriocinas.

Palavras-chave: Lactobacillus spp, Aves, Substâncias Antimicrobianas

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Schinus terebinthifolius Raddi, pertencente à família Anacardiaceae, é nativa da América do Sul, destacando-se no Brasil, Paraguai e Argentina, sendo conhecida popularmente como aroeira. Esta possui interesse farmacológico devido a suas propriedades antimicrobianas, anti-inflamatórias e cicatrizante, estas propriedades estão relacionadas com os seus componentes químicos como os taninos, flavonoides encontrados em diferentes partes da planta, propiciando estudos clínicos, farmacológicos e químicos. Micro-organismos endofíticos desta planta podem estar envolvidos em suas propriedades fitoterápicas por meio do envolvimento na produção de metabólitos secundários, onde já existem estudos de associação da variabilidade microbiana com a variabilidade fitoquímica. Neste contexto a propagação “"in vitro"” pode ser uma importante ferramenta para a eluciadação do papel da comunidade endofitica no potencial antimicrobiano de S. terebinthifolius. O objetivo deste estudo é o estabelecimento de um protocolo de micropropagação visando a produção da S. terebinthifolius sob condições assépticas em casa de vegetação e analisar o potencial antimicrobiano produzido sob tais condições. Para o ensaio de micropropagação foram utilizadas mudas provenientes de uma planta, da qual foi previamente comprovado seu potencial antimicrobiano, localizada no Campus Politécnico da Universidade Federal do Paraná, os segmentos nodais, dessas mudas, foram imersos em soluções desinfectantes e introduzidos em meio de cultura apropriado, com diferentes concentrações de fitoreguladores. Baseado no percentual de contaminação dos segmentos nodais, durante o estabelecimento "in vitro" de S. terebinthifolius, verificou-se nas plantas submetidas ao tratamento com o cloreto de mercúrio as menores percentagens de oxidação e maiores taxas de sobrevivência. Depois de estabelecida a melhor condição de assepsia, foram realizados experimentos para avaliação do melhor meio e concentração de fitoreguladores para introdução “"in vitro"” da planta S. terebinthifolius. Os resultados obtidos sugerem que o meio WPM, (4,4µM BAP, 0,1µM ANA e 7g/L Agar), foi o melhor para introdução. Suporte Finaceiro: CNPQ

Palavras-chave: Schinus terebinthifolius, Micropropagação, Antimicrobiano

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O objetivo deste trabalho é estruturar o banco de dados (BD) do Laboratório de Genética Molecular Humana (LGMH), organizar a inclusão de dados, incluir novos dados e realizar o levantamento e sumarização destes dados. Foram realizadas alterações na estrutura do BD, com o intuito de resolver problemas encontrados, bem como a inclusão/atualização de dados dos registros. Procurou-se testar a funcionalidade das alterações realizadas, para saber da necessidade de mantê-las ou modificá-las. No decorrer do projeto, outros integrantes do grupo de pesquisa puderam especificar mais claramente as suas necessidades em relação ao BD, o que tornou possível a melhora da estrutura e das funcionalidades do BD. Além do armazenamento adequado da informação no laboratório, é importante tornar acessíveis ao público em geral os resultados das pesquisas realizadas, por isso, continuamos a desenvolver o site do LGMH. Fizemos alterações no código fonte para torná-lo mais compatível com os diferentes navegadores, inclusive de dispositivos móveis. Uma versão em inglês está também sendo preparada. Paralelamente a isto, iniciamos um novo projeto que se enquadra nas atividades complementares, intitulado "“Pênfigo e a Hipótese do Mosquito: Análise in silico”", no qual verificamos a similaridade de sequências entre as proteínas salivares do Simulium nigrimanum e as desmogleínas. Isto se justifica, pois uma das hipóteses de fator ambiental na patogênese de Pênfigo Foliáceo Endêmico (PFE), uma doença autoimune de pele, envolve mosquitos da família simuliidae: Lombardi et al. (1992) relacionaram a distribuição geográfica dos insetos com PFE. Foi sugerido que na saliva desses mosquitos exista algum componente que estimule uma resposta imune e que tenha uma reação cruzada com proteínas dos desmossomos, tendo como alvo principal a desmogleína 1 (DSG1), podendo desencadear a autoimunidade. Para tal comparação, foi desenvolvido um código em linguagem C. Após analisarmos os resultados obtidos, os valores mais significativos, quanto à identidade de sequência, foram entre a DSG1 e as proteínas salivares do Simulium nigrimanum, em comparação com as demais desmogleínas.

Palavras-chave: Banco de Dados, Pênfigo, Divulgação Científica

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Pertencentes à ordem Mammalia, os roedores destacam-se como maiores representantes da ordem dos placentários, o gênero Scapteromys possui adaptações como cauda comprida e garras longas, que permitem o hábito fossorial e natatório. Estes roedores são importantes reguladores da biodiversidade, e relevantes no aspecto sanitário por serem hospedeiros de nematóides, pulga, carrapato e hantavírus, o qual pode causar infecção como febre hemorrágica nos seres humanos. O objetivo deste estudo foi avaliar alterações cromossômicas em espécimes de Scapteromys. Foram estudados três exemplares coletados do Rio Grande do Sul no Município de Bujuru e quatro no Paraná na localidade de Barro Preto, Município de São José dos Pinhais. As metáfases foram analisadas em microscopia óptica com posterior montagem do cariótipo com auxílio e um microscópio Zeiss acoplado a uma câmera CCD e software BandView, para a avaliação de possíveis alterações cromossômicas, como translocação, duplicação, deleção, inversão e fusão cêntrica. Os resultados preliminares mostraram que os quatro indivíduos do Estado do Paraná apresentaram 2n=36 e que os três exemplares do Estado do Rio Grande do Sul possuem 2n= 32. Para cada técnica de bandeamento foram analisadas 20 células por indivíduo. Com o emprego da banda C foi verificado a marcação em todos os centrômeros dos cromossomos autossômicos, e nos machos o cromossomo Y apresentou-se heterocromático, como descrito na literatura. Em bandeamento G foi possível parear corretamente os cromossomos dos dois citótipos de Scapteromys. Até o momento a técnica de bandeamento Ag-NOR não apresentou resultados suficientes para a análise dos exemplares de ambas as localidades. A técnica de ZOO-FISH também não apresentou resultados satisfatórios, e novos testes estão sendo realizados. A caracterização cromossômica desta espécie, juntamente com a filogenia comparativa com o gênero Akodon, auxiliará em projetos que visem à conservação das espécies e das áreas ocupadas por eles. Apoio Financeiro: UFPR, Fundação Araucária.

Palavras-chave: Scapteromys, Akodontini, Citogenética Animal

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Cerca de dois terços da população mundial tem o trigo (Triticum aestivum) e seus derivados como base de sua dieta alimentar diária, sendo uma das principais fontes de calorias e proteínas. Bactérias promotoras de crescimento vegetal (BPCV) podem aumentar a tolerância das plantas à seca. O objetivo deste trabalho foi estudar uma variedade comercial de trigo da COODETEC (CD 120) para verificar o efeito da BPCV em plântulas de trigo submtidas a estresse osmótico. As plântulas foram obtidas in vitro segundo protocolo de Neiverth et al. (2010). Após 28 dias de cultivo em meio MS, as plântulas foram transferidas individualmente para tubos de ensaio contendo meio MS sem fonte de Nitrogênio e com PEG – 6000 (0,3MPa). Estas foram inoculadas e co-cultivadas com Azospirillum brasilense (A) (106 células) e/ou fertilização nitrogenada (Meio MS completo e MS sem fonte de N) totalizando 6 tratamentos: T1controle, com plântulas não inoculadas; T2inóculo (A); T3A +N ; T4-PEG;T5PEG +A; T6PEG +A +N. Foram avaliados a parte aérea da plântulas, o Teor Relativo de Água (TRA%), o Índice de Estabilidade de Membrana (IEM%), a massa fresca (g) depois de retirada e secagem com papel toalha, massa seca (g) após a mesma ser colocada em estufa de secagem à 65oC por 72h. E o conteúdo de prolina pelo método de Bates (1973) modificado. Como resultados obtidos, observou-se que o PEG atuou como agente osmótico, diminuindo o TRA ao menor índice (22%) correspondendo a 40% menor que o controle. A presença da bactéria e N em meio estressante com PEG (T5) permitiu a manutenção dos valores de TRA similares ao controle, demonstrando funcionar como um atenuador do estresse osmótico, embora diferenças maiores no IEM nos diferentes tratamentos não foram observadas. As maiores massas frescas de plantas foram observadas no T3 com a presença de A+N. Em relação à prolina, foram observadas diferenças entre os tratamentos avaliados sendo que tanto a presença da A + N (T3) e PEG (T4) e ambos (T6) determinaram aumentos nos teores de prolina na ordem de 45,5%; 119,29% e 200,3%, demonstrando que as plantas respondem aumentando os níveis de osmólitos na forma de aminoácidos (prolina). No T6 (A+PEG), os maiores aumentos de prolina apontam para o fato de que a planta também percebeu a bactéria como agente estressante. Estes dados são parciais e outros experimentos estão sendo realizados.

Palavras-chave: Bactéria Promotora de Crescimento, Escassez de Água, Prolina

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As bactérias diazotróficas podem ser usadas como promotoras de crescimento vegetal, produzindo fito-hormônios, fixando nitrogênio (N2) ou devido a outros mecanismos que contribuam para o desenvolvimento da planta. Os objetivos do trabalho foram: verificar o potencial associativo de isolados bacterianos em cultivar modelo (CD120) de trigo e avaliar a produção de ácido-3-indol acético (AIA) por isolados bacterianos coletados na Região Oeste do Paraná. Para o estudo foram inicialmente realizadas as curvas de crescimento de 9 cepas bacterianas: UFPRPALT 1, UFPRPALT 14, UFPRPALT 77, UFPRPALT 87, UFPRPALT 118, UFPRPALT 121 e UFPRPALT 122, sendo usadas como controles Herbaspirillum seropedicae e Azospirillum brasilense. As bactérias foram pré-inoculadas em meio DIGS líquido overnight. Para o teste da adesão, 50 sementes assépticas e pré-germinadas foram inoculadas com 106 células de cada bactéria. As plântulas de trigo foram dispostas individualmente em 30 tubos de ensaio contendo meio MS líquido sem fonte de nitrogênio por 5 dias. Aleatoriamente foram selecionados plântulas, as quais foram usadas para as avaliações em triplicata. Os parâmetros avaliados foram: massa fresca e seca da parte área, morfologia de raiz, isolamento e contagem de população bacteriana: epifítica e endofítica. A população epifítica e endofítica de bactérias medida em termos de Unidade Formadora de Colônias (UFC) foi avaliada segundo o método da microgota (Romeiro et al.,2011). Para quantificação do AIA inoculou-se cada um dos isolados em frascos contendo 4mL de meio DIGS e DIGS suplementado com L-Triptofano (0,2M) segundo protocolo proposto por Mayer (1958). Como resultados obtidos, apenas o isolado UFPRPALT 121 pareceu ter impedido o crescimento da parte aérea e radicular da planta, apresentando massas secas e frescas menores. As demais cepas bacterianas não promoveram aumentos expressivos nas biomassas e na morfologia radicular em relação ao controle. Quanto a produção do fito-hormônio AIA, apenas a bactéria UFPRPALT 1 apresentou resposta negativa para a produção do mesmo e as outras cepas em média tiveram níveis de 0 a 1,97 ug de AIA /ug de proteína. Quanto a presença de bactérias epi e endofíticas, o isolado que melhor apresentou associação com o genótipo CD120 foi o UFPRPALT 77 com 42 x103 e 41,3x104 UFC. Estes valores representam quase o dobro da população encontrada para H. seropedicae. O isolado UFPRPALT 1 apresentou ter a menor capacidade de associação, com ausência de população bacteriana epifiticamente aderida às raízes e apenas 4x103 UFC endofiticamente.

Palavras-chave: Bactérias Diazotróficas, Isolados Bacterianos, Promoção de Crescimento Vegetal

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A Mancha Preta dos Citros (MPC), causada pelo patógeno Phyllosticta citricarpa, é uma doença que acomete várias espécies de citros importantes economicamente, trazendo grandes prejuízos e problemas aos produtores, principalmente devido à grande dificuldade de ser controlada e/ou erradicada. Disseminada por meio de mudas, restos de material vegetal, água da chuva e vento, a doença só acomete a parte externa dos frutos, de modo que não provoca alterações no sabor, permitindo que os frutos sejam utilizados para fabricação de sucos. Entretanto, para o mercado de fruta fresca, há uma perda, uma vez que a aparência dos frutos é bastante prejudicada. Além dos gastos com o custo de produção, para impedir a disseminação do patógeno, a exportação dos frutos também é afetada, uma vez que barreiras fitossanitárias impedem a entrada dos mesmos em locais livres da doença. Sendo assim, verifica-se então a importância de estudos para caracterizar este microrganismo, seja sobre de a distribuição geográfica ou epidemiologia e ciclo de vida. Com informações mais específicas, é possível melhor orientar as atividades realizadas para controlar a disseminação do microrganismo quanto permitir que locais livres da doença possam destinar seus frutos à exportação. Uma estratégia que permite obter informações genéticas sobre os mecanismos de patogenicidade do microrganismo é a agrotransformação. Através dela, é possível inserir no genoma do patógeno um fragmento exógeno de DNA, contendo um gene de interesse. No presente caso, foi inserido um fragmento que permite que o patógeno expresse resistência ao glifosinato de amônio e também expresse a proteína verde fluorescente (GFP). Existindo então estes transformantes, as atividades desenvolvidas envolveram a manutenção destas linhagens, caracterização com relação ao crescimento micelial e esporulação, e realização de testes de indução de sintomas em frutos destacados, com e sem injúria. Observando as diferenças de comportamento dos transformantes quando comparados à linhagem selvagem, pode-se inferir possíveis alterações que tenham surgido pela inserção do fragmento em algum gene ou região envolvida em um processo metabólico, orientando novos focos de investigação, de modo a descobrir as sequências de DNA das regiões envolvidas nestes processos.

Palavras-chave: Agrotransformação, Indução de Sintomas, Crescimento Micelial

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As rizobactérias endofíticas possibilitam redução nos impactos ambientais e nos custos de produção na agricultura, devido aos seus potenciais biotecnológicos para a fixação biológica de nitrogênio (FBN) e utilização como promotoras de crescimento vegetal (BPCV). Sendo assim, o presente trabalho teve como objetivo avaliar a diversidade genética de indivíduos endofíticos isolados de distintos solos provenientes de nove manejos agrícolas diferentes entre si, mais uma área de mata ciliar, através de técnicas moleculares. O DNA genômico das estirpes foi extraído de colônias puras, obtendo-se um total de 323 amostras. A caracterização genética de 269 isolados mais sete estirpes padrões foi realizada pela reação de rep-PCR com “"primer"” específico BOX verificando um total de 25 agrupamentos. Destes, foram selecionadas 93 estirpes e estas foram submetidas à reação de PCR para o gene que codifica a região 16S rRNA a fim de serem analisados, utilizando o programa BioNumerics (Applied Mathematics, Bélgica), quanto ao polimorfismo de comprimento de fragmentos de restrição (RFLP) com diferentes enzimas de restrição (Hae III, Afa I, Hha I, Hinf I, Hap). Como etapa subsequente foram selecionados a partir dos dendrogramas os 31 indivíduos mais polimórficos para o sequenciamento parcial do gene 16S rRNA. Os produtos de PCR do gene ribossomal 16S foram purificados com o kit “"PureLink”" (Invitrogen™™) de acordo com as instruções do fabricante. Em seguida os produtos purificados foram submetidos à reação de sequenciamento pelo método de Sanger, com o uso do “"kit"” “DYEnamic™™ET dye terminator cycle sequencing (MegaBACE™™). As sequências obtidas foram analisadas com o auxílio dos programas phredPhrap versão 0,990722 (1993-2000) e examinadas manualmente. As seqüências de nucleotídeos geradas foram comparadas com outras sequências previamente depositadas no banco de dados internacional "GenBank" do National Center for Biotechonology Information (NCBI), usando a ferramenta BLASTN. Foram identificados os gêneros: Pantoea, Enterobacter. Microbacterium, Delftia, Agrobacterium. Sendo assim, foi possível observar que não houve relação direta das estirpes com o manejo de cultivo nem com o tipo de solo, o que vem revelando não só a alta diversidade genética dos micro-organimos obtidos das diferentes áreas, como também a alta adaptabilidade destes isolados frente às condições permitidas pelos diferentes sistemas agrícolas.

Palavras-chave: Rizobactérias, Manejos de solo, FBN

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A interação de rizobactérias com diversas culturas tem sido tema de pesquisas no mundo todo, devido ao potencial biotecnológico evidenciado no aumento da produtividade das culturas, possibilidade de redução dos custos de produção pela diminuição do uso de adubos nitrogenados, e consequentemente, melhor conservação dos recursos ambientais. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi isolar e caracterizar molecularmente bactérias endofítica associadas às raízes de trigo e milho na Região Oeste do Paraná. Plantas de trigo e milho plantadas e coletadas em três áreas de mata com solo: arenoso (A1), latossolo roxo (A2) e hidromórfico (A3). A coleta foi realizada após 60 dias da germinação, e o isolamento ocorreu utilizando-se 7 meios de cultura sólidos DYGS, NFb, JNFb, LG, LGD, LGI e LGI-P. Através dos isolamentos foram obtidos 50 isolados bacterianos, sendo 27 isolados de plantas de trigo: A1 – 10 isolados (1-DYGS, 2-NFb, 3-JNFb, 1-LG, 2-LGD e 1-LGI); A2 – 12 isolados (1-NFb, 4-JNFb, 3-LG, 2-LGI e 2-LGI-P) e A3 – 5 isolados (1-NFb, 2-LG, 1-LGI e 1-LGI-P). Nas plantas de milho foram obtidos 23 isolados: A1 – 7 isolados (4-JNFb, 1-LGD, 1-LGI e 1-LGI-P); A2 – 8 isolados (1-NFb, 3-JNFb, 2-LGD e 2-LGI); A3 – 8 isolados (2-JNFb, 1-NFb, 3-LGI e 2LGI-P). Para a caracterização molecular foram realizadas as extrações de DNA e a amplificação da seqüencia do gene 16S com os primers Y1-Y3. O produto da amplificação foi purificado com enzimas exo/SAP e então realizada a reação de sequenciamento (3500xL Genetic Analyzer). Dos 50 isolados, obtivemos sequências de apenas 14 sendo identificados até o momento os gêneros Agrobacterium, Bacillus, Burkholderia e Rhizobium. Constatou-se alta variabilidade entre os isolados obtidos em todos os parâmetros analisados, confirmando que populações com elevado grau de diversidade morfofisiológica e genética se estabelece endofiticamente com Poaceaes.

Palavras-chave: Bactérias Diazotróficas, Gene 16S, Sequenciamento

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Fungos dos complexos Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides são descritos como causadores da doença Queda Prematura dos Frutos Cítricos (QPFC). Existem diferentes padrões de resistência aos fungicidas do grupo benzimidazóis em espécies de Colletotrichum presentes em pomares cítricos, sendo C. acutatum resistente, enquanto C. gloeosporioides era descrito como sensível a este fungicida. Em estudos com centenas de linhagens de C. gloeosporioides provenientes de pomares cítricos, o LabGeM encontrou alta freqüência de linhagens resistentes ao fungicida carbendazim (um benzimidazol). Experimentos laboratoriais, como a avaliação de crescimento micelial em meio de cultura com diferentes concentrações de fungicida e o sequenciamento de genes têm demonstrado que este fungo pode possuir características semelhantes às descritas para vários fitopatógenos, como Monilinia fructicola. Nestes fungos, a presença de mutação no códon 198 (E198A) do gene beta-tubulina, confere resistência a benzimidazóis. Além disto, outras substituições de nucleotídeos parecem ser responsáveis por padrões de resistência distintos, possibilitando classificar os isolados em sensíveis (S), baixa resistência (LR) e alta resistência (HR). De acordo com a literatura, em M. fructicola, uma substituição no códon 6, (de CAT para TAT) é responsável pelo padrão LR. A mutação no códon 198 é observada nos isolados com alta resistência (GAA para GCA). Alguns trabalhos relatam a existência de linhagens resistentes de C. gloeosporioides em função de uma mutação no códon 200. Entretanto, não existe consenso sobre qual é o padrão de resistência observado em Colletotrichum, em especial em linhagens de pomares cítricos do Brasil onde este fungicida foi utilizado por décadas. O objetivo deste trabalho foi verificar a similaridade entre os padrões de resistência de C. gloeosporioides e Monilinia fructicola através do sequenciamento do gene beta-tubulina. Para tanto, foram realizadas avaliações de resistência utilizando benzimidazóis e o sequenciamento do gene beta-tubulina em linhagens das duas espécies. O teste discriminatório com fungicida separou os isolados de C. gloeosporioides em resistentes (R) e sensíveis (S) e de Monilinia fructicola em sensíveis (S), baixa resistência (LR) e alta resistência (HR). O sequenciamento do gene beta-tubulina tem demonstrado as substituições nos códons citados para M. fructicola, porém nenhuma mutação clássica foi encontrada nos isolados de C. gloeosporioides. Foi, entretanto encontrada uma substituição ainda não caracterizada nestes isolados.

Palavras-chave: Fungos Patógenos, Substituições, Podridão Parda

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A citricultura Brasileira apresenta sérios problemas fitossanitários, em especial a Mancha Preta dos Citros, doença causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa. Esta deprecia o valor comercial de frutos cítricos destinados ao mercado de frutas frescas, reduz a produtividade devido à queda prematura dos frutos, aumenta o custo de produção, e causa sérias restrições na exportação de frutos. Emprega-se atualmente o controle químico, que além de aumentar o custo de produção traz prejuízos para a saúde humana e para o meio ambiente. Torna-se perceptível assim, a importância de estudos envolvendo controle biológico. Uma das formas encontradas para o controle de tal doença é a associação de microrganismos endofíticos, que se associam às plantas de forma mutualística, competindo com o patógeno. O estudo in planta desta relação entre endófitos e patógeno é facilitada por meio do emprego de linhagens transformadas destes fungos contendo genes repórteres (GFP e DsRed) expressando proteínas de fluorescência. Em editais anteriores já foram obtidas linhagens do patógeno Phyllosticta citricarpa e de uma espécie endofítica P. capitalensis expressando a proteína verde fluorescente (GFP), porém os transformantes de P. capitalensis não foram ainda caracterizados. Além disso, estudos da interação são facilitados se genes repórteres diferentes forem utilizados em cada espécie de fungo. Assim, objetivou-se a agrotransformação de endófitos expressando o gene repórter DsRed (proteína vermelha fluorescente), bem como a caracterização dos transformantes de P. capitalensis GFP. Inicialmente, o vetor contendo o gene DsRed foi inserido em A. tumefaciens pelo método de transformação via eletroporação para posterior transformação fúngica. Para tanto, estão sendo avaliados diferentes variáveis quanto ao tempo e condições de co-cultivo bactéria + fungo. Quanto a caracterização dos transformantes de P. capitalensis expressando o gene gfp, foram avaliadas 14 colônias quanto a estabilidade mitótica após 5 gerações. A expressão do gene gfp foi verificada em microscopia fluorescente e apenas 5 mantiveram-se estáveis. Tais linhagens foram avaliadas por PCR quanto a presença do gene, e caracterizadas morfologicamente a fim de se obter a linhagem com características morfológicas e fisiológicas mais semelhante a linhagem selvagem para os estudos futuros de controle biológico.

Palavras-chave: Phyllosticta Capitalensis, Mancha Preta dos Citros, Agrotransformação

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A Podridão Floral dos Citros (PFC) é causada pela infecção de flores por fungos das espécies Colletotrichum acutatum e C. gloeosporioides. Está presente em locais que propiciam mais de uma florada dos citros (Citrus spp.) e acarreta a abscisão de frutos jovens. Na literatura não há relatos da presença de linhagens patogênicas de Colletotrichum de forma endofítica; ou se este está presente como patógeno latente em plantas cítricas entre as floradas contribuindo como reservatório de inóculo para a disseminação da doença. A validação de métodos de diagnóstico para verificar se o fungo se apresenta de forma endofítica em plantas cítricas, assim como o isolamento e identificação de fungos do gênero Colletotrichum colonizando o interior de plantas cítricas de pomares com relatos da doença, é premente. Outro aspecto importante a ser investigado é a presença no campo, de linhagens de Colletotrichum spp resistentes aos fungicidas utilizados nos pomares cítricos. Estes esclarecimentos servirão de base para a adoção de medidas de controle da doença PFC. O presente trabalho teve como objetivo identificar as espécies de Colletotrichum presentes como endofíticas em plantas cítricas e da vegetação espontânea em pomares cítricos, além de verificar a resistência dos isolados aos fungicidas Carbendazim e Nativo. Foram isolados 120 fungos endofíticos do gênero Colletotrichum de plantas cítricas e 69 isolados de plantas da vegetação espontânea. Estes isolados foram identificados por PCR espécie-específica e sequenciamento da região ITS15,8SITS2 do rDNA e parcial dos genes GPDH como pertencentes ao Complexo de espécies C. gloeosporioides, porém tais genes são insuficientes para determinar a espécie. O estudo dos mecanismos de resistência ao fungicida Carbedazim vem sendo realizado por meio de sequenciamento parcial do gene da Beta-tubulina e testes de resistência aos fungicidas Carbendazim e Nativo in vitro. Alta porcentagem de isolados resistentes ao carbendazim já foi encontrada, porém sem correspondências com as mutações clássicas no gene da Beta-tubulina. Para esclarecer as espécies dos isolados, análise multigênica utilizando sequência de actina, calmodulina e quitina vem sendo realizada juntamente com a caracterização morfológica por microcultivo dos isolados.

Palavras-chave: Colletotrichum, Variabilidade Genética, Podridão Floral

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Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria endofítica, fixadora de nitrogênio e promotora do crescimento de plantas. Além disso, H. seropedicae produz alguns produtos de interesse biotecnológico como polihidroxibutirato, exopolissacarídeos e ácido indolacético. Essas características tornam esta bactéria um alvo potencial para engenharia metabólica, com o intuito de aplicá-la como inoculante de gramíneas de interesse econômico, tais como, arroz, milho e trigo, bem como em outros processos biotecnológicos. Através da análise do sequenciamento genômico de Herbaspirillum seropedicae, foram localizados genes do sistema de fosfotransferases (PTS – do inglês phosphotransferase system). Este sistema desempenha um papel central na integração dos metabolismos de carbono e nitrogênio em procariotos. Dos genes identificados em H. seropedicae, três deles são homólogos a genes PTS-Ntr de outras bactérias (ptsP EINtr, ptsO NPr, ptsN EIIANtr). Também foi localizado o gene ptsM que expressa uma proteína putativa EIIA tipo-manose (que regula o transporte de manose) e hprK que codifica uma enzima bifuncional quinase/fosfatase que atua na regulação de PTS via fosforilação/defosforilação de PtsO. As permeases EIIB e EIIC que atuam no transporte de carboidratos e, que normalmente são encontradas no sistema PTS de enterobactérias não foram encontradas em H. seropedicae, indicando que o sistema PTS em H. seropedicae tenha um papel preponderantemente regulatório. Os cinco genes do sistema PTS em H. seropedicae foram amplificados e clonados em vetor pTZ18R digerido com SmaI. Os genes ptsM e ptsO já foram sequenciados e subclonados em vetor de expressão pET28a. Os demais genes estão sendo confirmados através de sequenciamento de DNA e serão posteriormente subclonados no vetor pET28a. Os genes ptsM e ptsO foram expressos em E. coli após indução com IPTG. PtsM mostrou-se solúvel e foi purificada por cromotagrofia de afinidade com uma coluna carregada com Ni solúvel nas condições testadas, porém o suficiente para ser purificada por 2+. Já PtsO mostrou-se parcialmente cromatografia de afinidade. A purificação das proteínas do sistema PTS de H. seropedicae e o estabelecimento do ensaio de atividade fosforilase in vitro permitirá uma melhor caracterização deste sistema em bactérias diazotróficas.

Palavras-chave: Clonagem, Expressão, Transformação

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A Mancha Preta dos Citros (MPC) ou Pinta Preta é uma importante doença causada pelo fungo Phyllosticta citricarpa. Sua transmissão ocorre através da disseminação dos esporos infectando frutos, folhas e ramos causando uma lesão redonda e com bordos escurecidos, característica da doença. Os sintomas ocasionados pela doença depreciam os frutos para comercialização, não interferindo na sua qualidade interna. Países onde não há a MPC, como os europeus, recusam a importação de frutos com sintomas, por ser esta doença classificada como quarentenária A1. Em pomares muito afetados, a MPC pode causar a queda prematura dos frutos, agravando os prejuízos econômicos acarretados por esta doença. Atualmente, a única forma de controle eficaz vem sendo com o uso de fungicidas nas plantações, que além da contaminação ambiental e do custo elevado tem levado à seleção de isolados resistentes a estes fungicidas. Alternativas para o controle desta e outras doenças são o alvo de pesquisa em vários países onde a cultura de citros tem grande importância econômica, como no Brasil. Óleos voláteis presentes em cascas de citros desempenham diversas funções nos frutos e estudos recentes tem indicado que alterações na composição desses óleos afetam a ação de microrganismos fitopatogênicos, incluindo o fungo P. citricarpa. O presente estudo teve como objetivo avaliar a influência dos terpenos limoneno, citronelol, cariofileno, linalol e nerol sobre o crescimento e produção de picnídios de P. citricarpa. Nos experimentos realizados foi possível notar a ação estimulatória do limoneno e do cariofileno tanto no crescimento quanto da produção de picnídios. O citronelol, linalol e nerol tiveram ação de inibição na produção de picnídios, e crescimento sendo o linalol que apresentou a maior ação inibitória, comparado ao citronelol e nerol. Com esses resultados foi possível afirmar que os óleos voláteis presentes na casca de citros desempenham uma importante ação na patogenia da P. citricarpa. O estudo da resposta deste fitopatógeno a estes terpenos voláteis é um importante passo no estudo da interação deste patógeno com seu hospedeiro e poderá contribuir para o desenvolvimento de novas estratégias para o controle da MPC, com a redução do uso de fungicidas.

Palavras-chave: Phyllosticta citricarpa, Mancha Preta dos Citros, Terpenos

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Corantes têxteis são substâncias orgânicas solúveis utilizadas para conferir cor a fibras têxteis. Estes corantes podem ser prejudiciais quando descartados no ambiente sem tratamento adequado já que aumentam a turbidez da água dificultando a atividade de organismos fotossintetizantes e ainda alguns corantes apresentam ação carcinogênica. Devido aos problemas ambientais causados pelos corantes, tornou-se necessário o estudo de alternativas para o tratamento dos efluentes da indústria têxtil. A biodegradação apresenta papel importante no tratamento destes efluentes. Essa tecnologia consiste na modificação estrutural de substâncias poluentes utilizando organismos como fungos, bactérias, algas, entre outros. Organismos endofíticos vêm sendo muito estudados pelo seu potencial biotecnológico. São definidos como endofíticos todos os organismos capazes de colonizar tecidos internos dos vegetais sem causar qualquer dano aparente. O presente trabalho tem como objetivo analisar o potencial de fungos endofíticos na degradação de corantes têxteis. Inicialmente um único fungo endofítico (I4.8) foi testado quanto ao seu potencial na descoloração de três corantes do tipo Remazol: azul, amarelo e vermelho. Este fungo apresentou elevado potencial na descoloração do corante azul (aproximadamente 95%). O resultado para os corantes amarelo e vermelho não foram significativos nas condições ensaiadas. Os resultados promissores com o corante azul motivaram a repetição do experimento adicionando-se outros dois fungos endofíticos (I5.8 e U2.4A) . Neste experimento foram testadas diferentes suplementações de fonte de carbono, glucose, frutose e galactose (10 e 15 g/L) no meio de cultivo com os três corantes. Todos apresentaram elevada porcentagem de descoloração dos corantes testados, principalmente para o Remazol Azul (86 a 96%). Os resultados menos satisfatórios na procentagem de descoloração foram obtidos nos testes para o corante Remazol Amarelo (55 a 72%) enquanto que para o Remazol vermelho foi de 72 a 86%. Houve diferença de resposta dos três isolados em relação à fonte de carbono utilizada, denotando o potencial de melhoramento de resposta de descoloração utilizando diferentes condições de cultura para cada isolado. Os três isolados de fungo utilizados estão sendo identificados por análise morfológica e sequenciamento da região ITS e também outros experimentos com diferentes condições de cultivo serão ensaiadas visando aumentar a porcentagem de descoloração dos corantes do tipo Remazol, muito utilizados na indústria têxtil.

Palavras-chave: Corantes Têxteis, Fungos Endofíticos, Biodegradação

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O nitrogênio é o nutriente mais abundante na matéria viva, participando na composição de moléculas como ácidos nucleicos, proteínas, carboidratos, entre outras. Bactérias diazotróficas como Rhizobium sp. NGR234 são capazes de converter N2 atmosférico a NH3 através do processo de fixação biológica de nitrogênio. Na maioria das proteobactérias o metabolismo de nitrogênio é controlado pelo sistema NTR. Entre as proteínas que compõem este sistema estão as proteínas NtrB e NtrC, que formam um sistema de dois componentes. A proteína NtrB é uma proteína sensora controlada pelos níveis de amônio intracelular, e a proteína NtrC é um ativador transcricional controlado por NtrB. Quando a disponibilidade de amônio é baixa, a proteína NtrC-P ativa a transcrição de genes envolvidos em vias alternativas para a obtenção de amônio, entre estas a fixação de nitrogênio. Rhizobium sp. NGR234 é uma bactéria diazotrófica, gram-negativa, capaz de estabelecer simbiose com cerca de 112 gêneros de legumes. Neste organismo pouco se conhece sobre o controle do metabolismo de nitrogênio e da fixação que ocorre nos nódulos. O objetivo deste trabalho foi obter uma estirpe mutante com deleção do gene ntrC de Rhizobium sp. NGR234, para possibilitar o estudo da função da proteína NtrC no metabolismo de nitrogênio deste organismo. Para tanto, foram feitas construções para a obtenção de uma estirpe mutante ntrCde NGR234. As regiões inicial e final do gene ntrC foram amplificadas e clonadas no vetor pTZ57. Estes fragmentos foram clivados e ligados ao vetor pUC18 para construir um gene truncado sem alteração na fase de leitura. O gene ntrC truncado (ntrC-Del) foi clonado no vetor pK18mobsacB e esta construção inserida em células de Rhizobium sp. NGR234. As células que sofreram dupla recombinação foram selecionadas em meio contendo sacarose e serão analisadas através da amplificação do gene ntrC por PCR para confirmar a mutação. As estirpes confirmadas como mutantes serão utilizadas para estudar as funções de NtrC em Rhizobium sp. NGR234.

Palavras-chave: Rhizobium sp. NGR234, Gene NtrC, Sistema NTR

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A citricultura é um dos mais importantes setores do agronegócio brasileiro e o país é o maior produtor mundial de laranja e produtor do suco desta fruta. A maior parte desta produção destina-se à exportação, por isso é importante que o fruto in natura apresentese saudável. Pragas e doenças causam ameaças à citricultura, trazendo prejuízos à produção e levando a erradicação de milhões de plantas nos parques citrícolas do país. O fungo Phyllosticta citricarpa é o fitopatógeno responsável pela doença Mancha Preta dos Citros (MPC) que afeta várias espécies de citros de importância econômica. Causa o aparecimento de lesões no fruto que o depreciam comercialmente e diminuem sua aceitação pelo mercado consumidor e afetam a produção. As exportações são prejudicadas porque existem barreiras fitossanitárias em países que são livres da doença. Para o seu controle, são usados agentes químicos, que trazem prejuízos ambientais e à saúde humana. Nesse contexto, visa-se o controle biológico. Entretanto, para que o potencial de fungos endofíticos neste controle seja avaliado, necessita-se de protocolos de indução de sintomas de MPC em frutos e em ramos em condições de laboratório. Assim, no presente projeto objetivou-se tal desenvolvimento. As atividades desenvolvidas envolveram manutenção de linhagens de microrganismos endofíticos a serem utilizados no controle biológico, manutenção das linhagens de P. citricarpa selvagem e transformantes e realização de testes de indução de sintomas de MPC em frutos e ramos. Estes testes foram realizados utilizando-se metodologias com e sem injúria em frutos cítricos destacados, inoculando o fungo P. citricarpa que gerou lesões na casca dos frutos. Áreas delimitadas na casca foram fotografadas em diferentes intervalos de tempo, de 7 a 45 dias, em busca da presença de sintomas de MPC. Obtevese sucesso na obtenção de sintomas quando injúrias foram utilizadas. Quando foi utilizada metodologia sem injúria, ocorreu a formação apenas de microlesões. O protocolo de indução de sintomas em ramos destacados está sendo otimizado. Estão sendo utilizados ramos de plantas de laranja cultivadas em condições axênicas e também provindas do campo. Para tais experimentos utilizou-se o transformante LGMF06-2 de P. citricarpa que expressa um gene repórter que codifica uma proteína verde fluorescente. Assim, após realização dos inóculos, é possível garantir que as lesões formadas foram devido aos esporos inoculados nos experimentos. Isso é garantido pela visualização em microscopia de fluorescência e PCR.

Palavras-chave: Phyllosticta citricarpa, Controle Biológico, Epidemiologia

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O Tayassu pecari é conhecido popularmente como queixada, essa espécie de porco-do-mato é nativa da América do Sul, tem uma grande importância na sustentabilidade alimentar das populações indígenas, além dos criadores com fins de manutenção, reprodução e exploração comercial. Esse estudo tem o objetivo de ampliar os dados sobre a variabilidade genética em populações de queixadas, mantidas em cativeiro, por meio da utilização de locos de microssatélites, marcadores heterólogos, desenvolvidos para porco doméstico (Sus scrofa domestica). As amostras de sangue dos queixadas foram coletadas em dois criadouros do Estado do Paraná: Fazenda Experimental Gralha Azul (PUC-PR), localizada no município de Fazenda Rio Grande, região metropolitana de Curitiba e do Parque Municipal das Araucárias, na cidade de Guarapuava. A extração do DNA foi feita no laboratório de Citogenética Animal do Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná, pelo método “"salting out”". A checagem da integridade das moléculas de DNA foi realizada em de gel de agarose 0,8%. Neste trabalho estão sendo otimizadas as condições de PCR para quatro locos de microssatélites: SW1407, ALOX12A, SW857 e SW444. O loco ALOX12A amplificou com 151 pb na amostra controle e de 133 a 146 pb nos outros indivíduos da amostra. Já o loco SW444 amplificou de 92 a 122 pb na amostra controle, e 98 pb nas amostras de queixada. Para todos os indivíduos estudados, até então, ambos os locos amplificaram alelos em homozigose. A visualização dos alelos, produto da PCR, é feita em gel de poliacrilamida não-desnaturante 10%, para que se possa revelar a presença de alelos monomórficos ou polimórficos. Após estes resultados, será analisada a diversidade alélica, as taxas de heterozigosidade, homozigose e a variabilidade genética. Para fim de apresentar proposições que visam a otimização da criação destes animais nos cativeiros, pois a perda de alelos pode gerar complicações genéticas nas espécies, assim se verificada esta perda poderá ser informada ao criadouro, de certa forma que providências poderão ser tomadas para solucionar o problema. Apoio: UFPR, Fundação Araucária.

Palavras-chave: Microssatélites, Tayassu pecari, Variabilidade Genética

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O presente estudo tem como objetivo avaliar e refletir sobre as implicações imunológicas de um método alternativo de seleção doador receptor no Transplante de Células Tronco Hematopoiéticas (TCTH) utilizado por alguns centros transplantadores. Trata-se da seleção de um doador de CTH por meio da análise do potencial alorreativo das células natural killer e seus ligantes HLA em benefício do tratamento antitumoral ou Efeito GvL (Enxerto versus Leucemia). Três modelos têm sido propostos e nossa análise considerou um deles, onde analisamos a interação KIR ligante no sentido genótipo KIR do doador e ligante HLA do paciente, explorando o efeito alorreativo das células NK sobre as células tumorais. Para atingir esse efeito é necessária uma condição de alorreatividade das células NK, condição esta atingida quando é selecionado um doador cujos receptores KIR inibidores não encontram seus ligantes expressos nas células do paciente. As famílias analisadas foram encaminhadas ao LIGH pelo serviço de transplante do Hospital Erasto Gaertner, para seleção do doador HLA compatível na família nuclear e estendida. Os resultados da tipagem HLA e KIR disponíveis em nosso banco de dados, foram analisados para a interação KIR Ligante totalizando 24 pacientes e seus familiares. Esta análise considerou as interações que diferentes receptores KIR estabelecem com seus ligantes, ou seja, os epítopos HLA-C e epítopos Bw4. Os receptores KIR3DS1/3DL1 ligam-se a epítopos presentes nos alotipos HLA-A3 e HLA-11 bem como nos epítopos Bw4 presentes em cerca de 50% dos alotipos HLA-B. Os receptores KIR 2DS2/2DL2 ligam-se aos alotipos do grupo C1 de HLA-C codificados pelos alelos HLA-C*01, -C*03, -C*07 e-C*08, enquanto os receptores KIR 2DS1/2DL1 ligam-se aos alotipos do grupo C2 de HLA-C codificados pelos alelos HLA-C*02, -C*04,C*05 e -C*06. Nestas 24 famílias investigou-se quais dentre os possíveis doadores poderiam contribuir com o efeito GvL para o paciente e em apenas 5 famílias foram encontrados os doadores cuja interação KIR ligante poderia ser benéfica. As famílias analisadas foram 17/07, 23/07, 26/07, 06/08, 07/08. Em 83% dos doadores o efeito GvL poderia ser atingido via Bw4 e em 42% dos doadores via C2 e nenhum caso via C1 do paciente e KIR 2DS2/2DS3 do doador. Com esta visão é possível sugerir que o estudo de novos métodos de seleção de doadores para o TCTH é de grande importância para o sucesso de um transplante e para a não reincidência de uma atividade tumoral, como também pela perspectiva de aumentar as chances de se encontrar doadores para pacientes com indicação de TCTH.

Palavras-chave: Células Natural Killer, HLA-C, Efeito GvL

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O gene BCHE está localizado no cromossomo humano 3 (3q26.1-q26.2) e possui 4 exons, totalizando 2447 pares de bases. Ele codifica a enzima Butirilcolinesterase, a qual é uma esterase que hidrolisa ésteres de colina, como a acetilcolina. Tal enzima é sintetizada pelo fígado e está presente no plasma humano, músculo liso, pâncreas, adipócitos, pele e substância branca do cérebro e coração. Embora, a butirilcolinesterase, diferente da acetilcolinesterase, não possua função fisiológica conhecida, sabe-se que a enzima apresenta relação com o metabolismo de lipídeos. Este trabalho objetiva analisar uma possível associação entre variantes -116A e 1914 G do gene BCHE e a presença de obesidade e Síndrome Metabólica em adultos. Para isso, foi necessária a padronização da técnica de genotipagem PCR – SSCA do polimorfismo 1914G do gene BCHE. Seis amostras de adultos obtidas de funcionários técnicos e administrativos da Universidade Federal do Paraná – Curitiba/Brasil – foram utilizadas na padronização. Primeiramente, na PCR (Polimerase Chain Reaction), foi definida a temperatura ótima para hibridização dos primers na fita de DNA. Subsequentemente, buscou-se definir as variáveis do gel de poliacrilamida (concentração de poliacrilamida) e da eletroforese (voltagem e tempo de duração) para que houvesse separação de bandas. Onze géis foram feitos, variando a concentração de poliacrilamida no gel, a voltagem e o tempo de eletroforese. Todavia, não houve sucesso em nenhum dos processos realizados, pois não houve separação de bandas nos géis produzidos e submetidos à eletroforese. Diante disso, devem-se buscar outros processos que possibilitem a padronização da técnica de genotipagem PCR – SSCA do polimorfismo 1914G do gene BCHE, para assim ser possível analisar a relação entre tal variante e os distúrbios metabólicos, como a obesidade e a Síndrome Metabólica.

Palavras-chave: BCHE, Butirilcolinesterase, Obesidade

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O câncer de mama é considerado o segundo tipo de câncer mais frequente no mundo e de acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), a incidência estimada para 2012 foi de 52.680 novos casos e 12.852 o número de mortes no Brasil. A carcinogênese é um processo caracterizado por várias etapas que alteram a constituição genética e epigenética das células mamárias e pode progredir de duas maneiras: doença “"in situ”" ou invasiva. Mutações no gene supressor de tumor TP53, são sugestivamente associadas ao desenvolvimento de câncer de mama com prognóstico desfavorável. A mutação R337H TP53 se caracteriza por codificar uma histidina no lugar de arginina (R337H), no exon 10 do gene TP53, no domínio de dimerização da proteína p53. Os objetivos deste projeto são analisar a frequência da mutação R337H TP53, em pacientes portadoras de carcinomas mamários, atendidas no Hospital Nossa Senhora das Graças de Curitiba e, destas pacientes selecionadas uma subamostra de pacientes com idade inferior a 35 anos que, em geral, apresentam carcinomas com evolução clínica mais agressiva. Será utilizado o material blocado em parafina e a técnica de PCR-RFLP. Numa etapa inicial do desenvolvimento do projeto foram selecionadas 625 pacientes portadoras de carcinomas mamários diagnosticadas entre os anos de 2003 a 2007, sendo 532 (85%) do tipo ductal, o mais frequente. Os 15% restantes correspondem a carcinomas lobulares, papilares, mucinosos, tubulares e túbulo-lobulares. Entre os carcinomas ductais, o invasor foi o mais frequente, ocorrendo em aproximadamente, 78% dos casos. A genotipagem das 625 pacientes portadoras a de carcinomas mamários para a identificação da mutação R337H, será iniciada no mês de setembro de 2013, seguindo-se a tabulação dos dados e a comparação estatistica dos dados clínico-histopatológicos obtidos das pacientes portadoras da mutação R337H TP53 com os das pacientes que não apresentam a mutação.

Palavras-chave: Câncer de Mama, TP53, PCR-RFLP

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Adiponectina, também denominada Acrp30, AdipoQ, apM1 ou GBP28, é uma proteína secretóriaexpressa exclusivamente nos tecidos adiposo branco e marrom. É um hormônio de sensibilização à insulina, que exerce a sua ação através dos receptores AdipoR1, AdipoR2 e T-caderina. Acredita-se que também possua ações anti-inflamatórias. O gene da adiponectinahumana (3q27) consiste em três exons e dois íntrons. Dentre os polimorfismos deste gene já descritos, um dos mais extensamente estudados é opolimorfismo G276T (rs1501299) que esta localizado no íntron2. Pesquisas indicam que indivíduos com o genótipo G/G possuem níveis plasmáticos de adiponectina menores do que indivíduos de genótipo T/T. A redução nosníveis plasmáticos desta proteína pode estar associadaa um risco aumentado de desenvolvimento de resistência à insulina, diabetes mellitus tipo 2 (DM2), síndrome metabólica e obesidade. No entanto, a associação desse polimorfismo com a obesidade e o perfil lipídico ainda é um fato controverso. Sendo a obesidade uma condição complexa que se tornou uma preocupação mundial por afetar tanto países desenvolvidos como países em desenvolvimento, evidencia-se a importância de elucidar fatores ligados a esta condição. Assim, buscando investigar a associação entre o variante G276T do gene ADIPOQ, a obesidade e o perfil lipídico, esta pesquisa analisou 140 mulheres obesas adultas (IMC ? 30) submetidas a uma intervenção dietética e em amostras controle de mulheres não obesas (IMC < 25) pré-menopausa (N=74), os dois grupos constituídos por euro-brasileiras. Também buscou avaliar a influencia do variante do gene ADIPOQ na resposta a intervenção dietética sobre variáveis antropométricas e bioquímicas. O DNA genômico foi extraído de sangue periférico, a partir do lisado de leucócitos pelo método de salting-out e polimorfismo foi analisado por genotipagem Taqman.

Palavras-chave: Obesidade, ADIPOQ, Polimorfismo G276T

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A Síndrome Metabólica é um grupo heterogêneo de doenças metabólicas cuja etiologia não está completamente elucidada. Ela consiste no comprometimento da sensibilidade à insulina, intolerância à glicose, ou diabetes mellitus em combinação com pelo menos duas outras desordens metabólicas, incluindo obesidade abdominal, dislipidemias e microalbuminúria. A marcante diferença na prevalência desta doença entre grupos étnicos, entre outros fatores, indica que a Síndrome Metabólica tenha base genética. Uma vez que a herdabilidade desta doença é alta, os estudos de associação entre polimorfismos genéticos e a Síndrome Metabólica são um caminho para elucidar os mecanismos moleculares subjacentes a tal patologia. A predisposição genética, a alimentação inadequada e a inatividade física estão entre os principais fatores que contribuem para o desenvolvimento da Síndrome Metabólica. A enzima 11-β-hidroxiesteroide desidrogenase tipo 1 (11-β-HDS1) é um alvo em potencial para o tratamento de diabetes mellitus devido ao seu papel na conversão de cortisona a cortisol no tecido adiposo visceral. Alguns autores já associaram a atividade aumentada dessa enzima com o desenvolvimento de obesidade visceral e de Síndrome Metabólica. O presente trabalho busca correlacionar variáveis antropométricas (Índice de massa corporal, razão cintura/estatura, peso, altura e densidade corporal) e bioquímicas (perfil lipídico e marcadores inflamatórios) que estão associadas à Síndrome Metabólica com variantes intrônicos rs846910 e rs12086634 do gene HSD11B1 em amostra populacional da cidade de Curitiba-PR. A genotipagem dos variantes intrônicos acima citados foi realizada pelo método Taqman e sua relação com as variáveis antropométricas e bioquímicas será analisada por meio de análise de correlação e de regressão múltipla. Os resultados obtidos ainda não foram analisados pelos métodos estatísticos e, portanto, não estão relatados no presente resumo.

Palavras-chave: Síndrome Metabólica, HSD11B1, Polimorfismos

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Desordens dos tendões são comuns e constituem problema freqüente na prática diária do cirurgião ortopedista de pé e tornozelo. Alguns tendões são, particularmente, vulneráveis e apresentam alteração degenerativa primária, além disso, a literatura demonstra a influência genética em alguns grupos de risco. Mediadores inflamatórios como as metaloproteases, estão associados ao processo de inflamação e podem influenciar a degenerações de tendões. Tendo em vista que a diferenciação e função celular observadas na tendinopatias dependem não só de fatores locais, mas também da expressão desses mediadores inflamatórios, torna-se válido avaliar a influência desses na tendinopatia. Polimorfismos são variações genéticas encontradas na população, consideradas dentro da normalidade, que tornam um indivíduo mais ou menos suscetível a uma determinada patologia; polimorfismos em gene de metaloproteases já foram associados a diversas patologias. O objetivo do trabalho é investigar a influência do polimorfismo -599 no gene da MMP-1 correlacionando-os com a tendinopatia primaria do tendão tibilar posterior. O DNA dos voluntários (grupo teste, 50 pacientes submetidos a procedimento cirúrgico e com diagnóstico anatomopatológico de lesão degenerativa do tendão tibial posterior e grupo controle, 100 pacientes com tendão tibial posterior integro e sem sinais de degeneração) foi obtido a partir de células epiteliais da mucosa bucal através de extração com acetato de amônia. As reações de PCR e RFLP foram padronizadas. Até o momento foi realizada as analise de 33% das amostras; sendo que o alelo A foi encontrado em 72,7% dos pacientes. A análise estatística será pelo Teste Qui-quadrado (significância de 5%). Espera-se identificar possível marcador genético relacionado à tendinopatia e contribuir para a identificação de indivíduos susceptíveis.

Palavras-chave: Polimorfismos Genéticos, Metaloprotease, Tendinopatia Primária

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O MHC (Major Histocompatibility Complex ou Complexo Principal de Histocompatibilidade) é constituído por um grupo de genes que codificam a síntese de glicoproteínas de superfície celular expressas por diferentes tipos de células que participam de diversos processos da resposta imune. Nos seres humanos, este complexo se localiza no braço curto do cromossomo 6, próximo ao centrômero, e se chama complexo HLA (Human Leukocyte Antigen ou Antígeno Leucocitário Humano). Seus loci são divididos nas classes I, II e III, de forma que os alelos que compõem estes loci da classe I são divididos nas subclasses A, B, C, E, F, G, H, J e X e os da classe II, correspondem à subclasse D. Estes genes apresentam relação de codominância e codificam proteínas responsáveis por exibir antígenos diversos para o reconhecimento pelos linfócitos T. Eles diferem entre si pelas células às quais apresentam estes antígenos: as moléculas codificadas pelos genes MHC de classe I apresentam antígenos às células T CD8+ e as de classe II, às células T CD4+ Eles estão frequentemente em desequilíbrio de ligação, o que pode refletir uma vantagem seletiva para certas combinações alélicas ou uma mistura recente de populações; além disso, certos alelos HLA são mais frequentes em determinadas etnias ou doenças, o que pode indicar uma associação positiva (de susceptibilidade às doenças) ou negativa (de resistência às mesmas) com estes alelos em se tratando de patologias. A fim de avaliar a variabilidade genética apresentada por éxons do gene HLA-F em uma amostra composta por 159 indivíduos sadios, doadores voluntários de medula óssea que se auto-denominam afro-brasileiros pelo conhecimento de sua origem, empregou-se a metodologia descrita por MANVAILER (2012) no tratamento das amostras. Observou-se a predominância do grupo HLA-F*01:01A que incluiu os alelos HLA-F*01:01:01 e HLA-F* 01:01:03, que foram agrupados devido a análise de polimorfismos deste estudo não abranger o éxon 7, responsável pela diferenciação entre estes.

Palavras-chave: HLA-F, Afro-brasileiros, Polimorfismo

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O câncer de mama é o segundo tipo de câncer mais incidente entre as mulheres no mundo, somando 14% das mortes diagnosticadas como decorrência de câncer na população humana, desta forma estudos que visam a melhor compreensão desta doença se fazem muito importantes. As proteínas que atuam no sistema de reparo e no citoesqueleto são interessantes objetos de estudo, pois estão envolvidas em importantes processos celulares como no reparo de danos e na divisão celular e adesão. O presente estudo pretende caracterizar a expressão de um dos genes de tropomiosina, o TPM4 utilizando-se a técnica de PCR em tempo real, qRT-PCR. Para a análise da expressão gênica será utilizado o método de Quantificação Relativa, também denominado Método 2-ΔΔCt, o qual calcula o nível de expressão de determinado gene alvo em relação às amostras de referência. As tropomiosinas são proteínas diméricas com alfa-hélice, coiled-coil, ligantes de filamentos de actina em tecidos musculares e em tecidos não-musculares aonde compõem os microfilamentos que estabilizam o citoesqueleto das células. Muitos estudos indicam que as tropomiosinas podem estar envolvidas no processo de tumorigênese e no processo metastático em tecido mamário. Em um estudo anterior de proteômica do Laboratório de Citogenética Humana e Oncogenética (LabCHO) do Departamento de Genética da Universidade Federal do Paraná – UFPR realizado por Milioli (2011), as proteínas TPM4 apresentaram uma expressão diferenciada em tecido de mama tumoral em relação ao tecido normal. Ao comparar-se a expressão destes genes em tecido tumoral e tecido normal e correlacionar-se este nível de expressão com as características histopatológicas do tumor pretende-se contribuir com a definição de novos marcadores, importantes no diagnóstico e prognóstico, além de serem possíveis alvos para o tratamento do câncer de mama. Pretende-se assim estar-se contribuindo futuramente para a redução da mortalidade causada por esta doença.

Palavras-chave: Câncer de Mama, Tropomiosina, TPM4

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A doença de Alzheimer (DA) é uma demência senil caracterizada por um progressivo declínio da memória e de outras funções cognitivas, decorrentes do processo neurodegenerativo. Atualmente, os fármacos disponíveis para o tratamento da DA, os anti-colinesterásicos (IChEs), visam o aumento da atividade de neurônios colinérgicos, por meio da inibição das enzimas Acetilcolinesterase (AChE) e Butirilcolinesterase (BChE). A BChE pode atuar como substituta da AChE, mantendo e regulando a transmissão colinérgica quando esta enzima está ausente ou com sua atividade comprometida. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, através de um estudo caso controle, o efeito dos inibidores colinérgicos sob a atividade da BChE. Foi avaliado a atividade enzimática do plasma de 30 pacientes, prováveis DA, do ambulatório de Disfunção Cognitiva do HC-UFPR, tratados com os IChEs Donepezil (DNP) e Galantamina (GLT) (inibidores reversíveis da AChE) e Rivastigmina (RVG) (inibidor pseudo-irreversível da AChE e BChE). Os pacientes foram pareados por idade e escolaridade com 39 controles. A atividade da BChE nos pacientes tratados com RVG foi 15,27% menor comparada aos controles e 19,86% maior no grupo tratado com GLT do que nos controles. Já o grupo tratado com DNP apresentou atividade similar ao do controle (2,39% menor). A diminuição da atividade com uso da RVG era esperada devido a sua ação na inibição da BChE. Para os inibidores específicos da AChE verificou-se que o DNP, que tem atuação específica em tecido nervoso, não alterou a nível de plasma na atividade da BChE, já os pacientes tratados com GLT apresentaram nível aumentado da atividade, possivelmente pelo efeito de feedback da BChE em substituir a AChE. Comparando a atividade da BChE entre os três grupos, a atividade enzimática do grupo de pacientes tratados com RVG foi menor comparada à média de atividade dos pacientes tratados com GLT e DNP (17,30% e 22,85%, respectivamente). Embora haja uma diminuição da média da atividade enzimática dos pacientes tratados com RVG, a resposta variou muito entre os pacientes (DP=4,35). A heterogeneidade da resposta dos pacientes aos inibidores colinérgicos pode ser devida a outros fatores que afetam a atividade da BChE. Estes dados evidenciam que a medida da atividade da BChE pode ser uma possível variável a ser analisada durante o direcionamento do tratamento, pois embora a inibição da BChE possa melhorar a transmissão colinérgica, a resposta dos pacientes ao medicamento não é homogênea.

Palavras-chave: Doença de Alzheimer, Butirilcolinesterase, Inibidores Colinesterásicos

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O Diabetes Mellitus (DM) é uma síndrome de etiologia múltipla, decorrente da falta de insulina e/ou da incapacidade da insulina de exercer adequadamente sua função, causando o aumento da concentração de glicose no sangue. Suas manifestações clínicas mais comuns são poliúria, polidipsia, perda de peso, polifagia e visão turva. O Diabetes Mellitus do tipo 1 (DM1) é uma doença auto-imune caracterizada pela destruição das células beta das ilhotas pancreáticas, produtoras de insulina e é subclassificado em diabetes do tipo 1 autoimune (tipo 1a) ou diabetes do tipo 1 idiopático ( tipo 1b). Homens e mulheres são igualmente afetados pelo DM1, entretanto, nos países com alta prevalência da doença, há predomínio do gênero masculino, com diagnóstico após os 20 anos de idade. Predomina na raça branca, porém, sua incidência é variável entre populações e áreas geográficas, refletindo diferentes genes de suscetibilidades e fatores ambientais desencadeantes. O objetivo deste trabalho é investigar genes candidatos em amostras de pacientes diagnosticados com Diabetes mellitus tipo 1 com amostras controle através de estudo de associação. Até o momento, foram coletadas 37 amostras de pacientes diagnosticados com Diabetes Mellitus tipo 1, as quais tiveram seus DNA’s extraídos e genotipados através do kit TaqMan SNP genotyping da Applied Biosystems. Para o SNP -116 do gene BCHE, as frequências alélicas encontradas foram de 86,76% para o alelo G e de 13,33% para o alelo A, e as frequências genotípicas encontradas foram 73,33% para o genótipo GG, 26,67% para o genótipo GA e 0% para o genótipo AA, encontrando-se em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p = 0,55). Em relação ao SNP K do gene BCHE, a frequência alélica encontrada foi de 59,09% para o alelo G e de 40,91% para o alelo A, e as frequências genotípicas encontradas foram 45,45% para o genótipo GG, 27,27% para o genótipo GA e 27,27% para o genótipo AA, não se enquadrando em equilíbrio de Hardy-Weinberg (p = 0,04). Segundo os dados encontrados, a frequência do alelo A neste grupo de pacientes está o dobro da frequência encontrada na população de Curitiba (18,00%). Entretanto, o número de amostras ainda será aumentado para confirmar esses resultados.

Palavras-chave: BCHE, Diabetes, Estudo de Associação

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MicroRNAs (miRNAs) são pequenos RNAs não codificadores, com 18 a 24 nucleotídeos, que regulam a expressão gênica em nível pós-transcricional, através da sua ligação a regiões específicas no RNA mensageiro (RNAm). Dependendo da complementaridade desta ligação, os miRNAs podem promover a degradação do RNAm ou a repressão da tradução. Os miRNAs estão presentes tanto no interior de células, quanto livres nos fluidos corporais, onde encontram-se protegidos dentro de vesículas e em complexos proteicos e lipoproteicos, o que permite que eles sejam altamente estáveis. A função dos miRNAs circulantes ainda não é bem conhecida, mas a mudança nos níveis desses miRNAs já foi associada com várias doenças, como lúpus eritematoso sistêmico e esclerose múltipla. Desta forma, hipotetizamos que a alteração no padrão de expressão de certos miRNAs circulantes possa estar envolvida no desenvolvimento e manifestação da doença pênfigo foliáceo (PF). PF é uma doença autoimune complexa caracterizada pela produção de autoanticorpos patogênicos contra a desmogleína 1, uma glicoproteína constituinte dos desmossomos e responsável pela adesão entre as células da pele. Como consequência, ocorre acantólise e desprendimento das camadas mais superficiais da pele. Neste trabalho temos como objetivo caracterizar os níveis de miRNAs circulantes de cerca de 50 indivíduos, incluindo pacientes de PF em diferentes estágios da doença e controles saudáveis, a fim de verificar se há uma associação entre certos miRNAs circulantes e o PF. Para isso, será feita a extração dos miRNAs do soro ou plasma e, em seguida, a transcrição reversa e a quantificação dos cDNAs por qRT-PCR (reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real). Nesta primeira etapa do projeto foi feita a seleção dos miRNAs candidatos a partir de arranjos de PCR disponíveis comercialmente. Foi escolhido o arranjo contendo o maior número de miRNAs relacionados a doenças autoimunes ou envolvidos no desenvolvimento de células do sistema imune. Também foi feito o levantamento dos dados dos indivíduos que possivelmente irão compor a amostra. Para o pareamento dos indivíduos, serão levados em consideração dados como: ocupação no momento da averiguação, idade, sexo e presença de familiares afetados. Este trabalho terá continuidade em projetos de mestrado e doutorado, nos quais, se alguma associação for observada, pretende-se investigar como estes miRNAs podem estar contribuindo para o surgimento e o desenvolvimento da doença e, ainda, investigar se eles podem servir como biomarcadores para o prognóstico e diagnóstico do PF.

Palavras-chave: MicroRNAs, Pênfigo Foliáceo, Fluidos Corporais

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Segundo o Instituto Nacional do Câncer (INCA) o câncer de mama é o mais comum entre as mulheres e corresponde a 22% dos novos casos a cada ano. O câncer de mama consiste em um conjunto de doenças que possuem características moleculares e histopatológicas distintas, além de variabilidade genética. Caracteriza-se pelo desenvolvimento anormal de células da mama que passam a se multiplicar em alta taxa levando à formação de tumor. Tem sido observado um aumento na incidência assim como na mortalidade por este tipo de câncer, justificando a realização de pesquisas sobre os mecanismos relacionados com o início e progressão do tumor assim como identificação de alvos para serem usados em terapia. Dentre estes alvos, as proteínas que atuam no sistema de reparo e no citoesqueleto se mostram interessantes objetos de estudo uma vez que estão envolvidas em importantes processos celulares como reparo de danos, divisão celular e adesão. As tropomiosinas são proteínas responsáveis pela regulação da actina que atua nas células musculares juntamente com a miosina e ATP promovendo movimentos celulares. Esta proteína apresenta quatro genes em humanos: TPM1, TPM2, TPM3 e TPM4. O presente trabalho tem como objetivo específico avaliar a expressão de mRNA do gene TPM2 em carcinomas mamários ductais invasivos (CDI) em comparação com tecido mamário não tumoral. O estudo vem sendo realizado com amostras provenientes do Hospital Nossa Senhora das Graças e de Clínicas, coletadas no ato cirúrgico, após a assinatura de consentimento livre e esclarecido. Até o momento foram analisadas 36 amostras de CDI e 8 de tecido não tumoral. O RNA é extraído das amostras tumorais e não tumorais com o kit RNeasy®(Qiagen), com posterior síntese de DNA complementar por meio da transcriptase reversa usando-se o kit High CapacitycDNA Reverse Transcription (AppliedBiosystems). A análise da expressão gênica por PCR em tempo real está sendo realizado pelo método de quantificação relativa delta-delta Ct com o uso de SYBR Green e dois genes de referência. A análise estatística realizada através do teste de Mann-Whitney mostrou uma diminuição da expressão do gene TPM2 da ordem de quatro vezes em relação ao tecido mamário não tumoral (p=0,0001). Esta diminuição pode colaborar para o desarranjo dos filamentos de actina contribuindo para o estabelecimento e evolução da doença.

Palavras-chave: Câncer de Mama, Tropomiosinas, mRNA

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O chumbo (Pb) é considerado um dos metais mais tóxicos para o ambiente aquático, devido a sua capacidade de mimetizar elementos essenciais, principalmente cálcio, ferro e zinco, alterando assim atividades fisiológicas normais da célula. A mutagenicidade e/ou clastogenicidade do chumbo está relacionada com distúrbios na regulação enzimática, o que provavelmente afeta a replicação, tradução e reparo do DNA. Nanopartículas são altamente atrativas em tecnologias industriais e medicinais por apresentarem grande área de superfície e alta reatividade química. As nanopartículas de dióxido de titânio estão sendo empregadas no mercado sendo inevitável sua presença em ambientes aquáticos, seja por lançamento direto ou indireto. A possibilidade de que nanopartículas de óxido de metais possam adsorver metais tóxicos presentes no meio representa um grave risco ambiental. O presente trabalho teve por finalidade testar os possíveis efeitos genotóxicos do Pb, das NpTiO2 e da associação dos dois contaminantes em eritrócitos e cromossomos do peixe Astyanax serratus. Foi realizado um bioensaio agudo (96h) em 8 grupos (n=15), os quais foram submetidos à injeções intraperitoneais na dose de 40mg Pb2+/kg, às doses de 50µg, 5µg e 0,5µg de Np TiO2/kg e 40mg Pb2+/kg associado a cada uma das doses de Np TiO2/ kg além de um grupo controle negativo. Como biomarcadores foram utilizados o Teste de Micronúcleo Písceo (sendo considerados micronúcleo (MN) e Alterações Morfológicas Nucleares (AMN) como indicadores de mutagenicidade) e o Teste de Aberrações Cromossômicas. As AMN foram classificadas segundo Carrasco et al. (1990). Os grupos foram comparados pelo Teste de Kruskal-Wallis. O baixo índice mitótico da espécie tornou a análise de aberrações cromossômicas inviável. Não foram observados micronúcleos em nenhum dos grupos. Quanto ao total de AMN foi observado um aumento na indução de alterações para os grupos em associação de 40mg Pb2+ com 5µg/ kg Np TiO2 (p< 0.0001) e 0,5µg/kg Np TiO2 (p=0.006). No entanto, não houve diferença estatística para o grupo tratado com a associação de 40mg Pb2+ com 50µg/ kg Np TiO2 (p=0.5036). Os resultados obtidos evidenciam a capacidade de agregação das Np em maiores concentrações, devido a sua alta reatividade, o que dificulta o transporte de Pb2+ para o interior da célula, impedindo possíveis efeitos mutagênicos, como evidenciado pelo teste do micronúcleo písceo.

Palavras-chave: Nanopartículas, Lambari, Chumbo

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A poluição no ambiente aquático, decorrente da exposição a inúmeras substâncias, causadas pela atividade humana, tem se mostrado nocivos aos organismos que nele habitam. Dessa forma, são de grande importância os estudos para avaliar a genotoxicidade dessas substâncias. O chumbo, metal não essencial, conhecidamente tóxico porém importante em diversas atividades humanas, e os nanomateriais, pouco conhecidos e muito utilizados em produtos como tecidos, cosméticos, protetores solares, materiais de construção, entre outros, foram utilizados neste experimento para serem avaliados quanto a sua genotoxicidade. A realização de bioensaios com a espécie Hoplias intermedius (Erythrinidae), o popular trairão, foram nas concentrações de 0,1µg/g, 1µg/g e 10µg/g de nanopartículas de Dióxido de Titânio e 21µg/g de chumbo II, via trófica, durante um período de 70 dias (14 ciclos de alimentação). Com o objetivo de verificar possíveis efeitos e consequências no material genético destes peixes, a análise foi realizada através dos biomarcadores genéticos ensaio cometa e teste de micronúcleo písceo, com contagens de 100 núcleóides e 2000 células, respectivamente. A análise estatística utilizada foi o teste de Kruskal-Wallis para dados não paramétricos, seguido pelo teste de Student Newman Keuls, com nível de significância de 5% (p<0,05). O resultado obtido para o ensaio cometa com tecido renal demonstrou diferenças significativas entre os grupos controle negativo, controle positivo, e as três concentrações conjugadas de nanopartículas de Dióxido de Titânio com chumbo II (p=0,0374). Para o teste de micronúcleo písceo, quanto ao total de alterações morfológicas nucleares, não demonstrou diferença significativa entre os grupos, porém ao analisar as alterações morfológicas separadamente, a alteração notched, quando comparada aos grupos controle negativo, controle positivo, e as três concentrações conjugadas de nanopartículas de Dióxido de Titânio com chumbo II, houve diferença significativa apresentando um p=0,0115, demonstrando então possíveis efeitos genotóxicos à exposição aos contaminantes.

Palavras-chave: Dióxido de Titânio, Peixes, Genotoxicidade

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Nanopartículas são potencialmente atrativas às indústrias devidas suas propriedades físico-quimicas, porém as consequências da sua presença em ambiente aquático ainda são desconhecidas. O chumbo, outro elemento muito utilizado pelas indústrias, é tóxico e pode causar danos aos organismos em níveis histológicos. O trabalho teve por objetivo avaliar os efeitos genotóxicos da Nanopartícula de Dióxido de Titânio (NpTiO2) e Chumbo Inorgânico (PbII), em sangue e tecido cerebral na espécie Rhamdia quelen, sendo esta considerada nativa e de fácil manutenção em cativeiro. Foi realizado o bioensaio agudo (96 horas) via injeção intraperitoneal, no qual 135 exemplares foram divididos em 10 grupos: 2 controles negativos, 5ng/g NpTiO2, 50ng/g NpTiO2, 500ng/g NpTiO2, 21mg/g PbII, 5ng/g NpTiO2 + 21mg/g PbII, 50ng/g NpTiO2 +21mg/g PbII, 500ng/g NpTiO2+21mg/g PbII, Controle Positivo (0,5mg/g metilmetanosulfonato). Após 96 horas de administração da injeção intraperitoneal foram coletados sangue e cérebro para a realização do teste do micronúcleo písceo e alterações morfológicas nucleares e o ensaio cometa, respectivamente. Foi observado que grupo PbII não apresentou genotoxicidade em tecido cerebral ou em eritrócitos quando comparado com o grupo controle negativo. Apesar do chumbo ser um agente neurotóxico, não foi observada sua genotoxicidade possivelmente pelo curto tempo de exposição ao contaminante ou pelo bioindicador utilizado. Todos os grupos de associação entre Np e PbII não apresentaram diferenças significativas quando comparados entre si, tanto no ensaio cometa do tecido cerebral quanto na análise de alterações morfológicas (AMN) totais nos eritrócitos. O grupo contaminado com 5ng/g NpTiO2 apresentou maiores danos tanto em cérebro quanto em eritrócito. Entre as AMN mais observadas no grupo de 5ng/g NpTiO2 destacou-se o tipo vacuolated. Provavelmente, devida a baixa concentração de nanopartículas, a capacidade de agregação das mesmas foi reduzida, consequentemente sua eficiência de entrada nas células e distribuição no organismo foi maior, possibilitando danos nucleares.

Palavras-chave: Nanopartículas, Peixe, Genotoxicidade

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Myrtaceae é conhecida como uma família de alta complexidade taxonômica. Devido ao grande incremento no número de espécies novas e a falta de uma revisão taxonômica completa e recente, é comum encontrarmos complexos de espécies mal delimitadas em diversos gêneros da família, inclusive em Myrcia. O gênero Myrcia Cambess. é um dos mais ricos da tribo Myrteae, com cerca de 396 espécies. Um destes complexos é constituído por M. laruotteana Cambess., M. selloi (Spreng.) N.Silveira, M. lajeana D.Legrand e M. tomentosa (Aubl.) DC., aqui denominado de complexo M. laruotteana. M. laruotteana ocorre de Santa Catarina ao Maranhão, M. tomentosa tem distribuição desde o Paraná até o Amazonas e Paraíba, e M. lajeana e M. selloi ocorrem do Rio Grande do Sul ao Paraná. Quinze populações destas quatro espécies foram analisadas utilizando o sequenciamento de dois fragmentos nucleotídeos do DNA plastidial para: (1) determinar a variabilidade e a estruturação genética interpopulacional histórica, (2) verificar se existem relações entre padrões genéticos, morfológicos e geográficos que ajudem na delimitação das espécies. Foram sequenciadas amostras de 73 indivíduos para os fragmentos rpl2–psbA e rpL32–trnL(UAG) os quais geraram matrizes com tamanhos de 801pb (653-759pb) e 930pb (671901pb) respectivamente. Para o primeiro fragmento foram detectados 29 sítios variáveis, sendo 19 deles parcimoniosamente informativos (PICs), e para o segundo, 61 sítios variáveis, sendo 23 PICs. Para a detecção dos haplótipos foram excluídos todos os gaps, deleções/inserções de repetições mononucleotídicas e mutações de ponto, restando na matriz combinada dos dois fragmentos 27 sítios variáveis. Foram gerados 41 haplótipos sendo 27 deles representados em um único indivíduo. As análises de variância molecular AMOVA indicam que segundo a estrutura formada pelos grupos de táxons classicamente reconhecidos, 59% de variação é representada dentro das populações, 41% por divergências entre as populações dentro dos grupos e 0% de variação entre os grupos taxonômicos. Segundo estes resultados, há uma alta variabilidade molecular local e uma ausência de distinção discreta entre os táxons abordados de acordo com a taxonomia atualmente aplicada a este complexo de espécies.

Palavras-chave: DNA Plastidial, rpl2-psbA, rpL32-trnL(UAG)

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Os protocolos para otimização do cultivo in vitro de orquídeas, vem se especificando cada vez mais, conforme as exigências de cada espécie. O uso de fertilizantes e de carvão ativado em meio de cultura são alternativas para tornar a propagação dessas plantas mais simples e barata. O objetivo desse trabalho foi avaliar o efeito da suplementação do meio de cultura MS com carvão ativado e a utilização de fertilizantes comerciais na regeneração in vitro de plântulas de Schomburgkia crispa. Foram utilizadas plântulas (5 meses) as quais foram divididas e utilizadas em dois experimentos. No primeiro avaliou-se a sobrevivência das plântulas em meio de cultura MS isento de carvão ativado e suplementado com 1,5 g.L-1 de carvão ativado. O segundo avaliou-se o crescimento em meio de cultura MS e na presença de dois fertilizantes comerciais: Biofert® e Nutrigarden® em todos os casos com a suplementação com sacarose (30 g.L-1) e geleificados com agar (6,5 g.L-1). Foram testadas as seguintes combinações: MS completo + vitaminas do MS (T1), MS com metade da concentração de macronutrientes + vitaminas do MS (T2), 5mL.L-1 de Biofert® (T3), 10mL.L-1 de Biofert® (T4), 10mL.L-1 de Biofert® + vitaminas do MS (T5), 15mL.L-1 de Biofert® (T6), 2,5mL.L-1 de Nutrigarden® (T7), 5mL.L-1 de Nutrigarden® (T8), 5mL.L-1 de Nutrigarden® + vitaminas do MS (T9) e 10mL.L-1 Nutrigarden® (T10). Após 120 dias de cultivo foram avaliadas as variáveis: taxa de sobrevivência, altura da parte aérea, número de folhas, brotos e raízes. As plântulas cultivadas em meio isento de carvão ativado foram as que apresentaram maior sobrevivência (75%). Com relação ao efeito dos fertilizantes, houve diferenças significativas e os menores percentuais de sobrevivência foram observados nas plântulas cultivadas com 2,5 e 10mL.L-1 de Nutrigarden®. As plântulas em meio com Biofert® (T3,T4 e T6) apresentaram maiores alturas de parte aérea (0,92cm). Para o número de folhas, os tratamentos contendo o fertilizante Nutrigarden® foram menos eficientes (T7, T8 e T10) resultando em plantas com menos folhas (6,79, 6,57 e 6,54 respectivamente). O tratamento com o mesmo fertilizante na concentração 10mL.L-1 (T10) foi menos eficiente na formação de raízes, bem como os meios de cultura MS (T1 e T2). Por outro lado, os tratamentos com Nutrigarden® foram os mais eficientes para o número de brotos não diferindo significativamente das plantas cultivadas em meio MS e nos tratamentos com 10 e 15mL.L-1 de Biofert®.

Palavras-chave: Fertilizantes Comerciais, Carvão Ativado, Orquídeas

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A contaminação biológica é um processo ocasionado pela introdução antrópica, acidental ou não, de espécies em um local historicamente diferente de sua distribuição natural, sendo estas chamadas de exóticas que, por sua vez, é considerada a segunda maior ameaça à perda de biodiversidade, após a destruição dos habitats. Assim, para avaliar a dimensão deste problema, foi realizado o levantamento florístico das espécies exóticas que ocorrem na área de Floresta Estacional Semidecidual do Setor Palotina da UFPR, localizada dentro da área urbana do município de Palotina, região oeste do Estado, com coordenadas 24º 18' 44”" S 53º 55' 16”" W. A área de estudo possui aproximadamente 4,26 hectares e patamar altimétrico em torno dos 310 m.s.n.m. O enquadramento geológico pertence à Bacia Sedimentar do Paraná, com litologia composta por basaltos pertencentes à unidade JKSGB1 da Formação Serra Geral. É possível reconhecer o padrão de rampa retilínea-convexa quanto à feição geomorfológica, sendo o relevo predominantemente suave ondulado. A principal unidade pedológica, de acordo com é o Latossolo Vermelho Eutrófico. O clima da região, segundo a classificação de Köppen, é do tipo Cfa, sem estação seca. A metodologia consistiu em visitas quinzenais à área, durante o período ago/12 a jun/13, para coleta de material botânico fértil. Todo material foi herborizado e quando possível identificado taxonomicamente, em seguida depositado no Laboratório Multidisciplinar de Botânica da UFPR – Setor Palotina. Foram amostrados 11 espécies exóticas de 10 generos distintos, pertencentes a 10 famílias botânicas. As espécies encontradas foram com maior diversidade foram: Citrus aurantium; C. limon; Eriobotrya japonica; Heliconia rostrata; Hovenia dulcis; Merremia tuberosa; Morus nigra; Musa paradisiaca; Persea americana; Ricinus communis e Wettinia sp.. A possível causa da contaminação biológica no remanescente se dá pela ação humana. O conhecimento científico da diversidade vegetal de áreas naturais é fundamental para o estabelecimento de planos de manejo com a finalidade de proteção contra possíveis contaminações biológicas. Dessa forma faz-se necessário a realização de estudos mais detalhados, de acordo com as condições de nossos ecossistemas para revelar a real situação de espécies invasoras.

Palavras-chave: Contaminação Biológica, Flora, Floresta Estacional Semidecidual

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O estado do Paraná apresenta uma grande variedade de ambientes naturais, em cada região a influência do clima e diversos outros fatores proporcionam o desenvolvimento de uma diversidade muito grande. Floresta Estacional Semidecidual faz parte do estado do Paraná onde hoje restam apenas 3,4% do total onde antes ocorria. Os levantamentos florístico são importantes para o conhecimento da biodiversidade das unidades de conservação. A região Noroeste do Paraná corresponde a 17,6 % da superfície do território estadual e apresenta solos derivados do arenito Caiuá, os quais representam 71,4 % da área da região. Portanto, o objetivo deste trabalho foi estudar a flora arbórea, no sentido de conhecer as espécies desta comunidade. O Parque Primavera está localizado dentro do quadro urbano da cidade de Iporã na região noroeste do Paraná. Enquadramento geográfico da área pertence à Formação Arenito Caiuá com predomínio de Latossolos Vermelhos Distróficos com textura arenosa. Com o intuito de conseguir uma caracterização da flora arbórea do local, foram realizadas visitas mensais a área com finalidade coletar material vegetativo e reprodutivo dos indivíduos arbóreos, durante o período de out/11 a mar/13. Como resultado do levantamento florístico foi possível reconhecer 44 espécies pertencentes a 18 famílias botânicas. A riqueza de espécies por famílias ficou assim distribuída: Rutaceae com nove, Meliaceae com seis, Fabaceae com cinco, Lauraceae com quatro, Boraginaceae, Solanaceae e Rubiaceae com três, Lamiaceae e Sapotaceae com duas, Asteraceae, Cannabaceae, Cariaceae, Melastomataceae, Monimiaceae, Nyctaginaceae e Salicaceae, com uma. As famílias e espécies encontradas são típicas de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual. A quantidade e o rol de espécies são informações primordiais para o planejamento de ações conservacionista de acordo com o plano de manejo do Parque.

Palavras-chave: Floresta Estacional Semidecidual, Flora, Estrato Arbóreo

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A subtribo Goodyerineae (Cranichideae, Orchidoideae, Orchidaceae) é composta de ervas terrestres e humícolas, com caule horizontal de onde surgem as raízes e caule ereto mais desenvolvido e com folhas. É composta de 35 gêneros, distribuídos particularmente nos trópicos e subtrópicos. No Brasil, são encontrados quatro gêneros (Aspidogyne Garay, Ligeophila Garay, Microchilus C. Presl e Platythelys Garay), os quais ocorrem também no estado do Paraná, com cerca de 16 espécies. Devido à carência de informações neste grupo, as mudanças de circunscrição decorrentes do esclarecimento das relações filogenéticas e o provável surgimento de novidades taxonômicas, temos como objetivo analisar anatomicamente os órgãos vegetativos das espécies de Goodyerineae, com o propósito de levantar caracteres que possam auxiliar na taxonomia e filogenia. As análises anatômicas foram feitas a partir de material fresco ou fixado em FAA, seguindo técnicas convencionais em anatomia vegetal. Foram avaliadas nove espécies (Aspidogyne argentea, A. kuczynskii, A. longicornu, A. fimbrillaris, Ligeophila juruenensis, L. rosea, Microchilus arietinus, M. austrobrasiliensis, e Platythelys schlechteriana). A estrutura anatômica das espécies analisadas é semelhante: RAIZepiderme uniestratificada com tricomas radiculares simples; córtex parenquimático com idioblastos com ráfides; exoderme e endoderme de paredes delgadas e endoderme com estrias de Caspary; cilindro vascular poliarco variando de seis a 16 pólos de xilema, com predominância de medula distinta. CAULE (horizontal e ereto) epiderme uniestratificada, com parede periclinal externa ligeiramente espessada; colênquima angular em posição subepidérmica; córtex parenquimático e amilífero, com ráfides; endoderme com estrias de Caspary geralmente visível; cilindro vascular com feixes vasculares colaterais dispersos no parênquima sem medula distinta (atactostelo). FOLHA epiderme em ambas as face com células geralmente poligonais em vista frontal, com paredes anticlinais retas e delgadas ou ligeiramente curvas na face abaxial; estômatos anomocíticos na face abaxial. Epiderme uniestratificada com células mais volumosas na face adaxial, paredes periclinais externas delgadas e convexas, cutícula fina e lisa em ambas as faces; mesofilo homogêneo com idioblastos com ráfides; feixes vasculares colaterais com bainha parenquimática. O trabalho relata que os caracteres anatômicos são comuns no grupo, e as características que variaram estão relacionadas com o porte das plantas, como por exemplo, o número de pólos de xilema e floema na raiz.

Palavras-chave: Goodyerineae, Anatomia Vegetal, Orchidaceae

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A planta daninha Euphorbia heterophylla L. conhecida como amendoim-bravo ou leiteira apresenta múltipla resistência a herbicidas. Uma alternativa no manejo desta planta seria por meio de informações de potencialidade alelopática de determinada planta para futuro bioprospeção. Assim este projeto buscou avaliar a potencialidade do extrato da planta medicinal sálvia na germinação do amendoimbravo e da soja. Os extratos foram obtidos com folha fresca e seca. Para a secagem das folhas, as mesmas após lavadas foram colocadas em estufa por 48 horas a 40ºC. O extrato bruto foi preparado na proporção de 1 grama de folha para 5 mL de água destilada. O material vegetal (folha fresca ou seca) foi triturado em liquidificador com adição de água destilada, em seguida o homogeneizado foi filtrado. Os tratamentos consistiram do extrato bruto (100%) e a proporção de 50% do mesmo. No grupo controle foi utilizado apenas água destilada. O bioteste de germinação foi realizado utilizando caixas gerbox forradas com papel germitest umedecidos com 6 mL dos diferentes tratamentos. Em cada caixa foram dispostas 50 sementes. Diariamente o ensaio foi verificado e sempre que necessário as caixas foram umedecidas. Ao final de sete dias foram obtidos a porcentagem de germinação (%G) e o índice de velocidade de germinação (IVG). Para o bioteste de crescimento, 20 plântulas crescidas por sete dias em papel com água destilada foram dispostas em rolos de papel germitest umedecidas com os diferentes tratamentos. Após sete dias, foram medidas a raiz primária e a parte aérea das plântulas. O crescimento foi obtido pela diferença entre o comprimento final e inicial e pelas medidas de biomassa fresca e seca. Todos os ensaios permaneceram em câmara de germinação tipo B.O.D com temperatura de 25° C e fotoperíodo de 12 horas. Após a análise dos dados observou-se que a %G de ambas as espécies não foi afetada pelos diferentes extratos. No entanto, o extrato bruto da folha seca promoveu atraso na germinação das mesmas. O comprimento da raiz de plântulas de amendoim-bravo foi afetado pelos dois tipos de extrato bruto (folha fresca e seca), e a biomassa seca da raiz apenas pelo extrato folha seca a 50%. Com relação ao crescimento da parte área de leiteira, o mesmo foi reduzido com extrato obtido da folha fresca. O crescimento das plântulas de soja foi estimulado na presença dos extratos. Os resultados indicam possível ação alelopática inibitória de folhas de sálvia sobre o amendoim-bravo, e ação estimulatória sobre a soja.

Palavras-chave: Planta Daninha, Alelopatia, Planta Medicinal

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O material vegetal utilizado foi um clone do híbrido E. urophylla x E. grandis, fornecido pela Embrapa-Florestas. Foram utilizados tufos com cinco brotos cada, cultivados por 30 dias em meio de multiplicação in vitro. Foram conduzidos dois experimentos: efeito do tipo de vedação dos frascos em relação ao número de brotos obtidos em meio de multiplicação e efeito da adição de carvão ativado (CA) ao meio de cultura sobre o alongamento dos brotos. No primeiro experimento, foi comparado o número de brotos gerados em meio de cultura MS com BAP, em frascos tampados com tampa de plástico ou com duas camadas de filme de PVC. Os tratamentos foram avaliados aos 21 dias, sendo considerados número de brotos por tufo, presença de calo nas folhas e taxa de necrose. O tratamento utilizando o filme de PVC apresentou média de 9,8 brotos por tufo, contra 8,2 brotos na vedação convencional, e 9% dos brotos com calos nas folhas, contra 56% na vedação convencional. Nenhum dos tratamentos apresentou necrose dos explantes durante o tempo de condução do experimento. Contudo, a manutenção prolongada dos tufos em frascos vedados com filme de PVC causou stress nas folhas, que apresentaram coloração avermelhada após 30 dias. No segundo experimento foram testadas três concentrações de CA: 0,5; 1,0 e 1,5 g.L-1 e um controle sem, em meio MS. Após 21 dias foram avaliadas: altura dos brotos, presença de calos nas folhas, número de brotos alongados por frasco e necrose. À exceção da taxa de necrose, não houve diferença estatística entre as concentrações testadas. A porcentagem de brotos alongados variou de 33,8 com 1,5 g.L-1 de CA a 49,7 sem CA, com alturas entre 1,07 cm e 1,23 cm, respectivamente. A presença de calos nas folhas variou de 68,4% no controle a 90% em 1,5 g.L-1 de CA. Esse último tratamento se mostrou melhor em termos de sobrevivência, com média de 1% de explantes necrosados. Alguns brotos cultivados em meio contendo 1,5 g.L-1 de CA apresentaram raízes e após 30 dias foram aclimatizados. Para tal, as plantas foram gradualmente expostas às condições ex vitro. De 60 plantas enraizadas, seis foram aclimatizadas e transferidas a casa de vegetação, em tubetes com vermiculita. Após 30 dias, foram transferidas para vasos contendo substrato Plantmax, onde se estabeleceram quatro até o encerramento do presente trabalho. Portanto, recomenda-se a vedação dos frascos com PVC para multiplicação, enquanto não há diferença em adicionar o CA para alongamento do híbrido estudado

Palavras-chave: Micropropagação, Carvão Ativado, BAP

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Jatropha curcas L., conhecida por pinhão manso, pinhão-paraguaio, purgueira e pinha de purga, é uma espécie introduzida no Brasil que se encontra em processo de domesticação, dispersa em grande parte do território nacional. Apresenta ciclo produtivo variado de acordo com o método de propagação utilizado. Possui propriedades medicinais, sendo utilizada como vermífugo para animais ou como cicatrizante; porém, o crescente uso do pinhão manso está relacionado às características do óleo produzido, visto que apresenta qualidades para ser transformado em óleo diesel. Assim, os objetivos gerais desse trabalho foram estabelecer um protocolo de enraizamento e produção de mudas de Jatropha curcas L. e, desenvolver um sistema de produção, em larga escala, via miniestaquia. Para a instalação do minijardim de pinhão manso, estudos sobre a germinação de sementes foram realizados a partir de três genótipos (167-II-2, 182-I-4 e 190-II-2), como testes de teor de umidade, curva de embebição, tetrazólio, germinação e índices de velocidade de germinação e emergência das mesmas. O intuito dos testes foi o de verificar a potencialidade de germinação de sementes para formação de minijardim, visando o posterior enraizamento de miniestacas selecionadas com e sem a aplicação de reguladores vegetais do grupo das auxinas, verificar a melhor época de coleta e a produtividade de miniestacas/minicepa, utilizando a clonagem como estratégia para encurtar o tempo de obtenção de cultivares superiores e estabelecer as características morfo-anatômicas de material juvenil e adulto de Jatropha curcas L. Os experimentos foram realizados na Embrapa Florestas, Colombo – PR. O número de repetições por lote e de sementes por repetição, assim como o delineamento experimental foi diferenciado conforme o teste realizado. Com relação às análises de sementes realizadas, concluiu-se que os lotes avaliados de sementes de Jatropha curcas L. diferem entre si na porcentagem final de umidade após período de 24h de embebição, sendo que sementes mais leves e que absorvem menor teor de água apresentam maior viabilidade e porcentagem de germinação. A semeadura de pinhão manso em estufa mostra-se viável em meses nos quais a temperatura esteja acima de 25ºC (182-I-4, com 28,83%). Assim, foi possível, por meio dos três genótipos utilizados, a instalação de minijardim para a sequência dos trabalhos com miniestacas e minicepas.

Palavras-chave: Germinação de Sementes, Propagação Vegetativa, Minijardim

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Drimys brasiliensis Miers popularmente conhecida como cataia ou casca-d’anta, é uma espécie pertencente à família Winteraceae, cuja distribuição nas Américas se dá desde o sul do México até o extremo sul da América do Sul. Sua utilização é para fins alimentícios, ornamentais, madeireiros e até medicinais, sendo, neste caso, utilizada como anti-anêmica, para fraqueza, para problemas digestivos e vômitos, como estimulante, antiespasmódica, aromática, anti-diarréica, antifebril, contra hemorragia uterina, e em certas afecções do trato digestivo. Devido sua ampla área de utilização, Drimys brasiliensis mostrou-se importante economicamente, o que explica o interesse no estudo de sua propagação. O presente trabalho objetivou estudar o enraizamento de estacas semilenhosas tratadas com diferentes concentrações de ácido indolbutírico (IBA), coletadas em 2 estações do ano (primavera/2012 e verão/2013) no bosque da Embrapa Florestas, no município de Colombo-PR. Foram confeccionadas estacas com 10 a 12 cm de comprimento, com corte reto no ápice e em bisel na base, e com 2 folhas cortadas ao meio na porção apical. Após a desinfestação do material, as bases das estacas foram imersas por 10 segundos em soluções hidroalcoólicas 50% conforme os tratamentos: 0, 500, 1500, 3000, 4500 e 6000 mgL-1 IBA, além da testemunha (100% água). Os experimentos foram montados segundo um delineamento inteiramente casualizado em esquema fatorial de 2 x 7 (2 épocas x 7 concentrações de IBA), contendo 4 repetições de 20 estacas por unidade experimental, totalizando 560 estacas em cada instalação. As estacas foram acondicionadas em tubetes contendo vermiculita e casca de arroz carbonizada (1:1) e mantidas em casa de vegetação climatizada. Após 120 dias da instalação, cada experimento foi avaliado, considerando-se a porcentagem de estacas enraizadas, número de raízes/ estaca, comprimento médio das raízes/estaca, porcentagem de estacas vivas, mortas, com calos, com novas brotações e estacas que mantiveram as folhas originais. Em ambas as estações, a concentração de ácido indolbutírico não influenciou significativamente no enraizamento de estacas de Drimys brasiliensis Miers, porém o experimento realizado na primavera/2012 foi efetivamente melhor do que o experimento conduzido no verão/2013, apresentando 36,08% de enraizamento, 2,34 raízes por estaca, com 0,18 cm de comprimento e 88,40% de novas brotações.

Palavras-chave: Enraizamernto, Ácido Indolbutírico, Épocas do Ano

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As plantas daninhas representam um dos principais problemas nas monoculturas, e os estudos acerca de alternativas ao controle químico tem sido cada vez mais importantes. O picão-preto é uma planta daninha que atinge muitas culturas na região oeste do Paraná, em especial a soja, ganhando muita atenção por parte dos pesquisadores. Nesse contexto, o uso de extratos vegetais, a fim de explorar compostos alelopáticos de plantas medicinais, vem ganhando destaque na área de fitossanidade. Mil-folhas é uma planta muito cultivada, devido às suas propriedades medicinais, e seus efeitos alelopáticos vêm sendo testados através do extrato de suas folhas e de seu óleo essencial. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do extrato de mil-folhas sobre a germinação e crescimento inicial de plântulas de Bidens subalternans D.C. e Bidens pilosa L. Os extratos foram obtidos a partir de folhas secas, coletadas no canteiro de plantas medicinais da UFPR, Setor Palotina. As folhas foram trituradas com água destilada em um triturador, na concentração de 1 grama de folha em 20 mL de água. O extrato foi filtrado com gaze e algodão, respectivamente, e diluído nas concentrações de 25, 50 e 75% a partir do extrato base (EBA). Como controle, foi utilizada apenas água destilada. Para verificar a influência dos extratos sobre a germinação, cinquenta sementes foram dispostas em papel germitest previamente umedecido com os extratos. A avaliação foi feita a partir da contagem diária das sementes germinadas, pela protusão da radícula. No ensaio de crescimento das plântulas, vinte e cinco sementes foram alocadas em papéis germitest com os diferentes tratamentos por dez dias. Após este período foram medidos o comprimento da raiz principal e parte área. Todos os ensaios foram repetidos quatro vezes. Não houve efeito dos extratos testados provenientes das folhas da planta mil-folhas sobre a germinação de nenhuma das espécies avaliadas de picão-preto. Em relação ao crescimento inicial das plântulas, os extratos afetaram apenas o comprimento da parte área da espécie Bidens pilosa L., promovendo acréscimo no mesmo. Esses resultados sugerem que o extrato aquoso de mil folhas nas concentrações estudadas não possui efeitos negativos sobre as sementes de picão-preto. Sugere-se que a extração aquosa pode não ter sido capaz de extrair algum composto que possua propriedades alelopáticas de interesse ao manejo da planta daninha em questão, indicando a necessidade de estudos com outras extrações e diferentes concentrações.

Palavras-chave: Alelopatia, Planta Daninha, Planta Medicinal

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A família Orchidaceae possui grande importância econômica pela exuberância de suas flores. A maioria das espécies se encontra em risco de extinção, devido á perda de habitat e a extração predatória. As técnicas de micropropagação possibilitam a produção de mudas em grande escala, ajudando na recuperação das espécies ameaçadas. O presente trabalho tem como objetivo otimizar a etapa de multiplicação in vitro utilizando o método de TCL para estabelecer um protocolo de micropropagação para Brasilidium forbesii. Protocormos e as duas primeiras folhas formadas da germinação in vitro após seis meses da inoculação em meio de cultura WPM foram utilizados como explantes. Bases foliares de 5 mm de comprimento foram cortadas transversalmente e inoculadas em meio de cultura WPM, suplementado com BAP (0,5 a 32 µM) mantidas por 15 ou 30 dias no escuro para indução e regeneração de PLBs. Ápice e base dos protocormos (0,5 mm de comprimento) foram testados em meios de cultura WPM e MS suplementados com BAP (0,5 a 32 µM) e mantidos 30 dias na ausência de luz. Em seguida, os explantes foram expostos na luz por 30 dias e subcultivados para o mesmo meio e as mesmas concentrações por mais 60 dias. Os PLBs foram individualizados e inoculados em meio WPM, na ausência ou presença de carvão ativado (1 a 3 g L-1), sem regulador vegetal, para o alongamento e enraizamento. Os resultados das bases foliares revelaram que o tempo de exposição no escuro de 30 dias foi melhor do que 15 dias para indução e regeneração de PLBs. Os protocormos foram mais responsivos do que as bases foliares. As melhores respostas foram obtidas com o ápice do protocormo, cultivado em meio de cultura WPM, acrescido de 4 mM de BAP (82% de regeneração de PLBS e número médio de 7,9 PLBs). A formação de raízes ocorreu em meio sem regulador vegetal, independente da presença e concentração do carvão ativado. No entanto, mudas de maior comprimento e número de raízes ocorreram em meio com 3 g L-1 de carvão ativado. O período de exposição no escuro foi um fator importante para a indução de PLBs. Recomenda-se adicionar BAP (4 mM) no meio de cultura WPM para indução de PLBs de bases foliares e ápices de protocormos. O sistema TCL foi promissor para a multiplicação in vitro de B. forbesii, utilizando bases foliares e protocormos como explantes.

Palavras-chave: Orchidaceae, Cultura de Tecidos, 'Thin Cell Layer'

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Os aleloquímicos são compostos orgânicos provenientes do metabolismo secundário vegetal. Estas moléculas podem interferir no crescimento e desenvolvimento de diversas plantas. Assim, plantas que possuem compostos com atividade alelopática inibitória podem ser utilizadas como fonte de potenciais herbicidas naturais. A erva-cidreira é uma planta medicinal muito difundida no Brasil e com diversas finalidades, porém há pouco conhecimento sobre sua ação alelopática em plantas daninhas. Este trabalho teve o objetivo de avaliar a bioatividade de extratos de folhas de erva-cidreira sobre a germinação e crescimento inicial do picão-preto. Foram avaliados os extratos aquosos de folhas frescas e secas de erva-cidreira na proporção 1:5 (g/mL). A partir do extrato-base foram feitas diluições e obtidos os tratamentos: 0, 25, 50, 75 e 100%. Como controle (0% do extrato), utilizou-se apenas água destilada. As sementes de picão-preto foram previamente lavadas com hipoclorito e em seguida foram postas para germinar em papel umedecido com os diferentes tratamentos em placas de petri. Após sete dias, foram contabilizadas o número de sementes germinadas e obtido as variáveis: índice de velocidade de germinação (IVG) e porcentagem de germinação (%G). No teste de crescimento, plântulas com aproximadamente 2 cm foram dispostas em rolos de papel germitest, umedecidos com os diferentes tratamentos acondicionados em recipientes de plásticos. No sétimo dia foram avaliados o comprimento da parte aérea e raiz primária, biomassas fresca e seca destes órgãos vegetais. Todos os ensaios permaneceram em estufa de germinação tipo B.O.D a 30/20ºC (dia/noite) com fotoperíodo de dez horas. Foi realizada análise de variância e regressão. Os extratos de folha fresca e seca promoveram redução nas variáveis de germinação. A regressão linear foi significativa para %G e IVG. O extrato da folha fresca não afetou as medidas de crescimento, no entanto, o extrato da folha seca foi estatisticamente significativo na variável biomassa seca da parte aérea e da raiz, sendo que as mesmas apresentaram comportamento quadrático. Nas características germinativas foi possível observar que o extrato da folha seca promoveu uma redução mais acentuada ao longo dos diferentes tratamentos em comparação com o extrato da folha fresca. Os extratos evidenciaram possível ação alelopática sobre a germinação de picão-preto.

Palavras-chave: Planta Daninha, Controle Alternativo, Planta Medicinal

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Define-se manguezais como ecossistemas costeiros localizados em regiões tropicais e subtropicais do mundo, ocupando áreas de entremarés nos quais se observa uma exigência estrutural e fisiológica dos organismos. A vegetação é caracterizada por uma baixa diversidade de espécies arbóreas. No sul do Brasil ocorrem as seguintes espécies: Avicennia schaueriana (Acanthaceae), Laguncularia racemosa (Combretaceae) e Rhizophora mangle (Rhizophoraceae). As espécies de mangue necessitam ajustar a sua fisiologia devido às condições ambientais extremas, como solos alagados, baixas concentrações de oxigênio e salinidade variável. Diferentes mecanismos adaptativos são apresentados por essas plantas, tais como raízes aéreas, e de sustentação, produção de propágulos e viviparidade, glândulas de sal foliares e estratégias de exclusão e compartimentalização de sais. O objetivo deste estudo foi caracterizar os padrões fotossintéticos de Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle em condições de salinidade representadas por duas áreas de manguezais, Antonina e Guaratuba, Paraná. Quinze indivíduos, por espécie, por área foram selecionados, totalizando 30 indivíduos analisados em cada estuário. Em cada indivíduo, folhas mais expostas dos ramos foram analisadas quanto às trocas gasosas com um sistema aberto portátil de fotossíntese, IRGA, modelo CI-340 (BioScience). As variáveis analisadas foram: PAR (Luz Fotossinteticamente Ativa), Pn (Taxa fotossintética), WUE (Uso Eficiente da Água), E (Taxa de Transpiração) e C (Condutância Estomática). Para comparar os valores médios dos parâmetros entre as espécies, foi realizada análise de variância (ANOVA), seguida de comparações a posteriori utilizando teste Tukey. Comparando-se as duas espécies presentes na mesma área, observou-se que, em Antonina, as espécies apresentaram valores semelhantes de Pn e WUE. Em Guaratuba, não houve diferenças significativas entre as variáveis estudadas. Quando compara-se a mesma espécie entre as duas áreas de estudo, L. racemosa apresentou apenas diferença para Pn. Para R. mangle, foram observadas diferenças para os valores médios de Pn, E e C. Os resultados indicaram que as espécies apresentaram diferentes padrões fotossintéticos, sendo que essas diferenças são mais marcantes em R. mangle. Possivelmente, essas diferenças ocorram em função da salinidade e mecanismos de exclusão e compartimentalização de sais.

Palavras-chave: Fotossíntese, Mangue, Salinidade

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Diatomáceas são microalgas eucariontes clorofiladas, presentes em abundância no mar e na água doce, possuindo parede celular de sílica e com ornamentações diversas nas espécies, sendo usadas para identificação taxonômica. A maioria é autótrofa, e são os maiores produtores primários planctônicos, responsáveis por até 45% da produção de carbono nos oceanos. Atualmente o estudo das diatomáceas marinhas tem sido muito importante na região Sul do Brasil devido á florações produzidas pelo gênero Pseudo-nitzschia. Esse gênero produz ácido domóico, toxina potente que pode levar a graves danos neurológicos, cardíaco-respiratórios, e até mesmo à morte. O estudo de outros gêneros também é muito importante, pois apesar do grande número de espécies de diatomáceas na região Sul, há poucos estudos taxonômicos nacionais utilizando microscopia eletrônica, o que dificulta o conhecimento da biodiversidade local. As investigações taxonômicas também servem de base para estudos de ecologia, biologia molecular e biotecnologia das diatomáceas. Na família Lithodesmiaceae, foi descrito o gênero Lithodesmioides em 1986 no qual duas espécies estão incluídas: Lithodesmioides minutum e Lithodesmioides polymorpha. Lithodesmioides polymorpha foi descrita originalmente por Von Stosch no estuário do rio Norman em Karumba, Golfo de Carpentaria, Austrália, e em 2005 foi proposta a variedade L. polymorpha var. tunisiense por YahiaKefi na Tunísia, no sudoeste do Mar Mediterrâneo. Lithodesmioides minutum foi descrita por Von Stosch e encontrada em Townsville, norte de Queensland, Austrália, não havendo mais registros. Nesse trabalho, registramos Lithodesmioides minutum pela primeira vez na América do Sul, ao longo litoral de Florianópolis, Santa Catarina, fornecendo medidas e descrição em microscopia eletrônica. Suas principais características são um processo bilabiado central e ausência de espinhos pequenos na face da valva (presentes em Lithodesmioides polymorpha), e serem menores e menos silicificadas que Lithodesmioides polymorpha. Algumas diferenças em relação a descrição original foram encontradas, como o formato da valva, na maioria biangular, podendo se tratar de uma variação. No trabalho, também são fornecidas comparações entre Lithodesmioides e os gêneros próximos Bellerochea, Lithodesmium e Ditylum. Como há poucos estudos sobre estes gêneros, já que são muito pouco silicificados e difíceis de identificar em microscópio óptico, a microscopia eletrônica fornece uma importante ferramenta para o estudo dessas espécies no Brasil.

Palavras-chave: Diatomáceas, Microscopia Eletrônica, Lithodesmioides

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A família Strophariaceae Singer & A.H. Sm. pertence à ordem Agaricales, filo Basidiomycota, cujos representantes possuem basidiomas com características marcantes como esporada marrom escura, estípite geralmente com anel, podendo ser persistente, fugaz ou ausente. Esses fungos crescem em diversos tipos de substratos, como madeira em decomposição, esterco e serrapilheira, e em distintos habitats, como florestas, campos e jardins. O projeto teve como objetivo o conhecimento da diversidade de Strophariaceae no Parque Estadual de São Camilo (PESC), situado no município de Palotina, região oeste do Paraná, e que possui 400 hectares de Floresta Estacional Semidecidual. Também foram considerados nesse estudo, espécimes coletados no Campus da Universidade Federal do Paraná, em Palotina. As coletas ocorreram entre agosto de 2012 e junho de 2013, geralmente em dias úmidos e quentes, logo após chuvas. Nas coletas foram percorridas trilhas, registrando o habitat e modo de crescimento dos espécimes. A análise macroscópica foi realizada com o material fresco, no laboratório, com auxílio de microscópio estereoscópico, considerando características morfológicas do píleo (diâmetro, forma, cor, superfície, margem), contexto (espessura, consistência e cor), lamelas (inserção, cor, proximidade, consistência, bordas), estípite (tamanho, inserção no píleo, forma, cor, superfície, consistência, presença de rizomorfas e micélio basal) e véu (presença, localização, consistência e cor). A cor da esporada e das macroestruturas foi determinada através de carta de cores. Posteriormente, foram analisados sob o microscópio óptico equipado com sistema de captura de imagens, sendo feitas 25 medidas de cada microestrutura (esporos, basídios, cistídios e hifas). Depois de analisados, os espécimes foram identificados e preservados em envelopes com naftalina e uma ficha de identificação, no Herbário do Campus Palotina (HCP). Registrou-se a ocorrência de cinco gêneros, sendo identificadas até o momento as seguintes espécies: Agrocybe cylindracea (DC.) Maire, A. earlei (Murrill) Watling, A. pediades (Fr.) Fayod, A. perfecta (Rick) Singer, A. retigera (Speg.) Singer, Deconica coprophila (Bull.) P. Karst., Galerina saltensis Singer, Psilocybe yungensis Singer & A.H. Sm., Stropharia apiahyna (Speg.) Cortez & R.M. Silveira e S. coronilla (Bull.) Quél. Galerina saltensis, até então conhecida somente na Argentina, é registrada pela primeira vez no Brasil, e S. apiahyna é uma nova ocorrência para o estado do Paraná.

Palavras-chave: Taxonomia, Micobiota, Cogumelos

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O crescimento e a morfogênese de células e tecidos in vitro são regulados pela interação e balanço entre substâncias adicionadas ao meio, como reguladores de crescimento como auxinas e citocininas, os quais auxiliam no desenvolvimento in vitro influenciando a divisão e o alongamento celular, formação de meristemas caulinares e/ou radiculares. A regeneração de plantas in vitro pode ocorrer por organogênese ou embriogênese somática, podendo ocorrer de forma direta ou indireta. O objetivo do presente trabalho foi testar um protocolo de regeneração para Schomburgkia crispa (Orchidaceae) a partir de regiões meristemáticas. Foram usados ápices radiculares e segmentos de folhas com 1,0 cm como explantes. Os explantes foram inoculados em meio de cultura MS, acrescido de 30 g.L-1 de sacarose, 3 g.L-1 de Phytagel e suplementados com diferentes combinações dos reguladores 2,4-D (0; 1 e 2 mg.L-1), ANA (0; 0,5 e 1 mg.L-1) e BAP (0 e 0,1 mg.L-1), totalizando 10 tratamentos com 3 repetições (Experimento I). Posteriormente, avaliou-se também o efeito de concentrações maiores de 2,4-D (0; 1; 2 e 4 mg.L-1) combinado com BAP (0; 0,1 mg.L-1) resultando em 8 tratamentos, com 3 repetições (Experimento II). A unidade experimental constou de uma placa de Petri contendo oito folhas e quatro raízes em ambos os experimentos. Após 30 dias de cultivo após a inoculação dos explantes realizou-se a avaliação visual com o auxílio de estereomicroscópio da ocorrência de modificações morfogenéticas. Em ambos os experimentos observou-se que boa parte dos explantes continuava verde com aspecto de material viável. Algumas raízes apresentavam-se intumescidas, contudo nenhuma massa celular ou protocormos encontrava-se visível. Com o passar de mais 30 dias observou-se que muitos dos explantes foram secando ou permaneceram verdes sem, contudo, regenerar protocormos, calos ou qualquer massa celular visível, indicando não serem responsivos aos tratamentos com os reguladores de crescimentos e as concentrações empregadas. No experimento I, a maior sobrevivência dos ápices radiculares de S. crispa (45,83%) ocorreu na presença de 1 mg.L-1 de 2,4-D e dos segmentos foliares no meio de cultura suplementado com 0,5 mg.L-1 de ANA e 0,1 mg.L-1 de BAP (50%). No experimento II, a maior sobrevivência de ápices radiculares e segmentos foliares ocorreu na presença de 4 mg.L-1 de 2,4-D e a ausência de BAP (91,6% para ápices radiculares e 25% para segmentos foliares).

Palavras-chave: Orquídea, Cultivo in vitro, Regiões Meristemáticas

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O cultivo in vitro é uma ótima opção para a multiplicação e preservação de plantas. No caso das orquídeas esta é uma ótima opção, pois muitas espécies correm risco de extinção por serem muito exploradas, graças a sua beleza. Estudos utilizando orquídeas demonstraram que partes da planta como os ápices radiculares e folhas jovens, quando em condições adequadas de meio de cultura, podem induzir à formação de calos e protocormos permitindo a produção em larga escala de plantas superiores. O objetivo do trabalho foi avaliar a eficácia da regeneração de Miltonia flavescens a partir de regiões meristemáticas e o efeito de reguladores vegetais no crescimento de plântulas. Os explantes utilizados foram segmentos de folhas jovens e ápices de raízes de aproximadamente 0,5 cm, extraídos de plantas obtidas pela germinação in vitro e com aproximadamente dois anos de cultivo (Experimento I). Os explantes foram inoculados em meio de cultura MS/2 suplementado com sacarose (30 g.L-1), agar (6,5 g.L-1) e combinações de reguladores de crescimento: 2,4-D (0; 3 e 6 mg L-1), BAP (0; 0,5 e 1 mg.L-1) e TDZ (0; 0,5 e 1 mg L-1). O pH do meio de cultura foi ajustado para 5,8. Após a inoculação em câmara de fluxo laminar, os explantes foram mantidos no escuro, em sala de crescimento, a 25±1ºC, pelo período de 60 dias. O experimento foi inteiramente casualizado, com três repetições, tendo como unidade experimental uma placa de Petri com sete folhas e quatro ápices radiculares. Realizou-se a avaliação da taxa de sobrevivência aos 60 dias de cultivo e observou-se que a combinação de 6 mg.L-1 de 2,4-D e 1 mg.L-1 de BAP resultou na maior sobrevivência (87%) e a combinação 6 mg.L-1 de 2,4-D e 0,5 mg.L-1 de BAP a menor sobrevivência (30%). Houve formação de massa celular compacta nos segmentos foliares do tratamento contendo 3 mg.L-1 de 2,4-D e 0,5 mg.L-1 de BAP, contudo ela ocorreu em baixa frequência e não ocorreu formação de protocormos. Outro experimento foi montado (Experimento II) utilizando-se plântulas completas (com aproximadamente 0,5 cm e dois anos de idade) como explantes, as quais foram inoculadas em meio de cultura MS/2 suplementado com sacarose (30 g.L-1), agar (6,5 g.L-1) e diferentes combinações de reguladores de crescimento: 2,4-D (0; 3 e 6 mg L-1) e BAP (0; 0,5 e 1 mg.L-1), onde a unidade experimental consistiu de um vidro com três plântulas e três repetições. Os explantes não se mostraram responsivos ao longo de 60 dias de cultivo e não houve a formação de calos ou massas celulares, bem como a regeneração de plântulas.

Palavras-chave: Orquídea, Cultivo in vitro, Miltonia flavescens

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O controle do Aedes aegypti, principal vetor do vírus da dengue, é feito principalmente por inseticidas. No Brasil, os inseticidas organofosforados e piretróides são usados no controle das formas imaturas e adultas, respectivamente. Embora os mecanismos de ação sejam distintos, ambos inseticidas se ligam a moléculas do sistema nervoso responsáveis pela transmissão do impulso elétrico, impedindo sua propagação e levando o inseto a morte. O uso continuado destas substâncias tem selecionado populações resistentes, que apresentam alterações na estrutura do sítio-alvo dos inseticidas causadas por mutações genéticas. O objetivo do trabalho foi avaliar a frequência da mutação Val1016IIe relacionada com a resistência a piretróides e a suscetibilidade aos organofosforados em populações de A. aegypti do município de Jacarezinho, Paraná. Para avaliar a suscetibilidade aos organofosforados foram realizados bioensaios com larvas de terceiro instar final e quarto inicial da geração F1 com dez concentrações de temephos (Grau Técnico). Cada concentração com 20 larvas e quatro réplicas. O experimento foi repetido quatro vezes, tendo como controle larvas da população suscetível Rockfeller. Com os resultados foram estimadas as CL50, e CL95, utilizando o software Probit GW-bacis e o calculo da RR50 e RR95. Para avaliar a frequência da mutação Val1016IIe o município foi dividido em quatro regiões (R1, R2, R3 e R4) e de cada uma delas foram analisados 15 indivíduos. A verificação da mutação foi realizada por PCR alelo-específica e a leitura dos resultados em gel de poliacrilamida 10%. Os resultados dos bioensaios a partir da dose diagnóstica 0.0162 ppm de temephos indicaram 95,33% de mortalidade e RR95 igual a 2,52. Dos 56 indivíduos que foram genotipados para a mutação Val1016Ile, 58,93% eram heterozigotos (Val/Ile), 41,07% homozigoto para o alelo mutante (Ile/Ile) e nenhum individuo para o alelo selvagem (Val/Val). A frequência do alelo 1016IIe foi 0,61, 0,70, 0,77 e 0,75 nas regiões R1, R2, R3 e R4, respectivamente, enquanto que a frequência do alelo 1016Val foi 0,39, 0,30, 0,23 e 0,25. O cálculo das frequências genotípicas esperadas após uma geração de acasalamento ao acaso indica um aumento no número de indivíduos homozigotos para o alelo 1016Ile em todas as regiões. Este estudo indica que a população do vetor em Jacarezinho encontra-se com alteração da suscetibilidade ao temephos. Além disso, as altas frequências do alelo 1016Ile, relacionado à resistência à piretróides, podem comprometer as ações de controle do vetor.

Palavras-chave: Diptera, Aedes aegypti, Controle

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Nas últimas décadas, as atividades marítimas têm sido a principal fonte de introdução de espécies marinhas exóticas. Para monitorar a presença e a abundância dessas espécies na área portuária de Paranaguá, o projeto propõe a identificar os invertebrados incrustantes que colonizam substratos artificiais, classificando-os em introduzidos, nativos ou criptogênicos. Experimentos com placas de polietileno foram instalados no Iate Clube de Paranaguá, localizado próximo ao Porto de Paranaguá, no interior da Baía de Paranaguá. De maio de 2013 a janeiro de 2012, esses conjuntos compostos por 2 placas de polietileno, de 12 x 12 cm, foram amarrados em flutuadores do Iate Clube, submersos em uma profundidade de 1,5m. A cada trimestre, as placas eram recolhidas e substituídas por novas. Os trimestres correspodem aos períodos de maio a julho, agosto a outubro e novembro a janeiro. A análise das placas se deu sob microscópio estereoscópico e a porcentagem de cobertura dos organismos foi estimada a partir de uma grade quadriculada, contando-se as espécies presentes em 40 pontos de intersecção. Durante o período de estudo, recrutaram 35 morfotipos de invertebrados incrustantes. Destes, cinco espécies são consideradas introduzidas: o briozoário Hippoporina indica, o hidroide Podocorina n. sp., o octocoral Stragulum bicolor e os cirripédios Amphibalanus reticulatus e Striatobalanus amaryllis. Somente 4 espécies são nativas e 26 criptogênicas. As maiores porcentagens de cobertura, em todo período de estudo, foram de H. indica (19,58%), dos hidrozoários da família Campanulariidae (13,22%) e de mexilhões (9,51%). No primeiro trimestre, que corresponde ao período de outono/inverno, os briozoários, principalmente H. indica, e os poríferos predominaram, com 65,35% e 14,48% de cobertura, respectivamente. No segundo trimestre (inverno/primavera), os organismos mais abundantes foram os Campanulariidae (37,91%) e os tubos de poliquetas e de anfípodos (18,25%). No terceiro recrutamento (primavera/ verão), a abundância de mexilhões foi alta (26,58%), seguida de briozoários, principalmente da família Electriidae (14,33%). Os dados mostram que houve alterações na comunidade nas diferentes épocas do ano, indicando padrões de sazonalidade das espécies. Assim como espécies consideradas introduzidas e criptogênicas predominara no fouling, provavelmente devido a vantagens biológicas, como crescimento mais rápido, maior capacidade reprodutiva, ou ecológicas, como alta capacidade competitiva e de defesa contra predadores. Os resultados reforçam a necessidade do monitoramento das espécies.

Palavras-chave: Bentos marinho, Bioinvasão, Interações entre Espécies

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Pesquisas sobre a biologia de pequenos mamíferos terrestres têm revelado a importância dos mesmos nos mais variados processos dos ecossistemas florestais. De acordo com Pardini et al. (2003), assim como as baixas densidades de muitos táxons, o tamanho das áreas de vida e até mesmo o tipo de habitat são fatores que podem dificultar estudos no local, cuja abordagem inclua a composição, a estrutura ou a dinâmica das comunidades. Por tal, é provável que o baixo número de registros da mastofauna nos manguezais seja um reflexo dos fatores citados por Pardini et al. (2003). O trabalho visa obter o levantamento dos representantes de pequeno porte das Ordens Rodentia e Didelphimorphia. Pretende-se iniciar este projeto, por meio de uma fase de campo piloto em julho de 2013, com a finalidade de testar a metodologia. Para realizar os estudos nos manguezais, haverá uma adaptação nos métodos já existentes para captura dos diferentes grupos de mamíferos (roedores e marsupiais). Incluindo o uso de armadilhas dos modelos Tomahawk e Sherman. Sendo assim, os espécimens capturados serão identificados e observados quanto ao peso, sexo, estado reprodutivo e medidas morfométricas. Devido à dificuldade de identificação de alguns táxons, os espécimens serão cariotipados seguindo protocolos usualmente utilizados na análise citogenética. Serão realizadas coletas bimestrais, com cinco dias consecutivos de duração. As coletas terão esforço amostral de 180 igualmente divididas entre os modelos Tomahawk e Sherman, distribuídas em intervalos de 10m, ao longo de três eixos longitudinais, em três paisagens diferentes (1º área lodosa = mais mole; 2º área menos lodosa = mais firme e 3º área de mata = super Firme, na borda do mangue). No manguezal, as armadilhas serão alocadas em suportes de madeiras flutuantes e fixadas em árvores, uma vez que o local é constantemente inundado pela ação das marés. Esperamos com este trabalho produzir a primeira lista de pequenos mamíferos, incluindo áreas de manguezais do litoral do Paraná, utilizando métodos sistemáticos e padronizados. Por ser um ambiente pouco explorado em estudos sobre mamíferos teremos condições de analisar algumas características das espécies, tais como habito permanência, frequência e abundância. Referência Bibliográfica: PARDINI, R.; E.H. DITT; L. CULLEN JR; C. BASSI & R. RUDRAN. 2003. Levantamento rápido de mamíferos terrestres de médio e grande porte, p. 181-201. In: L. CULLEN JR; R. RUDRAN & C. VALLADARES-PADUA (EDs). Métodos de estudo em biologia da conservação e manejo da vida silvestre. Curitiba: Editora UFPR, 667 p.

Palavras-chave: Manguezal, Pequenos Mamíferos Não Voadores, Baía de Guaratuba

RESUMO

A fragmentação florestal pode causar redução do tamanho de diversas populações, desaparecimento de espécies que necessitam de grandes áreas para sobreviver e a aproximação dos animais silvestres com os humanos. Os morcegos realizam importantes funções ecológicas, atuando na polinização, dispersão de sementes e no controle de pragas agrícolas. Alguns estudos demonstram que esses animais são menos vulneráveis a fragmentação quando comparados a outros mamíferos, pois se adaptam facilmente a ambientes alterados, fato que permite o estabelecimento de comunidades de quirópteros em remanescentes florestais nas cidades ou diretamente no meio urbano, pois esses ambientes oferecem abundância e variedade de recursos alimentares, além de abrigos oportunos. Curitiba é rica em parques e bosques com mata nativa, contendo também manchas de vegetação resultante da arborização urbana, tais áreas em conjunto podem servir como recurso para quirópteros de ampla área de vida ou como manchas de habitat isoladas para metapopulações, porém, pouco se sabe sobre os morcegos presentes em remanescente florestais da cidade. Sendo assim, o presente estudo tem como objetivo avaliar a composição e riqueza das espécies de morcegos em fragmentos florestais localizados no município de Curitiba. O estudo será realizado em três áreas de Floresta Ombrófila Mista situadas na cidade: Bosque Alemão, localizado no bairro Vista Alegre, Bosque Reinhard Maack, no bairro Hauer, e Museu de História Natural do Capão da Imbuia, no bairro Capão da Imbuia. Os dados foram coletados entre os meses de Maio e Julho em amostragens mensais em duas noites por bosque, com redes expostas por um período de seis horas a partir do por do Sol. Os morcegos capturados foram identificados, anilhados e soltos, depois de passarem por procedimentos de biometria, sexagem, determinação da condição reprodutiva e categoria etária. Espécimes que necessitaram de confirmação taxonômica foram coletados e depositados na Coleção Zoológica da Universidade Federal do Paraná (DZUP). Até o momento foram realizadas seis noites de coleta totalizando um esforço amostral de 1224 h/redes que resultaram na captura de 54 morcegos, pertencentes a seis espécies, das famílias Phyllostomidae (92,6%) e Vespertilionidae (7,4%). As espécies mais abundantes foram Artibeus lituratus (42,6%) e Sturnira tildae (37,3%). Ainda que as amostragens não tenham terminado é possível identificar uma semelhança com outros estudos, já que essas espécies são bastante comuns em meio urbano, devido à facilidade para encontrar abrigos e alimentos.

Palavras-chave: Fragmentação, Diversidade, Chiroptera

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O malathion é um inseticida organofosforado neurotóxico, de importância agrícola e médico-veterinária, que pode atingir corpos hídricos e afetar a biota. O objetivo deste trabalho foi avaliar os efeitos do malathion em quatro estágios do desenvolvimento de Chironomus sancticaroli (Diptera: Chironomidae) através da quantificação da enzima acetilcolinesterase (AChE). Os organismos utilizados foram provenientes da colônia do Laboratório de Entomologia Médica e Veterinária (LEMV) da Universidade Federal do Paraná (UFPR), mantida em sala de criação com temperatura e fotoperíodo controlados. Foram realizados bioensaios de toxicidade aguda (48h) com 9 concentrações do inseticida e réplicas do controle, para a calibração da faixa letal. A partir dos resultados destes bioensaios foram calculadas as concentrações letais (CLs). A partir desses dados, e da legislação ambiental, foram escolhidas as concentrações 0,100; 10,064 e 17,270 µg/l (CONAMA, CENO e CL2, respectivamente) para a realização de 2 bioensaios de toxicidade crônica, com duração de 14 dias. Esses bioensaios foram realizados em recipientes de 1,8L, com 80 larvas de 1º ínstar em cada e réplicas para o controle água, controle solvente, CONAMA, CENO e CL2. Estes recipientes foram mantidos em câmara de germinação tipo BOD com temperatura e fotoperíodo controlados e foram retiradas larvas de 3ºinstar final/4º instar inicial, de 4º instar final, pupas, machos e fêmeas, totalizando 500 organismos analisados, sendo 20 de cada estágio por concentração. Para os ensaios enzimáticos foram utilizados o método baseado em Ellman et al. (1961) modificado para microplaca por Silva de Assis (1998) para a AChE e o de Bradford (1976) para a quantificação das proteínas totais de cada organismo. Como resultado foram obtidas as seguintes médias das atividades enzimáticas, em ordem de concentração, respectivamente, expressas em mmol/mg ptn/min: 101,9; 128,8; 101,5; 91,3 e 123,6 das larvas de 3º/4º instar; 184,2; 237,7; 246,4; 237,5 e 208,1 das larvas de 4º instar; 183,9; 276,6; 266,4; 234,5 e 268,6 das pupas; 187,9; 293,7; 346,9; 296,3 e 280,3 das fêmeas; e 227,9; 245,9; 385,6; 293,3 e 219,6 dos machos. Foi encontrado, nas fêmeas, um aumento significativo do controle solvente e concentrações se comparados com o controle água, e os machos apresentaram aumento significativo principalmente para o CONAMA se comparado ao controle água. Os resultados indicam que a exposição ao malathion, nessas concentrações, não altera a atividade da AChE nos diferentes estágios do ciclo de vida de Chironomus sancticaroli, exceto nos machos.

Palavras-chave: Chironomidae, Diptera, Ecotoxicologia

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O objetivo deste trabalho foi analisar os himenópteros coletados em diferentes áreas, datas e cores de pratos-armadilha em fragmentos de floresta estacional semidecidual. Este estudo foi realizado na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de Palotina, no oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais, sendo que um deles é uma RPPN (Área 1), com um perímetro de 11,08 km. As outras áreas com 3,13 km (área 6), 3,48 km (área 7), 1,62 km (área 8) e 0,709 km (área 9). As cores de pratos-armadilhas utilizadas foram as cores azul e amarelo, sendo dispostos uma vez a cada mês durante o dia todo. A número de pratos dispostos foi proporcional ao tamanho de cada área de amostragem e são colocados a uma distância de 5 a 10m sendo: área 1 com 110 pratos, área 7 com 34, área 6 com 32, área 8 com 16 e área 9 com 8, totalizando 200 pratos, as cores dos pratos foram dispostas alternadamente. Até o momento as coletas foram realizadas uma vez a cada mês totalizando 10 coletas (agosto de 2012 a maio de 2013). Foram amostradas 10 famílias, número total de indivíduos coletados foi de 595. Crabronidae apresentou o maior número de indivíduos (358), seguido por Pompilidae (155), Vespidae (34), Formicidae (18) Mutillidae (13), Chrysididae (5), Tiphiidae (5), Sphecidae (4), Scoliidae (1), Chalcididae (1). Nos pratos de cor azul foram coletados 149 indivíduos, nos pratos de cor amarela 446, indicando uma preferência pela cor amarela. Houve variação na quantidade de indivíduos coletados por dia, sendo que em novembro foi coletado o maior número de indivíduos (176), seguido por dezembro (90), fevereiro (72), março (58), abril (56), janeiro (39), maio (36), outubro (36), setembro (23), agosto (13). A diferença nos números de indivíduos coletados pode estar relacionada à condição climática do dia de amostragem e ao período do ano em que a coleta foi realizada. O número de indivíduos por área foi: área 1 (312), área 6 (113), área 7 (89), área 8 (32) e área 9 (39). A riqueza de famílias entre as áreas foi proporcional ao seu tamanho, maiores áreas (1,6,7) apresentaram maior riqueza. Mas o número de indivíduos coletados por prato foi maior na menor área, podendo ser explicado pelo aumento da dominância de uma família em uma pequena área.

Palavras-chave: Apocrita, Fragmentação, Diversidade

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O objetivo deste trabalho foi comparar a captura de abelhas Euglossina em cinco fragmentos de Floresta Estacional Semidecidual, utilizando garrafas-armadilha. Estas armadilhas são compostas por garrafas pet (500mL), com duas aberturas laterais e cotonetes embebidos em cineol para atração das abelhas. Este estudo foi conduzido na Fazenda Assú, uma propriedade privada à 20km de Palotina, no oeste paranaense. Foram escolhidos cinco fragmentos florestais circundados por agricultura, sendo um deles uma RPPN (área 1), com um perímetro de 11,08 km. As outras áreas possuem 3,13km (área 6), 3,48km (área 7), 1,62km (área 8) e 0,709km (área 9). As amostragens começaram em agosto de 2012, totalizando, até agora, 11 coletas. Em cada coleta foram instaladas 40 garrafas, distribuídas em função do tamanho das áreas, sendo 22 garrafas na área 1, seis na área 6, sete na área 7, três na área 8 e duas na área 9. Em onze amostragens, 376 indivíduos foram coletados, sendo Euglossa o gênero mais amostrado com 271 espécimes. A espécie mais abundante foi Euglossa fimbriata (144), seguida de Eulaema nigrita (49), Euglossa cordata (39), Eufriesea violácea (34), Euglossa annectans (19) e Euglossa pleosticta (3). O mês com maior captura foi de janeiro de 2013, com 42 indivíduos e seis espécies. Independentemente dos meses de amostragem, a área com maior taxa de captura foi a Área 1 (RPPN) e as áreas com maior riqueza de espécies foram a 1 e 6. Os meses com maior número de espécies foram outubro e novembro, devido a presença de Eufriesea violacea, uma espécie com atividade restria à primavera. Na área 1 foram encontrados em média 0,87 indivíduo por armadilha e o total de 6 espécies, na área 6, 0,77 indivíduo e 6 espécies, na área 7, 0,88 indivíduo e 5 espécies, na área 8, 0,81 indivíduo e 5 espécies e na área 9 em média 0,86 indivíduo e o total de 4 espécies. As armadilhas amostraram cerca de um indivíduo por garrafa, com exceção das áreas 6 e 8 (tamanhos intermediários) que amostraram menos. Quanto ao número de espécies em cada área, este ficou entre quatro e seis espécies, sendo que a área de menor perímetro amostrou o menor número que as demais. Desta maneira percebe-se que, com o maior perímetro da área, parece haver uma leve tendência ao aumento do número de espécies, mas uma estabilização da taxa de captura de indivíduos.

Palavras-chave: Diversidade, Euglossina, Fragmentação

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Devido à propagação da agricultura, pecuária e edificação de barragens, a bacia do Alto Rio Paraná dispõe de poucos ambientes ainda em estado original. Em decorrência disso, as populações do pintado, Pseudoplatystoma corruscans, maior bagre da região, têm sofrido alto risco de impacto, com consequentes prejuízos econômicos e ecológicos. O pintado é um peixe migrador, comportamento esse que permite ao animal a busca por um ambiente com melhores condições, auxiliando assim sua sobrevivência, dispersão e abundância. Peixes migradores usam trechos bastante extensos de rio para realizar seu ciclo de vida, com áreas de alimentação e reprodução distintas. Portanto, espécies migradoras apresentam maior vulnerabilidade à fragmentação do hábitat decorrente de construção de reservatórios na calha dos rios. Esse fator torna-se mais agravante sobre populações de bagres se essas espécies realizarem homing. Tal comportamento tem sido sugerido para P. corruscans e outros grandes bagres neotropicais, ainda que nenhum estudo tenha testado tal hipótese com metodologia robusta e objetiva. A coleta de material de animais adultos de grande porte é difícil (com consequente impacto no tamanho amostral) e a amostragem para testar homing deve ser realizada em local e período reprodutivo específico, os quais são geralmente desconhecidos. Portanto, o projeto sugere a utilização de larvas como proxy da estrutura do pool reprodutivo de cada tributário. Após a reprodução, ovos e larvas são carregadas unidirecionalmente no rio, sendo possível amostrá-las na desembocadura dos tributários, diminuindo as coletas ao longo das calhas e a necessidade de coleta de tecido de peixes adultos. A coleta de larva é intuitivamente mais econômica por maximizar o número amostral. Larvas de diferentes tributários e da calha principal do Alto Rio Paraná serão coletadas, identificadas através da técnica de código de barras genético, genotipadas para marcadores microssatélites e análises genéticas possibilitarão testar o comportamento de homing em P. corruscans. A hipótese de presença de homing poderá ser corroborada caso seja confirmada a estruturação genética entre as populações dos tributários com mistura de populações na calha principal do rio. O projeto visa produzir conhecimentos para auxiliar o estabelecimento de estratégias de conservação e manejo dos estoques naturais de grandes bagres neotropicais.

Palavras-chave: Pseudoplatystoma corruscans, Homing, Microssatélites

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O estresse faz parte da vida e a necessidade de adaptar-se causa alterações neuroendócrinas e fisiológicas importantes. O estresse no periparto é capaz de interferir de modo permanente no comportamento, regulação neuroquímica, ansiedade, emocionalidade e cognição. Todavia há dúvidas sobre os efeitos tardios e permanentes gerados pelo estresse na gestação. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do estresse na gestação e no periparto sobre a ansiedade de ratos Wistar do nascimento até o 90° dia de vida. Para tanto, foram utilizadas 20 ratas prenhes, divididas em cinco grupos experimentais: G1- sem estresse; G2- estresse do 3° ao 12° dia de gestação (a cada 48h, a rata foi submetida a nado forçado em água morna por 60seg e deixada por três horas em isolamento sob claridade); G3- estresse do 12° ao 21° dia de gestação (manejo idem G2); G4- estresse no periparto (do 3° ao 21° dia de vida, a ninhada foi separada da mãe e mantida sob claridade por 3 horas); G5- estresse do 3° ao 21° dia de gestação e do 3° ao 21° dia de periparto. No 30° (T1), 60° (T2) e 90°(T3), os 160 filhotes foram avaliados quanto à ansiedade, utilizando-se do labirinto em cruz elevado, que é uma metodologia internacional. Neste teste, cada animal foi individualmente colocado no centro de uma estrutura em cruz, elevada a 60 cm do solo, composta por dois braços abertos perpendiculares e dois braços fechados. Houve videogravação por 5 minutos e avaliou-se a latência para iniciar a movimentação, tempo de permanência nos braços abertos/fechados, grooming nos braços abertos/fechados, número de vezes que o animal se levantou nos braços abertos/fechados, número de vezes que o animal urinou e/ou defecou nos braços abertos/fechados. Os dados foram analisados por ANOVA de uma via seguido do teste de Tukey (p<0,05). Não houve diferença significativa entre os grupos na latência para se movimentar. Os animais permaneceram mais tempo nos braços fechados; em T2 e T3, os filhotes de G2 e G5 permaneceram mais tempos nos braços abetos que em T1. Os animais de levantaram e realizaram grooming apenas nos braços fechados, sendo que os animais de G3, G4 e G5 levantaram mais vezes em todos os momentos de avaliação. O número de vezes que os animais urinaram e/ou defecaram sofreu pouca alteração, porém os valores apresentados em G2 foram mais elevados. De maneira geral, os filhotes de G1 e G2 apresentaram tendência a maior número de sinais indicativos de ansiedade. Conclui-se que o estresse na segunda metade da gestação e/ou no periparto reduz a ansiedade de filhotes de ratos Wistar.

Palavras-chave: Ansiedade, Estresse, Filhotes

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O estresse faz parte da vida e a necessidade de adaptar-se promove alterações neuroendócrinas e fisiológicas importantes. O estresse no periparto é capaz de interferir de modo permanente no comportamento, regulação neuroquímica, ansiedade, emocionalidade e cognição. Todavia persistem dúvidas sobre os efeitos tardios e permanentes gerados pelo estresse na fase gestacional. Assim, o objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito do estresse na gestação e no periparto sobre o aprendizado e memória espacial de ratos do nascimento até o 90° dia de vida. Para tanto, foram utilizadas 20 ratas Wistar prenhes que foram divididas em cinco grupos experimentais: G1- sem estresse; G2- estresse do 3° ao 12° dia de gestação (a cada 48h, a rata foi submetida a nado forçado em água morna por 60seg e deixada por três horas em isolamento sob claridade); G3- estresse do 12° ao 21° dia de gestação (manejo idem G2); G4- estresse no periparto (do 3° ao 21° dia de vida, a ninhada foi separada da mãe e mantida sob claridade por 3 horas); G5- estresse do 3° ao 21° dia de gestação e do 3° ao 21° dia de periparto. No 30° (T1), 60° (T2) e 90°(T3), os 160 filhotes foram avaliados quanto ao aprendizado e memória espacial, utilizando-se do labirinto aquático de Morris, que é uma metodologia aceita internacionalmente. Neste teste, cada animal é individualmente colocado em uma piscina de 150cm de diâmetro, 50cm de altura e com 30cm de água morna, na qual é acrescido leite em pós para garantir turbidez. Uma plataforma transparente é colocada em um quadrante pré-determinado, a 1cm abaixo do nível da água. Ao lado da piscina há figuras geométricas que permitem o mapeamento espacial do ambiente. No mesmo dia, cada animal passa por quatro sessões de treino e um teste final, sendo o tempo de corte de cada sessão de 1 minuto. O teste final foi videogravado e foram avaliados: o tempo que o animal permaneceu no quadrante onde estava a plataforma (TQ); e o tempo necessário para subir na plataforma (TP). Os dados foram analisados por ANOVA de uma via seguido do teste de Tukey (p<0,05). Os animais de G3, G4 e G5, em T1, levaram mais tempo para subir na plataforma, porém em T2 e T3 os tempos foram significativamente menores, mesmo quando comparados a G1 e G2. Em G1 e G2, os tempos mantiveram-se estáveis durante T1, T2 e T3. Quanto a TQ, os animais de G3, G4 e G5 apresentaram tempos menores que nos grupos G1 e G2, em todos os momentos de avaliação. Conclui-se que o estresse na segunda metade da gestação e/ou no periparto aumenta o aprendizado e a memória espacial de filhotes de ratos Wistar.

Palavras-chave: Cognição, Estresse, Filhotes

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Estudos de comportamento dos animais visitantes florais são de grande importância para a compreensão dos sistemas de polinização. Muitas flores apresentam características específicas utilizadas para atrair certos tipos de polinizadores. Entre estas características estão a forma e a simetria floral. Estudos sobre preferência de formas florais em abelhas se restringem a Apis mellifera e ao gênero Bombus, não sendo conhecido o comportamento de abelhas nativas sem ferrão da subtribo Meliponina. Buscando aumentar o conhecimento nesta área foi investigada a preferência por simetria floral de operárias forrageiras da espécie Melipona mondury, por meio de flores artificiais. Flores artificiais com simetria radial e bilateral foram confeccionadas em papel cartão roxo, com uma abertura central na qual se encaixou um tubo eppendorf preenchido com solução de sacarose 50%. Um suporte retangular de papel cartão verde escuro foi confeccionado para a fixação das flores artificiais. Inicialmente algumas abelhas foram submetidas ao seguinte treinamento: uma operária saindo de sua colméia era capturada e levada ao local do teste, onde lhe era apresentada um alimentador com solução sacarose 50%. As abelhas que retornavam ao local e se alimentavam da solução eram marcadas e utilizadas no experimento de escolha. Para as abelhas marcadas eram oferecidas quatro flores artificiais, sendo duas radiais e duas bilaterais, apresentadas ora na posição vertical, ora na horizontal. Foram utilizadas vinte e quatro abelhas em cada uma das posições, cada uma realizando dezesseis escolhas. Foi registrado o número de aproximações de cada abelha em cada categoria de simetria nas duas posições. As abelhas apresentaram uma preferência significativa por flores bilaterais na posição horizontal (teste t, t= 2,85, p<0,01) e por flores radiais na posição vertical (teste t, t= -3,81, p<0,001). Essa diferença pode ser explicada pela necessidade das abelhas por uma área de pouso na posição vertical, a qual é maior e mais homogênea em relação ao centro da flor naquelas com simetria radial. Para a preferência reversa na posição horizontal, é possível que o maior contraste da borda das flores bilaterais com o suporte tenha facilitado a localização do centro da flor pelas abelhas.

Palavras-chave: Comportamento, Meliponina, Morfologia floral

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Hymenoptera é considerada uma das ordens megadiversas de insetos englobando grupos de grande importância ecológica e econômica. Dentre os himenópteros, as formigas se destacam por representarem a única família em que todas as espécies são verdadeiramente sociais. As formigas constituem uma das famílias de insetos mais comuns e biologicamente heterogêneas, com destacada importância ecológica, econômica e sanitária. De acordo com o último catálogo taxonômico publicado, Formicidae soma 21 subfamílias, englobando aproximadamente 12.800 espécies descritas em cerca de 310 gêneros até o ano de 2013. Atualmente são reconhecidas 15 subfamílias, 104 gêneros e cerca de 2.500 espécies para a fauna brasileira. Por ser um país de dimensões continentais, inventários sobre a diversidade de organismos no Brasil podem ser mais bem sucedidos se conduzidos no âmbito das regiões políticas do país. Inventários de espécies para diferentes estados têm se mostrado uma fonte de informação importante para distintas áreas de estudo e para a composição de um panorama geral da fauna e flora do país. Consequentemente, o mesmo se aplica a inventários focados na mirmecofauna. O conhecimento sobre o número e distribuição de espécies de formigas do Paraná é marcadamente superficial quando comparado ao de estados vizinhos, como SC e SP, por exemplo. Dessa forma, o objetivo do presente trabalho é a confecção de um inventário atualizado das espécies de formigas encontradas no estado do Paraná. A lista está sendo elaborada com base no levantamento de artigos que levem em consideração diferentes aspectos da mirmecofauna do estado aplicados para fins ecológicos, comportamentais ou taxonômicos. Ainda, expedições recentes de coleta e o exame do material depositado na Coleção Entomológica Pe. J. S. Moure da UFPR compõem o banco de dados do presente inventário. O estudo apontou a presença de 11 subfamílias de formigas no Paraná, das 15 conhecidas para o Brasil, a saber: Amblyoponinae, Cerapachyinae, Dolichoderinae, Ecitoninae, Ectatomminae, Formicinae, Heteroponerinae, Myrmicinae, Ponerinae, Proceratiinae e Pseudomyrmecinae. Neste momento o trabalho segue com o levantamento dos gêneros e espécies de formigas do Paraná. Além da lista atualizada, o estudo apresentará um mapa indicando a distribuição das localidades com registros de coleta de formigas no estado. Através deste estudo será possível indicar áreas prioritárias para coleta, a fim de aperfeiçoar o banco de dados sobre a mirmecofauna paranaense que servirá de suporte para estudos em diferentes áreas do conhecimento.

Palavras-chave: Mirmecofauna, Inventário, Distribuição

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Cyclocephala Dejean, 1821 é um gênero com algumas espécies consideradas pragas e outras de importância na polinização, com mais de 350 espécies descritas (Ratcliffe & Cave 2009). O grupo “latericia” é formado por 10 espécies, Cyclocephala ohausiana, C. cearae e C. latericia descritas por Höhne (1923) e mais sete espécies novas, com distribuição conhecida para o Brasil, excetuando-se C. latericia. Para a definição do grupo “latericia” foram analisadas mais de 50 espécies do gênero. O grupo pode ser diagnosticado pela seguinte combinação de caracteres: Corpo curto, oval (13-25 mm); pronoto globoso, mais largo que longo, com as laterais arredondadas; pronoto marrom-amarelado e élitros variando de marrom-amarelado à negro; clípeo com as bordas laterais subparalelas, superfície sem tubérculos; distância entre o dente basal e o mediano das tíbias anteriores dos machos maior que a distância entre o dente mediano e o dente apical; fêmeas com três dentes bem desenvolvidos; tíbias médias e posteriores com o ângulo externo projetado até metade do primeiro tarsômero; edeagos simétricos, alongados e curvos, com falobase achatada dorso-ventralmente; e parâmeros arredondados, com o ápice afilado e projetado. Cyclocephala cearae, que apresentava dúvidas quanto a sua validade é definida como espécie distinta das demais, pois apresenta caracteres únicos e está restrita ao Nordeste do Brasil, e tem distribuição simpátrica com uma espécie do Maranhão. Cyclocephala ohausiana se distribui no Cerrado de GO, MG, MT e SP e tem distribuição simpátrica com duas espécies novas. As populações definidas como C. latericia são de pelo menos seis espécies distintas, todas novas, uma restrita à região Sul, três para a região Norte e duas outras das áreas de Cerrado. Ficou definido que Cyclocephala latericia não possui distribuição para o Brasil. As principais características para separar as espécies do grupo são: número, posição e forma dos dentes das maxilas; forma e pontuação do mento; forma dos parâmeros; forma da epipleura elitral das fêmeas; pontuação do pronoto e élitros; forma das tíbias anteriores; pilosidade da superfície dorsal do corpo. Foram realizadas sete novas descrições de espécies do Brasil (Pará; Rondônia; Acre; Maranhão; Goiás; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; Minas Gerais; Santa Catarina; Paraná; e São Paulo), e três redescrições do Brasil e Bolívia (Rio Grande do Norte; Pernambuco; Ceará; Alagoas; Mato Grosso; Mato Grosso do Sul; e Minas Gerais) e (Santa Cruz de La Sierra).

Palavras-chave: Entomologia, Taxonomia, Região Neotropical

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Staphylinidae é a família mais diversa dentro de Coleoptera e Aleocharinae é o maior grupo monofilético conhecido, no qual Aleochara é o gênero tipo da subfamília e foco principal do presente projeto. Aleochara é um grupo formado por mais de 450 espécies e pode ser encontrado em quase todo o mundo. O hábito ectoparasitóide da larva e predador ativo dos adultos torna este táxon um regulador natural das populações de moscas, possuindo potencial para estudos em entomologia forense. A entomologia forense é a ciência que aplica os estudos dos insetos aos procedimentos legais, entre eles, os relacionados à investigação de crimes contra pessoas vítimas de morte violenta. Os peritos devem identificar as diferentes espécies que habitam uma cena de crime, para isso utilizam chaves de identificação que podem ser descritivas ou pictóricas. A chave pictórica possui o objetivo de facilitar o processo de identificação, pois além das características descritivas morfológicas, ela está complementada com ilustrações das estruturas descritas em cada item. Com isso, o presente trabalho tem por objetivo desenvolver uma chave de identificação pictórica de indivíduos adultos de Aleochara da região neotropical com possível interesse forense, com o intuito de facilitar o trabalho prático dos peritos forenses. Para a confecção da chave pictórica foram selecionadas as quatro espécies que até o momento são indicadas como de potencial forense. Todas as espécies foram dissecadas e algumas estruturas desenhadas utilizando microscópio estereoscópio Nikon SMZ 1000 com câmara-clara acoplada. Fotos de estruturas também foram realizadas utilizando o mesmo equipamento com captura de imagem acoplada. A chave foi confeccionada com três passos dicotômicos utilizando caracteres do mesosterno, edeago, espermateca e coloração. As espécies utilizadas são Aleochara (Xenochara) sp. que possui como característica diagnostica a presença de uma carena no mesosterno, enquanto A. bonariensis com coloração castanho-amarelado e A. pseudochrysorrhoa e Aleochara sp. diferem apenas no formato do edeago.

Palavras-chave: Taxonomia, Coleoptera, Identificação

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Aristolochia gigantea Mart & Zucc (Aristochiaceae) é a maior flor nativa e endêmica encontrada em três biomas brasileiros: Mata Atlântica, Cerrado e Caatinga, onde possui distribuição da Bahia ao Paraná. Espécie provavelmente polinizada por moscas atrai também outros grupos de insetos, entre eles Coleoptera. Entre os coleópteros que ocorrem em A. gigantea estão as espécies da subfamília Aleocharinae, pertencente à família Staphylinidae. As espécies da subfamília são encontradas em quase todas as regiões do mundo e estão entre os predadores generalistas mais abundantes de uma comunidade, contudo existem espécies com hábitos alimentares especializados, as quais habitam ninhos de insetos sociais, fungos e flores. Ctenopeuca romani Bernhauer, 1928 está entre os aleocarines que podem possuir hábito alimentar especializado, fitófago, ou estar ocorrendo na flor para a predação das moscas polinizadoras. A espécie foi registrada pela primeira vez em 1928 em flores de A. gigantea no estado da Bahia. A redescrição de espécies, principalmente de Aleocharinae, é necessária uma vez que este grupo é um dos mais difíceis de Coleoptera do ponto de vista taxonômico. Assim, o presente estudo redescreveu detalhadamente a espécie C. romani com ilustrações de diversas estruturas diagnósticas do gênero e da espécie. O material analisado foi coletado em A. gigantea no estado da Bahia, na data de 21/10/2010. Para realização dos estudos, seguiu-se a metodologia tradicionalmente utilizada para o estudo taxonômico de Staphylinidae. As microdissecações e ilustrações foram realizadas sob esteroscópio Nikon SMZ1000 com câmara clara e câmera digital acoplada e microscópio óptico Motic BA310 com câmera digital acoplada. A versão final dos desenhos e fotos foi preparada usando Adobe Photoshop CS3, versão 10.0. Ctenopeuca romani possui coloração que varia do amarelo-escuro ao marrom-escuro, pontuações visíveis no pronoto e élitro, metacoxa com um espinho na margem baso-external, o macho possui como característica marcante uma fileira de espinhos na região dorso-apical dos segmentos 3 e 4 e um único espinho na margem apical do segmento 7 do abdômen, lobo médio do edeago com base bulbosa e ápice na metade apical agudo. A fêmea é similar ao macho, exceto pela ausência de espinhos na região dorso-apical dos segmentos 3, 4 e 7 do abdômen e a espermateca possui formato de “L” com cápsula esférica e base curvada.

Palavras-chave: Entomologia, Staphylinidae, Taxonomia

RESUMO

Coccidulinae é formada por coccinelídeos predadores de afídeos (Hemiptera, Aphididae). Um grande número de caracteres são compartilhados pelos componentes dessa subfamília, porém a antena curta e o palpo maxilar fortemente securiforme e de lados paralelos parecem mostrar a verdadeira sinapomorfia para a mesma. Dentre os Coccidulinae, Exoplectrini foi reconhecida incluindo 10 gêneros distribuídos mundialmente, porém atualmente a tribo passou a ser denominada Chnoodini incluindo os gêneros Chnoodes, Aulis, Coeliaria e Exoplectra. O objetivo deste trabalho foi estudar a morfologia de representantes das espécies dos quatro gêneros com distribuição Neotropical, a fim de levantar novos caracteres que auxiliem na distinção e reconhecimento dos mesmos. Os exemplares foram desenhados, fotografados e dissecados visando um estudo detalhado da morfologia. O material utilizado pertence à Coleção Entomológica Pe. J. S. Moure e Smithsonian Institution, Washington, USA. Os gêneros da tribo compartilham os seguintes caracteres: Corpo pubescente; clípeo expandido lateralmente; olhos recortados pela gena; antenas curtas e clavadas com 8 a 11 artículos com a inserção parcialmente escondida; mandíbulas assimétricas; palpos maxilares fortemente securiformes; abdome com 6 segmentos. Chnoodes caracteriza-se por apresentar as tíbias angulosas na margem externa, o pronoto subsinuoso ou pouco subsinuoso na base; as epipleuras sem fóveas ou com fóveas leves, o abdome com cinco esternitos e um sexto vestigial. Aulis apresenta o corpo com pelos muito longos e eriçados; pernas com tíbias finas e sem projeções. Coeliaria caracteriza-se pelo hipômero com fóvea profunda; antenas com 10 artículos; epipleura larga e sem fóveas; tíbias com dentes laterais agudos e garras tarsais bífidas com dentes longos. Exoplectra caracteriza-se pelas antenas com 11 artículos; epipleura com fóvea pouco profunda para encaixe dos fêmures posteriores; tíbias com dentes laterais agudos ou obtusos. As ilustrações e descrições estão sendo finalizadas e o estudo das espécies tipo será importante para a finalização do trabalho.

Palavras-chave: Morfologia, Taxonomia, Neotropical

RESUMO

Staphylinidae é uma família de Coleoptera com potencial interesse forense por possuir espécies de hábito necrófilo. As larvas de Aleochara possuem hábito parasitóide e os adultos predadores e por isso suas espécies são importantes como reguladores naturais de moscas, sendo, portanto relevantes em estudos ecológicos, de controle biológico e em entomologia forense. Aleochara pseudochrysorrhoa Caron, Mise & Klimaszewski, 2008, se destaca por ser abundante em carcaças suínas na região de Curitiba. Assim, o objetivo deste estudo foi analisar seus parâmetros biológicos ainda não conhecidos, bem como adequar uma metodologia para sua criação. Estes experimentos têm sido conduzidos desde 2012 quando os exemplares foram coletados. Os adultos são alimentados com larvas e os imaturos com pupas de Sarconesia chlorogaster (Wiedemann, 1831) (Diptera). Como substrato para oviposição e manutenção da umidade foi utilizada terra vegetal e os indivíduos são acondicionados em câmara climatizada com temperatura de ±25°C, umidade relativa de ±70% e fotofase de 12 horas. O ciclo de vida dura cerca de 30 dias: oviposição à eclosão dos ovosquatro dias; busca pelo pupário hospedeiroaté dois dias (caso não encontre o pupário em tempo hábil a larva morre); fase parasitóideoito dias (durante esta fase a larva sofre duas mudas, emergindo como larva de 3º instar); formação da câmara pupalum dia; fase de pupa no solo20 dias, quando então um adulto emergirá do solo completando o ciclo. Porém, houve algumas incongruências entre os resultados obtidos quanto à duração dos instares, com variações na duração do ciclo de 29 a 35 dias. Devido a isso novas replicas estão sendo realizadas com intuito de aprimorar os dados obtidos e estabelecer com maior confiabilidade a duração de cada instar. Serão analisados dez descendentes por casal de um total de 10 casais, totalizando 100 replicas. Estas também serão importantes para obtenção de outras informações relevantes acerca do comportamento da espécie, assim como algumas inferências quanto à proporção de machos e fêmeas.

Palavras-chave: Entomologia Forense, Fauna de Coleoptera, Fauna Necrófila

RESUMO

Análises histopatológicas em peixes têm sido reconhecidas como ferramentas muito úteis no estudo e diagnóstico de efeitos agudos e crônicos provocados por diversos grupos de poluentes. Entretanto, as diferentes metodologias de interpretação dos resultados das análises histopatológicas utilizadas podem dificultar a comparação de resultados de diferentes trabalhos. Com o objetivo de comparar duas metodologias de avaliação de impacto histológico, uma proposta por Bernet (1999) e outra por Cardoso (2003), exemplares de Rineloricaria sp., foram coletados em dois rios da região de Morretes/PR. Um dos rios apresenta histórico de contaminação ambiental por diesel (Rio Sagrado) e outro apresenta características semelhantes, porém, sem contaminação pretérita (Rio Marumbi). In loco, os peixes foram submetidos à secção medular e posteriormente fixados em Solução de Davidson. Os peixes foram levados ao laboratório e, após 48 horas, tiveram seu fígado extraído. O material coletado foi então submetido a processamento histológico e secção em micrótomo rotativo (5?m). As lâminas histológicas permanentes foram coradas com Hematoxina de Harris e eosina (HE), sendo posteriormente fotomicrografadas e analisadas em microscópio óptico, com auxílio do software Leica Qwin Lite V.2.4. Ao todo, foram coletados 223 exemplares de Rinelocaria sp., sendo que uma lâmina permanente foi confeccionada para cada animal. Cada lâmina teve cinco campos fotomigrografados, totalizando 1115 fotomicrografias. Após a análise, feita por um observador treinado, os resultados das alterações observadas nos diferentes rios foram comparadas estatisticamente. Tanto para Bernet quanto Cardoso, houve diferença significativa nas alterações hepáticas observadas (P<0,003 e P<0,00001, respectivamente) evidenciando que com a utilização de ambas as metodologias obtém-se o mesmo resultado. Porém, do ponto de vista operacional, a aplicação da metodologia de Cardoso é mais rápida e fácil, quando comparada a de Bernet, que considera a severidade da lesão e avalia o escore da alteração que, por sua vez, deve ser atribuído pelo observador. Cardoso utiliza medições padronizadas das áreas lesionadas através de um software e, apesar de não considerar a severidade da lesão e sim a sua ocorrência e prevalência, pareceu ser a metodologia mais segura.

Palavras-chave: Avaliação de Impacto, Histopatologia, Fígado

RESUMO

As regiões neotropicais são as regiões que comportam a maior riqueza em espécies de pequenos mamíferos, desta forma os inventários deste grupo são de extrema importância para a compreensão da biodiversidade atual. Atualmente existem diversas iscas que são utilizadas na captura destes mamíferos, porém nas regiões de floresta ombrófila densa é incipiente a existência de estudos sobre a quantificação da eficácia destas iscas. Por tais motivos, este trabalho busca o aprimoramento destes métodos para qualificar as expectativas de capturas de pequenos mamíferos, correlacionando com o tamanho e o tipo da armadilha utilizada, sendo também possível explorar a efetividade de diversas iscas, avaliando a variedade de espécies capturadas com cada tipo de isca e de armadilha, compreendendo a preferência do animal, constituindo um chamariz mais aplicável para cada espécie, ampliando a riqueza de espécies obtida para a área. Para este trabalho serão analisados três ambientes diferentes localizados na Baía de Guaratuba, na localidade conhecida como Cabaraquara. O estudo terá início em julho de 2013 por meio de uma fase de campo piloto para testar e aprimorar o método. Serão utilizadas 180 armadilhas, distribuídas em intervalos de 10m, ao longo de três eixos longitudinais divididos em 5 linhas cada, utilizando armadilhas do tipo tomahawk (pequena: 30 x 9 x 9 cm, média: 30 x 17,5 x 15,5 cm, grande: 45 x 17,5 x 15 cm) e sherman (pequena: 25 x 8 x 9 cm, média: 31 x 8 x 9 cm, grande: 43 x 12,5 x 14,5 cm). A atividade de campo durará cinco dias, sendo repetidos a cada dois meses. Em cada local, serão distribuídos 5 tipos de iscas (uma para cada linha), sendo elas: mel de jataí (Tetragonisca sp.) e pasta de amendoim; goiaba triturada e queijo parmesão ralado; banana, farinha de milho e sardinha; ovo cozido moído; e pequenos crustáceos e peixes. A partir das capturas será estabelecido um nível de significância entre as iscas utilizadas com as espécies encontradas, observando também a preferência do tamanho e tipo de armadilha. Desta forma será possível aferir estatisticamente a preferência de cada espécie, além das iscas e das armadilhas que obtém maior sucesso de captura em determinado ambiente. Embora o estudo não tenha sido iniciado, pretendemos utilizar alguns itens que representam uma nova formulação de iscas para captura de pequenos mamíferos, como o uso do mel de jataí, goiaba, e pequenos crustáceos. São itens encontrados nos ambientes a serem estudados, e espera-se que tenham efeito positivo influenciando a capturabilidade dos pequenos mamíferos na área avaliada.

Palavras-chave: Roedores, Iscas, Armadilhas

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As comunidades de borboletas (Hesperioidea & Papilionoidea) são frequentemente reconhecidas por sua sensível alteração frente a diferentes aspectos ambientais o que as torna um grupo eficaz na determinação de qualidade de hábitat e efeitos antropicos, auxiliando consequentemente na ação de políticas de conservação. Tendo em vista a diversidade geológica, climática e biológica do Paraná, o presente trabalho objetivou reconhecer os padrões de riqueza e composição de borboletas no estado, contribuindo assim para a otimização do seu sistema unidades de conservação. O presente estudo baseou-se em informações de distribuição coligidas durante mais de 70 anos de registros históricos, presentes em coleções entomológicas e em bibliografia. Os registros coligidos foram transformados em mapas cuja distribuição das espécies eram representadas através de cinco diferentes metodologias e três tamanhos de escala, representadas através de quadrículas. Os valores de riqueza e composição obtidos foram correlacionados com esforço amostral, topografia, clima, remanescentes florestais e unidades de conservação. Verificou-se uma distribuição heterogênea da riqueza e da composição ao longo do estado. Independente da escala, a riqueza e a composição se mostraram correlacionadas entre si, apesar de apontarem diferenças sobre seus fatores determinantes. Os padrões de distribuição de borboletas no estado do Paraná se mostram influenciados por fatores tanto fitofisiográficos como climáticos, indicando que alterações nesses fatores devem acarretar em mudanças na distribuição das espécies. Observou-se que as áreas de maior riqueza coincidem com aquelas com o maior tamanho de remanescentes florestais, embora tal correlação não esteja presente para unidades de conservação. Algumas áreas com maiores dissimilaridades de fauna são representadas apenas por pequenos fragmentos desconectados no noroeste. Tais resultados sugerem que o plano atual de unidades de conservação do estado é ineficaz para a manutenção de determinados grupos da fauna, e que implementações visando sua otimização podem ser realizadas em remanescentes desprotegidos.

Palavras-chave: Biodiversidade, Biogeografia, Conservação

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Para que o processo de reposição das áreas de floresta possa ocorrer, é fundamental o emprego de mudas de árvores nativas que venham a corresponder com a caracterização da biodiversidade original. Outro fator de extrema importância a ser considerado é a classificação e o empregado adequado das espécies arbóreas por grupo ou categoria sucessional. Pode-se classificar as espécies arbóreas em quatro categorias – pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas. Este projeto visa à caracterização morfológica e ecológica de mudas de espécies arbóreas pioneiras nativas usadas para recomposição da vegetação de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual. A metodologia a ser executada consistirá em selecionar nos viveiros municipais 30 mudas de três espécies pioneiras. Essas mudas serão identificadas por uma placa de alumínio numerada sequencialmente. Serão mensurados seus dados morfológicos: tamanho, circunferência ao nível do colo, número de folhas e área foliar total. O local de plantio será na área destinada a reposição florestal do Colégio Agrícola Adroaldo Augusto Colombo em Palotina-PR. O plantio será feito em covas de 20 x 30 cm dispostas em mosaico de forma a intercalar as espécies de diferentes grupos ecológicos. As remedições serão realizadas aos 30 dias para verificação da mortalidade das mudas, aos 60, 120, 180, 240 e 300 dias para mensuração das características morfológicas. Durante o período de desenvolvimento das plantas serão realizadas limpezas periódicas para eliminar as plantas invasoras que possam causar competição com as espécies arbóreas. Com os dados obtidos serão calculados os índices de mortalidade por espécie/grupo ecológico, incremento total em altura, em diâmetro, em número total de folhas e em área foliar. Ao término do projeto pretende-se com os dados coletados com o desenvolvimento das espécies a campo quais espécies que melhor se desenvolveram a campo tanto do ponto de vista morfológico quanto ecológico. Estas informações servirão para orientação de projetos de recomposição florestal na região de Palotina, PR.

Palavras-chave: Mudas Nativas, Categorias Sucessionais, Áreas Degradadas

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Frugivoria é uma relação mutualística importante para a conservação de áreas naturais, pois envolve o consumo e a dispersão de sementes de espécies vegetais. No entanto ainda existem poucos estudos sobre a utilização destes recursos em Floresta Estacional Semidecidual. O presente estudo teve como objetivos; (1) identificar as espécies de aves que se alimentam e usam como poleiro a espécie arbórea Trema micrantha (Grandiúva, Ulmaceae) e, (2) quantificar os principais comportamentos de obtenção dos frutos desta espécie nas bordas de fragmentos florestais da cidade de Palotina – PR. Foram observados 23 indivíduos de T. micrantha, no período de 05 de março de 2012 a 06 de Junho de 2013, entre 6h30 e 10h. Em 65 horas e 30 minutos de observações foram registradas 22 espécies de aves consumindo frutos (principalmente verdes) de T. micrantha, em 607 eventos. Também foram observadas outras 21 espécies de aves utilizando esta árvore como poleiro (465 visitas). As seguintes espécies foram observadas consumindo os frutos: Tangara sayaca (Sanhaço-cinzento, 24,7% do total dos eventos de consumo), Elaenia flavogaster (Guaracava, 21,8%), Dacnis cayana (Saí-azul, 12,9%), Myiozetetes similis (Bentevizinho-de-penacho-vermelho, 6,4%), Conirostrum speciosum (Figuinha-de-rabo-castanho 5,9%), Turdus leucomelas (Sabiá-barranco, 5,3%), Crotophaga ani (Anu, 4,8%), Pitangus sulphuratus (Bem-te-vi, 3,2%), Pipraeidea bonariensis (Saíra-viúva, 2,9%), Tyrannus melancholicus (Suiriri, 2,9%), Tersina viridis (Saí-andorinha, 2,3%), Empidonomus varius (Peitica, 1,9%), Elaenia sp. (1,8%), as demais espécies apresentaram menos de 1% do total de consumos cada. Foram registrados três comportamentos alimentares: PI (picking), a ave captura do fruto sob o poleiro sem estender o corpo; RE (reaching), a ave captura o fruto estendendo-se para baixo ou para cima do poleiro; HO (hovering), a ave captura o fruto em voo pairando brevemente em frente a ele. Destes, o comportamento de capturar o fruto sob o poleiro sem estender o corpo (PI) foi o mais usado pelas aves (57,8%). Os frutos da espécie arbórea Trema micrantha podem ser considerados bons recursos alimentares às aves da região, principalmente em estações com menor disponibilidade a alimento, considerando que esta espécie produz frutos durante todo o ano. Dessa forma, sugere-se que a espécie Trema micrantha seja mais utilizada em projetos de recuperação de áreas degradadas.

Palavras-chave: Trema micrantha, Frugivoria por Aves, Dispersão

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Um dos 25 hotspots para a conservação da biodiversidade mundial, a Mata Atlântica possui registro para ao menos 113 espécies de quirópteros. No Neotropico os morcegos podem corresponder a até metade da fauna de mamíferos em determinados ambientes possuindo papel importante na ocupação de diversos nichos tróficos e nas dinâmicas ambientais. O conhecimento acerca da quiropterofauna brasileira é considerado heterogêneo e fragmentado de modo que novos estudos podem contribuir para a melhor compreensão acerca desta ordem no Brasil. Desta forma, o objetivo deste estudo foi inventariar e conhecer a fauna de quirópteros da Floresta Estadual do Palmito (25º35’ S, 48º33’ W) (FEP), no município de Paranaguá, litoral do Paraná. A FEP possui como formação vegetal característica a Floresta Ombrófila Densa de Terras Baixas (FODTB) havendo também formações de Restinga (RES). Quatro fases de campo de seis noites foram realizadas entre os meses de dezembro de 2012 e maio de 2013 utilizando-se doze redes de neblina de dimensões 6 x 2,5 m posicionadas no sub-bosque totalizando 24 noites de amostragem e esforço total de 25920 m²/h. Foram amostradas três diferentes áreas dentro da FEP sendo duas localizadas em ambientes de FODTB e uma em RES. Cada área foi amostrada com duas noites por fase totalizando oito noites no total. Ocorreram 152 capturas sendo registrada na FEP a riqueza de 17 espécies de duas famílias e onze gêneros diferentes. O índice de diversidade de Shannon (H’) foi de 1,62 e a Equitabilidade (J) 0,57. De maneira geral a composição de espécies registrada na FEP se mostra semelhante àquela observada em ambientes similares no litoral do Paraná e na região sul do Brasil. Observou-se a predominância de indivíduos da família Phyllostomidae com 94% das capturas. Artibeus lituratus (Olfers, 1818) foi a espécie mais capturada com 57% das capturas (n = 87). Esta alta abundância pode estar relacionada com sua dieta generalista que possibilita maior plasticidade ecológica. Os morcegos de hábito alimentar frugívoro corresponderam a 90% das capturas. A alta incidência de espécimes desta guilda reflete a importância do grupo na dispersão de sementes e regeneração das florestas. Trabalhos como o presente estudo possuem elevada relevância por fornecerem dados sobre a composição de espécies destes ambientes possibilitando o auxilio na definição de ações conservacionistas. Maiores esforços amostrais, bem como amostragens em diferentes estratos vegetais, podem fornecer melhores informações acerca da composição da quiropterofauna da FEP.

Palavras-chave: Mata Atlântica, Quirópteros, Diversidade

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Para que o processo de reposição das áreas de floresta possa ocorrer, é fundamental o emprego de mudas de árvores nativas que venham a corresponder com a caracterização da biodiversidade original. Outro fator de extrema importância a ser considerado é a classificação e o empregado adequado das espécies arbóreas por grupo ou categoria sucessional. Pode-se classificar as espécies arbóreas em quatro categorias – pioneiras, secundárias iniciais, secundárias tardias e climácicas. Este projeto visa à caracterização morfológica e ecológica de mudas de espécies arbóreas pioneiras nativas usadas para recomposição da vegetação de remanescentes de Floresta Estacional Semidecidual. A metodologia a ser executada consistirá em selecionar nos viveiros municipais 30 mudas de três espécies de plantas secundárias iniciais. Essas mudas serão identificadas por uma placa de alumínio numerada sequencialmente. Serão mensurados seus dados morfológicos: tamanho, circunferência ao nível do colo, número de folhas e área foliar total. O local de plantio será na área destinada a reposição florestal do Colégio Agrícola Adroaldo Augusto Colombo em Palotina-PR. O plantio será feito em covas de 20 x 30 cm dispostas em mosaico de forma a intercalar as espécies de diferentes grupos ecológicos. As remedições serão realizadas aos 30 dias para verificação da mortalidade das mudas, aos 60, 120, 180, 240 e 300 dias para mensuração das características morfológicas. Durante o período de desenvolvimento das plantas serão realizadas limpezas periódicas para eliminar as plantas invasoras que possam causar competição com as espécies arbóreas. Com os dados obtidos serão calculados os índices de mortalidade por espécie/grupo ecológico, incremento total em altura, em diâmetro, em número total de folhas e em área foliar. Ao término do projeto pretende-se com os dados coletados com o desenvolvimento das espécies a campo quais espécies que melhor se desenvolveram a campo tanto do ponto de vista morfológico quanto ecológico. Estas informações servirão para orientação de projetos de recomposição florestal na região de Palotina, PR.

Palavras-chave: Mudas Nativas, Categorias Sucessionais, Áreas Degradadas

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Considerando que a vegetação ripária atua como amenizadora dos efeitos negativos provenientes do escoamento superficial, objetivou-se avaliar a efetividade de um corredor ecológico para a qualidade da água de um rio através da comunidade de macroinvertebrados bentônicos e das variáveis físicas e químicas da água. As coletas foram bimensais pelo período de um ano, com o amostrador Petersen modificado, em quatro pontos de coleta (P1 a P4) ao longo do rio São João, que liga uma Reserva Particular de Patrimônio Natural ao Parque Nacional do Iguaçu, através de um corredor ecológico. A microbacia do rio São João abrange uma área total de 77,75 km2, sendo que 92,98% desta microbacia estão representadas pela agricultura (44,11%) e pela mata nativa (48,87%). A análise de componentes principais (PCA) evidenciou que a distribuição dos pontos de coleta foram influenciados negativamente pelas variáveis nitrato, nitrito, ortofosfato, temperatura e condutividade elétrica (eixo 1) e para o segundo eixo foram associados positivamente a turbidez e negativamente o pH. A análise de variância entre os eixos da PCA e os pontos de coleta evidenciou que P1 diferiu de P2 e P3 e assemelhou-se quanto aos parâmetros selecionados pelo eixo 1 da PCA com o P4 (p<0,05). A área de drenagem para o P1 é representada por 87,57% de agricultura e para P4 constatou-se 22,30% do mesmo uso. Através da fauna bentônica observou-se maiores valores de riqueza, equitabilidade e diversidade para o ponto P2 ao passo que maiores abundâncias foram registradas nos pontos P1 e P4, especialmente representada pelos táxons Chironomidae, Oligochaeta e Coleoptera. Embora diferentes, os valores dos atributos da comunidade bentônica, entre os pontos de coleta e meses, não foram significativos estatisticamente. Este fato possivelmente está associado à mitigação dos impactos agrícolas pela área de mata nativa, especialmente no entorno da nascente no P1. Do P2 ao P3, a área de drenagem apresentou uma melhora na preservação do uso do solo, diminuindo em 44,41% a área agrícola e elevando em 47,93% a cobertura do solo para mata nativa. Considerando que os demais pontos de amostragem, com características de uso do solo muito semelhantes, não apresentaram alterações significativas na qualidade da água e na fauna bentônica, a influência da vegetação ripária e o seu papel como tampão ficou evidente, pois nestes pontos a maioria dos afluentes não é desprovida de vegetação no entorno. Assim, o corredor ecológico no entorno do rio São João configurou-se de extrema importância para a integridade do ecossistema aquático.

Palavras-chave: Ecossistema Aquático, Macroinvertebrados Bentônicos, Vegetação Ripária

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A vegetação do Estado sofreu desde meados do século XX com a ação antrópica em várias frentes e de diferentes maneiras reduziu as áreas ocupadas pela flora nativa e colaborou com o processo de extinção de suas espécies. No oeste paranaense a Floresta Estacional Semidecidual foi a que sofreu maior impacto por estar localizada numa região de alto potencial agrícola, o que acarretou em sua substituição progressiva, principalmente, pelas culturas do milho e soja. Para que o processo de reposição das áreas de floresta possa ocorrer, é fundamental o emprego de mudas de árvores nativas que venham a corresponder com a caracterização da biodiversidade original. Este projeto visa à caracterização morfológica e ecológica de mudas de espécies arbóreas nativas usadas para recomposição da vegetação em um remanescente de Floresta Estacional Semidecidual do Setor Palotina da Universidade Federal do Paraná. A metodologia a ser executada consistirá em selecionar nos viveiros municipais 50 mudas de espécies nativas. Essas mudas serão separadas por espécies e grupos ou categorias sucessionais. Toda muda será identificada por uma placa de alumínio numerada sequencialmente. Em seguida serão mensurados seus dados morfológicos: tamanho, circunferência ao nível do colo, número de folhas e área foliar total. O local de plantio será dentro da área do Setor Palotina da UFPR destinada aos projetos de restauração florestal. O plantio será feito em covas de 20 x 30 cm dispostas em mosaico de forma a intercalar as espécies de diferentes grupos ecológicos. As remedições serão realizadas aos 30 dias para verificação da mortalidade das mudas, aos 60, 120, 180, 240 e 300 dias para mensuração das características morfológicas. Durante o período de desenvolvimento das plantas serão realizadas limpeza periódicas para eliminar as plantas invasoras que possam causar competição com as espécies arbóreas. Com os dados obtidos serão calculados os índices de mortalidade por espécie/grupo ecológico, incremento total em altura, em diâmetro, em número total de folhas e em área foliar. Ao término do projeto será produzida uma lista com as espécies que melhor se desenvolveram a campo tanto do ponto de vista morfológico quanto ecológico que servirá como base para orientação em projeto de recomposição florestal na região de Palotina, PR.

Palavras-chave: Espécies Nativas, Grupos Sucessionais, Floresta Estacional Semidecidual

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Cylindrospermopsis raciborskii (Woloszynska) Seenayya et Subba Raju é uma cianobactéria filamentosa potencialmente tóxica, com comportamento invasor, que vem produzindo florações cada vez mais frequentes em reservatórios no mundo todo. Uma floração praticamente permanente de C. raciborskii ocorre na barragem do reservatório de Alagados, Paraná, Brasil, desde 2002. O objetivo desse trabalho foi avaliar as respostas morfofisiológicas de uma cepa de C. raciborskii, isolada desse reservatório subtropical, cultivada sob diferentes intensidades luminosas, a fim de caracterizar sua preferência ecológica no que diz respeito a esse fator ambiental. Os tricomas de C. raciborskii foram isolados a partir de amostras coletadas no reservatório. A cepa foi mantida em meio ASM-1 á temperatura de 25°C. Os experimentos foram realizados sob nove intensidades luminosas, entre 9 e 250 µmol fótons.m2.s-1. As respostas morfofisiológicas da cepa foram acompanhadas a partir da medida do crescimento dos cultivos (absorbância a 750 nm). Os cultivos submetidos às intensidades luminosas baixas, de 9 e 20 ?mol fótons m-2.s-1, não apresentaram crescimento intensivo. Os cultivos submetidos a intensidades luminosas acima de 50 ?mol fótons.m-2.s-1 tiveram taxa de crescimento média homogênea durante a fase log de crescimento, em torno de 0,5. Esse parece ser o máximo de crescimento da cepa sob as condições estudadas. Não ocorreu nenhum sinal de fotoinibição, mesmo nos cultivos submetidos à intensidade luminosa mais alta, 250 ?mol fótons.m-2.s-1. A taxa de crescimento encontrada durante esse estudo é semelhante a de outras cepas brasileiras e também de cepas isoladas de diferentes regiões do globo, demonstrando a adaptação a diferentes condições ambientais e a capacidade de C. raciborskii de sobreviver em ampla faixa de intensidades luminosas.

Palavras-chave: Cylindrospermopsis, Intensidade Luminosa, Reservatório Alagados

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Um acidente, ocorrido em 2001 e ocasionado pelo rompimento de um trecho da tubulação do oleoduto (Oleoduto Araucária-Paranaguá-OLAPA), que interliga a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) ao terminal em Paranaguá no litoral paranaense, gerou o vazamento de aproximadamente 57 mil litros de óleo diesel, que foram lançados em rios da Serra do Mar paranaense. O objetivo deste trabalho foi avaliar como a dinâmica reprodutiva de espécies de peixes coletadas nos rios expostos ao óleo se encontrava dez anos após o acidente. Os rios avaliados foram divididos em dois grupos. Os rios do Meio e Sagrado foram considerados Tratamento, por terem sido atingidos pelo vazamento de óleo diesel. Enquanto os rios do Pinto, Passa Sete e Marumbi, que apresentam características fisiográficas, físicas e químicas semelhantes às dos rios impactados, foram considerados Controle, pois os mesmos não foram afetados pelo acidente. Dentre os 1.151 peixes coletados das três espécies consideradas indicadoras neste estudo (Scleromystax barbatus, Mimagoniates microlepis e Rineloricaria sp.), 648 eram fêmeas, 403 machos e 100 classificados como de sexo indeterminado. Para as três espécies analisadas não foram constatadas diferenças estatísticas significativas nas proporções sexuais identificadas no Tratamento e Controle. A partir das análises histológicas das gônadas foi possível classificar os seguintes estádios de maturação das fêmeas: imaturo, em maturação inicial e final e maturo; e para os machos: imaturo, em maturação, maturo e espermiado. Os resultados obtidos evidenciaram que os parâmetros reprodutivos das três espécies avaliadas foram semelhantes entre os ambientes expostos e não expostos ao óleo, indicando que, sob o ponto de vista reprodutivo, não havia mais evidências de impactos ambientais causados pelo acidente em questão.

Palavras-chave: Reprodução, Peixes, Acidentes Ambientais

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Encontrada somente no alto das montanhas da Serra do Mar, a Floresta Ombrófila Densa Altomontana é condicionada por situações ambientais muito singulares, que a tornam uma formação florestal exclusiva dentro do bioma Mata Atlântica. Este estudo teve como objetivo caracterizar, através de parâmetros fitossociológicos, um remanescente de Floresta Ombrófila Densa Altomontana na serra do Capivari, localizada no município de Campina Grande do Sul-PR. Foram alocadas 20 parcelas de 5x10 metros, onde foram analisados todos os indivíduos com perímetro à altura do peito igual ou superior a 10 cm. Foram registrados 588 indivíduos, distribuídos em 24 espécies pertencentes a 15 famílias botânicas. A família com maior riqueza específica foi Myrtaceae (5 espécies), seguida por Melastomataceae e Lauraceae (3 espécies cada). As demais famílias foram representadas por apenas uma espécie cada. O trecho de floresta estudado apresentou baixa diversidade de espécies (H’=2,602 nats/ind) e alta densidade de indivíduos (5.880 ind./ha), havendo predomínio de árvores com troncos finos e tortuosos, formando um único estrato arbóreo de aproximadamente 5 metros de altura. Com 100% de frequência nas parcelas, Ilex microdonta Reissek (Aquifoliaceae) foi a espécie de maior importância estrutural na comunidade, com maior densidade (1.200 ind./ha) e dominância (11,82 m2/ha), o que resultou em uma porcentagem de importância de 19,48%. Outras duas espécies de grande importância estrutural foram Symplocos incrassata (11,88%) e Siphoneugena reitzii (10,97%) que, juntas com I. microdonta, representam 42,3% da estrutura florestal. O fato de poucas espécies apresentarem elevado destaque estrutural na comunidade é considerado comum em hábitats sujeitos a condições ambientais muito severas. Na análise de agrupamento da presença e ausência de espécies, a serra do Capivari apresentou maior similaridade florística com a serra do Ibitiraquire, o que foi reforçado pelo Índice de Similaridade de Sörensen. Analisando os dados obtidos, pôde-se confirmar a característica de baixa diversidade da Floresta Altomontana, composta por famílias de dispersão universal e alta densidade de indivíduos, com sua estrutura dominada por um grupo de poucas espécies. A baixa estatura das árvores e ausência de indivíduos emergentes configura um padrão fisionômico-estrutural inerente à Floresta Ombrófila Densa Altomontana, que decorre de condicionantes ambientais muito restritivas.

Palavras-chave: Floresta Nebular, Caracterização Estrutural, Serra do Mar

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Alterações nos ecossistemas aquáticos são contínuas e crescentes, tendo como causa principal atividades antrópicas. O uso de organismos presentes no ambiente aquático como ferramenta para avaliação pode fornecer uma excelente perspectiva sobre a integridade de corpos de água. O presente estudo teve por objetivo conhecer a estrutura e composição da macrofauna de dois ambientes lóticos do município de Palotina, PR e determinar o grau de integridade dos dois ambientes estudados. Foram estudados dois pontos no córrego Quati – Parque Estadual São Camilo, e seis pontos no rio Pioneiro, que recebe resíduos doméstico, industrial e agrícola. As coletas de macroinvertebrados ocorreram em fev/mai/ago/nov-2012, com amostrador Surber (30x30cm, 0,05mm de abertura de malha) em corredeira e remanso, sendo três réplicas para cada substrato. Foram registrados dados físicos (turbidez) e químicos (pH, condutividade). Para a macrofauna foram obtidos valores de riqueza de espécies (E(Sn)), equitabilidade (Evar), diversidade de Shannon-Wiener (H), BMWPCETEC e grupos funcionais tróficos (GFT). Foram identificados 33515 organismos, de 53 famílias e 99 gêneros. Os maiores valores de diversidade e riqueza foram registrados em Q2, P3 e P6. P4 apresentou os menores valores para riqueza, diversidade e equitabilidade. Os maiores valores de equitabilidade foram registrados para Q1, P2 e P3. Segundo a classificação do BMWP, P1, P2 e P4 possuem qualidade de água aceitável; Q2, P5 e P6 ótima e os demais boa. Coletores-filtradores e coletores-catadores, dominantes na maioria dos pontos, foram representados por quironomídeos e oligoquetas em P4 e P5, e por simulídeos e tricópteros em Q2 e P6. Cortadores estiveram presentes somente no Quati e P3, locais com maior extensão de mata ciliar. Os valores baixos dos índices ecológicos e do BMWP, associados à alta turbidez e condutividade registrados para o P4, podem ser resultado do aporte de material alóctone. Tal ponto é o mais próximo da zona urbana e podem indicar o despejo de efluentes que alteram a qualidade da água e a macrofauna, como demonstrada pela distribuição dos GTF. P6 encontra-se mais distante da área urbana e apresentou ótimas pontuações nos diferentes índices, assim como menor turbidez, condutividade e pH neutro, podendo indicar a capacidade de autodepuração do rio. Além disso, a elevada presença de simulídeos e tricópteros, sensíveis à diminuição de oxigênio dissolvido reforçam tal ideia.

Palavras-chave: Lótico, Macroinvertebrados, BMWP

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A Loxosceles intermedia é uma espécie encontrada no sul do país, venenosa, e com uma biologia reprodutiva complexa. O objetivo deste trabalho foi analisar aspectos anátomo-morfológicos do ovário de virgens adultas, logo, 1 semana, 1 mês, durante e logo após a 1ª e 2ª oviposição. Todas as análises foram feitas após a 1ª cópula para melhor entender o processo de oogênese nesta espécie. Os ovários foram fixados em paraformaldeído 4%, incluídos em Historesina e os cortes seriados corados com HE. Outros foram processados para microscopia eletrônica de varredura. Com as diferentes técnicas pôde-se constatar que o ovário é uma estrutura alongada e dupla, com ovócitos distribuídos dorsalmente e presos à parede ovariana por um pedúnculo. Uma fina membrana separa os ovócitos do hepatopâncreas. Os ovócitos são classificados segundo suas dimensões, volume citoplasmático e presença de grânulos vitelogênicos (I ao VI e em degeneração). A oogênese é um processo contínuo, pois é possível identificar as diferentes fases de desenvolvimento do ovócito ocorrendo simultaneamente. Além disto, se observou a predominância de determinados tipos de ovócitos de acordo com o estado reprodutivo da fêmea. Na virgem e logo após a 1a cópula se encontram todos os tipos de ovócitos, exceto o VI. Este foi observado somente na fêmea após 1 semana da cópula, havendo, também, grande quantidade de ovócitos em degeneração. Os ovócitos III e IV predominaram no ovário 1 mês após a cópula. Durante a oviposição foi observada a predominância de ovócitos que parecem em degeneração e III, além da presença de uma secreção eosinofílica na luz ovariana. Logo após a 1ª oviposição, foram encontrados ovócitos IV, V e VI em menor número e predominância de ovócitos III e degenerativos. Os poucos ovócitos VI encontrados apresentavam uma membrana protéica com rugosidades, indicando, talvez, o início da internalização do ovócito. Na mesma situação, também foi constatada a presença da secreção eosinofílica. As características gerais do ovário na 2ª oviposição foram parecidas com as encontradas na 1ª oviposição. As perspectivas futuras incluem a observação do ovário utilizando a microscopia eletrônica de transmissão para elucidar algumas características ultraestruturais do processo de oogênese e, assim, contribuir para o entendimento da biologia reprodutiva da aranha-marrom.

Palavras-chave: Aranha-marrom, Ovário, Oogênese

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Heparina é utilizada em clínica médica desde a década de 50 e, é até hoje é o agente antitrombótico de escolha. Nas últimas décadas surgiram as heparinas de baixo peso molecular (LMWH), que são obtidas pela despolimeração (química ou enzimática) da heparina não fracionada. A ação de heparina e LMWH, bem como outros agentes antitrombóticos, sobre o endotélio vascular foi investigada e observou-se que, estimulam de forma específica a síntese do proteoglicano de heparam sulfato (PGHS), e também alteram a estrutura de suas cadeias sacarídicas, promovendo um aumento na proporção do dissacarídeo característico da molécula de heparina. Este PGHS passa a ter uma atividade antitrombótica interessante, o que nos levou a propor que a atividade dos compostos antitrombóticos, pelo menos em parte, pode ser mediada por este proteoglicano. Dados anteriores mostram que o alvo de ligação é a matriz extracelular (MEC), a qual deve participar de forma indireta no mecanismo de estímulo do PGHS, mas os mecanismos envolvidos ainda são desconhecidos. Com o objetivo de avaliar os requisitos estruturais na molécula de heparina, que são responsáveis por desencadear o mecanismo de estímulo da síntese de PGHS, duas heparinas não fracionadas e duas LMWHs foram submetidas a modificações químicas de dessulfatação ou caboxirredução. A dessulfatação branda permite remover apenas os grupamentos N-sulfatado, sendo necessário utilizar outras formas de dessulfatação, como a O-dessulfatação e N/O-Dessulfatação. Apenas com a dupla dessulfatação que foram obtidos compostos com menor teor de sulfato. Já a carboxirredução levou a compostos com baixo teor de ácidos carboxílicos, praticamente sem alterar o conteúdo de grupamentos sulfato. Os resultados mostraram que as modificações químicas realizadas nas moléculas de heparina foram bem sucedidas, como comprovado nas dosagens químicas e na Ressonância Magnética Nuclear. Os dados mostraram que os grupamentos sulfatos e carboxílicos presentes na molécula de heparina são fundamentais para que o composto exerça sua atividade anticoagulante de forma plena. Com relação à capacidade de estímulo da síntese de PGHS, os resultados mostraram que somente com a dessulfatação total (Ne O-dessulfatada) que foi possível abolir o estímulo de PGHS. Por outro lado, a carboxirredução também levou a diminuição do estímulo da síntese de PGHS. Assim, os resultados permitem afirmar que o estímulo da síntese de PGHS não é apenas fruto da carga negativa, nem somente de sulfato, mas deve ser da localização espacial das cargas negativas, que devem ser avaliadas futuramente.

Palavras-chave: Heparina, Célula Endotelial, Matrix Extracelular

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Dentre os diversos tipos de cânceres existentes, destacam-se os cânceres de pele. E ainda, dentro deste grupo, destaca-se o melanoma maligno, que apresenta alta taxa de mortalidade em estágios avançados. Esse apresenta tumores com alto poder metastático e que burlam o sistema imunológico. Os tratamentos convencionais usados contra o melanoma, no entanto, causam muitos efeitos colaterais e apresentam baixa taxa de sucesso. Já os complexos produzidos a partir de compostos naturais altamente diluídos, não causa problemas ao organismo, e mostra-se uma opção viável de tratamento alternativo. Este estudo tem como objetivo avaliar os efeitos de compostos e complexos naturais altamente diluídos sobre células murinas de linhagem B16F10, que possuem capacidade metastática muito similar à humana, em aspectos de produção de reativos intermediários de oxigênio e nitrogênio. Para isso, as células foram cultivadas em meio DMEM (Dulbecco’s Modified Eagle Medium) contendo 10% de Soro Fetal Bovino (SFB), penicilina 100U/ml, estreptomicina 100?g/ml, e mantidas a 37ºC, 5% CO2. Após a desadesão, foram mantidas em placas de 96 poços (1000 céls/poço). Após 24h foram tratadas com 20% (v/v) de M2 (Canela e associações), Belladona, Thuya, ou veículo (água destilada) tendo os grupos recebido um reforço de 1% do volume total das respectivas soluções a cada 24h passadas do primeiro tratamento. Foram mantidos grupos controle sem tratamento para cada experimento. Para os ensaios de detecção da produção do ânion superóxido e de óxido nítrico, o tratamento durou 96 horas. No primeiro, a produção de O2foi quantificada pelo método baseado na redução extracelular do citocromo c; a produção de óxido nítrico foi medida utilizando o reagente de Griess e Reagente de DAN. Os ensaios de produção de O2e de NO (Reagente de Griess), foram lidos em espectrofotômetro, com comprimento de onda de 550 nm. Enquanto para o Reagente de DAN, foi usado espectrofluorímetro, com comprimento de onda de excitação de 365 nm e, de emissão, de 450 nm. As células tratadas e não tratadas foram também submetidas a ensaio de quantificação de produção de melanina através análise de leitura por espectrometria (490 nm). Os resultados de todos os ensaios mostraram que a produção de NO foi diminuída em células tratadas com M2. Porém esses experimentos precisam ser repetidos para confirmar os dados. Aparentemente os compostos e o complexo testados não alteram diretamente esses padrões celulares.

Palavras-chave: Melanoma, Espécies Reativas de Oxigênio e Nitrogênio, Homeopatia

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O crescimento populacional leva, consequentemente, a um aumento no consumo de água. Ao mesmo tempo em que isso ocorre, também cresce de forma contraditória a poluição proveniente das cidades, indústrias e ambientes agrícolas em corpos hídricos, como rios e lagos, pela atividade antrópica descuidada e inconsequente. Essa atividade pode gerar uma degradação completa dos ambientes aquáticos, com prejuízos muitas vezes irreversíveis à qualidade da água, tornando-a imprópria para o seu uso e consumo. Para verificar essa degradação do ecossistema aquático, são necessários estudos que visam compreender os riscos de exposição a estes ambientes contaminados. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a qualidade da água em dois dos maiores reservatórios que abastecem Curitiba, Passaúna e Iraí, através de biomarcadores bioquímicos e morfológicos que podem detectar danos induzidos pelo estresse oxidativo. O termo estresse oxidativo é o desbalanço entre a produção de espécies reativas de oxigênio (aumenta) e as defesas celulares antioxidantes (diminuí), podendo estar envolvido em danos, como carcinogênese, mutagênese e fragmentação de proteínas. Para esse estudo de biomonitoramento, utilizou-se peixes juvenis de Rhamdia quelen (Jundiá), que foram divididos em dois grupos Passaúna (P) e Iraí (I), sendo cada grupo subdividido em dois grupos, os quais consistiam em trinta indivíduos cada, que foram expostos por três (P/3 e I/3) e seis (P/6 e I/6) meses em tanques redes em cada reservatório. Para todos os grupos expostos neste trabalho foram realizadas análises visando verificar a condição óxido-redutora das células do fígado, utilizando biomarcadores bioquímicos de estresse oxidativo, como verificar a atividade da enzima catalase e a quantificação de proteínas totais pelo método de Bradford. Outro biomarcador verificado foi o morfológico, onde se procurou avaliar alterações nas estruturas das brânquias através da técnica de microscopia eletrônica de varredura. Os biomarcadores são utilizados para análise da qualidade da água, pois eles indicam alterações na resposta biológica dos bioindicadores. Os resultados ainda são parciais e deverão ser apresentados na íntegra na comunicação oral do EVINCI/2013 bem como no relatório final.

Palavras-chave: Biomonitoramento, Rhamdia quelen, Reservatórios

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O desenvolvimento das grandes cidades, áreas de produção agrícola e industrial levaram nas últimas décadas a um aporte cada vez maior de dejetos e resíduos aos corpos hídricos, acarretando na diminuição da qualidade da água também nos reservatórios de abastecimento urbano. Isto tem afetado não só a população humana, mas também os organismos aquáticos que habitam esses ecossistemas. A partir desses organismos (bioindicadores) foram desenvolvidas técnicas para avaliar a qualidade da água, através de parâmetros fisiológicos, morfológicos e moleculares denominados biomarcadores. O objetivo desse estudo foi avaliar a qualidade da água dos reservatórios que abastecem Curitiba e região metropolitana através de biomarcadores em peixes (Rhamdia quelen). Foram montados quatro tanques redes de 2m³ de volume, dois no reservatório do Iraí e dois no reservatório do Passaúna. Os tanques foram povoados com trinta exemplares juvenis em cada tanque provenientes de uma estação de piscicultura, os quais foram mantidos por seis meses. O reservatório do Iraí possui uma extensão de 14,6 km2 e localiza-se no município de Piraquara, é conhecido por apresentar contaminação por dejetos urbanos, provenientes de áreas de ocupação irregular próximo às margens do rio Iraí. O reservatório do Passaúna possui uma extensão de 10,5 km2 e localiza-se nos municípios de Almirante Tamandaré, Araucária, Campo Largo, Campo Magro e Curitiba, parte dele localizado em uma área industrial, mas sofre influência do antigo aterro sanitário da cidade de Curitiba e de atividades agrícolas. Após o período de exposição os animais foram anestesiados e em seguida mortos. Foram coletados fígado, músculo e cérebro. O fígado foi dividido em duas amostras, sendo uma utilizada para análise morfológica em microscopia de luz e a outra para análises bioquímicas (quantificação total de proteínas, peroxidação lipídica, carbonilação de proteínas concentração de GSH, atividade da enzima GST). O cérebro e músculo foram utilizados para avaliar a atividade da enzima acetil-colinesterase. As análises encontram-se em andamento e deverão estar prontas para o relatório final assim como para o painel.

Palavras-chave: Biomonitoramento, Rhamdia quelen, Reservatórios

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As aranhas do gênero Loxosceles são popularmente conhecidas como aranhas-marrons por apresentarem coloração característica que varia de marrom claro a marrom escuro. Dentre o gênero, a espécie L. intermedia tem importância clínica, pois está envolvida em casos de envenenamento humano na região de Curitiba e Região Metropolitana. Sabe-se que o veneno desta aranha é um complexo de substâncias, de maior parte proteica. Dentre elas, destacam-se as fosfolipases-D, por estarem relacionadas com diversos efeitos biológicos sobre hemostasia e resposta inflamatória. Entre esses efeitos, podem causar agregação plaquetária, ativação de células endoteliais, hemólise, aumento da permeabilidade vascular e citotoxicidade. Em uma série de estudos, foram identificadas diversas isoformas de fosfolipase-D do veneno de L. intermedia, das quais seis foram obtidas em sua forma recombinante, sendo nomeadas de LiRecDT1 a LiRecDT6. Além disso, também foi obtida um isoforma mutada da LiRecDT1, por uma mutação sítio-dirigida, que substituiu a histidina na posição 12 do sítio catalítico por uma alanina. Essa isoforma mutante foi chamada de LiRecDT1H12A e demonstrou uma menor atividade fosfolipásica. Outros estudos mostram que, em detrimento da atividade catalítica da LiRecDT1, ocorre a geração de metabólitos lipídicos bioativos. Dentre eles, há o ácido lisofosfatídico (LPA) que pode estar envolvido com eventos de adesão de eritrócitos a células endoteliais. Com base nisso, objetivou-se o estudo do papel da fosfolipase-D recombinante (LiRecDT1) sobre eritrócitos para o acontecimento de citoadesão eritrócito-endotélio. Os eritrócitos foram tratados, separadamente, com a toxina LiRecDT1; com a isoforma mutada da toxina (LiRecDT1H12A); e com veneno total da aranha L. intermedia. Após isso, foram transferidos para o cultivo de células endoteliais (linhagem RAEC) a fim de propiciar a citoadesão. Os resultados foram visualizados em microscopia óptica e, embora preliminares, indicam que eritrócitos expostos a fosfolipase-D recombinante de L. intermedia podem estar sendo induzidos a liberar lipídios bioativos que levam ao evento de citoadesão. No entanto, dificuldades acerca da reprodutibilidade do experimento não permitem maiores investigações. Mas estima-se que o evento pode estar relacionado aos distúrbios hematológicos observados no Loxoscelismo. Com a confirmação destas observações iniciais, o estudo segue a fim de esclarecer os mecanismos envolvidos na citoadesão e verificar seu efeito na ativação das células endoteliais.

Palavras-chave: Aranha-marrom, Fosfolipase-D, Citoadesão

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Introdução: o tecido epitelial desempenha várias funções no organismo, como percepção sensorial, absorção de nutrientes, secreção glandular, revestimento e proteção do corpo. Sendo formado basicamente de epiderme, derme e hipoderme é composto principalmente por células epiteliais e tecido conjuntivo, este é rico em matriz extracelular que possui grande quantidade de fibras colágenas, proteoglicanos além de outras moléculas. Em casos de injúria, ocorrem processos inflamatórios havendo então a modificação do tecido (principalmente da matriz extracelular) para a ação de células inflamatórias e posterior recuperação. Por apresentar essa característica é um alvo interessante para estudos sobre cicatrização. Os compostos altamente diluídos podem ser uma alternativa eficaz nesse processo, pois possuem baixa citotoxicidade e podem auxiliar nesse processo, além de possuírem baixo custo de produção. Objetivo geral: este trabalho visa avaliar a interferência de compostos altamente diluídos no processo de cicatrização. Metodologia: 25 camundongos swiss foram submetidos a um procedimento cirúrgico de incisão (1cm com bisturi nº15) e sutura (3 pontos: um nó e dois sobre-nós, com fio cirúrgico de seda trançada 4-0 não absorvível) na região dorso-cervical sob anestesia de quetamina (100mg/kg) / xilasina (20mg/kg) . Após a cirurgia os animais foram separados em 5 grupos: controle, veículo, M1, M8 e Curcuma ch30. Com exceção do grupo controle, todos animais receberam o respectivo tratamento com o composto manipulado na forma de gel, sendo aplicado durante 3 dias a cada 24 horas na dosagem de 180mg/cm². Após o tratamento o tecido foi removido, fixado e processado para microscopia de luz. Foram usadas as colorações de hematoxilina eosina (para análise histológica) e tricrômico de gomori (para análise de tecido cunjuntivo e epidérmico). As lâminas foram escaneadas no escaneador de lâminas Meta System/Zeiss e as imagens mensuradas no software ImageJ (área epidérmica e área de tecido conjuntivo), os dados obtidos foram análisados estatisticamento no software GraphPad Prism 5. Resultados: Não houveram diferenças significativas entre a área total dos tecidos epidérmico e conjuntivo, bem como entre as razões tecido epidermérmico / tecido conjuntivo. Porém, nota-se uma significativa recuperação da área epidérmica danificada, além maior reorganização do tecido conjuntivo nos grupos tratatos. O grupo tratado com Curcuma ch30 apresenta maior volume de tecido de granulação, sendo um indício de formação de quelóide. Essas alterações serão analizadas de forma não paramétrica.

Palavras-chave: Cicatrização, Compostos Altamente Diluídos, Inflamação

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Melanoma é um dos tipos de câncer mais agressivos, que exibe um grande potencial metastático e é caracterizado por ser o mais rápido em expansão mundial. Ele surge da transformação maligna das células produtoras de pigmento, chamadas de melanócitos. Esse processo é dependente de uma complexa interação entre fatores genéticos e ambientais. O melanoma e outros cânceres possuem capacidade de manipulação de células do sistema imunológico em seu favor, fazendo com que não sejam detectadas e eliminadas. O composto natural altamente diluído utilizado neste estudo foi obtido a partir de diluições sucessivas de uma tintura-mãe da planta Atropa belladonna (Bell 200cH), que é normalmente utilizada para o tratamento de dor e febre. Estudos anteriores realizados em nosso laboratório demonstraram que a Bell 200cH ativa macrófagos peritoneais de camundongos tratados in vitro, aumentando a produção de interferon gama (IFN-?) e óxido nítrico (NO). O IFN-? é uma citocina que auxilia no combate a infecções virais, bactérias e células tumorais e o NO é um radical livre, que pode facilmente reagir com proteínas e DNA, e também possui atividade antitumoral. Para verificar o efeito do composto Bell 200cH sobre células de melanoma murino, B16F10, foram realizados experimentos utilizando cristal violeta para analisar a proliferação celular. As células B16F10 foram cultivadas com meio DMEM, suplementado com 10% de soro fetal bovino, em placas de 96 poços e tratadas com Bell 200cH por 24, 48, 72 ou 96h. Os resultados mostraram que após 24 e 72 horas de tratamento com Bell 200cH a proliferação celular diminuiu quando comparado aos grupos tratados com veículo. Também estão sendo realizados experimentos de cocultura utilizando macrófagos da linhagem RAW 264.7 e células B16F10 tratadas com Bell 200cH, onde será avaliada, por citometria de fluxo, a viabilidade das células tumorais após a cocultura, para verificar se o tratamento age sobre os macrófagos, tornando mais efetivo o ataque contra as células tumorais.

Palavras-chave: Melanoma, Belladona cH 200, Macrófagos

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O mercúrio é um poluente ambiental neurotóxico. Ele se acumula no sistema nervoso central resultando em degeneração e atrofia do córtex sensorial. A retina constitui-se em outro sítio de deposição. As bases moleculares das alterações causadas pelo mercúrio na retina são pobremente conhecidas. A célula de Muller é a principal célula da glia em retina de vertebrados. Suas funções estão relacionadas ao suporte metabólico e nutricional dos neurônios. Destaca-se também a proteção contra o estresse oxidativo através da produção de glutationa. A gliose ou ativação das células de Muller é uma resposta bem conhecida às agressões na retina, tal como o descolamento da retina. A regulação positiva da GFAP (proteína ácida fibrilar glial) é o marcador inespecífico mais sensível da gliose retiniana. Um dos efeitos conhecidos do mercúrio sobre os astrócitos é o aumento na geração de radicais livres. A N-Acetil-cisteína (NAC), precursora da glutationa, se mostrou eficaz na redução da geração de radicais livres pelo MeHg. O objetivo do presente estudo é investigar os efeitos da exposição do mercúrio na retina. Ratos Wistar foram intoxicados intraperitonealmente (IP) com metilmercúrio na dose única de 2500 µg/kg (grupo controle). Os animais tratados receberam, concomitantemente, 3mmol/kg de NAC IP. Os animais foram ortotanasiados 3 dias após e os olhos foram enucleados. As retinas foram dissecadas e homogeneizadas em tampão RIPA. A quantificação proteica foi feita pelo método de Bradford. As amostras foram submetidas à eletroforese (SDS-PAGE, 10%, 30 µg por poço) e transferidas para uma membrana de nitrocelulose. Para o Western Blotting (WB), os anticorpos utilizados foram: GFAP (1:1000, Sigma) e B-actina (1:800-Santa Cruz). As imagens foram analisadas por densitometria pelo programa Image J. Também foram fixados olhos com formalina 4% e incluídos em paraplast. Os cortes foram submetidos a análise imunohistoquímica com o anticorpo contra GFAP. Os resultados obtidos no WB demonstram que no terceiro dia após a intoxicação mercurial, os níveis de GFAP estavam aumentos em 100%, sendo que a administração concomitante de NAC não foi capaz de afetar este aumento. A análise imunohistoquímica evidenciou a gliose nas retinas de animais intoxicados, com inequívoco sinal na membrana limitante interna da retina, sendo que, consoante ao resultado obtidos no WB, a NAC não alterou o padrão de marcação. A conclusão preliminar do presente estudo é de que a NAC não é capaz de diminuir a gliose retiniana decorrente do intoxicação com metilmercúrio, ao menos nas condições empregadas.

Palavras-chave: Metilmercúrio, Retina, Gliose

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Heparina é utilizada em clínica médica desde a década de 50 e, apesar das intensas buscas por novas drogas, é até hoje é o agente antitrombótico de escolha. Sua ação sobre o endotélio vascular foi investigada e observou-se que a heparina, bem como outros agentes antitrombóticos, estimulam de forma específica a síntese do proteoglicano de heparam sulfato (PGHS), e também alteram a estrutura de suas cadeias sacarídicas, promovendo um aumento na proporção do dissacarídeo trissulfatado deste composto. Este PGHS passa a ter uma atividade antitrombótica interessante, o que nos levou a propor que a atividade dos compostos antitrombóticos, pelo menos em parte, pode ser mediada por este proteoglicano. Utilizando células endoteliais em cultura e heparina conjugada com biotina e marcadores fluorescentes, fomos capazes de demonstrar previamente que o sítio de ligação para a heparina é a matriz extracelular (MEC), a qual deve participar de forma indireta no mecanismo de estímulo do PGHS. Assim, os mecanismos envolvidos neste processo são objetos de estudo do presente projeto. Nesta parte do projeto, objetiva-se avaliar os componentes da Matriz Extracelular que estão envolvidos no mecanismo de estímulo da síntese de PGHS pela heparina. Para tanto, foram utilizadas duas heparinas não fracionadas, que foram modificadas quimicamente (dessulfatadas por 4 ou 6 horas, ou ainda, totalmente dessulfatadas (N-e O-sulfato) e carboxireduzidas). A dessulfatação gradual (4 ou 6 horas) foi acompanhada pela redução do estímulo da síntese de PGHS. Já a dessulfatação total (Ne O-dessulfatado) aboliu o estímulo de PGHS. Por outro lado, a carboxiredução também levou a diminuição do estímulo da síntese de PGHS. Assim, considerando que este fenômeno não é apenas fruto da carga negativa (heparina dessulfatada ainda tem carboxila), nem somente de sulfato (heparina carboxirreduzida ainda mantém sulfatos), mas fruto da localização espacial das cargas negativas, as celulas foram expostas à estas heparinas com o intuito de avaliar alterações morfológicas que poderiam ocorrem ou no arranjo dos componentes da matriz extracelular. No entanto, as heparinas, aparentemente, não induzem alterações na morfologia celular das células endoteliais, mesmo quando avaliado em microscopia óptica ou eletrônica de varredura. Além disto, foi possível observar uma sutil, mas não expressiva, alteração na marcação de fibronectina, quando as células foram expostas às heparinas não modificadas. Estudos adicionais devem ser realizados para a comprovação destes dados.

Palavras-chave: Heparina, Célula Endotelial, Matrix Extracelular

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A doença renal crônica (DRC) é uma doença degenerativa que compromete a função renal e, portanto, induz desequilíbrios hídrico e osmótico e acúmulo de toxinas urêmicas no organismo. O estresse oxidativo está reconhecidamente associado aos estágios finais da DRC, e dados de nosso grupo têm indicado que a uremia poderia ser o gatilho deste estresse. Portanto, neste trabalho, investigamos o tratamento antioxidante com ácido alfa lipóico (ALA) in vivo e in vitro. Para os estudos in vivo, avaliamos se ALA inibiria os danos renais em ratos urêmicos. Para isso 8 ratos Wistar machos foram submetidos a cirurgia de nefrectomia 5/6 e outros 8 ratos à cirurgia de laparotomia (grupo sham). O ALA (solução 250 mg/L em água de beber, ad libitum, do 7º ao 60º dia pós-cirúrgico) foi administrado para metade dos ratos nefrectomizados e para metade dos ratos sham, de modo que havia 4 grupos experimentais: DRC, SHAM, DRC ALA, SHAM ALA. Os tecidos renais destes animais foram coletados, fixados, emblocados, cortados e submetidos à coloração por PAS. Foram feitas análises estatísticas entre os grupos experimentais aplicando-se o teste t-Student. Os resultados mostraram que o ALA não protegeu o rim de glomeruloesclerose, pois comparando os grupos DRC e DRC ALA, o grupo tratado apresenta uma média de glomérulos esclerosados maior do que o grupo não tratado (p>0,05). A análise de fibrose e atrofia e porcentagem de células infiltradas também mostrou que os grupos tratados com ALA apresentam lesões mais intensas que os grupos não tratados (p>0,05). Para os estudos in vitro, avaliamos se a uremia altera a ativação da via antioxidante Nrf2 em células vasculares, uma vez que a literatura tem mostrado que esta via é inativada nos rins de ratos com DRC. Para isso, células musculares lisas (RASM) e endoteliais (RAEC) foram igualmente cultivadas, tratadas e divididas nos seguintes grupos: tratamento com soro não urêmico e soro urêmico de pacientes em hemodiálise. A ativação de Nfr2 foi verificada pela translocação desta proteína para o núcleo, através de Western blotting com frações citossólicas e nucleares. Como controle positivo, tratamos as células com o agente ativador de Nrf2, tert-butilhidroquinona (tBHQ). Os resultados preliminares mostram que de fato células tratadas com soro urêmico não ativam Nrf2. Para avaliar se ALA ativa esta via, iremos inicialmente avaliar a viabilidade celular após o tratamento com diferentes concentrações de ALA, pelo teste de MTT, pois a literatura mostra que ALA pode atuar como agente anti ou pró-apoptótico.

Palavras-chave: Doença Renal Crônica, Estresse Oxidativo, Uremia

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Heparina é utilizada em clínica médica desde a década de 50 e, é até hoje é o agente antitrombótico de escolha. Nas últimas décadas surgiram as heparinas de baixo peso molecular (LMWH), que são obtidas pela despolimeração (química ou enzimática) da heparina não fracionada. A ação de heparina e LMWH, bem como outros agentes antitrombóticos, sobre o endotélio vascular foi investigada e observou-se que, estimulam de forma específica a síntese do proteoglicano de heparam sulfato (PGHS), e também alteram a estrutura de suas cadeias sacarídicas, promovendo um aumento na proporção do dissacarídeo característico da molécula de heparina. Este PGHS passa a ter uma atividade antitrombótica interessante, o que nos levou a propor que a atividade dos compostos antitrombóticos, pelo menos em parte, pode ser mediada por este proteoglicano. Dados anteriores mostram que o alvo de ligação é a matriz extracelular (MEC), a qual deve participar de forma indireta no mecanismo de estímulo do PGHS, mas os mecanismos envolvidos ainda são desconhecidos. Com o objetivo de avaliar os componentes da MEC que estão envolvidos no mecanismo de estímulo da síntese de PGHS pela heparina, foram utilizadas duas LMWHs, que foram modificadas quimicamente (dessulfatadas por 8 horas, ou ainda, totalmente dessulfatadas (N-e O-sulfato) e carboxireduzidas). A dessulfatação total (Ne O-dessulfatada) aboliu o estímulo de PGHS. Por outro lado, a carboxirredução também levou a diminuição do estímulo da síntese de PGHS. Assim, considerando que este fenômeno não é apenas fruto da carga negativa, nem somente de sulfato (heparina carboxirreduzida ainda mantém sulfatos), mas fruto da localização espacial das cargas negativas, estas LMWHs foram expostas para as células com o intuito de avaliar alterações morfológicas que poderiam ocorrem ou mesmo no arranjo dos componentes da MEC. No entanto, as LMWHs, aparentemente, não induzem alterações na morfologia celular das células endoteliais, mesmo quando avaliado em microscopia óptica ou eletrônica de varredura. Além disto, foi possível observar uma sutil, alteração na marcação de fibronectina, quando as células foram expostas às LMWHs não modificadas. Em relação às alterações da informação gênica dos componentes da matriz extracelular, os resultados, ainda preliminares mostram que trombospondina pode ser um dos alvos, além do PGHS, que sofre alteração (up regulation). O trabalho continua, inicialmente com a avaliação da fibronectina e, por outro lado, dos demais componentes da MEC que podem sofre “up” ou “down regulation”.

Palavras-chave: Heparina, Célula Endotelial, Matriz Extracelular

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A pele é o nosso maior órgão e sua principal função é servir como uma barreira protetora contra infecções e perda excessiva de água. O processo de cicatrização da pele é geralmente organizado em quatro fases complementares. A hemóstase é a fase inicial, onde tem início o reparo do tecido recrutando células do sistema imunológico e promovendo sua diferenciação e ativação. A fase inflamatória tem um papel central na eliminação de organismos invasores e também participando ativamente nos processos de reparo. Células fagocíticas, neutrófilos e macrófagos desempenham o importante papel de eliminar bactérias e restos celulares da ferida. Na fase proliferativa fibroblastos são atraídos para o local, novos vasos sanguíneos são criados, começa a síntese de matriz extracelular, promovendo o fechamento da ferida e a formação de novo epitélio. Tem início então a fase de remodelação, quando se produz uma nova matriz extracelular e as células participantes das fases anteriores sofrem apoptose, formando então uma cicatriz. O objetivo deste trabalho é verificar se produtos naturais altamente diluídos na forma de gel possuem efeito sobre as diferentes fases do processo de cicatrização da pele de camundongos após incisão e sutura. Para tal, camundongos albinos suíços foram submetidos à cirurgia na pele dorsal, onde foi feito um corte de aproximadamente 1cm de comprimento compreendendo toda a espessura da pele, o qual foi suturado com três pontos usando fio de sutura absorvível e tratado por três dias consecutivos com gel de produtos naturais altamente diluídos. Foram usados 3 a 5 animais por grupo de tratamento. Após o período experimental, os animais foram mortos e a pele do local da lesão recolhida e processada para histologia com coloração de Tricrômico de Gomori. As lâminas contendo três cortes de locais diferentes da lesão para cada animal foram escaneadas e quantificou-se as áreas da epiderme e tecido conjuntivo ao redor da lesão usando o programa ImageJ. Não foram observadas diferenças significativas entre os grupos para os parâmetros analisados, sendo que 78% dos cortes histológicos do grupo controle apresentaram fechamento completo da epiderme ao passo que para os grupos tratados esta porcentagem foi de 61%. O material está em processo de coloração para resorcina fucsina com o objetivo de visualizar e quantificar os novos vasos sanguíneos no tecido lesionado, uma vez que estes são importantes para suprir com nutrientes, oxigênio e novas células a área em regeneração, permitindo a progressão da cicatrização.

Palavras-chave: Pele, Cicatrização, Produtos Naturais Altamente Diluídos

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Opsanus beta é uma espécie marinho/estuarina de hábito demersal, tem sua distribuição natural no Atlântico Central Oeste, do Golfo do México até Palm Beach, na Flórida. Os registros da espécie na costa sudeste e sul do Brasil, próximos de zonas portuárias, indicam que é possível que tenha alcançado estas regiões através da água de lastro, sendo exótica no Atlântico Sul Ocidental, podendo representar uma ameaça a fauna local, desestruturando a teia trófica. O presente estudo objetivou caracterizar o desenvolvimento gonadal de fêmeas e machos. As coletas foram mensais no período de out/2011 a set/2012, em fundo rochoso, utilizando espinhéis. Foram coletados 147 fêmeas e 300 machos totalizando 447 exemplares. De cada exemplar foram tomados os dados morfométricos (comprimento e peso totais), as gônadas retiradas e pesadas, sendo algumas destinadas ao processamento histológico. O material processado para histologia foi fixado em Alfac (18 horas), desidratado em série de álcoois, diafanizado em xilol e incluído em parafina, sendo posteriormente cortado na espessura de 7?m e corado com Hematoxilina-Eosina (HE). A análise microscópica das gônadas permitiu evidenciar quatro estádios de desenvolvimento ovariano e cinco de desenvolvimento testicular, de acordo com os tipos e quantidades das células da linhagem germinativa. Fêmeas imaturas não foram obtidas. O padrão de desenvolvimento gonadal é o mesmo apresentado para outros teleósteos. Indivíduos em reprodução foram encontrados durante todo o ano. A desova do tipo parcelada foi caracterizada histologicamente pela presença de gônadas semidesovadas e semiesgotadas. Os resultados obtidos indicam que a espécie tem grandes possibilidades de se tornar invasora, pelas táticas reprodutivas utilizadas: reprodução ocorrendo ao longo de todo o ano.

Palavras-chave: Espécies Invasoras, Desenvolvimento Gonadal, Histologia

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Hipoplasia é um distúrbio do crescimento caracterizado pelo desenvolvimento incompleto de um órgão, ou parte dele. Trata-se de uma anomalia que se apresenta de forma uni ou bilateral, ocorrendo em bovinos, cães e gatos, sendo o cerebelo, rins e testículos os órgãos comumente afetados. A etiologia desta anomalia ainda permanece desconhecida, porém, defeitos genéticos, deficiências hormonais específicas, agentes infecciosos e/ou tóxicos antes do nascimento ou durante períodos de crescimento pós-natal, podem causar a hipoplasia. Devido à redução do crescimento, os órgãos afetados apresentam decréscimo da função e falta de reserva funcional normal. Em ovinos, a susceptibilidade em apresentar defeitos congênitos depende do estágio de desenvolvimento ao qual o embrião foi exposto aos agentes causadores. Nos primeiros dias da fixação do zigoto no endométrio, o embrião não sofre interferência de fatores ambientais, porém, é mais sensível às ações de agentes teratogênicos de origem genética, quadro este que se inverte com o avanço da gestação. Frente ao que foi exposto, o objetivo deste trabalho é o de relatar um caso de hipoplasia renal em um caprino, que foi encaminhado ao Laboratório de Anatomia Animal da UFPR – Setor Palotina. O espécime tratava-se de um caprino, macho, SRD, com aproximadamente 10 meses de idade, oriundo de uma propriedade localizada no município de Palotina – PR, que veio a óbito por causas naturais. Após a chegada do animal, o mesmo foi submetido à técnica de formolização para utilização no ensino da anatomia veterinária. Durante a dissecção do animal, constatou-se que o caprino apresentava em sua cavidade abdominal apenas o rim direito, e uma estrutura de menor tamanho que sugeria ser o rim esquerdo. Deste modo, procedeu-se a coleta do material em questão, que foi encaminhado ao Laboratório de Patologia Veterinária da UFPR – Setor Palotina para ser processado pelas técnicas de rotina de histologia. O resultado obtido pela análise das lâminas comprovou que a estrutura em questão tratava-se do rim esquerdo hipoplásico. A hipoplasia unilateral do rim frequentemente não causa sintomas, pois através de uma hipertrofia compensatória o rim direito executa a função do rim contralateral. A determinação das causas de hipoplasia é muito variada, e consequentemente, o seu controle torna-se difícil. Evitando-se o uso indiscriminado de fármacos e produtos químicos durante a prenhez, e o fornecimento dos nutrientes necessários ao desenvolvimento do animal são algumas das medidas para se evitar o aparecimento destas anomalias.

Palavras-chave: Malformação, Agentes Teratogênicos, Distúrbios do Crescimento

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O Brasil é um dos maiores produtores de carne aviária do mundo e para tal pesquisas na área que visem um melhor aproveitamento dos recursos utilizados para viabilidade de conformação de carcaça é de suma importância. O desenvolvimento filogenético das aves produziu diferenças significativas na função cardiovascular, quando comparados com os répteis e com os quais mantém estreita relação. Estas diferenças estão relacionadas ao fato de, como nos mamíferos, as aves terem adquirido habilidades para manutenção homeotérmica interna, apresentando separação completa do sangue dos sistemas circulatório geral e pulmonar. Observamos que alguns autores ao tratarem do comportamento vascular não individualizam a espécie tão pouca a linhagem das aves. Assim, julgamos pertinente empreender pesquisa que analise a origem e ramificação do tronco braquiocefálico em aves da linhagem Cobb 700, no intuito de acrescentar dados a escassa literatura existente e incentivar um maior número de pesquisas na área, visto a descontinuidade que separa os trabalhos consultados desse que agora propomos. Foram utilizados dez exemplares com idades entre cinco e seis semanas, procedentes do Setor de Avicultura do Município de Toledo PR. Após eutanásia, o sistema vascular arterial foi canulado via artéria isquiática direita e em seguida preenchida por solução marcadora (neoprene Látex corado). Posteriormente as aves foram fixadas em solução de formol a 10% por período de no mínimo de 72 horas e então dissecados. Dos troncos braquiocefálicos originam as artérias carótidas comum e subclávia. As artérias subclávias emitem de forma constante as artérias esternoclaviculares, axilares, torácicas internas e os troncos peitorais e de forma inconstante as artérias esternoclaviculares acessórias e os ramos pericárdicos. Verificou-se uma ou duas artérias esternoclaviculares acessórias. Ramos pericárdico originou-se da artéria subclávia.

Palavras-chave: Anatomia, Tronco Braquiocefálico, Aves (Gallus gallus)

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Fígado (do latim ficatu) é a maior glândula e o segundo maior órgão do corpo. Funciona tanto como glândula exócrina, liberando secreções num sistema de canais que se abrem numa superfície externa, como glândula endócrina, uma vez que também libera substâncias no sangue ou nos vasos linfáticos. Localiza-se no hipocôndrio direito, epigástrio e pequena porção do hipocôndrio esquerdo, sob o diafragma. Em jovens é proporcionalmente maior. pois constitui 1/20 do peso total de um recém nascido. O objetivo deste trabalho foi analisar a distribuição da veia porta hepática intra-parenquimal no fígado, trazendo informações importantes relacionadas a um melhor acesso cirúrgico. Desta feita, utilizaram-se 20 fígados de animais adultos entre machos e fêmeas na faixa etária de 180 dias, os quais tiveram a veia porta canulada e preenchida por sustância sintética corada (Neoprene látex), em seguida fixados em solução aquosa de formol a 10% para sua subsequente dissecação. No material analisado até o presente momento, 3 fígados dissecados, verificou-se que: a) no lobo lateral esquerdo encontramos em 2 casos (66,66%) um ramo dorsal e um ramo ventral. Em 1 caso (33,33%) encontramos três um dorsal um médio e um ventral; b) o lobo medial esquerdo em 2 casos (66,66%) apresenta um ramo dorsal e um ramo ventral. Em 1 caso (33,33%) encontramos três segmentos um dorsal, um médio e um ventral; c) o lobo quadrado apresenta em 2 casos (66,66%) dois segmentos sendo um dorsal e outro ventral, ramos estes advindos de ramos do lobo medial esquerdo. Em 1 caso (33,33%) encontramos o referido lobo recebendo um ramo advindo do lobo medial direito; d) o lobo medial direito em todos os casos (100%) apresentou para o referido lobo dois segmentos sendo um dorsal e outro ventral; e) o lobo lateral direito em todos os casos (100%) apresentou para o referido lobo três segmentos sendo um dorsal, médio e ventral; f) o processo caudado do lobo caudado em todos os casos (100%) apresentou para o referido lobo dois segmentos sendo um dorsal e outro ventral.

Palavras-chave: Fígado, Veia Porta, Suíno

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A família Capromyidae (RODENTIA: MAMMALIA), possui três gêneros já extintos, restando apenas, no Brasil, o gênero Myocastor, com uma única espécie, o M. coypus, conhecida como ratão-do-banhado, ou nutria. Trata-se de um mamífero roedor, muito perseguido pelo homem, que visa o aproveitamento de sua pele e carne. Embora originário do extremo sul do continente americano, esse animal foi introduzido, em meados do último século, nos EUA e Europa, com vistas à sua exploração econômica tendo, entretanto, se dispersado na natureza. Visando a obtenção de informações, de cunho morfológico, que possam fundamentar procedimentos que visem à preservação do nutria na natureza, bem como subsidiar pesquisas que busquem aprimorar métodos de sua exploração racional. O baço é o maior dos órgãos linfáticos e faz parte do sistema reticuloendotelial, participando dos processos de hematopoiese (produção de células sanguíneas) e hemocaterese (destruição de células velhas). Tem importante função imunológica de produção de anticorpos e proliferação de linfócitos ativados, protegendo contra infecções, e a esplenectomia (cirurgia de retirada do baço) determina capacidade reduzida na defesa contra alguns tipos de infecção. É um órgão extremamente frágil, sendo muito suscetível à ruptura, em casos de trauma ou ao crescimento (esplenomegalia) em doenças do depósito e na hipertensão portal. Estudamos a segmentação arterial e venosa de dez baços de ratão-do-banhado (Myocastor coypus), entre machos e fêmeas colhidos na Pró-Fauna Assessoria e Comércio Ltda. Para tanto empregamos as técnicas de injeção de acetato de vinila, injeção de Neoprene látex 650 corado. Dividimos o órgão em três porções: dorsal, média e ventral, limitadas através dos vasos lienais e gastroepiplóicos esquerdo. Evidenciamos segmentos arteriais (AS), venosos (SV) e arteriovenosos (SAV) nas seguintes porcentagens: porção dorsal – 69,5% de segmento arteriovenoso (SAV) 23,9% de segmento arterial (SA), e 6,65% de segmento venoso (SV). Na porção média foi encontrado respectivamente 62,5%, 18,9% e 18,6% de segmentos arteriovenoso, venoso e arterial, respectivamente. Foi encontrado segmentos arteriovenosos, arterial e venosos e 72,2, 22,4 e 5,5 % na porção ventral, respectivemente.

Palavras-chave: Nutria, Baço, Artéria Lienal

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Com o objetivo de avaliar a atividade das enzimas antioxidantes superóxido dismutase (SOD), catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPX) em ratos asmáticos (machos Wistar) suplementados com óleo de peixe e vitamina E, foram utilizados animais pesando 220 ± 20g. Eles foram separados em grupo controle (C), asmático (A), suplementado com óleo de peixe, 1 g/Kg de peso corpóreo (p.c.) (OP), asmático suplementado com óleo de peixe (AS) e asmático suplementado com óleo de peixe e vitamina E, 100 mg/Kg de p.c (ASE). A duração da suplementação foi de 21 dias e a indução à asma nos grupos A, AS e ASE ocorreu por sensibilização e exposição à ovalbumina. Após a coleta do lavado bronco alveolar, este foi utilizado para quantificar a atividade da CAT pelo método de Aebi 1984, através do consumo de peróxido de hidrogênio pela enzima. Enquanto que a quantificação da atividade das enzimas SOD e GPX, foram realizadas a partir dos kits da BioAssay Systems®. Todos os resultados foram expressos como média ± erro padrão da média e a análise estatística foi realizada por ANOVA. O valor de atividade da CAT reduzido (p<0,05) no grupo A (0,1636 µmol/min.mg ± 0,021) em relação ao grupo C (0,3282 µmol/min.mg ± 0,0379), correspondeu ao encontrado na literatura. O valor estatisticamente igual do grupo A com os grupos OP (0,1868 µmol/min.mg ± 0,0203), AS (0,2009 µmol/min.mg ± 0,022) e ASE (0,1614 µmol/min.mg ± 0,0194), revelaram que o óleo de peixe, associado ou não a vitamina E, não provocou modificações na atividade da enzima nos animais asmáticos e permaneceu equivalente ao grupo controle. A manutenção da atividade enzimática da SOD entre os grupos A (24,11 U/mg ± 0,6182) e ASE (14,19 U/mg ± 0,8208), e ambos, menores (p<0,05) que o grupo C (14,19 U/mg ± 0,8208), indicou que o óleo de peixe associado a vitamina E, não induziu incremento na atividade da SOD nos animais asmáticos. Porém, o valor do grupo AS (33,91 U/mg ± 2,325) maior (p<0,05) que o do grupo A e estatisticamente igual ao do grupo C, sugere que o óleo de peixe, sem associação, reverteu a baixa atividade da enzima encontrada nos asmáticos. O valor da atividade da GPX do grupo C (198,0 U/g ± 45,08) maior (p<0,05) que o do grupo A (12,59 U/g ± 5,23) e estatisticamente igual aos dos grupos OP (230,3 U/g ± 38,54), AS (164,1 U/g ± 31,25) e ASE (157,4 U/g ± 28,75), revelou que o óleo de peixe, independente da vitamina E, reverteu a atividade da GPX que estava diminuída no grupo asmático. Assim, é provável que o óleo de peixe minimize o estresse oxidativo em ratos asmáticos por aumentar a atividade das enzimas SOD e GPX.

Palavras-chave: Enzimas Antioxidantes, Estresse Oxidativo, Óleo de Peixe

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INTRODUÇÃO: É sabido que atletas de modalidade de lutas, como o jiu-jitsu realizam manobras dietéticas no período pré-competitivo para reduzir o peso corporal com objetivo de atingir o peso ideal para sua categoria. A perda corporal de água é prejudicial à saúde e ao desempenho esportivo, a desidratação pode gerar quebra da homeostase corpórea e alteração da atividade metabólica. Assim, são necessários estudos que investiguem o nível de desidratação de atletas de lutas e a associação entre a desidratação, saúde e performance destes atletas. OBJETIVO: O presente trabalho se prestou a verificar o nível da desidratação, relacionando com os possíveis efeitos e consequências na saúde (através da determinação da Variabilidade da Frequência Cardíaca – VFC) destas modalidades dietéticas usualmente empregadas por 8 atletas masculinos de jiu-jitsu de nível nacional e internacional. METODOLOGIA: A amostra contou com oito atletas de jiu-jitsu, com idades entre 18 e 28 anos de nível competitivo nacional e internacional, que foram avaliados em dois momentos distintos: a) pré-protocolo de perda de peso e b) pós-protocolo de perda de peso. Para caracterização da amostra foi realizada uma avaliação antropométrica de acordo com a disponibilidade do atleta. Os atletas foram orientados a utilizar os métodos de desidratação usualmente empregados por eles próprios em períodos pré-competitivos para a redução do peso corporal. RESULTADOS: Foram encontradas diferenças significativas entre os valores pré e pós-protocolo nos aspectos: água corporal total (pré = 45,0L e pós = 41,06L com p < 0,05); percentual de água corporal (pré = 59,6% e pós = 55,4% com p < 0,05). Também foi encontrada diferença nos valores pré e pós-protocolo para Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC), expressadas em média ± desvio padrão: pré = 56,9875 ± 30,5199 e pós = 9,325 ± 2,00339 com p < 0,001. CONCLUSÕES: A desidratação usualmente utilizada pelos atletas para atingir peso de competição está associada ao aumento agudo de fatores de risco cardiovasculares e à saúde, como a redução da VFC e dos líquidos corporais. Mais estudos são necessários para avaliar como esses fatores se comportam de forma crônica.

Palavras-chave: Água Corporal, Frequência Cardíaca, Jiu Jitsu

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O objetivo do estudo foi determinar a concentração de Ânions superóxido produzidos pelos macrófagos do LBA de ratos asmáticos suplementados com óleo de Peixe e Vitamina E. Foram utilizados ratos Wistar machos pesando 220±20g separados em 5 grupos: Controle (C), Suplementado com óleo de peixe (OP), Asmático (A), Asmático suplementado com óleo de Peixe (AS) e Asmático suplementado com óleo de peixe e vitamina E (ASE). A suplementação da dieta com o óleo de peixe foi feita por 21 dias consecutivos (1g/kg de peso corporal), sendo que os grupos C e A receberam água na mesma medida. A dose de Vitamina E veiculada correspondeu à 100mg/kg. No 5º e no 12º foi realizada a sensibilização e exposição à Ovalbumina (OVA). No 19º, 20º e 21º dias foi realizado o desafio alergênico pulmonar. No 22º dia foi realizada a coleta do LBA para a quantificação dos ânions Superóxido. O método de quantificação baseia-se na redução do NBT, cuja reação forma um precipitado azul. A intensidade da cor foi então medida no espectrofotômetro. Os valores foram expressos como Média± erro padrão, onde a análise estatística foi realizada por ANOVA. O grupo A (0,06±0,003) (n=15), apresentou-se diminuído (p<0,05) em relação ao grupo C (0,090,007) (n=9), o mesmo ocorreu com os grupos OP (0,06±0,002) (n=13) e ASE (0,06±0,002) (n=13). Ao contrário dos valores obtidos para o grupo AS (0,07±0,005) (n=15), que se mostraram semelhantes ao grupo C (p<0,05) . A partir dos valores obtidos, é possível verificar que os macrófagos deste ensaio, por serem retiradas de um ambiente hiperestimulado, apresentam capacidade de produção de ROS inversamente relacionada com sua ação in vivo. Assim, os resultados sugerem a diminuição da capacidade de produção de ROS pelos macrófagos dos Ratos asmáticos suplementados. Nesse contexto, os animais asmáticos suplementados com o óleo de peixe, foram capazes de minimizar a produção de ânions superóxido típica da asma.

Palavras-chave: Ânions Superóxido, Asma, Óleo de Peixe

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Com o declínio da função reprodutiva masculina, cresce também a preocupação em relação aos desreguladores endócrinos, substâncias que podem alterar o sistema endócrino e reprodutivo. Entre elas estão o mono-(2-etilhexil)-ftalato (MEHP) e o 4-nonilfenol (NP), as quais, entre outros efeitos, induzem a formação de espécies reativas de oxigênio, levando ao estresse oxidativo em células testiculares, incluindo as células de Sertoli, principal linha de defesa testicular. Assim, nosso objetivo foi avaliar a citotoxicidade de diferentes doses de MEHP e NP a serem utilizadas em estudo de estresse oxidativo em cultivos primários de células de Sertoli de ratos pré-púberes. Para isolamento das células, os testículos de ratos Wistar de 18 a 21 dias (n=20) foram coletados, decapsulados e digeridos em duas etapas com colagenase (0,1%). As células de Sertoli foram separadas por sedimentação, ressuspendidas em meio de cultura Ham’s F-12 e meio de Eagle modificado, semeadas em placas de 96 poços em 300 uL de suspensão (10µg de DNA/mL) por poço e cultivadas a 34°C em uma atmosfera de 5% CO2 e 95% ar. O MEHP e NP, diluídos em dimetilsulfóxido, foram adicionados ao meio de cultivo em concentrações variáveis. Os tratamentos (n=8 por grupo) foram veiculo 0,25% (Controle) ou diferentes concentrações de MEHP (M1, 10?M; M2, 50?M; M3, 100 ?M; M4, 200 ?M) ou NP (N1, 10?M; N2, 20 ?M; N3, 40 ?M; N4, 100?M). Os tratamentos foram feitos após quatro dias de cultivo, por 24 horas. Para avaliar a citotoxicidade das substâncias, determinou-se a viabilidade celular por ensaio MTS (3-(4,5-dimetil-2-il)-5-fenilmetil (3-carboxi)-2-(4 sulfofenil)-2H-tetrazolio), utilizando um kit comercial (CellTiter 96 Aqueous non radioactive cell proliferation assay; PromegaCorp., Madison, WI). O método determina a viabilidade celular pela medida da conversão de MTS em formazan pelas enzimas desidrogenases de células metabolicamente ativas. A leitura da absorbância a 490 nm é diretamente proporcional à viabilidade. A média (±EPM) da viabilidade celular (%) foi de 98,4±1,5; 99,0±1,0; 97,8±2,0 e 102,7±1,9 em relação ao controle após exposição a M1, M2, M3 e M4 e de 99,2±1,5; 97,7±1,6; 101,4±1,2; 98,9±1,8, para N1, N2, N3 e N4 respectivamente, não sendo detectada diferença significativa entre o grupo controle e os tratados. Deste modo, podemos concluir que as concentrações utilizadas de MEHP e NP não são citotóxicas e podem ser usadas para avaliar seus efeitos oxidativos sobre células de Sertoli in vitro.

Palavras-chave: Ftalato, Nonilfenol, Células de Sertoli

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Os processos envolvidos no desenvolvimento gonadal e fenotípico masculinos são sensíveis à exposição a agentes químicos, pois dependem de complexas interações entre células e sistemas de sinalização química. Estudos anteriores indicam que os antivirais Aciclovir e Ganciclovir apresentam potencial para alterar o desenvolvimento testicular de ratos, especialmente quando a exposição ocorre no início do período de diferenciação gonadal. O presente projeto avaliou os possíveis efeitos tardios nos órgãos reprodutivos de ratos expostos in utero a esses antivirais. Ratas penhes foram divididas em cinco grupos experimentais, recebendo três aplicações (08h00; 13h00 e 18h00) de veículo ou antivirais pela via subcutânea, no 10º dia de gestação: (1) Veículo (3 x água destilada); (2) Aciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (3) Aciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/ kg); (4) Ganciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (5) Ganciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/kg). Os descendentes masculinos foram investigados diariamente a partir do 38º dia pós-natal quanto à separação prepucial (marcador externo do início da puberdade em ratos), e eutanasiados no 91º dia (± 1 dia) para análise do peso de órgãos reprodutivos, histologia testicular e testosterona sérica. A exposição aos antivirais não causou alteração no peso corporal das progenitoras ou das ninhadas. Também não foram observadas diferenças significativas no dia médio de separação prepucial. Não houve diferença nos pesos de órgãos, com exceção dos testículos e epidídimos. No grupo exposto ao Ganciclovir 300 mg/kg o peso do epidídimo estava significativamente reduzido em relação ao controle, enquanto houve um aumento no peso do epidídimo no grupo aciclovir 75 mg/kg. Também foi observada uma redução significativa no peso relativo dos testículos dos animais expostos ao ganciclovir 300 mg/kg. Na análise da histologia testicular foram encontradas alterações nos túbulos seminíferos dos animais expostos a maior dose de ganciclovir, incluindo depleção de células germinativas e redução do diâmetro dos túbulos seminíferos. A concentração sérica de testosterona não demonstrou qualquer alteração. Esses resultados indicam que a exposição ao ganciclovir durante uma curta janela da diferenciação gonadal de ratos, 10º dia de gestação, pode causar efeitos tardios. Estudos adicionais são necessários para revelar os mecanismos responsáveis pela depleção de células germinativas após a exposição in utero.

Palavras-chave: Antivirais, Ratos, Testículo

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Estudos recentes têm demonstrado que certos ftalatos, como o DBP, podem exercer efeitos adjuvantes em modelos de hipersensibilidade de contato, exacerbando a resposta inflamatória. De acordo com estimativas de exposição humana, perfumes contendo DBP podem resultar em exposições de 0,4 mg DBP/dia. O objetivo do presente estudo é investigar o efeito adjuvante do DBP em um modelo de hipersensibilidade de contato induzida por oxazolona, usando doses de DBP relevantes para os humanos. Uma vez que dados preliminares mostraram que o DBP apresenta maior potencial adjuvante em relação ao DEHP, o primeiro foi escolhido para a realização de um estudo dose-resposta. Camundongos adultos Balb/c foram divididos em 8 grupos experimentais (n=6/grupo). Os tratamentos foram realizados em duas etapas: (1) fase de sensibilização, com aplicação tópica de oxazolona (75 µg/animal) ou veículo (30 µL acetona/animal) no abdômen tricotomizado; e (2) fase de indução, com aplicação tópica na orelha direita de oxazolona (75 µg/animal), oxazolona seguida de DBP, ou apenas veículo (30 µL acetona/animal). De acordo com os tratamentos recebidos nas fases de sensibilização/indução, foram constituídos os seguintes grupos experimentais: acetona/oxazolona (controle negativo de sensibilização); oxazolona/acetona (controle negativo de indução); oxazolona/oxazolona (controle positivo); oxazolona/oxazolona+DBP 0,04 mg; oxazolona/oxazolona+DBP 0,4 mg; oxazolona/oxazolona+DBP 4 mg. O DBP, diluído em acetona, foi aplicado no dia da indução e nos dois dias subsequentes, enquanto os demais grupos (controles) receberam veículo (30 µL acetona/animal). Por três dias subsequentes à indução a espessura da orelha (edema) foi medida com um micrômetro. Após a última medida, os animais foram eutanasiados e as orelhas foram coletadas para a análise histológica. A espessura da orelha estava aumentada no grupo controle positivo, quando comparado aos controles negativos. O edema induzido por oxazolona estava aumentado nos grupos tratados com DBP nas doses 0,4, e 4 mg/orelha, quando comparados com o grupo controle positivo. Porém, não foi encontrada diferença entre o controle positivo e o grupo tratado com 0,04 mg de DBP. Estes resultados indicam que o DBP pode aumentar o edema no modelo de hipersensibilidade de contato induzida por oxazolona em camundongos. Mais estudos, incluindo os dados de histologia e análise do perfil de células por citometria de fluxo, atualmente em andamento, são necessários para a identificação do mecanismo de ação do DBP nos modelos de hipersensibilidade por contato.

Palavras-chave: DBP, Hipersensibilidade de Contato, Camundongos

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O quadro de inflamação asmática está associado com o estresse oxidativo, decorrente da geração excessiva de espécies reativas de oxigênio (ERO) e/ ou diminuição de antioxidantes endógenos. O peróxido de hidrogênio (H2O2) é um exemplo de ERO presente no ambiente inflamatório; não é nocivo ao organismo, mas reage com nitrito formando o peroxinitrito (ONOO?), que promove a peroxidação lipídica. O objetivo deste estudo foi avaliar a produção de H2O2 em lavado bronco alveolar (LBA) de ratos asmáticos suplementados com ômega-3 e vitamina E. A avaliação da produção de H2O2; que consiste na detecção do peróxido de hidrogênio através da oxidação do vermelho de fenol pela peroxidase. Foi verificado que nos múltiplos ensaios de padronização da produção de H2O2 com estímulos, tanto o PAF quanto o PMA não foram satisfatórios em seus propósitos, pois a produção deste composto por ambos os estímulos foi estatisticamente igual quando comparados aos grupos sem estímulos. Portanto, estes dados não foram usados para interpretação dos resultados gerais. Ratos Wistar machos adultos com aproximadamente 220±20g, foram separados em grupos: controle (C), asmático (A), suplementado com óleo de peixe (OP), asmático suplementado com óleo de peixe (AS) e asmático suplementado com óleo de peixe e vitamina E (ASE). A suplementação ocorreu durante 21 dias, a dose administrada de óleo de peixe foi 1g/Kg de peso corpóreo (pc) e a dosa da vitamina E foi de 100 mg/Kg pc. A asma foi induzida nos grupos A, AS e ASE, por sensibilização nos 5º e 12º dias e exposição à ovalbumina (1 mg/mL) nos 19º, 20º e 21º dias. Todos receberam dose letal de uretana no 22º dia, foi coletado o LBA para o ensaio. Os resultados foram expressos como média ± erro padrão da média e a análise estatística foi realizada por ANOVA com pós-teste de Tukey.

Palavras-chave: Estresse Oxidativo, Asma, Óleo de Peixe

RESUMO

Os processos envolvidos no desenvolvimento gonadal e fenotípico masculino são particularmente sensíveis a exposição a xenobióticos, pois dependem de complexas interações entre células e sistemas de sinalização química. Dados preliminares indicam que os antivirais aciclovir e ganciclovir apresentam potencial para alterar o desenvolvimento e função testicular de ratos, quando a exposição ocorre no início do período de diferenciação gonadal. O presente estudo teve como objetivo analisar as concentrações séricas de aciclovir e ganciclovir em ratas prenhes expostas no 10° dia de gestação (dose interna), e a relação desses dados com os efeitos tóxicos observados em estudos complementares. Ratas prenhes foram obtidas a partir do acasalamento de ratos Wistar adultos durante a fase escura do ciclo de luz, na proporção de um macho para três fêmeas. As fêmeas prenhes foram então divididas em cinco grupos experimentais, recebendo três aplicações (08h00; 13h00 e 18h00) de veículo ou antivirais pela via subcutânea no 10º dia de gestação: (1) Veículo (3 x água destilada); (2) Aciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (3) Aciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/ kg); (4) Ganciclovir 75 mg/kg (3 x 25 mg/kg); (5) Ganciclovir 300 mg/kg (3 x 100 mg/kg). Uma hora após a última administração, os animais foram eutanasiados para a coleta de sangue e obtenção do soro. A determinação das concentrações séricas dos antivirais aciclovir e ganciclovir foi realizada pelo método de cromatografia líquida de alta resolução (HPLC) com detecção ultravioleta. As concentrações séricas de aciclovir na menor e maior dose foram (mg/L; média ± desvio padrão) 6,69 ± 1,10 e 27,40 ± 5,26, respectivamente, e para o ganciclovir 7,61 ± 1,52 e 42,83 ± 4,91. Os resultados de experimentos complementares conduzidos no nosso laboratório indicaram que os efeitos testiculares, como depleção de células germinativas, são observados apenas em animais expostos a maior dose de ganciclovir. Por outro lado, a maior dose de aciclovir parece ter promovido efeitos mais severos sobre o desenvolvimento geral dos filhotes, bem como alterações no peso do timo. Embora esses dados possam sugerir diferentes espectros de toxicidade para esses antivirais, os resultados do presente estudo indicam que os efeitos observados também podem ser resultado de diferenças na biodisponibilidade desses compostos. Dados obtidos em seres humanos indicam que administrações intravenosas podem resultar em concentrações plasmáticas de aciclovir e ganciclovir próximas àquelas reportadas no presente estudo para ratos.

Palavras-chave: Aciclovir, Ganciclovir, Concentração Sérica

RESUMO

O modelo de Doença de Parkinson (DP) em roedores, induzido por aplicação de rotenona intranigral, descrito recentemente, fornece um modelo importante para estudo dos mecanismos de lesão neuronal dopaminérgica induzida por toxinas. A relevancia deste modelo permanece inexplorada, em especial no que tange os distúrbios de sono que ocorrem na DP. Assim, a construção de um modelo que demonstre as diversas alterações comportamentais e neuroquímicas relacionadas ao sono podem ser úteis no entendimento da associação entre DP e regulação do sono. Utilizaram-se ratos Wistar machos distribuídos nos seguintes grupos: sham controle (n=10), sham privados de sonode movimentos oculares rápidos (PSREM) (n=10), rotenona controle (n=10) e rotenona PSREM (n=10). Foram realizadas injeções bilaterais com infusão intranigral de rotenona no dia zero e no dia 1 foi realizado o teste do campo aberto. No dia 20 os respectivos grupos passaram por um período de 1 dia de PSREM, sendo novamente testados no campo aberto no dia 21. Concomitantemente, os grupos foram submetidos a sessões de treino no teste de reconhecimento de objetos, seguido por um período exato de 24 horas de PSREM, dia 21. No dia seguinte (22), os ratos foram re-expostos ao teste de campo aberto e ao teste de reconhecimento de objetos (fase de escolha). Após a última sessão de testes comportamentais, os encéfalos foram dissecados e imediatamente seus estriados foram recolhidos para fins neuroquímicos. Observamos que uma breve exposição à PSREM foi capaz de alterar drasticamente o Teste de Reconhecimento de Objetos, similarmente à lesão nigroestriatal promovida pela lesão intranigral com rotenona. Entretanto, a combinação de PSREM e rotenona surpreendentemente não provocou prejuízo na memória, devido a um mecanismo compensatório mediado pela liberação estriatal de dopamina. Ainda, foi demonstrada a existência de mudanças na neurotransmissão de Serotonia e Noradrenalina no estriado, mais como função da PSREM e PSREM somada à rotenona, respectivamente.

Palavras-chave: Privação de Sono REM, Dopamina, Rotenona

RESUMO

Nos últimos anos uma variedade de mecanismos foram propostos para explicar a etiologia da doença de Parkinson (DP) e sua progressiva perda neuronal dopaminérgica. Baseado nas hipóteses de que a DP é resultante da interação sinérgica de múltiplos insultos, e das evidencias que mostram que a reação glial e processos inflamatórios podem participar de uma série de eventos em cascata que levam à morte neuronal, neste estudo foi avaliado o efeito da exposição crônica ao lipopolissacarídeo (LPS) como fator desencadeante de uma perda progressiva dos neurônios dopaminérgicos, analogamente à realidade da perda gradual e contínua vista no paciente portado da DP. Para tanto, ratos Wistar com 12 semanas de idade foram submetidos à cirurgia estereotáxica para implantação unilateral de cânula de espera para infusão intranigral de solução contendo 0,8?g/?l de LPS (grupo LPS) ou solução salina (grupo Sham). O dia da cirurgia foi considerado o dia 0, e as infusões foram realizadas nos dias 2, 6, 10 e 14 após a instalação da cânula. 48 horas após cada aplicação um grupo de animais foi ortotanasiado para quantificação dos neurotransmissores através de técnica cromatográfica. Os grupos foram submetidos a testes comportamentais para avaliação da motricidade através do campo aberto (CA) e memória de reconhecimento do novo objeto. Os dados foram analisados por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. No teste do CA os animais do grupo salina e LPS, independentemente do número de injeções, não demonstraram alteração em nenhum dos parâmetros analisados. No teste de memória de reconhecimento do novo objeto, os animais dos grupos Sham permaneceram mais tempo explorando o objeto novo em relação ao familiar frente aos diferentes números de injeções (p<0,02). No entanto, o grupo LPS apresentou prejuízo de memória que se manteve independentemente do número de injeções (p<0,005). Muito embora todos os animais que receberam injeção intranigral de LPS tenham apresentado significativa redução na concentração de dopamina estriatal (p<0,01) esta redução não foi influenciada pelo número de injeções aplicadas (p=0,23). Assim, conclui-se que a aplicação de LPS pode gerar um processo suficiente para reduzir a concentração deste neurotransmissor e afetar o desempenho do teste de memória, todavia esta redução não se apresentou progressiva.

Palavras-chave: Doença de Parkinson, Memória, LPS

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A sesta apresenta vários benefícios já descritos na literatura, tais como reduzir a sonolência, melhorar o desempenho cognitivo, além de ser uma boa estratégia para lidar com a privação de sono. Apesar disso, são poucos os estudos que tiveram como objetivo estudar os fatores que a influenciam. Portanto, esse estudo tem a finalidade de investigar se o cronotipo é um dos fatores que influenciam a arquitetura da sesta diurna. Para participar do estudo um total de 43 voluntários saudáveis entre 18-32 anos (22.16 ± 0.58) preencheram o questionário HO “Morningness Eveningness Questionnaire” (MEQ) de Horne e Östberg com o objetivo de se pesquisar a preferência circadiana e a Escala de Sonolência de Epwort (ESS) para avaliar o perfil do sonolência diurna. Para monitorar o sono noturno, durante uma semana os sujeitos utilizaram actígrafos e preencheram diários de sono antes de retornar ao laboratório para dormirem a sesta. No dia do experimento, após a montagem da polissonografia, os voluntários tiveram a oportunidade de dormir 90min, tendo como horário de início aproximadamente 13:30. Eles dormiram em média 66.55 minutos, com uma latência de sono média de 10.6 minutos. A maior parte do tempo da sesta foi ocupada pelo estágio 2 (54.61%), seguida pelo estágio 1 (25.6%), SWS (15.37%) e sono REM (4.42%). A pontuação no questionário HO, os dados do actímetro e os minutos de vigília prévia foram correlacionados com as variáveis da sesta obtidas na polissonografia. Foi encontrada uma correlação negativa entre a pontuação do questionário e o sono de ondas lentas (SWS) (r=-.364, p=.044) e uma correlação positiva com o Estágio N1 (r=.371, p=.014). Isto significa que a matutinidade (preferência por acordar e dormir mais cedo) está associada a uma maior duração do sono de ondas lentas e a uma menor duração de N1 numa sesta feita no período da tarde, o que poderia ser explicado por uma maior pressão de sono nesses indivíduos, ou então pelo horário programado para a sesta, o qual é mais apropriado.

Palavras-chave: Sesta Diurna, Cronotipo, Sono de Ondas Lentas

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Baseados na hipótese de que a causa da doença de Parkinson (DP) é multifatorial e resultante da interação sinérgica de múltiplos insultos, alguns autores começaram a especular que fatores específicos, que ocorreram ainda com o indivíduo intra-utero, podem predispor à neurodegeneração. Estudo em animais demonstrou que a exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS), que mimetiza uma infecção bacteriana durante a gestação em humanos, causou uma perda significativa nos neurônios dopaminérgicos da substancia negra parte compacta. Assim, o objetivo foi investigar o efeito lesivo desta toxina administrada num período crítico para o desenvolvimento do sistema nervoso central em associação com a suplementação com ácidos graxos poliinsaturados da família ômega-3 sobre a função cognitiva e a motricidade na geração F1. Para tanto, ratas Wistar com 12 semanas de idade foram divididas em dois grupos: óleo de peixe (OP) que receberam durante a gestação e lactação suplementação diária com 3g/kg de óleo de peixe e grupo controle (C) sem suplementação. No 11º dia de gestação cada grupo foi subdividido em dois e cada rata recebeu, via i.p., injeção com LPS (OP/LPS e C/LPS) na dose de 1ml/kg corporal ou volume idêntico de solução salina (OP/S e C/S). Os filhotes machos, aos 21 dias de vida foram submetidos a teste para avaliação da memória de localização do objeto e campo aberto. Os dados foram avaliados por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. A injeção de LPS, nas ratas que mantiveram o processo de gestação, reduziu significativamente o número de filhotes por ninhada quando comparado às ratas que receberam injeção de salina (p<0.001); redução que não foi influenciada pela suplementação com óleo de peixe (p=0.85). No teste de memória de localização do objeto, os animais dos grupos OP/S e C/S exploraram mais tempo o objeto cuja localização foi modificada em relação ao objeto referência (p<0,04), e os animais C/LPS exibiram tempos iguais para os dois objetos (p=0,17). No entanto, os animais OP/LPS exibiram aprendizagem semelhante a dos salinas (p<0,005). No teste de campo aberto os animais do grupo LPS exibiram maior velocidade média em relação aos demais grupos (p<0,03), sem apresentar diferença nos demais parâmetros. Assim, pode-se concluir que a exposição pré-natal ao LPS gerou déficit cognitivo, o qual foi revertido pela suplementação com óleo de peixe, possivelmente através de um mecanismo anti-inflamatório.

Palavras-chave: Doença de Parkinson, omega-3, neuroproteção

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O transtorno de déficit de atenção/hiperatividade (TDAH) é considerado o transtorno psiquiátrico mais comum na infância e a droga mais utilizada no tratamento é o metilfenidato. Um modelo animal bastante utilizado para TDAH é a linhagem de ratos espontaneamente hipertensos (SHR), que apresentam hiperatividade locomotora. Até o momento o efeito crônico do metilfenidato sobre a ritmicidade circadiana não foi avaliado em ratos SHR, sendo o objetivo deste estudo avaliar o efeito da administração de metilfenidato sobre a ritmicidade circadiana neste modelo animal. Para avaliar parâmetos do ritmo de atividade/repouso destes animais, ratos Wistar (W) e SHR foram mantidos isolados em gaiolas individuais a partir do dia pós-natal 28 em ciclo claro/escuro 12:12 (5 animais por grupo) ou em escuro constante (4W/5SHR), com a atividade locomotora registrada por meio de sistema de registro automático desenvolvido pelo Laboratório de Cronobiologia da UFRN durante 40 dias. Os dados de atividade foram agrupados em blocos de 5 minutos para a construção de actogramas e para análise espectral. Ambas as linhagens mostraram-se sincronizadas ao ciclo claro/escuro, com ritmo circadiano de atividade/repouso com período de 24h. Em escuro constante, houve diferenças no período endógeno quando as duas linhagens foram comparadas por meio do teste U de Mann-Whitney. Ratos Wistar expressaram um período endógeno maior, {24,73(0,29)h} quando comparados aos ratos SHR {24,06(0,07) h} (p=0,0143). Para a escolha da dose de metilfenidato a ser utilizada durante o tratamento crônico foram realizados administrações agudas de diferentes doses do medicamento (3; 5; 7 e 10mg/kg) em comparação à solução salina em ratos Wistar, com avaliação do efeito do tratamento na locomoção periférica, central e total no aparato de Campo Aberto. As variáveis foram comparadas por meio do teste ANOVA de uma via, seguido de teste post-hoc de Fisher. Foram considerados significativos valores de p.

Palavras-chave: Ritmo circadiano, Metilfenidato, SHR

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Acidentes causados por serpentes, no Brasil, são qualificados como problema de saúde pública. Entre os anos 2000 e 2010, foram notificados 280.699 casos em todo o território brasileiro (Sinan/SVS/MS, 2011), muitos destes envolvendo serpentes peçonhentas, como a cascavel sul-americana (Crotalus durissus terrificus). Desta maneira, o presente trabalho busca avaliar os efeitos das toxinas ofídicas – crotoxina e gitoxina – sobre o comportamento, o aprendizado e a memória operacional de ratos Wistar. Divididos em dois grupos: controle (n=10) e experimental (n=9), os ratos (machos pesando 200-250g) sofreram inoculação, via intrapenitoneal (IP), de solução salina e de veneno bruto de cascavel (1200µg/kg), respectivamente. Foram, então, submetidos a testes e re-testes com a duração de cinco minutos, cada, em o labirinto em cruz elevado (LCE) e cinco minutos de intervalo entre as exposições. Os procedimentos foram repetidos após cinco dias, desta vez com a alteração na duração dos intervalos que passaram a ter três minutos. Alterações nos níveis de ansiedade e memória em ratos do grupo experimental foram avaliados. Somente o grupo controle apresentou diferença no tempo de permanência nos braços abertos, entre os dias de exposição ao LCE, evidenciando um possível prejuízo de memória operacional nos animais do grupo experimental. Em termos de número de entradas nos braços, não houve diferença entre os dois grupos, uma vez que foi observado que os animais envenenados não exibiam prejuízos motores que os impedissem de realizar a tarefa. Aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob Certificação Nº537, o estudo pretende ampliar o conhecimento sobre os efeitos das toxinas de Crotalus durissus terrificus ante o comportamento e a memória operacional, em casos de acidente.

Palavras-chave: Labirinto em Cruz Elevado, Toxinas, Ansiedade

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A doença de Parkinson (DP) decorre da degeneração dos neurônios dopaminérgicos da via nigroestriatal com consequente prejuízo na liberação de dopamina (DA) no estriado. Essas alterações geram prejuízos motores (clássicos) e não motores (ainda pouco compreendidos), dentre eles distúrbios de sono e prejuízos de memória. Portanto, o objetivo do presente trabalho foi de investigar as alterações cognitivas e neuroquímicas, além dos prejuízos motores, produzidas pela privação de sono de movimentos oculares rápidos (PSREM) no modelo da DP induzido por rotenona. O modelo de rotenona intranigral recentemente descrito em roedores fornece um modelo interessante para o estudo dos mecanismos de indução de lesão neuronal dopaminérgica da toxina. A relevância do modelo permanece inexplorado em relação a distúrbios do sono que ocorrem na DP. Baseado nisso, a construção de um modelo de DP que retrata as várias alterações comportamentais e neuroquímicas relacionadas ao sono, seria útil para a compreensão da associação entre DP e regulação do sono. Utilizaram-se ratos Wistar machos distribuídos nos seguintes grupos: sham controle (n=10), sham PSREM (n=10), rotenona controle (n=10) e rotenona PSREM (n=10). Foram realizadas injeções bilaterais com infusão intranigral de rotenona no dia zero e no dia 1 foi realizado o teste do campo aberto. No dia 20 os respectivos grupos passaram por um período de 1 dia de PSP, sendo novamente testados no campo aberto no dia 21. Concomitantemente, os grupos foram submetidos a sessões de treino no teste de reconhecimento de objetos, seguido por um período exato de 24 horas de PSREM, dia 21. No dia seguinte (22), os ratos foram re-expostos ao teste de campo aberto e ao teste de reconhecimento de objetos (fase de escolha). Após a última sessão de testes comportamentais, os encéfalos foram dissecados e imediatamente seus estriados foram recolhidos para fins neuroquímicos. Observou-se que uma exposição de curta duração a PSREM foi capaz de prejudicar drasticamente o teste de reconhecimento de objetos de forma semelhante a uma lesão nigroestriatal promovida pela rotenona intranigral. No entanto, a combinação entre o PSREM e rotenona, surpreendentemente não resultou em uma perda sinérgica de memória, possivelmente indicando a ocorrência de um mecanismo compensatório mediado pela liberação de dopamina no estriado. Além disso, os resultados demonstraram a existência de alterações nos neurotransmissores serotonina e noradrenalina no estriado, principalmente em função da PSREM e da rotenona associada à PSREM, respectivamente.

Palavras-chave: Sono, Parkinson, Rotenona

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Embora a etiologia da doença de Parkinson ainda permaneça desconhecida, estuda-se que a redução das células dopaminérgicas pode estar associada a diferentes mecanismos. Alguns estudos em animais têm demonstrado que a exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS), que mimetiza uma infecção bacteriana durante a gestação em humanos, pode causar uma perda significativa nos neurônios dopaminérgicos da substancia negra parte compacta ao gerar um processo inflamatório. Assim, hipotetizamos que o fornecimento de ácidos graxos poliinsaturados da família ômega-3, presentes no óleo de peixe, durante uma janela temporal importante para o desenvolvimento do sistema nervoso central, pudesse desenvolver um papel crucial na modificação de fatores importantes envolvidos na etiologia desta patologia. Para tanto, ratas Wistar com 12 semanas de idade foram divididas em dois grupos: óleo de peixe (OP) que receberam durante a gestação e lactação suplementação diária de 3g/kg de óleo de peixe e grupo controle (C) sem suplementação. No 11º dia de gestação cada grupo foi subdividido em dois e cada rata recebeu, via i.p., injeção com LPS (OP/LPS e C/LPS) na dose de 10.000 unidades de endotoxina (EU)/kg corporal ou volume idêntico de solução salina (OP/S e C/S). Os filhotes machos, aos 21 dias de vida foram submetidos a teste para avaliação da memória de reconhecimento do novo objeto e quantificação da concentração de dopamina (DA) estriatal e seu metabólito DOPAC (ácido 3,4-dihidroxifenilacético). Os dados foram avaliados por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. No teste de memória de reconhecimento do novo objeto, os animais dos grupos OP/S e C/S permaneceram mais tempo explorando o objeto novo em relação ao familiar (p<0,01), e os animais C/LPS exibiram tempos iguais para os dois objetos (p=0,76). No entanto, os animais OP/LPS exibiram aprendizagem semelhante a dos salinas (p<0,03). Nas dosagens estriatais, o grupo C/LPS apresentou níveis reduzidos de DA em relação aos grupos C/S e OP/S (p<0,01), porém os animais OP/LPS aumentaram os níveis de DA em relação a todos os grupos (p<0,02). Quanto aos níveis de DOPAC não houve diferença significativa entre todos os grupos experimentais. Concluindo, a exposição pré-natal ao LPS gerou redução de DA e déficit cognitivo, os quais foram revertidos pela suplementação com óleo de peixe, possivelmente através de um mecanismo anti-inflamatório.

Palavras-chave: Doença de Parkinson, neuroproteção, omega-3

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A sesta é um fenômeno transcultural comum no início da vida, porém por vezes permanece como hábito no decorrer da vida adulta, sendo que os indivíduos que a dormem o façam por vários motivos, estando ou não privados de sono. Recentes estudos mostram benefícios relacionados a essa prática tanto no âmbito comportamental quanto cognitivo. Dentre eles podemos citar: diminuição da sonolência, melhora no humor, na atenção e aumento da consolidação da memória. O presente estudo tem como objetivo a avaliação da estrutura da sesta em adultos jovens. Para participar do estudo foram selecionados, por meio da aplicação de questionários referentes a hábitos de sono e estado de saúde, apenas indivíduos sem diagnóstico prévio de distúrbios do sono, que não estivessem fazendo uso de medicação psicoativa e que possuíam idade entre 18 e 35 anos. Com estas características foram selecionados no total 43 alunos (24 homens e 19 mulheres) da UFPR. Após uma semana de monitoramento do ciclo vigília-sono por actimetria e diários de sono, os indivíduos tiveram a oportunidade de dormir uma sesta de até 90 minutos no Laboratório de Cronobiologia Humana da Universidade Federal do Paraná (UFPR) enquanto eram monitorados pelo eletroencefalograma (EEG). Esses dados posteriormente foram estagiados e analisados evidenciando um tempo total de sono médio de 66,55 min (±17,43). Além disso, os resultados mostraram que a maior parte do tempo os indivíduos permanecem em estágio N2 (54,61% do tempo total de sono), aproximadamente 70% dos indivíduos atingiram sono de ondas lentas ou profundo (N3) e pouco menos da metade (46,5%), o sono paradoxal (REM). Esse resultado foi semelhante a outros estudos que realizaram registros polissonográficos de sestas de mesma duração, com exceção do sono REM, que apresentou menor duração em nosso grupo.

Palavras-chave: sono, sesta, polissonografia

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O íon cálcio possui grande importância na contratilidade cardíaca, alterações em sua concentração e em seus mecanismos de controle podem ser causadas por diversas condições fisiopatológicas, o hipertireoidismo pode se enquadrar nessas condições. Visamos avaliar os efeitos do hipertireoidismo e a contribuição do trocador Na+/Ca2+ e da SERCA na contratilidade do músculo cardíaco. O hipertireoidismo foi induzido, em ratos (n= 6), por injeção i.p. de T4 (200 µg/kg) durante 10 dias, o grupo controle foi tratado com injeção i.p. de salina (n= 6). Foram realizados experimentos para avaliar a velocidade máxima de contração (df/dt máx.) e relaxamento (df/dt min.) de papilares na potenciação pós-pausa (PPP), produção de força em diferentes concentrações de sódio extracelular e a avaliação da contração induzida por cafeína em papilares quiescentes. Observou-se que na df/ dt máx. e na df/dt min. da última contração antes da pausa, os animais hipertireoideos tem um percentual de aumento significativamente menor que os animais controle em todos os tempos de pausa. A produção de força aumentou com a diminuição da concentração de sódio extracelular (100mM, 90mM, 70mM e 50mM), em animais controle e em animais hipertireoideos. Porém nas concentrações de 70 e 50 mM se observa que o percentual de ganho de força do grupo hipertireoideo é menor que o grupo controle. A força máxima de contração induzida por cafeína em papilares quiescentes do grupo hipertireoideo foi menor que no grupo controle. Os resultados demonstraram que no hipertireoidismo as modificações geradas pelo hormônio resultariam da incapacidade da SERCA de aumentar o conteúdo de cálcio no retículo sarcoplasmático (RS). Nos animais hipertireoideos esse sistema de recaptação de cálcio estaria trabalhando em sua capacidade máxima, não podendo mais aumentar sua atividade nas situações que requerem um aumento na liberação de cálcio, como na PPP. Isso colabora para o menor ganho percentual na df/dt máx. e na df/dt min. da primeira contração após a pausa. O ganho de força em diferentes concentrações de sódio extracelular e a força máxima de contração induzida por cafeína dos músculos papilares quiescentes foi significativamente menor no grupo hipertireoideo, assim o hipertireoidismo induz efeito inotrópico negativo. Isso pode ser justificado pela menor capacidade de funcionamento do trocador Na+/Ca2+ no hipertireoidismo ou por sua expressão diminuída. Assim, fica claro que esta disfunção hormonal causa diversos distúrbios cardiovasculares, capazes de alterar o desempenho cardíaco.

Palavras-chave: Hipertireoidismo, Cardiovascular, Endócrino

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Durante o período pré-competitivo, manobras dietéticas são utilizadas para aprimoramento do desempenho. Atletas de modalidades de combate, como o jiu jítsu, realizam protocolos de dietas para a redução do peso corporal e, dessa forma, obter vantagem sobre seus adversários. Estes protocolos incluem a restrição hídrica que pode levar à redução na capacidade de gerar esforços anaeróbios, contradizendo os reais objetivos, uma vez que uma boa capacidade anaeróbia e eficiência mecânica são fatores determinantes para o deferimento de golpes. Diante do exposto, o objetivo do trabalho foi verificar o efeito da desidratação sobre determinantes de performance anaeróbia em atletas de jiu-jítsu. A amostra contou com oito atletas de jiu-jítsu, com idades entre 18 e 28 anos em nível competitivo nacional e internacional, que foram avaliados em dois momentos distintos: 1º préprotocolo de perda de peso e 2º pós-protocolo de perda de peso, nos quais foram avaliadas a potência e capacidade anaeróbia de membros inferiores e índice de fadiga através do teste Wingate. Para caracterização da amostra foi realizada uma avaliação antropométrica em dias aleatórios de acordo com a disponibilidade de tempo do atleta. Foi indicado que os atletas utilizassem métodos de desidratação próprios para a redução do peso corporal. Foram encontradas diferenças significativas entre os valores pré e pós-protocolo de redução de peso corporal para: Potência média pré = 538,08 ± 48,65 W; pós = 521,51 ± 62,18 W (p< 0,05); potência máxima Pré = 798,09 ± 80,85 W; pós = 773,46 ± 74,53 W (p<0,05) e índice de fadiga = pré 49,78; pós 57,0 (p<0,05). Estes resultados sugerem que protocolos de dieta que incluem processos de desidratação podem prejudicar o desempenho de esforços anaeróbios.

Palavras-chave: Desempenho, Exercício, Fadiga

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Esportes de combates são caracterizados pela divisão de seus atletas em categorias de peso. Os atletas geralmente realizam dietas com restrição hídrica, com o objetivo de competirem em categorias abaixo de seu peso. Contudo, estes protocolos de dieta parecem ter severos impactos sobre o desempenho. Diante do exposto, o objetivo do presente estudo foi avaliar os efeitos da desidratação induzida para a redução de peso corporal sobre a Força de Pressão Manual (FPM) em atletas de jiu-jitsu. Oito atletas de jiu-jitsu entre 18 e 28 anos do sexo masculino a nível competitivo realizaram testes de dinamometria para Preensão Manual em dois distintos momentos: 1° protocolo em condições normais e 2° pós-protocolo de perda de peso (com uma semana de restrição hídrica). A força de preensão manual foi obtida do melhor resultado de duas mensurações. Para análise estatística foi utilizado o teste T de Student para dados pareados, nível de significância adotado foi p < 0,05. Foram encontradas diferenças significativas entre os valores observados para condições normais FPM = 57,50kgf e após perca de peso dos mesmos indivíduos FPM = 53,88kgf, sendo observada redução de 6,3% na FPM para pós protocolo de perda de peso (p < 0,05). Os baixos valores de FPM encontrados para pós protocolo de perda de peso caracteriza a queda do desempenho. Assim, sendo demonstrado que protocolos de desidratação realizados por atletas durante o período pré-competitivo com o objetivo de se enquadrar na sua categoria de peso pode afetar a performance, além de causar danos à saúde do atleta. O jiu jitsu é caracterizado por momentos de realização de força isométrica associada a pegada no Kimono. Neste sentido, a restrição hídrica pode estar associada com a queda do desempenho durante competição. Em conclusão, uma semana de restrição hídrica pode afetar a força de preensão manual em atletas de jiu jitsu, deste modo, podendo afetar significativamente a força isométrica em momentos de pegada no Kimono, sendo decisivo para sucesso na competição.

Palavras-chave: Desempenho, Atletas, Desidratação

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O Trigo cv. CD120, uma variedade de origem COODETEC, foi selecionado entre cinco outros por mostrar a capacidade de manter a interação benéfica com H.seropedicae em experimentos in vitro e produtividade quando sementes são inoculadas com a bactéria na ausência de ureia. O objetivo deste trabalho foi iniciar os estudos proteômicos da cultivar de trigo quando in vitro co-cultivados com H.seropedicae para verificar a expressão diferencial de proteínas de raízes e parte aérea. Para isso, as plântulas de trigo obtidas de cultura de embriões maduros (Zadok 12) foram transferidas para 10 mL de meio MS líquido 1/10 em tubos de ensaio. Após 24 horas, os tubos foram inoculados com 107 células / mL de H.seropedicae e permaneceu durante 7 dias em co-cultivo. Como controle plântulas não inoculado seguiram o mesmo tratamento. No final do período experimental as plântulas foram tomadas em triplicata, para separar em parte aérea e raízes e proceder a extração de proteínas. A concentração de proteínas foi determinada pelo protocolo do ácido Bicinchoninico. Fitas de PAGE de pH imobilizado (Immobiline DryStrip – GE Health Care) pH 3-10, 7 cm, e um SDS-PAGE 12% foram utilizados para a primeira e segunda dimensão, respectivamente, para o gel bidimensional (2DE). Após ser corado com Coomassie G-250, as imagens foram analisadas por software ‘Imagem Mestre 2D platinum’ v.6.0. O protocolo de extração de proteína apresentou um rendimento de 8% e boa reprodutibilidade. A na´lise da imagem mostrou que cerca de 105 pontos de proteínas (‘spots’) foram detectados nos géis controle e inoculado de parte aérea e 90 spots para o gel do experimento com raiz. Neste último, não foram observadas ‘spots’ com peso molecular maior que 70kDa. Sete ‘spots’ foram mais expressos na parte aérea das plântulas de CD120 inoculadas. Nenhum ‘spot’ teve expressão aumentada no gel da parte aérea controle. Entretanto 5 ‘spots’ foram exclusivamente expressos no gel da parte aérea de plântulas controle contra apenas 2 exclusivos nos géis da parte aérea inoculada. Um número de 4 ‘spots’ foi mais expresso no controle nos géis de raiz, enquanto que nos geis da raiz de plântulas inoculadas 3 spots foram mais expressos. Sete spots distintos entre raiz de plântulas controle e inoculada foram verificados. A partir destes dados podemos avaliar que a raiz apresentou maior efeito da inoculação da bactéria que a parte aérea nestes estágios iniciais da associação benéfica. Sendo o um número pequeno de spots com expressão diferencial (

Palavras-chave: Trigo, Bactéria Promotora do Crescimento Vegetal, Proteoma Diferencial

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A 8-oxo-7,8-dihidro-2’-desoxiguanosina(8-oxodGuo) é um dos produtos provenientes da oxidação do nucleosídeo 2’dexosiguanosina (dGuo), sendo utilizado como biomarcador para quantificar danos provenientes do estresse oxidativo, gerados principalmente por espécies reativas de oxigênio (ROS), entre elas o peróxido de hidrogênio (H2O2) e o oxigênio singlete (1O2). Como a 8-oxodGuo, mesmo disponível comercialmente, possui custo elevado, sua síntese faz-se necessária para estudos. Para testar a realização da síntese foram usados seis tipos diferentes de reações que tinham como princípio a oxidação da dGuo. Na reação I os reagentes utilizados foram dGuo, Fe2+, azul de metileno e O2. A reação II foi composta por dGuo, ácido ascórbico, azul de metileno e O2. As próximas reações testadas tiveram por base os reagentes de Fenton, em que os reagentes da reação III foram dGuo, EDTA, Fe2+, ácido ascórbico e O2e da reação IV dGuo, EDTA, Fe2+, ácido ascórbico e H2O2. Nas últimas reações o íon metálico foi mudado para Cu2+. A reação V foi constituída por dGuo, EDTA, Cu2+, ácido ascórbico e O2 e a reação VI por dGuo, EDTA, Cu2+, ácido ascórbico e H2O2. A detecção da 8-oxodGuo foi realizada por cromatografia líquida de alta performance (HPLC), aparecendo somente nas reações V e VI. Na primeira fase móvel testada o tempo de retenção da dGuo e da 8-oxdGuo foram muito próximos o que dificultaria a purificação, portanto foram testadas novas fases móveis para favorecer a separação adequada. Depois de escolhida a reação, foi realizada a VI em larga escala para obtenção de uma quantidade significativa de 8-oxodGuo, porém quando realizou-se a etapa de purificação foi observado que estava ocorrendo a degradação da 8-oxodGuo. Não se sabe o motivo ao certo, mas a presença do cobre pode interferir, então foi utilizado outro método de purificação sem usar o HPLC para haver retirada do cobre e depois foi purificado por HPLC para separação entre dGuo e 8-oxodGuo. Após sua purificação, a 8-oxodGuo foi liofilizada e armazenada para posteriores usos na investigação de sua oxidação por ROS na presença de glutationa.

Palavras-chave: estresse oxidativo, oxigênio singlete, 8-oxo-7,8-dihidro-2’-desoxiguanosina

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No sul do Brasil, a cultura do trigo sofre com veranicos que diminuem a produtividade devido ao estresse hídrico. As Bactérias Promotoras de Crescimento Vegetal (BPCP) se associam beneficamente com vegetais, a exemplo Herbaspirillum seropedicae SmR1 e Azospirillum brasilense AbV5. Estas são capazes de estimular o desenvolvimento vegetal e proteger contra o estresse através do aumento da síntese de ácido indol-3-acético (AIA promotor de crescimento vegetal) e redução da quantidade de etileno, conhecido como fitohormônio do estresse vegetal ou senescência. O precursor da síntese de etileno é o 1-aminociclopropano-1-carboxilato, cuja enzima de síntese é ativada por AIA e sua degradação produz ácido alfacetobutírico (ACB). O objetivo deste trabalho foi estudar duas variedades de trigo da COODETEC, a CD 120 e uma cultivar ancestral, “Frontana”, para verificar o efeito fisiológico das BPCP em plântulas de trigo in vitro, em estresse hídrico promovido por polietilenoglicol (PEG). Plântulas obtidas a partir de cultura de embriões maduros foram transferidas para 10 mL de 1/10 meio MS líquido em tubos de ensaio com ou sem PEG 6000 (0,3 MPa). Após 24 horas, os tubos foram inoculados com 107 células/mL de H. seropedicae ou/e 106 células/mL de A. brasilense, mantendo-se durante 5 dias em co-cultivo. Como controle, as plântulas não inoculadas seguiram as mesmas condições. No final do período experimental, o meio de co-cultivo foi tomado para a quantificação de AIA, ACB e proteínas totais. O AIA nos tratamentos sem PEG com H. seropedicae foi superior para a cv CD 120, enquanto para a cv Frontana as quantidades totais foram cerca de 10 vezes menores, todavia destacaram-se os tratamentos com PEG e A. brasilense. A presença de ACB aumentou na presença de H. seropedicae especialmente sob estresse em ambas as cultivares. Comparando os controles (com e sem PEG) para o CD120 houveaumento de ACB em PEG, enquanto a cv. Frontana não apresentou diferenças. A proteína total foi maior em presença de bactérias comparado ao controle. Nos tratamentos com PEG a concentração de proteínas no meio de co-cultivo foi maior, podendo indicar morte celular da planta e/ou bactéria. Foi possível concluir que ambas as bactérias são capazes de produzir AIA associadas ao trigo, entretanto H. seropedicae associa-se melhor com o CD 120 e A. brasiliense com a cv. Frontana. O CD 120 percebe o estresse com PEG e sintetiza etileno, enquanto H. seropedicae ajuda a diminui-lo, diferentemente da cv. Frontana, que considera a condição in vitro tão estressante quanto a presença de PEG no meio de cultivo.

Palavras-chave: Bactéria Promotora do Crescimento Vegetal, Trigo, Fitohormônio

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As doenças renais se apresentam como um problema de saúde pública mundial, sendo crescente o número de pacientes com doença crônica em fase terminal submetido à terapia de substituição renal. Segundo o Censo 2011 da Sociedade Brasileira de Nefrologia (SBN) existem atualmente cerca de 90.000 pacientes dialíticos no Brasil. Dentro deste contexto, o exame de urina realizado rotineiramente nos laboratórios de análises clínicas, fornece informações essenciais sobre o estado funcional dos rins, possibilitando a detecção precoce e o acompanhamento do quadro clínico do paciente, sendo uma ferramenta útil para o diagnóstico das doenças renais, além de ser um exame de baixo custo e simples de ser realizado. As contagens de elementos urinários por mL são superiores às contagens por campo microscópico, sendo assim, o objetivo do presente trabalho foi comparar os resultados da contagem de leucócitos e de eritrócitos em Lâminas K-Cell (por mL) e em Câmara de Neubauer (por mL). Foram analisadas 50 amostras de urina não concentradas de pacientes do laboratório do Hospital de Clínica da Universidade Federal do Paraná (HC-UFPR). As contagens por microscopia ótica comum foram realizadas em duplicata, por um único microscopista avaliador, utilizando a mesma amostra homogeneizada nos dois métodos. A análise estatística foi realizada por meio da comparação para contagem de leucócitos e de eritrócitos por mL utilizando a lâmina Kcell e a Câmara de Neubauer por análise de regressão linear. Em relação à contagem de leucócitos (n=53) foi obtido um coeficiente de determinação (R2)=0,9916, onde y = 1,0841x. E, em relação à contagem de eritrócitos (n=53) foi obtido o valor de R2= 0,9548, onde y = 1,075x, ou seja, observou-se uma correlação positiva entre as duas metodologias tanto para leucócitos quanto para eritrócitos. A lâmina K-cell é utilizada rotineiramente para contagens de elementos urinários devido à rapidez e agilidade apresentados. A Câmara de Neubauer, apesar de ser tradicionalmente considerada método de referência para quantificação em urina, não apresenta a mesma facilidade, principalmente em laboratórios de grande porte. Após a análise dos dados, sugere-se que mais estudos sejam realizados comparando não apenas estas duas metodologias, mas também contagens automatizadas e que venham a ser utilizadas com confiabilidade nos laboratórios de análises clínicas.

Palavras-chave: Uroanálise, Câmara de Neubauer, Lâmina K-cell

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A Araucaria angustifolia é uma espécie de importância cultural, social e econômica, com ocorrência natural no Brasil, que se encontra na lista oficial de flora nacional como espécie criticamente em perigo de extinção, segundo a lista vermelha de espécies ameaçadas da IUCN (The IUCN Red Listo f Threatened Species TM). Dessa forma, se justificam todos os esforços no sentido de conhecer melhor os fatores fisiológicos e bioquímicos que influenciam seu crescimento e desenvolvimento a fim de fornecer subsídios que auxiliem na implantação de práticas de reflorestamento e regeneração natural dessa espécie. Ainda, se considerarmos que a ocorrência dessa espécie está intimamente relacionada com climas de baixa temperatura e que estudos apontam um aumento na temperatura global, entender os mecanismos de resposta gerados pelo aumento de temperatura é essencial para o auxilio de sua conservação para gerações futuras. Tem sido descrito aumento nos níveis de espécies reativas de oxigênio em espécies vegetais expostas a temperaturas baixas, no entanto, estudos referentes às respostas vegetais frente ao aumento de temperatura ainda são raros. No presente trabalho, culturas de células embriogênicas de A. angustifolia foram estabelecidas e submetidas ao estresse por aumento de temperatura (30ºC por 12 horas). Foram determinados os efeitos do estresse pelo calor sobre a viabilidade celular, avaliada pelo método do MTT, e sobre a atividade da enzima antioxidante catalase (CAT). A viabilidade celular não foi afetada pelo aumento de temperatura, enquanto que a atividade da catalase aumentou em aproximadamente 60%. Estes resultados sugerem que o estresse pelo calor não é capaz de promover a morte das células embriogênicas de A. angustifolia, mas induz uma resposta relacionada ao estresse oxidativo, possivelmente induzido por esta condição de estresse.

Palavras-chave: Araucaria angustifolia, Estresse oxidativo, Estresse pelo calor

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Herbaspirillum rubrisubalbicans e Herbaspirillum seropedicae são Beta-proteobactérias endofíticas, fixadoras de nitrogênio encontradas em associação com plantas de interesse econômico como milho, sorgo e cana-de-açúcar. Os lipopolissacarídeos (LPS) são estruturas da membrana externa das bactérias gram-negativas, como o Herbaspirillum, e estão geralmente envolvidos na adesão e colonização do hospedeiro. O LPS é formado por três regiões estruturalmente distintas: a porção denominada lipídeo-A, o núcleo oligossacarídico e o antígeno-O. A reação inicial da biossíntese do antígeno-O envolve uma ligação fosfodiéster entre NAcGlc ou Gal ao ácido graxo undecaprenil-PP. Essa molécula serve de suporte inicial para a ligação de NTP-açúcares por glucosiltranferases ancoradas na face citosólica da membrana interna. Após formação de uma unidade oligossacarídica ligada ao Und-PP, a molécula é translocada para a face periplasmática da membrana interna com o auxílio da proteína Wzx (antígeno-O flipase). As unidades oligossacarídicas do antígeno-O são então polimerizadas pela antígeno-O polimerase (Wzy), e o produto é transferido ao lipídeo-A ligado ao oligossacarídeo central pela antígeno-O ligase. O gene waaL de H. rubrisubalbicans codifica para a enzima antígeno-O ligase, responsável pela ligação da porção sacarídica à porção lipídica da molécula de LPS. Este gene foi escolhido para a construção de um mutante visando a verificação de possíveis mudanças na adesão da bactéria à planta. O gene waaL foi amplificado, interrompido por um gene de resistência à kanamicina (Km) e ligado no vetor pSUP202, para posterior transformação em E. Coli e conjugação com H. rubrisubalbicans. A mutação em waaL, que codifica uma enzima específica de biossíntese de LPS, deverá alterar esta molécula e revelar o papel do LPS de H. rubrisubalbicans em sua interação com as plantas associadas.

Palavras-chave: Herbaspirillum rubrisubalbicans, Gene Waal, LPS

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O melanoma é um tumor de pele agressivo de alta incidência. A luz ultravioleta (UV) tem sido relacionada à gênese deste e diversas outras formas de câncer, pois promove o aumento dos níveis de espécies reativas de oxigênio (ROS), como o oxigênio singlete, que pode estar relacionado à formação de tumores. A melanina da pele, pigmento produzido pelos melanócitos, no processo designado por melanogênese, pode proteger contra os efeitos nocivos da luz UV e dos efeitos de ROS. Estudos mostraram, no entanto, de forma contraditória, que a melanogênese gerada por radiação UV pode gerar ROS e intermediários tóxicos que podem danificar as células. A melanogênese diminui a resposta à quimioterapia, mas as células de melanoma são capazes ainda de desencadear um processo de proteção ao estímulo da melanogênese. O presente estudo tem como objetivo analisar as células B16-F10 (modelo de melanoma murino) sob estímulo da melanogênese em relação ao efeito de antioxidantes na viabilidade celular. Para este fim, as principais atividades executadas são a esterilização de materiais, o preparo de soluções para utilização nos experimentos, o cultivo de células e o tratamento das células B16-F10 para o estímulo da melanogênese na presença dos antioxidantes N-acetil-L-cisteína (10mM) e catalase (500 U/ml), pela avaliação da viabilidade celular pelos métodos de MTT (brometo de 3-metil [4,5-dimetiltiazol-2il]-2,5 difeniltetrazólio) e do Cristal Violeta. Ensaios preliminares de estímulo da melanogênese mostraram diminuição na viabilidade das células B16-F10. Entretanto, esses ensaios de estímulo à melanogênese e de viabilidade celular necessitam de replicatas para análise da reprodutibilidadde dos resultados. Pretende-se, com os resultados obtidos até o momento, avaliar se há recuperação da viabilidade celular quando as células estimuladas para a melanogênese são tratadas com antioxidantes. Estes estudos poderão colaborar para o melhor entendimento da resposta celular em resposta à melanogênese e à produção de ROS, para que futuramente estes dados contribuam para o tratamento de melanomas.

Palavras-chave: Viabilidade Celular, Antioxidantes, Melanogênese

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O plasma seminal é um fluido fisiológico com papel essencial nas funções espermáticas in vivo, desde a ejaculação até a fertilização. O plasma seminal contem diferentes componentes, em especial as proteínas, que são importantes fisiologicamente para o sêmen e estão presentes na forma de complexos associados, incluindo glicoproteínas. Em algumas espécies o plasma seminal representa de 95-98% do volume total do sêmen e atua nos espermatozoides de forma à remodelar a membrana plasmática, integrando neles proteínas, além da capacitação, reações acrossômicas e também a motilidade espermática. A criopreservação de sêmen de suíno pode afetar algumas proteínas e aglutinar os espermatozoides, portanto dificultando sua utilização. O objetivo deste trabalho é conhecer as proteínas de plasma seminal para contribuir nos estudos de desenvolvimento de métodos para que não ocorra esta perda de qualidade do espermatozoide. Inicialmente, busca-se obter a concentração de proteínas, o perfil eletroforético das proteínas do plasma seminal e visualizar proteínas que são glicoconjugadas. O ejaculado foi coletado de suínos em uma unidade produtora de leitões, na cidade de Palotina-PR, utilizando o método de mão-enluvada. Este, foi mantido à 37 ºC até a centrifugação a 400xg a 4 ºC por 15 minutos, para separar as células do plasma seminal. O plasma seminal teve sua concentração total de proteínas determinado pelo método de Lowry modificado e seguiu protocolo de PAGE-SDS, tendo sido corado pelos métodos de Coomassie G-250 Coloidal e do ácido periódico-Schiff (PAS) para proteínas totais e glicoproteínas, respectivamente. A proteína total foi avaliada em 3,4 mg/mL. O perfil de proteínas apresentou proteínas proeminentes de peso molecular acima de 60 kDa e abaixo de 40kDa. Tendo destacada 2 bandas de peso molecular 40-50kDa. Glicoproteínas são visualizadas em especial na fração de baixo peso molecular. Na literatura são descritos estudos de proteínas de plasma seminal assim como da presença de Glicoproteínas de outros animais. Já foi identificado nesta região de baixo peso molecular proteínas que apresentam atividade biológica relevante. O que indica que em plasma seminal de suínos a mesma atividade biológica é esperada.

Palavras-chave: Plasma Seminal, Glicoproteínas, Suíno

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Herbaspirillum rubrisubalbicans é uma bactéria diazotrófica capaz de colonizar diversas espécies de gramíneas, através de uma associação endofítica geralmente não patogênica; no entanto, pode causar a doença da estria mosqueada em cana-de-açúcar B4362. Schmidt e colaboradores (2012) mostraram que o sistema de secreção do tipo III (SST3) de H. rubrisubalbicans é essencial para a ocorrência da doença, o que levou à sugestão de que uma ou mais proteínas efetoras transportadas pelo SST3 seriam responsáveis por desencadear a doença da estria mosqueada. Durante o sequenciamento do genoma de H. rubrisubalbicans M1, foi identificado um gene (denominado hrpo4) que codifica uma proteína homóloga à proteína AvrPto de Pseudomonas syringae, uma proteína efetora do SST3 responsável pelo desencadeamento de necrose tecidual em cultivares suscetíveis de tomate.Visando avaliar o envolvimento do gene hrpo4 no desenvolvimento da doença da estria mosqueada, foi construída de uma estirpe de H. rubrisubalbicans mutante no gene hrpo4. O mutante foi obtido por simples recombinação usando o plasmídeo pSUP202 contendo um fragmento ?5’ e ?3’ do gene hrpo4 e o marcador de seleção Tn5 KanR. A patogenicidade do mutante foi avaliada através de ensaios de inoculação em Vignia unguiculata. A estirpe mutante hrpo4não teve redução em sua patogenicidade quando comparada com a estirpe selvagem no organismo avaliado, sugerindo quea proteína Hrpo4 não estaria envolvida no desencadeamento da doença nesta planta. O gene hrpo4 foi amplificado e clonado no vetor pET29a para expressão em Escherichia coli. A proteína superexpressa foi purificada por cromatografia de troca aniônica, e usada em ensaios de inoculação em V. unguiculata. A inoculação de Hrpo4 causou necrose tecidual nesse organismo, sugerindo que essa proteína pode ser uma das responsáveis pelo fenótipo da doença, embora claramente não seja a única responsável. Serão realizados novos testes de interação planta-bactéria a fim de avaliar a contribuição desta proteína para a doença da estria mosqueada.

Palavras-chave: Herbaspirillum rubrisubalbicans, AvrPto, Doença da Estria Mosqueada

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O melanoma é um tumor que se caracteriza pela alta capacidade de sofrer metástase, processo que depende de enzimas proteolíticas como as metaloproteinases de matriz (MMPs). RECK é uma glicoproteína ligada covalentemente a membrana celular por molécula de glicosilfosfatidilinositol (GPI), que inibe, pelo menos, três dessas metaloproteinases de matriz: MMP-9, MMP-2 e MT1-MMP. Sabe-se que o gene RECK codifica para diferentes transcritos alternativos e que o aumento dos níveis do transcrito denominado RECKB pode estar relacionado com o fenótipo mais agressivo do melanoma, porém sua regulação e função ainda não são conhecidas. A proteína RECK está normalmente presente em microdominios funcionais de membrana resistentes à ação de detergentes (DRMs) e, de forma interessante, sabe-se que algumas proteínas estão preferencialmente associadas a DRMs em diferentes graus de malignidade do melanoma. Diante do exposto acima, os objetivos deste trabalho foram primeiramente propor um protocolo de separação de DRMs e avaliar como o transcrito alternativo RECKB e a droga sinvastatina influenciam na localização da proteína RECK na membrana plasmática. Para a purificação das DMRs o extrato protéico das linhagens utilizadas (célula de melanoma humano metastático 1205Lu; célula de glioblastoma humano U87MG) foi submetido à centrifugação em gradiente de sacarose. Os resultados confirmam a purificação das frações DMRs, com marcação específica para a proteína controle flotilina. Para avaliar a possível modulação da localização da proteína RECK canônica pela sua isoforma alternativa utilizou-se células 1205Lu que superexpressam RECKB em comparação com células controle, 1205Lu que expressam somente o EGFP (vetor vazio). Para avaliação da modulação da localização de RECK pela droga sinvastatina utilizou-se células de glioma U87MG tratadas ou não com sinvastatina. Os resultados mostram que tanto a superexpressão de RECKB como o tratamento com sinvastatina deslocou a proteína RECK canônica das frações DRMs. Pode-se sugerir que o aumento de RECKB leva, em parte, ao fenótipo mais agressivo do melanoma pela sua capacidade em retirar a proteína supressora de tumor RECK do microdominio de membrana. Já a sinvastatina, por se tratar de uma droga capaz de diminuir os níveis de colesterol, mostrou-se capaz de desestruturar os microdomínios funcionais de membrana e deslocar a proteína RECK das frações DMRs. O entendimento de fatores que modulem a localização de RECK na membrana plasmática é de grande importância para o entendimento de sua função como supressora de tumor no meio intracelular.

Palavras-chave: RECK, DRM, melanoma

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A incidência do Diabetes mellitus (DM) vem aumentando de forma epidêmica e promovendo aumento da patologia em grupos jovens. O DM é uma síndrome metabólica caracterizada por hiperglicemia, resultante da deficiência na secreção e/ou ação da insulina. No diabetes, o adequado controle glicêmico está relacionado diretamente com a redução no desenvolvimento e na severidade das complicações associadas à patologia como retinopatia, neuropatia, nefropatia e doença cardiovascular. O 1,5 anidroglucitol (1,5AG) é um marcador de controle glicêmico de curto prazo (2472 horas), um poliol derivado da glucose e é encontrado no soro humano, o qual está associado com picos hiperglicêmico. Neste estudo propomos avaliar a concentração do 1,5AG em uma população saudável brasileira de adolescentes (<18 anos) e adultos jovens (idade 18 a 25 anos) para estabelecimento de valores de referência e identificação de características deste marcador em nossa população. O grupo adolescente aguarda a coleta do tamanho amostral adequado. O projeto tem aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa (CAA5881.0.000.091-10). O 1,5AG foi quantificado por método enzimático automatizado (Glycomark®). Os resultados apresentados são para o grupo de adultos jovens, separados por gênero. As concentrações de 1,5AG (µg/mL) para adultos jovens saudáveis, homens e mulheres (18-25 anos), pareados por idade (21,9±2,3 anos) foram respectivamente, 26,6 (20,6-32,6) e 21,0 (16,9-26,6) representados pela mediana (intervalo interquartil). Quando comparados os grupos estes foram significativamente diferentes (P<0,001; Teste de Mann-Whitney), evidenciando que os homens apresentam concentrações superiores do analito às mulheres. Os valores de referência, definidos como a média ± dois desvios padrões, para os grupos em estudo foram, 10,8-43,2 µg/mL e 8,5-34,9 µg/mL. Este é o primeiro reporte destas concentrações para a população brasileira de faixa etária estudada.

Palavras-chave: Adolescentes, 1,5 AG, Diabetes

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Estudos com polissacarídeos das mais diversas fontes têm mostrado que estes compostos naturais bioativos podem estar envolvidos: na atividade imunomoduladora (MORETÃO, 2004; CUNHA, 2006; ROSÁRIO, 2008; 2011; AMORIM, 2012), atividade anti-inflamatória (SCHIRATO et al..,2006), atividade antitumoral (WANG et al., 1997; KOYANAGI et al., 2003), e atividade leishmanicida (NOLETO et al., 2002;KANGUSSU-MARCOLINO,2010; AMARAL, 2011). A Lepidium meyenii (maca) é uma planta nativa do Peru e suas raízes são utilizadas medicinalmente e como alimento. Na medicina popular é utilizada para o tratamento da anemia, tuberculose e esterilidade (CÍCERO et al., 2001; ZHENG et al.,2000). Considerando que não há estudos sobre as propriedades biológicas dos polissacarídeos dessa planta, os importantes efeitos imunomoduladores e leishmanicidas obtidos para polissacarídeos de plantas e a necessidade de encontrar novos medicamentos para o tratamento das leishmanioses, o presente projeto visa obter e caracterizar polissacarídeos das raízes de Lepidium meyenii e avaliar in vitro seus efeitos sobre macrófagos peritoneais de camundongos e macrófagos infectados por Leishmania. Para obtenção de polissacarídeos, a farinha de maca previamente deslipidificada foi pré-tratada para retirada do amido. Em seguida foram realizadas três extrações com água fervente e os polissacarídeos obtidos em cada uma das extrações foram reunidos em uma fração única, denominada MCP. Esta fração polissacarídica apresentou um rendimento de 2,6% em relação à farinha de maca seca, após a remoção do amido. Em sua caracterização, a fração MCP apresenta um perfil de eluição polimodal por HPSEC-MALLS/RI, sendo constituída por Glc, Ara, Gal, ácido urônico, Xyl, Man e Rha na proporção de 16,4 : 10,0 : 4,9 : 3,2 : 2,8 : 1,5 : 1. Os sinais encontrados no espectro de RMN13C desta fração indicam a presença de pectinas. Apesar do tratamento enzimático, a presença de amido também foi detectada. O polissacarídeo promoveu perda da viabilidade celular de macrófagos em 30% na concentração 500 µg/mL em 48 h de tratamento. Em relação a ativação de macrófagos, o polímero aumentou a produção de óxido nítrico em aproximadamente 2 vezes a partir de 25 µg/mL, quando comparado com controle negativo (sem tratamento). Estes resultados permitem sugerir que o polissacarídeo da maca é modulador de ativação de macrófagos peritoneais de camundongos.

Palavras-chave: macrófagos, imunomoduladores, Lepidium meyenii

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A pele contém células denominadas melanócitos que são responsáveis pela produção de melanina, um pigmento, que pode atuar como protetor por absorver a radiação UV e que é produzida em organelas especializadas, os melanossomos, a partir da oxidação da L-tirosina pela enzima tirosinase. O melanoma é um tumor de pele que é caracterizado pela estrutura diferenciada dos melanossomos e, embora a melanina tenha a capacidade de remover espécies reativas de oxigênio (EROS), quando ocorre o aumento da via da melanogênese por esse tumor há a liberação de intermediários que levam a um aumento de espécies reativas de oxigênio, outros radicais e semiquinonas. Neste estudo o objetivo era realizar uma curva de dosagem de melanina em células tumorais metastáticas da linhagem B16-F10 estimuladas com suplementação do meio de cultura RPMI 1640 com 0,4 mM de L-Tirosina (substrato para produção da melanina) e 10 mM de cloreto de amônio que é capaz de aumentar a atividade da enzima tirosinase pelo aumento do pH. Depois é feita a medição da absorbância em tempos intermediários de 0 horas até 48 horas para compará-la com uma curva já existente de produção de EROS em células também estimuladas (na qual o pico de produção foi em 15h pós-estimulo). Os resultados relacionados com a curva de dosagem de melanina não seguiram um padrão, apenas em um dos experimentos pôde se observar um visível aumento da síntese da melanina nos grupos suplementados, mas não houve repetição desses dados, portanto o experimento precisa ser refeito para estabelecer se realmente existe essa relação entre a melanogênese e a formação de EROS nessa linhagem de melanoma metastático murino (B16-F10) para que sejam realizados outros estudos no tempo ótimo da produção de melanina e se estabeleça a relação com a produção de EROS.

Palavras-chave: Melanogênese, EROS, B16F10

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Vários metabólitos secundários também identificados na planta Maytenus ilicifolia ("espinheira-santa") mostraram-se efetivos contra doenças crônicas degenerativas. O objetivo deste trabalho é caracterizar os componentes químicos da M. ilicifolia e investigar sua utilidade na prevenção de patologias vasculares. Para tanto, 100 g de folhas foram secas, trituradas e submetidas à extração por infusão com 1L de água destilada fervente, até a mistura atingir temperatura ambiente. Os extratos foram filtrados e tratados com etanol (3 volumes) rendendo duas frações, o precipitado e o sobrenadante etanólico (SEI; 20,61 g). Uma porção de SEI (10 g) foi solubilizada em água (100 mL) e particionada com acetato de etila (100 mL, 5x), originando uma fração aquosa (SEI-H2O, 64%) e uma fração orgânica (SEI-EtAc, 36%). Os extratos obtidos foram analisados por cromatografia líquida de ultra eficiência (UPLC, Waters-Acquity) e espectrometria de massas (ESI-MS, Quattro-LC, Waters). Em SEI, foram observadas quantidades elevadas de flavonóis-glicosídeos com absorção característica em 2 bandas no UV, em aproximadamente 255 nm e 355 nm. Compostos em menor quantidade foram detectados em 225 nm e 280 nm, similares aos padrões de flavan-3-óis como catequinas e epicatequinas. Após a partição, na fração SEI-H2O foram encontrados principalmente os flavonóis-glicosídeos, enquanto que na fração SEI-EtAc, as proantocianidinas (taninos condensados). A presença destes compostos foi confirmada por ESI-MS, sendo obtidos íons negativos consistentes com flavonoides livres como a catequina/epicatequina em m/z 289, dímeros em m/z 543, 561 e 579, trímeros em m/z 815, 833 e 849 e, por fim, tetrâmeros em m/z 1089, 1105 e 1121. Pentâmeros e hexâmeros também foram detectados em baixa quantidade. As proantocianidinas de M. ilicifolia são compostas por (epi)-catequina, (epi)-afzelechin, e (epi)-galocatequina, distribuídos de forma aleatória, resultando em vários isômeros. Sua presença foi confirmada pelos fragmentos em m/z 273 ((epi)-afzelechin), 289 ((epi)-catequina), e 305 ((epi)-galocatequina). Quercetina e kaempferol também estiveram presentes em SEI-H2O, aparecendo em m/z 447 e 463, respectivamente. Testes farmacológicos preliminares, realizados em linhagem de células endoteliais de artéria coronária humana, demonstraram que a fração SEI-EtAc estimulou a produção do mediador cardioprotetor óxido nítrico, por meio da ativação intracelular da via PI3K/ AKT/eNOS. Estes resultados reafirmam o potencial preventivo da M. ilicifolia nas patologias cardiovasculares.

Palavras-chave: Maytenus ilicifolia, Patologias Vasculares, Proantocianidinas

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Glioma é o tipo mais comum de tumor cerebral, caracterizado por alta letalidade, capacidade infiltrativa, invasividade e resistência aos tratamentos. A terapia padrão para o tipo mais agressivo e maligno dos gliomas (Glioblastoma multiforme, GBM) consiste de cirurgia, radioterapia e quimioterapia. Entre os quimioterápicos usados encontra-se a Cisplatina (CisDDP), que apresenta vários efeitos colaterais. Devido à alta letalidade e baixa sobrevida dos pacientes e os efeitos colaterais causados pelos tratamentos atuais, faz-se necessária a busca por novas terapias mais eficientes e que melhorem a qualidade de vida dos pacientes. Os complexos de Rutênio possuem potencial antitumoral e são uma alternativa terapêutica interessante, com a possibilidade de menores efeitos colaterais. O HTF é utilizado como ligante precursor de alguns complexos de Rutênio e mostrou ter atividade antiproliferativa em células de glioma. Dentro desse contexto, este projeto procurou avaliar a citotoxicidade do HTF em linhagens de células de glioblastoma humano (T98G e U87MG) e uma possível ação sinérgica da CisDDP e do HTF para aumentar a eficiência no tratamento antitumoral. Para isso, foram realizados ensaios para avaliar a viabilidade celular pelo método do MTT. As células foram tratadas com HTF (10mM), CisDDP (5 e 10 mM), e a combinação das duas drogas por um período de 48h. Os resultados mostram significativa redução da viabilidade, de ambas as linhagens de glioblastoma após tratamento apenas com HTF, atingindo 27% de redução para a linhagem U87MG e 18% para a T98G. Já nas condições em que foram utilizados co-tratamento de HTF + CisDDP houve significativo aumento de citotoxicidade para as duas linhagens utilizadas. Na linhagem T98G, a redução na viabilidade foi de 51 % após tratamento com CisDDP 5mM e HTF 10mM e 72% quando tratadas com CisDDP 10mM e HTF 10mM. A linhagem U87MG apresentou diminuição na viabilidade de 48% após tratamento com CisDDP 5mM e HTF 10mM e 63% depois de tratadas com CisDDP 10mM e HTF 10mM; vale ressaltar que nas condições de co-tratamento (HTF + CisDDP) o efeito citotóxico foi significativamente maior quando comparada a condição de tratamento apenas com o HTF 10mM. Foi observado que o HTF possui atividade antiproliferativa em células de glioblastoma humano e seu tratamento em conjunto com a Cisplatina, provocou um maior efeito citotóxico nessas células. Com base nos resultados, pode-se sugerir uma atividade sinérgica entre as duas drogas e uma possível estratégia terapêutica promissora no tratamento de gliomas humanos.

Palavras-chave: Hexahidroxitrifenileno (HTF), Glioma, Citotoxicidade

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Recentemente, áreas de pesquisa que buscam a síntese de novas drogas têm explorado a glicosilação de estruturas com reconhecida atividade biológica, como, por exemplo, heterociclos sintéticos. Glicosil isotiocianatos são um dos mais versáteis derivados utilizados na química de carboidratos, pois podem ser utilizados na glicoconjugação de vários heterociclos. Esse projeto tem como objetivo sintetizar e caracterizar intermediários necessários para a síntese de glicosídeos isotiocianatos. Dessa forma foi delineado uma estratégia para síntese dos intermediários Metil 2,3,4-TriO-acetil-6-O-p-toluenosulfonil-?-D-manopiranosídeo 1 e Metil 2,3,4-Tri-O-acetil-6-O-p-toluenosulfonil-?-D-glucopiranosídeo 2. Na síntese do composto 1 foi utilizado metil-?-manopiranose, cloreto de p-toluenossulfonila em piridina. A mistura permaneceu agitando a temperatura ambiente por 24 horas. Adicionou-se então anidrido acético, e deixou-se agitando por mais 24 horas também a temperatura ambiente. Foi feita uma extração com diclorometano e o produto foi purificado em coluna de cromatografia em sílica gel, com rendimento de 24,5%. O composto 1 foi caracterizado por RMN 1H, 13C, HSQC e COSY. Para a síntese do composto 2, D-glucose foi tratada com resina catiônica ácida para produzir o derivado metil?-D-glucopiranose. A purificação foi realizada por cristalização fornecendo um rendimento de 20%. Na sequência o derivado metil glicosídeo foi reagido com cloreto de p-toluenossulfonila em piridina. Em seguida foi realizada a acetilação com anidrido acético e piridina. Após a extração com diclorometano, o produto foi purificado em coluna de cromatografia em sílica gel, com rendimento de 54%. O composto 2 foi caracterizado por RMN 1H e 13C. Utilizando o composto 2 foram realizadas tentativas para a produção do derivado Metil 2,3,4-tri-O-acetil-6-desoxi-6-isotiocianato?-D-glucopiranosideo com isotiocianato de potássio, iodeto de sódio em acetonitrila anidra. Entretanto as analises de RMN de 1H e 13C indicaram a formação do composto Metil 2,3,4-Tri-O-acetil-6-desoxi-6-iodo-?-D-glucopiranosideo. Como conclusão as estratégias para formação dos compostos intermediários C6 tosilados 1 e 2 foram eficientes. A transformação desses compostos no derivado isotiocianato ainda não foi alcançada, entretanto novas tentativas estão sendo otimizadas no laboratório.

Palavras-chave: Glicosídeos, Metil Glicosídeo, Síntese

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O gênero Herbaspirillum contém várias espécies, sendo um representante o Herbaspirillum rubrisubalbicans, uma bactéria fixadora de nitrogênio encontrada em associação com gramíneas de interesse econômico como milho, sorgo e cana-de-açúcar. Este microrganismo foi inicialmente descrito como fitopatógeno de certas variedades de sorgo e cana-de-açúcar. O objetivo deste projeto é avaliar as diferenças fenotípicas encontradas entre plântulas de arroz inoculadas com H. rubrisubalbicans e comparar com plântulas de arroz não inoculadas, avaliando o tamanho e o peso seco das raízes e partes aéreas das plantas. Para realização do plantio, as sementes de Oryza sativa cultivar nipponbare foram previamente desinfetadas e germinadas por 3 dias em placas de ágar-água 1% em estufa a 30°C. Após esta etapa foi realizada a inoculação das sementes germinadas de arroz através de imersão em uma cultura de H. rubrisubalbicans pelo tempo de 30 minutos. Após a inoculação as sementes germinadas foram transferidas para tubos de ensaio contendo a solução nutritiva Hoagland’s e pastilhas de polipropileno para suporte da planta. As plântulas inoculadas e não inoculadas foram crescidas por 7 dias sob condições gnotobióticas e após esse tempo de crescimento foram realizadas quantificações de bactérias endofíticas e totais presentes nas raízes das plântulas. Em condições controle, nenhum crescimento de bactérias foi verificado e assim confirmamos a inocuidade das plântulas utilizadas. Nas plântulas inoculadas foi observado endofiticamente a presença de aproximadamente 10E+6 UFC/g de raiz e 10E+9 UFC/g de raiz na contagem de bactérias totais presentes nestas raízes. Resultados preliminares apontam uma redução no tamanho e peso seco de raízes e folhas das plantas inoculadas em detrimento das plantas controle. Estes resultados sugerem que existem vários fatores envolvidos nos processos de interação planta-bactéria e que o H. rubrisubalbicans, quando inoculado em plântulas de arroz pode ter um padrão de interação diferenciado quando comparado a outras bactérias gênero Herbaspirillum.

Palavras-chave: Herbaspirillum rubrisubalbicans, Caracterização Genotípica, Interação Planta-Bactéria

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A trombose é definida como a formação de coágulos sanguíneos quando ocorre um desequilíbrio na hemostasia, entre os processos de início da coagulação e sua interrupção. Agentes anticoagulantes são compostos que evitam a coagulação sanguínea por interferirem nas vias deste processo. Estas moléculas são utilizadas tanto para prevenção e tratamento de doenças trombolíticas, quanto in vitro em testes sanguíneos ou durante diálise. Dentre os anticoagulantes mais utilizados destacam-se a heparina e heparinas de baixa massa molar. Sua ação terapêutica deve-se a capacidade de suas unidades de -D-glucosamina e ácido -L-idurônico 14 ligadas, os quais apresentam um complexo padrão de substituição por grupos sulfato, de se ligarem a sítios básicos de serinos proteases e seus inibidores (antitrombina, cofator II da heparina e fator X) acelerando seus efeitos destes. No entanto a heparina apresenta alguns inconvenientes, como o fato de ser obtida de fonte animal, e também apresentar um baixo índice terapêutico podendo causar hemorragias e trombocitopenia. Por isto é importante a busca de novos compostos com ações anticoagulantes e/ou antitrombóticos, também chamados de heparinoides. Com este intuito uma fucomanogalactana previamente extraída de basidiomicetos, foi quimicamente sulfatada, sendo denominada de Fmg-S1. Esta molécula, a partir de 10 µg/ml, foi capaz de modificar o perfil cinético de coagulação do plasma (teste de recalcificação), prolongando o tempo de coagulação do mesmo e na concentração de 100 µg/ml inibiu completamente a coagulação. Esta molécula não foi capaz de ativar o fator XII da cascata de coagulação, não agindo como um agente pró-coagulante. Testes antitrombóticos in vivo foram iniciados a fim de se verificar sua ação na coagulação fisiológica. Também será avaliada a ação de Fmg-S1 na agregação plaquetária estimulada por ADP e trombina, bem como testes de aPTT ex vivo.

Palavras-chave: polissacarídeos sulfatados, coagulação sanguínea, fucomanogalactana

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Gomas de exsudatos vegetais são substâncias produzidas pelos galhos, troncos e/ou frutos de algumas plantas em resposta a injúrias mecânicas, estresse climático ou invasão microbiana. As gomas são compostas majoritariamente por heteropolissacarídeos complexos. Dentre os polissacarídeos mais descritos em gomas de exsudatos estão as arabinogalactanas, compostas por cadeias principais de ?-Galp (1?3)-ligadas substituídas por cadeias laterais compostas por Araf, Arap, Galp, Rhap e GlcpA, variando de acordo com a espécie. Um exemplo clássico deste tipo de polissacarídeo é a goma arábica, originária da África. Tendo em vista o grande aporte financeiro investido na importação da goma arábica pela indústria brasileira, a busca por espécies nativas que produzam gomas com potencial para substituí-la é de grande interesse. Uma vez que a goma do angico branco possui estrutura muito semelhante à da goma arábica, este trabalho teve como objetivo avaliar as suas propriedades reológicas (em água e em NaCl 0,1M / concentrações 2%, 5% e 10% p/p) para entender sua potencial aplicação industrial. Foram realizadas curvas de fluxo (modo CR 0,0001 a 1000 s-1), varreduras de tensão (0,001 a 100 Pa) e varreduras de frequência (0,01 a 100 Hz). Analisando as curvas de fluxo das soluções da goma (2%, 5% e 10%) observou-se um aumento progressivo nos valores de viscosidade com o aumento da concentração. Para todas as amostras foi observado um comportamento pseudoplástico, com diminuição da viscosidade em função da taxa de cisalhamento. Quando solubilizada em NaCl 0,1M nas concentrações 2% e 5%, a viscosidade da goma diminuiu consideravelmente. Tal comportamento não foi evidente na concentração 10%. Através de varreduras de frequência, foi observado um comportamento típico de gel para a amostra nas concentrações 5% e 10%, sendo o módulo elástico (G’) superior ao módulo viscoso (G”) em toda a faixa de frequência. Um gel mais rígido foi obtido na concentração 10%. Já a amostra na concentração 2% apresentou comportamento de solução concentrada, onde G”>G’ em baixas frequências, com inversão dos módulos em frequências maiores. Quando a amostra foi solubilizada em NaCl 0,1M, nas concentrações 2% e 5%, houve diminuição nos valores de G’ e G”, enquanto que para a concentração 10%, a presença de NaCl não alterou significativamente seu comportamento viscoelástico. Estes resultados sugerem a utilização da goma do angico branco como espessante/gelificante e são importantes na prospecção de utilização industrial desta goma.

Palavras-chave: Angico Branco, Goma, Propriedades Reológicas

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Desde os primórdios da Antiguidade até a atualidade, as plantas medicinais têm sido um importante recurso terapêutico, na forma de extratos, tinturas, pomadas e cápsulas, que utiliza como matéria-prima, parte de plantas, como folhas, caules, raízes, flores e sementes, com conhecido efeito medicinal e/ou nutracêutico. Os alimentos nutracêuticos ou funcionais estão em evidência e se caracterizam por prover a oportunidade de combinar produtos comestíveis de alta flexibilidade com moléculas biologicamente ativas, como estratégia para consistentemente corrigir distúrbios metabólicos resultando em redução dos riscos de doenças e manutenção da saúde. O suco utilizado neste trabalho, conhecido como suco verde, é composto por alimentos considerados funcionais (couve, laranja, limão, abacaxi, linhaça e gengibre) e a obtenção de dados que descrevam suas características químicas e/ou biológicas torna este trabalho relevante. Assim, o objetivo do presente trabalho foi analisar quimicamente e avaliar a atividade antioxidante do suco verde. O preparo da amostra envolveu a higienização dos ingredientes, preparo do suco, congelamento, liofilização, inativação enzimática, deslipidificação, e obtenção de 14 frações polissacarídicas através de extrações aquosas sequenciais e extrações ácidas. Calculou-se o valor de umidade e o rendimento das 14 frações. Estas frações foram analisadas em cromatógrafo gasoso para a determinação da composição monossacarídica, análise esta que demonstrou a presença majoritária de galactose, arabinose e ramnose na maioria das frações, indicando a presença de polissacarídeos do tipo pectina. Também foram realizadas as dosagens espectofotométricas de carboidratos, de proteínas e de compostos fenólicos, tanto das frações como do suco verde. O suco apresentou em torno de 43% de carboidratos, 43% de proteínas e 15% de fenólicos. As composições de carboidratos e proteínas das frações polissacarídicas foram determinadas e foi obtida uma variação de 12,4% a 61,3% na dosagem de carboidratos, e de 1,3% a 32,4% na dosagem de proteínas. Nas condições testadas, a análise das frações não revelou presença de compostos fenólicos. A determinação da capacidade antioxidante foi realizada com o suco verde funcional fresco e revelou 88% de atividade antioxidante, em relação ao padrão de BHT (butil-hidroxitolueno), utilizando o método do DPPH (1,1-difenil-2-pieril-hidrazila).

Palavras-chave: nutracêuticos, nupplamed, suco funcional

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Os polissacarídeos de algas verdes marinhas do gênero Ulva denominados de ulvanas, vêm sendo pesquisados devido sua estrutura química que não tem paralelo com outras fontes de origem animal ou vegetal bem como devido as suas propriedades funcionais. Ulvanas foram extraídas das algas Ulva lactuca e Ulva fasciata, por extração aquosa a 80 °C (4 horas, 20 g/L), resultando nas respectivas frações polissacarídicas UL e UF, com rendimentos de 19,3% e 13,8%, respectivamente. As frações polissacarídicas UL e UF são sulfatadas (19,3 e 27,2%, respectivamente) e contêm em torno de 22% de ácidos urônicos, estes dados estão condizentes com o que já foi descrito na literatura para ulvanas. Após hidrólise ácida, redução, acetilação e análise dos derivados acetatos de alditóis, por cromatografia gasosa acoplada à espectrometria de massa, tanto a fração UL como a UF apresentaram ramnose como a unidade monossacarídica majoritária (47,5 mol% e 54,0 mol%, respectivamente), além de menores percentagens de glucose, xilose, galactose e 3- e/ou 4-metilgalactose. Os espectros de RMN de C-13 de UF e UL apresentaram, na região anomérica, dois sinais principais em 104,3 e 100,9 e em 104,4 e 100,9 ppm, respectivamente, atribuídos a unidades de ácido β-D-glucurônico e α-L-ramnose 3-sulfato (R3S) 4-ligadas. Sinais em 98,8 e 99,3 ppm correspondentes a unidades de R3S ligadas a unidades de xilose e xilose 2-sulfato, respectivamente, também são constituintes das ulvanas de U. lactuca e U. fasciata. Os ensaios de atividade anticoagulante (testes APTT) das frações UL e UF (10 a 10.000 μg/mL) demonstraram que as mesmas apresentam baixa atividade quando comparada a heparina. Deste modo, os grupos sulfato nestas ulvanas não estão em um posicionamento adequado para desempenho da atividade anticoagulante, como ocorre com outros tipos de polissacarídeos sulfatados.

Palavras-chave: Polissacarídeos ulvanas, Estrutura química, Atividade anticoagulante

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O mangostin (Garcinia mangostana), é um fruto nativo do sul e sudeste da Ásia e é amplamente cultivado em outras partes dos trópicos devido a sua popularidade e o seu potencial de comercialização. O mangostin é conhecido como “a rainha das frutas”, pois é uma das frutas tropicais mais saborosas, conforme o seu sabor ligeiramente ácido e doce. No Brasil, o fruto foi introduzido no ano de 1935, na Bahia, e em 1942 no Pará. O mangostin pode ser consumido integralmente como suco a partir da trituração de todas as suas partes (casca, polpa e semente) e a casca pode ser utilizada como corante. Esta compõe 70% do peso do fruto e apresenta em sua composição xantonas (substâncias que despertam o interesse na indústria de alimentos e farmacêutica por possuir ação antioxidante), bem como elevado teor de fibras. Entretanto, não existe ainda na literatura estudos sobre os polissacarídeos que compõem estas fibras. Desta maneira, este estudo tem como objetivo a extração, purificação e caracterização estrutural dos polissacarídeos presentes na casca do mangostin. Os frutos foram obtidos no Mercado Municipal de Curitiba-PR, lavados em água corrente e a casca foi separada da polpa e das sementes com auxílio de uma faca. A casca foi desidratada por liofilização e em seguida foi moída com auxílio de moinho, resultando em 239 g de material (62,34% de umidade). Esta foi deslipidificada em aparelho de Soxhlet utilizando metanol:clorofórmio (1:1, v/v) como solventes. Em seguida, os polissacarídeos foram extraídos pelo processo aquoso a 100ºC e alcalino (com KOH a 10%) a 100ºC, sob refluxo, obtendo-se os extratos aquosos (fração MCW, rendimento 32,7 g) e alcalinos (fração MCK, rendimento 41,5 g), respectivamente. A fração MCK apresentou-se composta por arabinose (36.0%), manose (4,7%), galactose (12,6%), xilose (37,8%), glucose (6,9%), e ramnose (2.0%). Para iniciar a etapa de purificação dos polissacarídeos, estes extratos foram submetidos ao processo de purificação por congelamento e degelo, originando frações solúveis (MCWS, MCKS) e insolúveis (MCWP, MCKP) em água fria. Estas frações serão analisadas quanto a suas composições monossacarídicas e perfil de homogeneidade. Apoio financeiro: Pronex-Carboidratos, CNPq, Fundação Araucária.

Palavras-chave: Mangostin, polissacarídeos, Garcinia mangostana

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Proteínas são polímeros de aminoácidos que desempenham as mais diversas funções em sistemas biológicos. Essas funções estão intimamente relacionadas à estrutura tridimensional a qual essas proteínas adquirem. As estruturas tridimensionais são influenciadas principalmente pelas cadeias laterais dos aminoácidos constituintes, já as cadeias principais são responsáveis pelas ligações peptídicas. As ligações peptídicas correspondem à ligação covalente entre o grupo carboxila de um aminoácido e o grupo amina do aminoácido seguinte com concomitante perda de uma molécula de água. Muitas técnicas vêm sendo desenvolvidas com o intuito de facilitar e acelerar a nucleação e, assim, a cristalização de biomoléculas. Uma das técnicas é a utilização de filmes finos de proteínas adsorvidos em substratos sólidos e a conseqüente utilização destes substratos como principio para a cristalização. A análise destes filmes é feito por microscopia de força atômica (AFM) com o intuito de caracterizar a organização desses filmes. Este trabalho tem como foco de estudo a proteína GlnK de Streptococcus mutans. A proteína GlnK é uma proteína da família PII. As proteínas dessa família são caracterizadas por serem importantes transdutores de sinais de nitrogênio intra e extracelulares nos mais diversos microrganismos. Para este estudo foram depositadas soluções de GlnK 100nM e 10nM além da proteína desnaturada sobre o substrato sólido, no nosso caso, a mica. O método de deposição foram o drop deposition. A mica é um cristal mineral, constituído por diversas folhas de (Si,Al2)O5 ligados ionicamente com uma camada central de Al2(OH)2. Além disso, íons potássio (K+) estabilizam a rede carregada negativamente formada pelo oxigênio. Em pH neutro a mica torna-se carregada negativamente pela perda de íons tornando-se hidrofílica e com potencial para adsorção da proteína GlnK. Outra técnica também foi utilizada. A técnica de FTIR tem como objetivo determinar estruturas secundárias de proteínas. Isso é possível pela incidência de feixes de luz infra-vermelho na amostra que pode estar em solução ou fixada em substrato. A incidência em comprimentos de ondas determinados são capazes de gerar freqüências reconhecidas de algumas ligações químicas. Essas ligações podem indicar quais estruturas secundarias estão são encontradas na amostra.

Palavras-chave: Filmes Finos, Proteínas PII, Estrutura

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A heparina tem ampla utilização clínica na prevenção e tratamento de problemas tromboembolíticos. Ela atua como um anticoagulante por se ligar à antitrombina (AT) e ao cofator II da heparina (HCII), permitindo que estes inibidores de proteases formem complexos com enzimas da coagulação, inativando-as. Sua aplicação, entretanto, leva a efeitos colaterais, que podem ser diminuídos com o fracionamento. Heparinas não fracionadas (1 g), bovina (UB) e suína (US), cedidas pela empresa Extrasul – Extracting Quality, foram solubilizadas em 10 mL água destilada e tratadas com 7,5 mL de etanol saturado com acetato de sódio. Este tratamento levou à formação de duas frações para cada tipo de heparina: sobrenadante (SS para suína e SB para bovina) e precipitado (PS e PB), com rendimentos de aproximadamente 90% para as frações precipitadas e 10% para as sobrenadantes em ambas as amostras. O tempo de tromboplastina parcial ativada (aPTT) foi utilizado para determinar a potência das heparinas em unidades internacionais (UI/mg), obtendo-se os seguintes resultados: US=171,8 UI/mg; PS=209,8 UI/mg; SS=100,5 UI/mg; UB=142,3 UI/mg; PB=160,4 UI/ mg; SB=64,1 UI/mg. Foram testados os efeitos das heparinas sobre a atividade da a-trombina e do fator Xa nas combinações trombina+AT (T1), trombina+HCII (T2) e fator Xa+AT (T3). Todas as frações testadas inibiram as enzimas em T1, T2 e T3. Para T1 as heparinas suínas e bovinas apresentaram resultados estatisticamente semelhantes. Em T2, as heparinas suínas tiveram diferenças significativas entre PS (IC50=0,00735 UI/ mL) e SS (IC50=0,03035 UI/mL) e, nas amostras bovinas, entre PB (IC50=0,00662 UI/mL) e SB (IC50=0,04128 UI/mL). Esses resultados permitiram concluir que o fracionamento resultou em heparinas com comportamentos distintos em relação à inibição da a-trombina via HCII. Para T3, foi observada diferença estatística apenas entre os resultados obtidos com as heparinas bovinas PB (IC50=0,00461 UI/mL) e SB (IC50=0,00064 UI/ mL). Também foram realizados testes in vivo de inibição de trombose venosa em ratos. Na dose de 0,1 UI/kg, verificou-se que os trombos para as heparinas US, PS, SS, UB, PB e SB corresponderam, respectivamente, a aproximadamente 30%, 30%, 48%, 78%, 27% e 22% do peso do trombo do grupo controle (sem administração de heparina), que foi igual a 5,03 mg. Estes resultados indicam que o fracionamento das heparinas adotado neste trabalho gera frações com diferentes potências de efeito antitrombótico.

Palavras-chave: Heparina, Atividade Anticoagulante, Atividade Antitrombótica

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O fruto do mangostin (Garcinia mangostana) é conhecido como “a rainha das frutas”, é popularmente utilizado nos países do sudeste asiático no tratamento da diarreia, abscesso, infecções de pele e gonorreia inclusive utilizado como agente microbiano e antiparasitário em tratamento de disenterias, úlceras crônicas e para curar feridas. O mangontin apresenta grande variedade de propriedades farmacológicas Na literatura já foram descritas atividade antinflamatória, antitumoral, potente agente antioxidante e atividade antibiótica contra Staphylococcus aureus e Helicobater pylori. Os carboidratos existem como monossacarídeos, oligossacarídeos, polissacarídeos e seus derivados os quais são os principais componentes químicos na maioria dos tecidos e células das plantas, depois da água. São os responsáveis pela formação da parede celular, o qual é o suporte para as células vegetais e suas estruturas. As pectinas podem ser compostas por até 17 diferentes monossacarideos, desenpenham funções relacionadas com crescimento, morfologia, desenvolvimento, adesão, expansão, porosidade, sinalização e respostas de defesa contra patógenos Visto que não há na literatura a caracterização estrutural dos polissacarídeos presentes no mangostin (Garcinia mangostana), o objetivo deste trabalho é caracterizar estruturalmente os polissacarídeos purificados a partir da utilização de diversos métodos e extraídos tanto em meio aquoso quanto em meio alcalino. A extração de polissacarídeos em meio aquoso (MPW) representou 6,9 % do fruto, sendo a fração solúvel (MPWS) responsável por 6,3 % e a fração precipitado por 0,6 %. A extração dos polissacarídeos em meio alcalino (MPK) correspondeu a 2,0 % do fruto seco. Os próximos passos a serem realizados na pesquisa são a analise da composição monossacarídica e análise de ressonância magnética nuclear a fim de elucidar a composição estrutural dos polissacarídeos e delinear quais serão as subsequentes etapas para a purificação dos polissacarídeos presentes na polpa do mangostin. Apoio financeiro: Pronex-Carboidratos, CNPq.

Palavras-chave: Mangostin, Extração, Polissacarídeos

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Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica e endofítica capaz de produzir e armazenar em grânulos intracelulares um poliéster biodegradável conhecido como polihidróxibutirato (PHB). Este polímero atua como reserva de carbono e também de potencial redutor, já que a sua mobilização no interior da célula gera acetil-CoA e NADPH. A síntese de PHB ocorre a partir de acetil-CoA em três passos: (i) 2 acetil-CoA são condensados a acetoacetil-CoA, (ii) acetoacetil-CoA é reduzido a 3-hidroxibutiril-CoA consumindo NADPH e (iii) a enzima PHA sintase polimeriza vários 3-hidroxibutiril-CoA formando PHB. Em condições de escassez de nutrientes esses grânulos de reserva são mobilizados através de hidrolases denominadas PHA depolimerases. A PHA depolimerase hidrolisa PHB liberando 3-hidroxibutirato, (ii) o 3-hidroxibutirato é oxidado a acetoacetato formando NADPH, (iii) o acetoacetato é convertido a acetoacetil-CoA e (iv) acetoacetil-CoA é convertido a 2 moléculas de acetil-CoA. No genoma de Herbaspirillum seropedicae foram encontrados 2 genes que codificam para PHA depolimerases, sendo estes, phaZ1 (locus Hsero_1622) e phaZ2 (locus Hsero_0639). O objetivo principal deste trabalho é a construção de estirpes mutantes ?phaZ1, ?phaZ2 e ?phaZ1.2, pela técnica de deleção em fase, para posterior avaliação do efeito das mutações na viabilidade celular e na fixação de nitrogênio. Para construção dos mutantes, fragmentos em torno de 500 pb a montante e a jusante do gene phaZ1 e phaZ2 de H. seropedicae foram amplificados e fusionados por PCR. Os produtos de fusão foram extraídos de gel de agarose e purificados, para posterior clonagem em pTZ18R digerido com SmaI. Os clones obtidos (pTZ18R_?phaZ1 e pTZ18R_?phaZ2) foram confirmados por digestão com as enzimas XbaI e PstI e por sequenciamento de DNA. Os produtos de deleção ?phaZ1 e ?phaZ2 foram extraídos de gel de agarose e purificados para posterior ligação no vetor pK18mobsacB digerido com XbaI e PstI. Após confirmação dos clones em pK18mobsacB, os plasmídeos serão conjugados em H. seropedicae SmR1 para seleção dos mutantes e confirmação por PCR. Os mutantes serão avaliados quanto a sua capacidade de mobilizar os grânulos de PHB em condições de baixo carbono e também se a falta de mobilização de PHB afeta a fixação de nitrogênio.

Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Polihidróxibutirato, PHA Depolimerases

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Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica e endofítica capaz de produzir e armazenar em grânulos intracelulares um poliéster biodegradável conhecido como polihidróxibutirato (PHB), que atua como reserva de carbono e de potencial redutor. Uma característica que vem sendo observada é que baixos níveis de nitrogênio parecem estimular a produção de PHB, evidenciando uma provável relação entre a disponibilidade de nitrogênio no meio e a síntese do polímero. Em H. seropedicae, o metabolismo de nitrogênio é em parte regulado pelo sistema Ntr. Este sistema é composto pela enzima uridililtransferase (GlnD, codificada pelo gene glnD), as proteínas transdutoras de sinal da família PII (GlnB e GlnK, codificadas pelos genes glnB e glnK) a permease de amônia (AmtB, codificada pelo gene amtB) e o sistema de dois componentes NtrB-NtrC (codificado pelos genes ntrB e ntrC). Para avaliar o conteúdo de PHB produzido em diferentes fases de crescimento em mutantes do sistema Ntr, as estirpes foram cultivadas em meio contendo 37 mM de malato e baixa ou alta concentração de NH4Cl (5 mmol/L e 20 mmol/L). A quantidade de PHB foi determinada por cromatografia gasosa a partir das culturas liofilizadas submetidas à metanólise. As quantidades de PHB, referentes à porcentagem de peso seco, nas culturas cultivadas em alta concentração de NH4Cl foram: 17% (estirpe selvagem SmR1), 17% (glnD-) 16% (glnK-), 8% (glnB-), 8% (amtB-), 33% (ntrC-). As porcentagens obtidas nas culturas cultivadas em baixa concentração de NH4Cl foram: 25% (estirpe selvagem SmR1), 25% (glnD-), 25% (glnK-) 19% (glnB-), 14% (amtB-), 33% (ntrC-). Os níveis de produção de PHB nas estirpes glnDe glnKsão semelhantes aos encontrados na estirpe selvagem, indicando que nesses mutantes não houve alteração significativa na síntese de PHB. Nas estirpes glnBe amtB-, a biossíntese foi afetada negativamente, enquanto que em ntrCa biossíntese foi afetada positivamente, em comparação à estirpe selvagem. A estirpe ntrCtambém foi capaz de acumular 33% de seu peso seco em PHB tanto em baixa quanto em alta concentração de NH4Cl, sugerindo que neste mutante as concentrações de NH4Cl no meio e a produção de PHB estão desacopladas.

Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Polihidroxibutirato, Sistema Ntr

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Herbaspirillum seropedicae estirpe SmR1 é uma bactéria fixadora de nitrogênio e endofítica que se associa com mono e dicotiledôneas através de um complexo mecanismo de interação planta-bactéria. Esta bactéria produz hormônios de crescimento, como auxinas e giberelinas, que estimulam o crescimento das raízes o que favorece a maior absorção de nutrientes e água. Devido a estas propriedades, esta bactéria é um importante alvo de pesquisas para a agricultura. O nitrogênio é um fator limitante para a produtividade do milho e por isso fertilizantes nitrogenados são utilizados em grande quantidade para garantir a demanda da produção. A uréia é o fertilizante nitrogenado mais utilizado e sua produção depende de fonte energética não renovável de alto custo. Diante disso, buscam-se então alternativas para diminuir a utilização deste fertilizante sem que haja diminuição da produção. As bactérias promotoras do crescimento vegetal e fixadoras de nitrogênio constituem uma opção bastante viável visto que promovem o crescimento vegetal e não prejudicam o ambiente. Uma etapa importante do processo de interação planta-bactéria é a confirmação da presença da bactéria inoculada ao longo do período do crescimento vegetal. O qRT-PCR é um método que tem se mostrado bastante eficiente e foi escolhido para o desenvolvimento deste projeto. Foram realizados ensaios de colonização interna de plantas de milho com a bactéria H. seropedicae SmR1 e após alguns dias de inoculação estas plantas foram avaliadas quanto a ocorrência ou não de crescimento de bactérias endofíticas. DNA bacteriano foi purificado e uma região de 250 pares de base do gene 16S rRNA foi amplificada por PCR convencional, utilizando o par de primers Y1/Y2 . Desta forma pode-se verificar a presença da bactéria na planta. Posteriormente será empregada a técnica qRT-PCR. Oligonucleotídeos iniciadores específicos para qRT-PCR foram desenhados e será possível observar a expressão de genes relacionados com a interação planta-bactéria de acordo com o tempo de interação (adesão, colonização e crescimento endofítico), refletindo assim, o metabolismo das bactérias na planta inoculada.

Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Interação Planta-Bactéria, Fixação de Nitrogênio

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A metagenômica permitiu a descoberta de uma grande diversidade de enzimas com características interessantes para o campo da Biotecnologia como esteroseletividade, enantioseletividade, atividade em solventes orgânicos e a altas temperaturas. As lipases catalisam a hidrólise de acilgliceróis de cadeia longa formando ácidos graxos livres e glicerol. Seu mecanismo catalítico é baseado na presença da tríade catalítica, composta por serina, histidina, aspartato/glutamato. As lipases configuram oito famílias, sendo elas classificadas de acordo com sua sequência e propriedades bioquímicas. A partir da triagem feita em uma biblioteca metagenômica, construída a partir do DNA purificado de amostras de solo da Floresta Atlântica Paranaense, foi identificada uma nova família de lipases denominada LipAP (Activate by Proteolysis), cuja principal característica é a dependência de uma protease (PepAP) para a sua ativação. Entretanto, a relação molecular entre a lipase e a protease e as características bioquímicas dessa nova família de lipases não foram determinadas, sendo esse o objetivo desse trabalho. Para tanto, as duas proteínas foram superexpressas a partir do vetor pET28a, purificadas e utilizadas em ensaios in vitro para determinação da relação lipase/protease. Os plasmídeos contendo os genes lipAP e pepAP clonados no vetor pET28a foram transformados na estirpe Rosetta de Escherichia coli para ensaios de superexpressão. A análise dos géis indicou que as proteínas estavam sendo expressas corretamente com os tamanhos esperados. A superexpressão da peptidase PepAP resultou em um produto insolúvel. Diferentes tampões e condições foram testadas para otimizar a produção de PepAP na forma solúvel. As condições que produziram a maior quantidade de proteína solúvel foram utilizadas para expressão em grande quantidade e posterior purificação da proteína. Entretanto, após a etapa de purificação, verificou-se que a maior concentração de PepAP continuou na fração insolúvel. Testes de atividade realizados com a fração solúvel coletada de PepAP e LipAP previamente purificada foram negativos, sugerindo que PepAP, de fato, não se encontrava na fração solúvel. Novos testes estão sendo realizados utilizando tampão contendo uréia para purificar PepAP a partir da fração insolúvel. Em seguida, a lipase ativada será caracterizada bioquimicamente em relação à temperatura e ph ótimos, estabilidade em diferentes temperaturas e ph, e atividade em metais e detergentes.

Palavras-chave: Bioprospecção, Metagenômica, Lipase

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Os fungos, como organismos heterótrofos, se caracterizam pela ampla e diversa produção e liberação de enzimas ao meio externo. Através destas torna-se possível o acesso do organismo a fontes de carbono e nitrogênio para o seu metabolismo basal. A existência, dentro da indústria, de uma tendência para a substituição de processos de caráter inorgânico ou sintético por outros de origem biológico abre uma brecha para a aplicação de enzimas em tais processos. Assim, de maneira crescente pode se observar a aplicação de enzimas na indústria de alimentos, do papel, de cosméticos, na biodegradação de resíduos, entre outras. O presente trabalho tem como objetivo final a expressão e caracterização do maior numero de proteínas secretadas por duas linhagens de fungos (uma lignolítica e outra endofitica) com propriedades associadas a biodegradação de poluentes. Para tal os fungos foram cultivados em meio mínimo sólido e líquido variando pontualmente o tipo e concentração de 6 fontes de carbono e nitrogênio. As fontes de carbono usadas foram: amido, carboximetilcelulose, sacarose, glicose, maltose e glicerol, em concentrações de 1, 5 e 20 g/L. As fontes de nitrogênio empregadas foram uréia, cloreto de amônia, tartarato de amônia, oxalato de amônia e nitrato de sódio, em concentrações entre 1 e 25 mM. Extratos solúveis foram isolados e analisados por eletroforese desnaturante SDS-PAGE, seguida de coloração de prata. A biomassa resultante foi desidratada em estufa e quantificada. De maneira geral a biomassa aumentou de forma proporcional ao teor de carbono presente no meio de cultivo. A intensidade da variação foi particular para cada fonte e organismo usado. Para as fontes de nitrogênio, algumas delas exerceram efeito inibitório a medida que aumentava a sua concentração no meio de cultivo, chegando a inibir drasticamente o crescimento assim como a secreção de algumas proteínas. O efeito do teor de C e N foi diferente para meios sólidos e líquidos em relação ao perfil de secreção de proteínas. A seguir, as condições de cultura que resultaram em perfis protéicos diferentes e complementares serão escolhidas para obtenção de novas amostras para assim formar um pool a ser submetido a eletroforese bidimensional, seguida de identificação das proteínas presentes por espectrometria de massas.

Palavras-chave: Secretoma, Eletroforese Bidimensional, Proteoma

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O câncer de mama é a principal causa de morte entre as mulheres, sendo um problema de saúde pública mundial. A epigenética estuda as modificações da estrutura tridimensional do DNA, não dentro da sequência, mas na periferia, como a metilação das citosinas e modificações pós-traducionais nas histonas, que interferem na expressão de genes. Por esse motivo, a epigenética pode estar intimamente ligada ao desenvolvimento e ao agravamento de patologias, como o câncer de mama. As metaloproteases de matriz (MMPs) são uma família de endopeptidases conhecidas por estarem envolvidas na progressão do câncer através do aumento da motilidade celular, invasão e metástase linfática. No câncer de mama é muito estudado o eixo de ativação das MMP-2/MMP-14/TIMP. Este projeto propõe a análise da regulação da expressão epigenética do gene da MMP-14 em linhagens tumorais de mama. As linhagens MCF-7, MDA-MB 435 e MDA-MB 231 foram cultivadas e foram extraídos RNA para estudo de expressão e DNA para estudo de metilação. A qualidade da síntese de cDNA foi avaliada por RT-PCR do gene constitutivo GAPDH. A reação de RT-PCR para o gene MMP-14, mostrou que as linhagens MDA-MB 435 e MDA-MB 231 expressam o gene MMP-14, mas a linhagem MCF-7 não expressa. Além disso a linhagem MCF-7 foi cultivada com agente desmetilante 5-asa-2-desoxicitidina e após esse tratamento o gene MMP-14 passou a ser expresso. Estes resultados indicam que a regulação desse gene envolve a metilação do DNA. Para confirmar esses resultados o DNA extraído foi tratado com bissulfito de sódio e a região promotora do gene amplificada, clonada e sequenciada. Os resultados mostraram que as linhagens 435 e 231 apresentaram região promotora do gene pouco metilada, e a MCF-7 apresentou região promotora altamente metilada. Foi observado, portanto, a correlação entre expressão positiva e ausência de metilação do DNA nas linhagens que expressam MMP-14 e o contrário com a linhagem que não expressa o gene. Ficou assim comprovada a teoria da regulação epigenética do gene MMP-14. Os passos seguintes do projeto são analisar demais linhagens tumorais de importância clínica quanto a expressão do MMP-14, e verificar se o gene da metaloprotease em questão é regulado por epigenética em amostras tumorais de mama.

Palavras-chave: Epigenética, Câncer de Mama, MMPs

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A lagarta Lonomia obliqua, conhecida popularmente por taturana, é responsável por um número elevado de acidentes na Região Sul do Brasil. Erucismo lonômico é o quadro clínico decorrente ao acidente com essas lagartas, o qual varia de reações cutâneas leves a reações sistêmicas graves, que incluem distúrbios hemostáticos, hemorragia intracerebral e insuficiência renal aguda. O veneno dessa lagarta é composto por diversas toxinas e, dentre elas, uma fosfolipase A2 (PLA2). O objetivo do presente estudo é obter esta enzima recombinante através da clonagem e expressão heteróloga e avaliar sua atividade bioquímica e biológica. A obtenção da sequência codificante completa da PLA2 se deu por meio da reação em cadeia da polimerase acoplada à transcriptase reversa (RT-PCR), a partir do RNA total extraído das cerdas que produzem e armazenam o veneno da lagarta. Para tal, foram desenhados oligonucleotídeos gene-específicos baseados na sequência de uma PLA2 putativa de L. obliqua depositada no GenBank (AY829845.1). O produto desta reação foi analisado em gel de agarose, extraído e purificado para a ligação em vetor de clonagem pGEM-T. Esta construção foi transformada em cepa E. coli DH5? e, por PCR de colônia, os clones positivos foram selecionados para minipreparação de plasmídeos e posterior sequenciamento da construção. A sequência codificante da PLA2 foi subclonada em vetor de expressão pSMT3, que fusiona uma tag de solubilidade, e esta construção foi transformada em cepa BL21 STAR (DE3) One Shot. Realizaram-se testes de mini expressão a fim de determinar a concentração ideal do indutor IPTG, que permitisse um melhor rendimento proteico. A expressão em larga escala foi realizada segundo o melhor resultado obtido na mini expressão: 0,5mM de IPTG, por 4 horas a 30ºC. Após centrifugação da cultura, as bactérias foram lisadas e centrifugadas novamente para coleta da fração solúvel, a qual foi analisada por SDS-PAGE e Western Blotting. O presente estudo permitiu a obtenção da sequência completa codificante para a PLA2 de L. obliqua e a clonagem e expressão desta toxina, pela primeira vez, em cepa de E. coli. Entretanto, o resultado da expressão revelou uma baixa concentração da PLA2 recombinante solúvel, a maioria sob a forma de corpos de inclusão. Portanto, no presente momento, buscamos novas estratégias, que possibilitem a expressão da forma recombinante da PLA2 de L. obliqua solúvel, ativa e em quantidades ideais para avaliação de suas possíveis atividades biológicas e consequente prospecção de suas aplicações biotecnológicas.

Palavras-chave: Fosfolipase A2, Lonomia Obliqua, Clonagem

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Rhizobium sp. NGR234 é uma ?-proteobacteria que tem a capacidade de estabelecer uma relação simbiótica com leguminosas, que leva à formação de nódulos nas raízes, onde ocorre a fixação de nitrogênio. O sistema NTR é o responsável por controlar o metabolismo de nitrogênio e induzir a fixação de nitrogênio atmosférico. Este sistema contém dois pares de proteínas regulatórias da família de dois componentes, NtrB-NtrC e NtrY-NtrX. Sabe-se que as proteínas NtrB e NtrY controlam a atividade de NtrC e NtrX respectivamente, mas sua função neste organismo ainda é pouco conhecida. Os genes ntrBC e ntrYX estão presentes em uma única região gênica, cuja organização sugere que formam dois operons, nifR3ntrBC e ntrYX. O objetivo deste trabalho é caracterizar a região promotora dos dois potenciais operons e analisar sua expressão em diferentes fontes de nitrogênio. As regiões promotoras dos genes foram amplificadas e clonadas no vetor pPROBEGT, a montante do gene gfp, cujo produto é a proteína verde fluorescente, que pode ser quantificada através de um leitor de fluorescência. Os plasmídeos resultantes foram transferidos para a estirpe selvagem Rhizobium sp. NGR234 e testados em cinco diferentes fontes de nitrogênio: glutamato, NH4Cl 2 e 20mM, nitrato de sódio e nitrato de amônio. Os resultados mostram que o promotor a montante de nifR3, denominado pBC, tem sua expressão aumentada na presença de nitrato de sódio, parecendo ser esta a condição que melhor induz a expressão desse operon. O promotor a montante de ntrY, pYX, tem nível de expressão mais alta que pBC, mas não parece ter expressão diferenciada nas diversas condições de nitrogênio utilizadas. Novas condições serão testadas para identificar as condições nas quais estes genes são expressos na tentativa de contribuir para a identificação de sua função em NGR234.

Palavras-chave: Fixação de nitrogênio, Rhizobium, Regulação Gênica

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Herbaspirillum seropedicae é uma bactéria diazotrófica endofítica gram negativa, que pertence a classe das betaproteobactérias. H. seropedicae coloniza endofiticamente raízes de gramíneas como milho, sorgo e cana de açúcar de forma não invasiva e não patogênica (BALDANI et al., 1986). Organismos fixadores de nitrogênio possuem importância econômica e ambiental, podendo minimizar a necessidade do uso de adubos nitrogenados, e podendo promover o crescimento de plantas através da produção de alguns fitormônios. Os mecanismos moleculares envolvidos na adesão e colonização de vegetais por microrganismos tem sido estudados, visto a importância econômica da atividade agropecuária (DAZZO, 1987). Os LPS são macromoléculas encontradas exclusivamente formando a monocamada da membrana externa de bactérias gram-negativas (COLLINS & FERRIER, 1995). A ramnose é um dos principais constituintes do LPS da estirpe selvagem SMR1 de H. seropedicae (SERRATO, 2008). A mutação nos genes rfbB e rfbC, envolvidos na biossíntese de ramnose, alterou drasticamente a composição e estrutura do LPS de H. seropedicae, e como consequência diminuiu a capacidade de adesão e colonização endofítica desta bactéria (BALSANELLI et al., 2010). Também foi observado que a expressão dos genes rfb é regulada pelos níveis de cálcio (BALSANELLI et al., 2010). Apesar da importância dos genes rfbB e rfbC na biossíntese de LPS, sabe-se que esses genes não devem estar envolvidos somente com a biossíntese de LPS. H. seropedicae tem uma serie de genes envolvidos especificamente na síntese de LPS, o gene rfaL, codifica para uma enzima chamada de O-antigeno ligase envolida na montagem da molécula de LPS, Portanto o objetivo desse projeto foi construir uma fusão plasmidial entre o gene rfaL o gene marcador lacZ e verificar se a expressão desse gene é regulada por cálcio. Para essa análise foram construídas 4 fusões plasmidiais: pLig1 (rfaL::lacZ integro), pLig2 (rfaL::lacZ com deleção de 200pb), pLig3 (rfaL::lacZ com deleção de 400pb) e pLig4 (rfaL::lacZ com deleção de 600pb), estas fusões foram transformadas em H. seropedicae e a expressão dessas fusões está sendo analisada após o cultivo das bactérias na presença e ausência de cálcio.

Palavras-chave: Herbaspirillum seropedicae, Interação Planta-Bactéria, Lipopolissacarideo

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O nitrogênio (N) é um nutriente limitante para o crescimento vegetal, sendo essencial para a síntese de proteínas, ácidos nucléicos e outros componentes celulares. Algumas plantas podem utilizar o nitrogênio atmosférico através da associação com bactérias, cianobactérias e actinomicetos capazes de converter o N2 a amônia. Entre os organismos endofíticos estudados estão aqueles do gênero Herbaspirillum membros da classe Beta proteobactéria. Herbaspirillum rubrisubalbicans é um diazotrofo endofítico, foi isolado de milho e é capaz de causar a doença da estria mosqueada na variedade B-4362 de cana-de-açúcar e a doença da estria vermelha em algumas variedades de sorgo. No genoma do H. rubrisubalbicans foram encontrados genes hrp/hrc que codificam para as proteínas do Sistema de Secreção do Tipo 3 (SST3) que pode estar relacionado com a patogenicidade desta bactéria. O gene hrpE, que codifica para uma proteína estrutural do SST3, foi identificado em H. rubrisubalbicans e mutagenizado gerando o mutante TSE. O objetivo desse estudo foi determinar o efeito da inoculação de plântulas de milho cultivar Pioneer cv. 30F53, arroz (variedade Nipponbare) e da cana-de-açúcar B-4362 com as estirpes M1 e TSE de H. rubrisubalbicans. Os resultados mostraram que plântulas de milho Pioneer cv. 30F53 inoculadas com H. rubrisubalbicans M1 apresentaram um aumento significativo de comprimento de folha e peso seco total 28 dias após inoculação. O mesmo resultado foi observado para o arroz Nipponbare 14 e 28 dias após inoculação. Resultados anteriores mostraram que o mutante TSE é incapaz de produzir doença da estria mosqueada na variedade B-4362 de cana de açúcar. Para estudar a capacidade de colonização desta bactéria nesse cultivar de cana de açúcar foram produzidas plantas micropropagadas, livres de contaminantes, e inoculadas com a estirpe TSE de H. rubrisubalbicans. Os experimentos mostraram que, assim como em milho e arroz, este mutante não tem a mesma capacidade de colonização da estirpe selvagem, com redução de até 100 vezes no número de bactérias endofíticas quando comparado com a estirpe selvagem M1. Por outro lado, a estirpe mutante TSE não foi capaz de estimular o crescimento vegetal. Em conjunto, os resultados estão de acordo com resultados anteriores que mostraram que o sistema de secreção do tipo 3 é importante para a colonização de gramíneas por H. rubrisubalbicans.

Palavras-chave: Interação planta bactéria, Sistema de secreção do tipo 3, Herbaspirillum rubrisubalbicans

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O Diabetes mellitus gestacional (DMG) é definido como qualquer intolerância à glicose primeiramente detectado durante a gestação e afeta a gestante, o feto e o neonato. O DMG tem frequência de 7% das gestações na população brasileira. A hiperglicemia característica do diabetes resulta em aumento na produção dos produtos finais de glicação avançada (AGEs) que atuam através de ligação a receptores específicos, particularmente o receptor para produtos finais de glicação avançada (RAGE). A interação AGE-RAGE ativa a transcrição de vários genes, resultando no aumento da resposta inflamatória, e de moléculas associadas à aterogênese e trombogênese. Mais de cinquenta polimorfismos já foram descritos para o gene RAGE, entre eles estão três polimorfismo funcionais da região promotora de RAGE, o -429T>C (rs1800625), o -347T>A (rs1800624) e o 63Del(345 a -407bp), a presença destes polimorfismos aumenta a expressão desta proteína, e relevantes em estudos associados a patologias. O objetivo deste estudo é associar os genótipos destes polimorfismos com marcadores de risco para as complicações no diabetes gestacional (DMG). Pacientes com DMG (n=150) gestantes saudáveis (controles, n=600) foram estudados. A genotipagem foi realizada por PCR-RFLP em gel de poliacrilamida 29:1 a 10%, utilizando as enzimas de restrição Alu I e Tsp509 I. As frequências genotípicas e alélicas para os polimorfismos em estudo não foram diferentes entre os grupos (P>0,05). Os parâmetros avaliados foram os biomarcadores para controle glicêmico (glicemia em jejum, Hemoglobina Glicada, 1,5-anidroglucitol) o perfil lipídico (Colesterol Total, HDL-Colesterol, LDL-Colesterol, Triglicérides, logTG/HDL-C), Idade e IMC. Resultados: uma correlação (Pearson) significativa (r= 0,2022; p=0,026) foi identificada entre a concentração de HDL-Colesterol e o polimorfismo -429T>C somente em pacientes com DMG. Todos os demais biomarcadores não apresentaram correlação significativa. Conclusão: a presença do alelo raro (-429C) do polimorfismo -429T>C (rs1800625) do gene RAGE esta associada ao aumento da concentração sérica de HDL-colesterol, um fator de proteção relacionado à doença cardiovascular.

Palavras-chave: RAGE, Polimorfismo, Diabetes

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Rhizobium sp. NGR234 é uma estirpe capaz de nodular 112 espécies de plantas da família Fabaceae, tornando-se um dos principais organismos de estudo dos mecanismos que controlam a interação simbiótica entre as bactérias noduladoras e as leguminosas. Essa interação simbiótica é determinada e controlada pelos dois organismos simbiontes, por meio de moléculas sinalizadoras, cujos níveis são finamente regulados. Os genes envolvidos na nodulação, secreção de proteínas e produção de lipo-polissacarídeos são conhecidos em NGR234, e são regulados pelos ativadores transcricionais NodD1, NodD2, SyrM1, SyrM2 e Ttsl. No entanto, outro par regulatório com função desconhecida é composto pelo NodV e NodW. Os genes codificadores deste par regulatório de dois componentes, nodV e nodW, formam um único operon, e podem ser reguladores adicionais do processo de nodulação. Portanto, o estudo tem por objetivo analisar a função do par regulatório NodVW por meio de mutagênese e análise fenotípica. As estirpes selvagem, nodVW-, nodD1/nodVWe nodD2/NodVWserão utilizadas como receptoras de regiões regulatórias (NB6, nopB, nopJ e rmlB) de potenciais genes alvo, com o objetivo de detectar quais dessas é regulada por este par regulatório. Para analisar o perfil de expressão destes genes, as suas regiões promotoras foram clonadas a montante do gene que codifica para a proteína fluorescente verde (GFP) e as fusões transcricionais resultantes foram testadas com e sem indução de mix de flavonoides, após 0, 24, 48, 72 e 96 horas. Os resultados preliminares provenientes de três experimentos independentes mostram que todas as regiões escolhidas são reguladas por NodVW. A região regulatória NB6, que controla a expressão do gene fixF, é fortemente dependente de NodVW, visto que os níveis de GFP observados nesta fusão são semelhantes aos níveis basais (sem indução com flavonóides). Os genes nopB e nopJ codificam para as proteínas NopB e NopJ, respectivamente, que são proteínas importantes para a nodulação. Estes genes exibiram menor expressão na estirpe NGR234?nodVW-, sugerindo que este par regulatório modula sua expressão, mas não é essencial. Por último, o gene rmlB, que está envolvido com a síntese de lipo-polissacarídeos ricos em ramnose, também parece ser regulado pelo par NodVW, pois os níveis de expressão de GFP para este mutante são menores que os níveis da estirpe selvagem. Estes resultados sugerem que par regulatório NodVW é importante para a regulação do processo de nodulação. Os ensaios de nodulação (em andamento) devem confirmar os resultados obtidos até o momento.

Palavras-chave: NGR234, NodVW, reguladores transcricionais

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Aranhas do gênero Loxosceles (aranhas-marrons) produzem veneno composto por diversas toxinas, responsáveis pelo envenenamento conhecido como loxoscelismo, que se manifesta em sintomas cutâneos e/ou sistêmicos. O quadro cutâneo é o mais comum e pode levar ao desenvolvimento de uma lesão necrótica com espalhamento gravitacional. O quadro viscerocutâneo pode envolver distúrbios da hemostase, bem como manifestações sistêmicas que podem evoluir para uma insuficiência renal aguda. Na biblioteca de cDNA obtida da glândula de veneno da Loxosceles intermedia, foi identificada uma sequência que codifica a TCTP (Translationally Controlled Tumor Protein). Estudos mostram que a TCTP produzida por outros organismos age em ambiente extracelular como fator de liberação de histamina. Além disso, a LiRecTCTP foi caracterizada como uma proteína importante no processo inflamatório decorrente do loxoscelismo. O presente trabalho teve o intuito de caracterizar a LiRecTCTP como um fator de liberação de histamina. Para tanto a LiRecTCTP contendo etiquetas de histidinas foi expressa em cepa BL21 D3 PlysS , a expressão foi induzida com IPTG 0,1mM e incubada por 4 horas a 23ºC. A purificação foi realizada em condições hibridas por cromatografia de afinidade em resina Ni2+ -NTA agarose. Com a LiRecTCTP foram produzidos anticorpos em camundongos, os quais reconheceram a TCTP nativa do veneno de L. intermedia. Para caracterizar a TCTP como uma fator liberador de histamina, foram cultivadas células da linhagem RBL-2H3 as quais foram tratadas com LiRecTCTP. Foi observado, pela dosagem de ?-hexosamina (método indireto), que a liberação de histamina pela LiRecTCTP é tempo e concentração dependente (p<0,001). Com isso pode-se dizer que a toxina recombinante LiRecTCTP induz a liberação de histamina. Posteriores estudos serão realizados com o intuito de melhor entender o mecanismo pelo qual essa toxina age para desencadear a liberação de histamina. Um maior entendimento do papel da TCTP no veneno de L. intermedia contribuirá com o desenvolvimento de metodologias farmacêuticas mais eficazes contra o loxoscelismo além de propiciar o desenvolvimento de novas moléculas com fins biotecnológicos.

Palavras-chave: TCTP, Loxosceles, Histamina

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A metilação do DNA é, entre o maquinário epigenético, uma importante forma de regular a expressão dos genes envolvidos na diferenciação Th1/ Th2. Durante essa diferenciação há uma diminuição nos níveis de metilação das ilhas CpG de genes como IL13 durante a polarização para Th2. A análise de metilação global do genoma em amostras de rinite alérgica e controles sadios indicou diferenças, possibilitando extrapolar estes resultados para regiões mais específicas, como as ilhas CpG do gene IL13. Além disso, essas regiões podem estar diferencialmente metiladas nas populações de linfócitos T auxiliadores efetores de memória (CD45RO+), caracterizadas por permanecer no organismo mesmo após a eliminação do agente agressor, em pacientes com rinite alérgica quando comparadas com as demais células do mesmo grupo de indivíduos e com indivíduos controles sadios. No Brasil, especialmente no Sul, são observados dois tipos de rinite alérgica: a perene, provocada principalmente por ácaros do gênero Dermatophagoide (Dp) presentes na poeira doméstica, e a sazonal, decorrente do pólen de gramíneas como o Lolium. O gene IL13 possui duas ilhas CpG, a ilha 1 com 266 pb e a ilha 2 com 717 pb. A estratégia para analisar a ilha 2 foi dividi-la em duas partes delimitadas pelos iniciadores designados CD e EF. As amostras dos pacientes e dos controles sadios foram obtidas pela coleta de 10 ml de sangue periférico, após teste cutâneo de sensibilização aos alérgenos Dp e Lolium. Os leucócitos mononucleares obtidos por gradiente de densidade foram submetidos à separação magnética para isolamento das células CD45RO+ das demais células, empregando o kit de separação Miltenyi Biotec, sendo que a pureza das células isoladas foi determinada por citometria de fluxo. A extração do DNA foi realizada com o QIAamp DNA Mini Blood kit. Para verificar a metilação na ilha 2 na região CD realizou-se a técnica de restrição utilizando uma endonuclease sensível à metilação (BstUI), seguida de uma reação em cadeia da polimerase (PCR). As amplificações dos produtos da PCR foram visualizadas a partir de eletroforese em gel de poliacrilamida 8% (90 V por 90 minutos). Os resultados mostraram que as amostras controle não amplificaram após a restrição, indicando que os CGs analisados não estavam metilados. Já as amostras dos pacientes apresentaram produto amplificado, indicando metilação dos CGs. Esses resultados indicam previamente que a região delimitada pelos CD pode não ser a principal região do gene IL13 responsável pelo controle de sua expressão, uma vez que nos pacientes há um aumento nos níveis de IL-13.

Palavras-chave: Linfócitos T de memória, IL13, Rinite alérgica

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O sistema olfatório consiste basicamente de neurônios sensoriais presentes no epitélio nasal, de neurônios de segunda ordem e de interneurônios presentes no bulbo, responsáveis por enviar a informação sensorial para os tratos encefálicos superiores. Já foi demonstrado que a proteína príon celular (PrPc) é importante na discriminação de odorantes, provavelmente por mediar interações das células no bulbo. PrPc é uma glicoproteína de 33-35 kDa ligada à membrana através de uma âncora de glicosilfosfatidilinusitol (GPI). Está presente em diversos tecidos, sendo encontrada com maior abundância nas células do sistema nervoso. Uma modificação conformacional de PrPc para sua isoforma patogênica (PrPSc) é responsável pelas encefalopatias espongiformes transmissíveis (TSE), doenças nas quais são encontrados depósitos de PrPsc no sistema nervoso central, além de outros tecidos, como nos neurônios do epitélio olfatório. Como pouco se conhece sobre as funções de PrPc, seu entendimento pode ajudar a elucidar sua participação em mecanismos moleculares, bem como a transmissão das doenças relacionadas. Uma possível estratégia para tanto é a busca de parceiros moleculares de PrPc. A isca referente a região codificadora de PrPc já se encontra disponível no laboratório e foi usada na varredura de uma biblioteca de cDNA de epitélio olfatório, através do sistema de duplo-híbrido em leveduras. Cerca de setenta colônias foram positivas para a interação. Essas leveduras foram usadas para a amplificação dos insertos correspondentes aos possíveis ligantes, os quais puderam ser identificados através de sequenciamento e comparação em bancos de dados. Os resultados obtidos indicaram possibilidade de interação entre PrPc e proteínas envolvidas no processo de adesão celular (Catenin beta 1 variante 2), relacionadas com a via de ubiquitinação (STIP1 homology and U-Box containing protein 1 e NEDD4 binding protein 1), transporte de vesículas (Dynein light chain Tctex type 1 D) e resposta do estresse e controle do rítimo circadiano (Proprotein convertase subtilisin/kexin type 5, variant 1). Dados da literatura corroboram para a existência destas interações in vivo, porém outros ensaios serão necessários para validá-las.

Palavras-chave: Proteína Príon Celular, Sistema de Duplo Híbrido em Leveduras, Epitélio Olfatório

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O gênero Herbaspirillum é composto atualmente por 14 espécies descritas, isoladas de diferentes ambientes (endofítico, rizosfera, água e solo) e localizações geográficas (Brasil, Europa, Coreia, Japão e Ilhas Canárias), e é conhecido principalmente por conter bactérias diazotróficas capazes de assimilar o nitrogênio atmosférico através de um processo denominado Fixação Biológica de Nitrogênio (FBN). Algumas espécies podem ser encontradas associadas a diversos grupos de plantas, principalmente gramíneas, promovendo seu crescimento. O gênero inclui ainda bactérias não fixadoras que apresentam grande diversidade ecológica e fisiológica (ex., fixação de carbono, degradação de compostos fenólicos, produção de fitormônios) e também isolados clínicos associados a pacientes com fibrose cística. Entretanto, pouco é conhecido a respeito das espécies além de H. seropedicae e da sua capacidade de associação a plantas e seu potencial biotecnológico como promotora do crescimento vegetal. Neste trabalho estão sendo realizadas marcações de diferentes espécies do gênero (H. seropedicae, H. huttiense subsp. huttiense, H. huttiense subsp. putei e H. autotrophicum) com o gene repórter gfp para posterior ensaio das bactérias marcadas em plantas de milho (Zea mays) e arroz (Oryza sativa) a fim de determinar a capacidade de colonização das diferentes espécies. O plasmídeo pHRGFPTC, contendo o gene repórter gfp e de resistência aos antibióticos tetraciclina (Tc) e cloranfenicol (cat) foi mantido em Escherichia coli S17 ?-pir e introduzido nas estirpes de Herbaspirillum por conjugação. As quatro estirpes de Herbaspirillum foram crescidas meio de cultura NFbHP com malato como fonte de carbono e a E. coli contendo o plasmídeo foi crescida em meio de cultura Luria-Broth (LB). Após o crescimento, foram misturados e plaqueados em placas contendo meio sólido NFbHP com malato e meio LA e incubadas a 30ºC overnight. A gota de cada placa foi ressuspendida e plaqueada em meio sólido NFbHP com malato contendo antibiótico tetraciclina. Todas as estirpes transformadas apresentaram resistência ao antibiótico Tc e os testes para verificação da marcação serão realizados posteriormente através de microscopia de fluorescência. A marcação das estirpes será útil para facilitar a visualização nos testes de colonização epifítica e endofítica, que serão realizados inoculando-se as bactérias do gênero marcadas em plantas de milho e arroz.

Palavras-chave: Herbaspirillum, gfp, associação com planta

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O ácido D-galacturônico é um açúcar ácido, de alto valor agregado, que pode ser utilizado diretamente na indústria alimentícia e cosmética ou servir de um intermediário químico na síntese de outros compostos, como o FDCA (ácido 2,5 furandicarboxílico), um bioplástico substituinte do PET. Esse açúcar está presente na estrutura da pectina e pode ser obtido através da hidrólise deste polissacarídeo, por via ácida ou enzimática. A hidrólise enzimática é vantajosa por ocorrer em condições brandas de temperatura e pressão, relativamente próximas da ambiente, e atingir um maior rendimento de açúcar. No entanto, as enzimas agregam um alto custo ao processo. As pectinases, que são o conjunto de enzimas que catalisam a hidrólise da pectina, podem ser produzidas por fungos filamentosos através de fermentação em estado sólido (FES) ou fermentação submersa (FS). A FES apresenta vantagens sobre a FS por utilizar resíduos agroindustriais como fonte de carbono, além de necessitar de menos água durante o processo. O objetivo deste trabalho foi observar o padrão cinético da hidrólise da pectina cítrica em alta concentração, utilizando o sólido fermentado obtido por fermentação no estado sólido como catalisador. O meio reacional da cinética de hidrólise da pectina foi preparado utilizando uma solução de pectina 10% (m/v) e 6 g de sólido fermentado, com a adição ou não de azida sódica ao meio reacional numa concentração de 0,02% (m/v). A reação foi conduzida por 48 horas a 30o C em shaker rotativo (180rpm), com a retirada de alíquotas para a quantificação dos monômeros por CLAE. A concentração máxima obtida foi de 46,3 g L-1 de ácido D-galacturônico na amostra de 24 h sem a presença de azida sódica. Quanto à composição de monossacarídeos neutros, foi detectada a presença de glucose, ramnose, arabinose, manose, xilose e galactose. Mas, devido à sobreposição de picos dos padrões de açúcares ainda não foi possível determinar a concentração exata desses monossacarídeos.

Palavras-chave: Ácido D-galacturônico, Pectinases, Fermentação no Estado Sólido

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Atualmente, nanopartículas (NPs) têm sido bastante utilizadas em aplicações à biologia e medicina, incluindo testes diagnósticos e tratamentos fotodinâmicos. A este respeito, é possível classificar duas modalidades: a Terapia Fotodinâmica (photodynamic therapy PDT) e a Inativação Fotodinâmica (photodynamic inactivation PDI), sendo que a PDT é direcionada ao tratamento de tumores e a PDI tem caráter bactericida, por inibir o crescimento e desenvolvimento de microorganismos. Neste trabalho, descrevemos a produção de NPs de ouro (AuNPs) por meio da técnica de ablação a laser em solventes importantes para a odontologia, a fim de investigar o efeito da presença dessas NPs na fotoinativação da bactéria Enterococcus faecalis, a mais resistente na área da endodontia. Foram utilizados três solventes, geralmente empregados em procedimentos de endodontia, que apresentam tensões superficiais distintas: água, tergipol e propilenoglicol. Nestes solventes foi imerso um alvo de ouro e, por meio da técnica de ablação a laser foram produzidos 10 ml de AuNPs. Os colóides resultantes foram caracterizados com as técnicas de espalhamento dinâmico de luz (DLS) e de espectroscopia UV-Vis. As NPs em água foram combinadas com azul de metileno, um composto muito utilizado em PDI, na concentração de 0,005% e a solução resultante foi aplicada em culturas de bactérias in vitro para avaliar a possibilidade de, posteriormente, ser aplicada em dentes ex vivo. Em seguida, foi empregado um laser de comprimento de onda de 650 nm durante 5 min para a irradiação da amostra e foi analisada a taxa de morte das bactérias. Nesta primeira etapa, não foi observada qualquer mudança na taxa de morte das bactérias escolhidas, quando adicionadas NPs. Este comportamento era esperado, pois a banda de absorção do azul de metileno não coincide com a ressonância de plásmon das NPs de ouro. Em contrapartida, foi observado que em Tergipol, as partículas apresentam pequeno tamanho e baixa dispersão, além de dificultar o agregamento dos colóides, o que pode ser importante para aplicações em odontologia e biomedicina. Este trabalho faz parte de um projeto interdisciplinar envolvendo física e odontologia e apresenta resultados que permitirão compreender melhor as relações entre solventes e materiais na síntese de NPs, com a finalidade de aperfeiçoar os procedimentos de PDI na endodontia.

Palavras-chave: Nanopartículas, Odontologia, Enterococcus faecalis

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Estudos epidemiológicos revelam que a neuralgia do trigêmeo afeta cerca de 5% da população, é caracterizada por episódios de dor intensa de difícil controle farmacológico. A fisiopatologia da neuralgia trigeminal ainda é pouco compreendida e os mecanismos que contribuem para o surgimento das alterações sensoriais neuropáticas ainda são pouco entendidos e provêm, principalmente, de estudos que empregaram modelos de dor por lesão de nervos espinhais. A terapêutica disponível para o tratamento de dores neuropáticas ainda apresenta inúmeras limitações. A ocorrência comum de reações adversas e a perda da eficácia terapêutica associadas ao uso dos medicamentos disponíveis atualmente para o controle das dores neuropáticas representam evidências de que são necessárias novas alternativas para o tratamento farmacológico destas condições. A carbamazepina é atualmente o único fármaco aprovado pelo FDA para o tratamento da neuralgia do trigêmeo. No entanto, o tratamento com este fármaco promove inúmeras reações adversas, além da eventual perda da eficácia terapêutica com o tempo, o que limita muito a sua utilização para este fim. Com base nisso, é de fundamental importância a elucidação dos mecanismos envolvidos na fisiopatologia da dor neuropática trigeminal, bem como a busca por alternativas terapêuticas que possibilitem um controle seguro e eficaz da dor. Desta forma, o objetivo principal do nosso trabalho foi avaliar o efeito da combinação das vitaminas B1, B6 e B12(VBC) sobre a hiperalgesia térmica ao calor nummodelo de dor neuropática em ratos, induzida pela constrição do nervo infraorbital. Uma única administração sc, no dia 4 após CION, da VBC (B1, B6 e B12, em doses de 180, 180 e 18 mg / kg, respectivamente) foi capaz de reduzir a hiperalgesiaao calor de até 4 horas após a injeção. Também uma administração única, no dia 4 após CION, da VBC com uma dose 10 vezes menor de cada vitamina, não foi capaz de modificar a hiperalgesiaao calor, mas em associação, imediatamente após a administração VBC, com uma única injeção de 10 mg de CBZ / kg, ip, reduziu a hiperalgesia até 3 horas após a associação. Este estudo fornece evidências de que a VBC, sozinha ou em associação com carbamazepina, reduz a hiperalgesia ao calorem um modelo de dor neuropática trigeminal em ratos.

Palavras-chave: Vitaminas do Complexo B, Hiperalgesia, Neuralgia Trigeminal

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A Spilanthes oleraceae (ou Acmella oleracea), conhecida popularmente como jambu, é uma planta encontrada na região amazônica e é utilizada como alimento e no tratamento da dor de dente. Estudos comprovam que o gênero Spilanthes possui vários efeitos biológicos como anestesia local, anti-inflamatório, inseticida, antioxidante, diurético, vasorrelaxante e bactericida. O jambu é amplamente utilizado na medicinal popular, mas ainda há uma deficiência de estudos científicos que comprovem e validem suas propriedades analgésicas. De tal forma, o objetivo do estudo foi investigar o potencial antinociceptivo do extrato etanólico das flores de Acmella oleracea (EEAO) em modelos experimentais de dor, assim como o aparecimento de possíveis efeitos adversos. Camundongos machos (20 30 g) foram pré tratados pela via intraperitoneal com o EEAO (10, 30 e 100 mg/ kg), 30 min antes da injeção orofacial de 20 µl de formalina (2,5%), capsaicina (5,2 nmol, agonista de receptores TRVP1) ou cinamaldeído (10 nmol, agonista de receptores TRPA1). Também foi avaliado o efeito do tratamento com o EEAO nos testes de hiperalgesia térmica ao calor (placa quente) e de alodinia mecânica induzida pela ligação parcial do nervo ciático (CEUA/BIO-UFPR, 544). EEAO (10, 30 e 100 mg/kg) promoveu antinocicepção no teste de formalina (fases neurogênica e inflamatória), capsaicina e cinamaldeído, observado pela redução no tempo (em s) em que o animal permaneceu esfregando a face. A hiperalgesia térmica induzida pela capsaicina foi reduzida pelo EEAO 100 mg/kg nos tempos de 15 e 30 min (capsaicina: 5 ± 0,6 s e 5,4 ± 0,7 s versus EEAO: 17,74 ± 3,5 s e 19,2 ± 1,9 s, respectivamente). O aumento na latência de retirada da pata pelo EEAO (100 mg/kg) foi parcialmente revertido pela naloxona (1 mg/kg, s.c., antagonista não seletivo de receptores opióides) apenas no tempo de 30 min. No modelo de dor neuropática, EEAO (100 mg/kg) também reduziu a alodínia mecânica promovida em 58 ± 14 % 3 h após o tratamento. Finalmente, os tratamentos com o EEAO não alteraram a atividade locomotora dos animais no teste do campo aberto, não promoveram sinais de toxicidade aguda e a DL50 foi de 889,14 mg/kg. Assim, podemos concluir que o EEAO apresenta potente efeito antinociceptivo, os quais não estão associados a efeitos colaterais detectáveis. Este efeito pode estar relacionado com a presença de isobutilamidas que confere as propriedades anestésicas dessa planta. Contudo, novos estudos estão em andamento para elucidar possíveis mecanismos de ação envolvidos.

Palavras-chave: Acmella oleracea, Jambu, Dor

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A dor neuropática é a maior complicação do diabetes, sendo caracterizada por dor espontânea, hiperalgesia e/ou alodinia. Dentre essas, a alodinia ao frio parece ser uma das queixas mais comuns, representando um sinal importante para detecção precoce da polineuropatia diabética. Considerando o envolvimento dos receptores TRP na transdução de sinais nociceptivos térmicos e a escassez de estudos visando o entendimento dos mecanismos fisiopatológicos da alodinia ao frio no diabetes, este estudo teve por objetivo caracterizar o envolvimento do receptor TRPM8 nesta anormalidade. Para isso, após aprovação do CEUA/UFPR (#649), ratos Wistar machos (180-220g, n=8-10) foram tratados por via intraperitonial com tampão citrato (TC; 10 mM, pH 4,5, grupo normoglicêmico; NGL) ou estreptozotocina (STZ, 50mg/Kg, diluída em TC, grupo diabético-DBT). Para avaliação da alodinia ao frio, 100 µL de acetona (agonista do receptor TRPM8) foram instilados na região central da superfície plantar da pata traseira e o comportamento nociceptivo de sacudir a pata (flinches) foi mensurado durante 2 minutos após a instilação. Adicionalmente, animais NGL e DBT receberam injeção intraplantar (i.pl) de agonista TRPM8 mentol (MTL; doses de 0,1; 0,5 ou 1%, 50 µL/pata) ou veículo (óleo de milho) 4 semanas após a indução do diabetes e o número de flinches foi avaliado por 20 minutos. O número de flinches induzido pela instilação de acetona foi significativamente maior (37%) em animais DBT apenas na 4ª semana após a STZ. A injeção i.pl de MTL, em ambos grupos (NGL e DBT) induziu significativo aumento do número de flinches quando comparado ao grupo controle correspondente veículo (média ± SEM; NGL veículo: 7,7 ± 1,6; DBT veículo: 7,6 ± 1,5; NGL MTL 0,1%: 24 ± 1,5; DBT MTL 0,1%: 23,9 ± 1,9; NGL MTL 0,5%: 45,4 ± 4,3; DBT MTL 0,5%: 16,9 ± 1,8; NGL MTL 1%: 45,7 ± 6,3; DBT MTL 1%: 28,2 ± 3,9). Quando comparado ao grupo NGL, os animais DBT não mostraram diferença (dose de 0,1%) ou apresentaram significativa redução no número de flinches (doses de 0,5 e 1%) após a administração de MTL. Nossos dados permitem concluir que agonistas TRPM8 induzem respostas nociceptivas de hipersensibilidade e hiporesponsividade em animais diabéticos, os quais estão condizentes com a literatura que apregoa resultados conflitantes em relação ao uso de agonistas ou antagonistas de receptores TRPM8 para o tratamento da alodinia ao frio associada a dores neuropáticas, necessitando estudos adicionais para melhor caracterização do envolvimento destes receptores neste sinal clínico. Apoio financeiro: CNPq.

Palavras-chave: Diabetes, Dor Neuropática, Mentol

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A sepse é uma síndrome caracterizada por uma infecção generalizada. O fígado é o segundo órgão mais afetado na sepse, além de sofrer as consequências do estresse oxidativo, que desempenha um importante papel nesta síndrome. As maiores taxas de mortalidade na sepse estão relacionadas com maiores liberações de espécies reativas de oxigênio. Por este motivo o presente trabalho teve como finalidade testar duas drogas na síndrome séptica, focando em seus possíveis efeitos antioxidantes. As drogas foram pioglitazona e atorvastatina, e foi observado se há efeito sinérgico entre as mesmas e drogas já utilizadas na sepse, incluindo associação com enrofloxacina 5 mg/kg e solução de NaCl 0,9% 10 mL/kg. A sepse foi induzida pelo método da ligadura e punção cecal (CLP), e os tratamentos feitos após a CLP. O material biológico foi colhido após 18h da indução da sepse. Foram utilizados 88 ratos machos adultos da linhagem Wistar (200 a 250 g), separados em 11 grupos (n=8): Sham (SH), Controle (C), Atorvastatina dose alométrica (A), Atorvastatina dose 5 vezes maior (A+), Pioglitazona dose alométrica (P), Pioglitazona dose 5 vezes maior (P+), Atorvastatina dose alométrica e associações (AE), Atorvastatina dose 5 vezes maior e associações (AE+), Pioglitazona dose alométrica e associações (PE) e Pioglitazona dose 5 vezes maior e associações (P+E). Para os ensaios do estresse oxidativo foram mensurados os parâmetros catalase (Cat), glutationa-S-transferase (GST), glutationa reduzida (GSH) superóxido dismutase (SOD) e lipoperoxidação (LPO). No plasma foram medidos triglicerídeos e as enzimas aspartato aminotransferase (AST), alanina aminotransferase (ALT) e fosfatase alcalina (FA). Foi observada diferença estatística na atividade enzimática da Cat entre SH e C e entre PE+ e C. Os grupos A+, AE e AE+ apresentaram uma tendência de redução da atividade enzimática da GST. A menor taxa de LPO foi observada nos grupos AE, P+E e AE+, porém não foi observada diferença entre SH e C. Com relação à FA, houve aumento significativa no grupo C. Já a ALT, AST, GSH e SOD não mostraram diferença estatística entre os grupos. Conforme já descrito na literatura, houve aumento nos triglicerídeos dos grupos C, P+ e AE em relação ao grupo SH. Nos parâmetros avaliados, as drogas pioglitazona e atorvastatina não demonstraram expressivo potencial hepatoprotetor contra as lesões induzidas pela sepse em ratos, quando usadas isoladamente ou em combinação. Com tais resultados, estas drogas não parecem ser suficientemente eficientes para serem incluídas na politerapia da sepse.

Palavras-chave: Sepse, Atorvastatina, Pioglitazona

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A dor neuropática é uma condição de difícil tratamento, de etiologia variável, caracterizada por alodinia mecânica e térmica em resposta ao frio. Tendo em vista a caracterização dos receptores TRPs como mecano e termosensores, esse estudo investigou o envolvimento de receptores TRPA1 e de TRPM8 na sensibilidade a estímulo mecânico e frio em um modelo animal de dor neuropática. Para isso, após aprovação junto ao CEUA/ UFPR (#685), ratos machos Wistar (180-220g; n=6-10) foram divididos em dois grupos experimentais: 1) grupo controle (falso operado; sham, S) e 2) grupo com neuropatia induzida por constrição crônica do nervo ciático esquerdo (CCI; Bennett & Xie, 1988). Os grupos foram avaliados no 4º, 7º, 10º e 14º dia após a cirurgia, quanto à sensibilidade ao frio através do teste da placa fria (temperatura de 4 ± 0,1°C) e quanto à resposta a estímulo mecânico através do teste de Von Frey eletrônico. Para avaliar o envolvimento dos receptores TRPA1 e TRPM8, ambos os grupos S e CCI receberam injeção intraplantar de veículo (óleo de milho, 50 µL/pata), do agonista TRPA1 óleo de mostarda (MO; 0,1% ou 0,5%, 50 µL/pata) ou do agonista TRPM8 mentol (MT; 0,1% ou 0,5%, 50 µL/pata) no 19º dia pós-cirurgia. A resposta nociceptiva direta (flinches) foi avaliada durante 20 minutos, e em seguida foram mensurados o limiar mecânico dos ratos que receberam MO e a latência de resposta ao frio dos que receberam MT. O grupo CCI apresentou decréscimo no limiar mecânico e aumento na latência de retirada em resposta a frio na pata ipsilateral desde o quarto dia pós-cirurgia, enquanto não houve alterações nesses parâmetros no grupo S. Ademais, quando comparado ao grupo S, o grupo CCI exibiu uma maior responsividade à injeção de MO (doses de 0,1 e 0,5%). Além disso, a injeção de MO (0,5%) induziu um decréscimo significativo no limiar mecânico em ambos os grupos CCI e S (redução de 58% e 50%, respectivamente). A resposta nociceptiva direta à injeção de MT (0,1 ou 0,5%) não foi significativamente diferente entre os grupos S e CCI, porém a maior dose de MT foi capaz de reduzir a latência de resposta dos ratos S em 55%, mas não alterou o limiar de resposta a estímulo frio nos animais CCI. O estabelecimento da alodinia mecânica e ao frio parece ser concomitante no modelo de dor neuropática induzida por CCI. Enquanto que o receptor TRPA1 parece ter um papel relevante nas alterações de percepção a estímulos mecânicos e ao frio, o receptor TRPM8 parece ser sensibilizado diferencialmente após a constrição. Apoio Financeiro: CNPq.

Palavras-chave: dor neuropática, alodinia, TRPA1 e TRPM8

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O gênero Psychotria (Rubiaceae) é frequentemente utilizado na medicina popular devido à ação anti-inflamatória e analgésica. Resultados anteriores demonstraram que o extrato bruto hidroalcoólico da Psychotria nuda (EBPN), espécie nativa da Mata Atlântica, foi capaz de reduzir parâmetros inflamatórios em modelos agudos de inflamação de pele. O objetivo do presente estudo foi avaliar o efeito tópico do EBPN frente a processos inflamatórios crônicos. Para isso, foi utilizado o modelo crônico de inflamação de pele, onde os animais recebem aplicações múltiplas de óleo de cróton (0,4 mg/orelha) em dias alternados, durante 9 dias. Sendo os tratamentos com o EBPN (1,0 mg/orelha) e dexametasona (0,05 mg/orelha), administrados topicamente a partir do 5º dia de experimento (12 h/12h), e o edema avaliado diariamente. No 9° dia os animais foram eutanasiados e amostras de tecido das orelhas foram coletadas, pesadas e armazenadas para avaliação da atividade enzimática da mieloperoxidase (MPO), N-acetil-?-D-glucosaminidase (NAG), análises histológicas e imunohistoquímica. Os resultados demonstram que o EBPN e a dexametasona foram capazes de reverter a formação do edema desde o início do tratamento,assim como o aumento do peso das orelhas em 44,4 ± 2,6% e 70,1 ± 1,6%, respectivamente, quando comparados ao grupo controle. Os tratamentos com EBPN e dexametasona também foram capazes de reduzir a atividade da enzima MPO em 81,3 ± 4,0% e 100,0 ± 0,1%,respectivamente. Nos grupos tratados com dexametasona, a atividade da enzima NAG foi reduzida em 57,7 ± 3,5%, enquanto o EBPN não demonstrou nenhuma alteração neste parâmetro, quando comparado ao grupo controle. A partir das análises histológicase imuhistoquímica, observou-se que o EBPN foi capaz de reduzir a migração leucocitária, o aumento da espessura da orelha e o número de células em proliferação na epiderme (positivas para PCNA) em 79,5 ± 1,6%, 52,6 ± 3,2%e 76,1 ± 1,6%, respectivamente. Enquanto, a dexametasona promoveu reduções de 71,8 ± 1,8%, 66,3 ± 3,5%e 83,1 ± 1,0%, respectivamente, quando comparados ao grupo controle. Estes resultados demonstram que o EBPN possui atividade anti-inflamatóriano modelo crônico, pois foi capaz de promover a redução da formação do edema, peso, migração e proliferação de queratinócitos da epiderme. Esses são resultados promissores, uma vez que não há estudos sobre as propriedades terapêuticas e as características fitoquímicas desta planta.

Palavras-chave: Plantas Medicinais, Anti-inflamatório Tópico, Inflamação de Pele

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O diabetes mellitus (DM) é uma desordem metabólica crônica, caracterizada por hiperglicemia, de grande incidência e importância mundial. O tratamento é feito de acordo com o tipo de diabetes, tipos 1 e 2, com a administração de insulina ou de hipoglicemiantes orais, respectivamente. A fitoterapia vem sendo alvo de estudos como método de tratamento alternativo. A espécie de planta Bauhinia forficata, conhecida como “pata-de-vaca”, tem sido estudada por seu possível efeito hipoglicemiante. No entanto, estudos ainda são necessários para determinar a capacidade da B. forficata em diminuir a glicemia sanguínea, além de estabelecer a posologia adequada e avaliar a existência de possíveis efeitos adversos no tratamento. No presente trabalho foram avaliadas as atividades hipoglicemiante e antioxidante do extrato etanólico de folhas de B. forficata pósadministração em ratos com diabetes experimental. O experimento utilizou 30 ratos machos adultos Wistar, com peso entre 150 e 180 g. O quadro diabético foi induzido por administração intraperitoneal de 50 mg/kg de estreptozocina diluída em tampão citrato (pH 4,5) após jejum de 12 horas. O tratamento com o extrato (300 mg/kg) foi feito por via oral uma vez ao dia, por 7 dias após o estabelecimento do quadro diabético (glicemia > 250 mg/dL). Os animais foram dispostos em cinco grupos (n=6): não diabéticos não-tratados (G1), não diabéticos tratados com extrato (G2), diabéticos não-tratados (G3), diabéticos tratados com extrato (G4) e diabéticos tratados com insulina (G5). Após o tratamento, os animais foram anestesiados para colheita de material biológico. Foi feita avaliação do estresse oxidativo das amostras de fígado e análises bioquímicas do plasma. Após os 7 dias de tratamento, a glicemia apresentou redução média de 1 mg/dL para o G1, 8 mg/dL para o G2, 19 mg/dL para o G3, 279 mg/dL para o G5 e aumento de 40 mg/dL para o G4. Os níveis das enzimas ALT e AST apresentaram-se aumentados nos grupos diabéticos tratados. Para o estrese oxidativo, foram observados maiores níveis de glutationa reduzida (GSH) nos grupos G2 e G5; de glutationa S-transferase (GST) em G1, G2 e G5; de superóxido dismutase (SOD) nos grupos G1, G2 e G4; de catalase em G1, G2 e G5; e de lipoperoxidação (LPO) para os grupos G2, G3 e G5. A partir dos resultados encontrados, concluiu-se que não houve diminuição da glicemia decorrente da administração da fração etanólica da B. forficata na dose utilizada. Além disso, a fração estudada não demonstrou atividade antioxidante in vivo.

Palavras-chave: Bauhinia forficata, Diabetes, Estresse oxidativo

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A Arctium lappa L. (bardana) é uma planta utilizada na medicina popular por suas propriedades terapêuticas, incluindo seu efeito gastroprotetor. Este estudo teve como objetivo dar continuidade à investigação sobre os efeitos biológicos do sobrenadante etanólico da extração aquosa (SEEA) das folhas da Arctium lappa L. e das frações obtidas do SEEA no trato gastrointestinal através de estudos biomonitorados. Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pelo CEUA/BIO – UFPR (500 e 657). Ratas Wistar (180~250 g; n = 6) mantidas em jejum foram tratadas pela via oral (vo) com veículo (água – 0,1 ml/100 g), omeprazol (40 mg/kg) e diferentes preparações vegetais das folhas de bardana 1 h antes da administração de etanol para a indução de úlcera aguda. SEEA (1, 10 e 100 mg/kg) e omeprazol reduziram a incidência de úlceras gástricas, preveniram a diminuição dos níveis de GSH e preservaram o muco gástrico. As ratas também receberam SEEA (0,1, 1 e 10 mg/kg) pela via intraperitoneal (ip), o qual também reduziu significativamente as lesões. O tratamento (vo) com as frações CHCl3 (0,01 mg/kg), ButOH (0,30 mg/kg), EtOAc (0,15 mg/kg), Emul (0,29 mg/kg) e aquosa (1,68 mg/kg), 1 h após a indução de lesões gástricas por etanol, demonstrou que somente a fração EtOAc foi capaz de reduzir as lesões quando comparado ao grupo controle. No modelo de úlcera crônica, após anestesia e abertura do peritônio para exposição do estômago, foi aplicado 500 ?l de ácido acético 80% na serosa (durante 1 min). Após sutura e recuperação, os animais permaneceram em dieta alimentar durante 7 dias, e então receberam pela v.o. veículo (água 0,1 ml/100 g), omeprazol (40 mg/kg), SEEA (1, 3, 10, 30 e 100 mg/kg) e as frações CHCl3 (0,1 mg/kg), ButOH (1,2 mg/kg), EtOAc (2,3 mg/kg), Emul (2,4 mg/kg) e aquosa (13,3 mg/kg) a partir do segundo dia após a cirurgia. Ao final dos tratamentos, os animais foram sacrificados, o estômago removido e esticado para análise da úlcera. A exceção da dose de 10 mg/kg, todas as doses do SEEA e apenas a fração EtOAc reduziram o tamanho das lesões quando comparadas ao grupo controle. Em conjunto, nossos dados permitem concluir que além das raízes, preparações vegetais obtidas das folhas da bardana também apresentam atividade gastroprotetora, a qual parece envolver a manutenção de fatores de proteção gástrica como aumento dos níveis de GSH e de muco. No entanto, são necessários estudos mais aprofundados para elucidar os mecanismos envolvidos na proteção da mucosa gástrica.

Palavras-chave: Arctium lappa L., bardana, Úlcera

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Desordens neuropsiquiátricas como a ansiedade estão relacionadas com o Diabetes mellitus. Estudos apontam que pessoas com diabetes tem maior prevalência a desenvolver transtorno de ansiedade, bem como de humor. Tendo em vista os altos custos de tratamento para combater essas desordens neuropsiquiátricas, bem como o diabetes, este projeto visa investigar o potencial efeito ansiolítico da Vitamina E na ansiedade induzida por diabetes. Para isso, ratos machos Wistar (180-200 g) com diabetes induzido quimicamente por estreptozotocina (DBT; 50 mg/kg, i.p.) ou normoglicêmicos (NGL) foram submetidos a um tratamento crônico por 28 dias com o antioxidante vitamina E (vit E) ou veículo. Após 28 dias do início do tratamento, os animais foram submetidos ao teste do labirinto em T elevado (LTE), no qual a resposta de ansiedade, latência de saída do braço fechado do LTE (resposta de esquiva inibitória), foi avaliada. A fim de avaliar a atividade locomotora, imediatamente após o teste no LTE, os animais foram submetidos no campo aberto. Dois dias após, os mesmos animais foram submetidos ao teste de condicionamento de medo contextual (sessão condicionamento com choque na pata (dia 1) e sessões teste (sem choque) em dias subsequentes (sessões 1, 2 e 3) que nos permite avaliar a resposta de ansiedade de congelamento contextual (sessão 1), bem como a extinção dessa resposta de congelamento aversiva (sessões 2 e 3). Os dados mostraram que animais DBT apresentaram uma resposta de ansiedade mais pronunciada, quando comparado com animais NGL, ou seja, foi observado um aumento na latência de saída do braço fechado (resposta de esquiva inibitória) do LTE, bem como um aumento na resposta de congelamento condicionada (sessões 1, 2 e 3). O tratamento com vit E induziu um efeito específico tanto nos animais NGL como nesses animais DBT sobre as respostas de ansiedade avaliadas. Ou seja, o tratamento induziu efeito do tipo ansiolítico tanto na avaliação da esquiva inibitória (redução da latência de saída do braço fechado), como da resposta de congelamento (redução no tempo de congelamento; sessão 1). Interessante que o tratamento com vit E facilitou a extinção da memória aversiva dos animais NGL, mas não dos animais DBT, ao longo das sessões de condicionamento (sessões 2 e 3). Os resultados mostram que o tratamento crônico com o composto antioxidante vit E diminui o fenótipo de ansiedade em animais diabéticos e traz, portanto, a possibilidade de ser utilizado como um adjuvante no tratamento da ansiedade para pacientes diabéticos.

Palavras-chave: Diabetes, Ansiedade, Vitamina E

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O comportamento tipo maníaco, fator determinante para o diagnóstico do transtorno de humor bipolar, apresenta correlação com o aumento da atividade da proteína quinase C (PKC). Estudos anteriores demonstraram que a miricitrina (MIR), um flavonoide do gênero Eugênia possui um potencial efeito antimaníaco, este relacionado com sua ação inibitória sobre a PKC, mais especificamente sobre os subtipos ? e ?. No presente trabalho, camundongos Swiss foram submetidos ao teste de hiperlocomoção induzida por metilfenidato (MET), sendo tratados com salina (SAL), MET (a droga indutora do comportamento tipo maníaco, aplicada 20 minutos antes do teste), tamoxifeno (TM é o controle positivo, pois diminui o comportamento tipo maníaco através da inibição da PKC) e MIR; espera-se que o TM e a MIR (ambos aplicados 20 minutos antes do MET) revertam o comportamento tipo maníaco induzido pelo MET, através da diminuição da atividade locomotora. Para estabelecer os parâmetros basais de locomoção (por ser um teste piloto, a MIR não foi utilizada), a caixa de locomoção foi adotada, sendo que os animais permaneciam nesta por 20 minutos. Os resultados não foram satisfatórios, pois não houve uma diferença significativa entre os tratamentos, principalmente entre os grupos SAL e MET, impossibilitando o estabelecimento de locomoção do comportamento tipo maníaco e do comportamento normal, mesmo com a inserção de uma habituação do animal ao aparato experimental. O teste do campo aberto (CA) foi adotado, pois estudos anteriores em nosso laboratório demonstraram resultados positivos com este teste; os camundongos foram expostos por 5 minutos ao CA, e sua atividade locomotora foi analisada através da quantificação de quadrantes que o animal percorre, além do tempo de imobilidade deste, mensurado através do tempo. Os resultados demonstram que os animais não estão respondendo ao tratamento por MET, pois este não foi efetivo na indução da hiperlocomoção, o que impossibilita que as análises moleculares sobre a PKC sejam realizadas. O método experimental a ser utilizado consistirá na sensibilização dos animais ao MET por 3 dias, sendo estes submetidos ao teste do CA no último dia de tratamento. No entanto, se mesmo assim os resultados esperados não forem obtidos, será adotado outro modelo experimental bem validado em nosso laboratório, a hiperlocomoção induzida por privação de sono, no qual é possível analisar não só a locomoção do animal, mas também o tempo de latência deste. As análises moleculares serão realizadas após a padronização da atividade locomotora dos animais.

Palavras-chave: Miricitrina, Comportamento Tipo Maníaco, Proteína Quinase C

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O transtorno obsessivo compulsivo (TOC) é um transtorno neuropsiquiátrico em que o indivíduo é afetado por pensamentos intrusivos (obsessões) e lança mão de comportamentos estereotipados para suprimir tais pensamentos (compulsões). Este transtorno afeta 2% da população geral. Atualmente, o tratamento para o TOC consiste no uso de inibidores seletivos da receptação de serotonina (ISRSs), como a fluoxetina, além de terapia psicológica. No entanto, cerca de metade dos pacientes não respondem ao tratamento com ISRSs, sendo necessário pesquisar novas alternativas farmacológicas para o TOC. Estudos mostram que a administração de cafeína é capaz de reduzir os sintomas do transtorno. Portanto, o objetivo deste estudo foi avaliar os efeitos da administração aguda e crônica de três diferentes doses de cafeína (5, 20 e 40 mg/kg i.p.) em camundongos, utilizando como controles ativos diazepam (1 mg/kg i.p.) e fluoxetina (10 mg/kg i.p.), no teste de esconder esferas (TEE), labirinto em cruz elevado (LCE) e no campo aberto (CA). A administração aguda da dose de 40 mg/kg de cafeína foi capaz de reduzir significativamente o número de esferas escondidas em comparação ao grupo controle. Os grupos tratados de forma aguda e crônica com diazepam também apresentaram redução significativa no número de esferas escondidas. No LCE, não foram vistas diferenças estatisticamente significativas entre os grupos tratados de forma aguda ou crônica. No CA, todos os grupos tratados de forma aguda ou crônica apresentaram redução no número de quadrantes cruzados em relação ao grupo controle. Portanto a administração aguda da dose de 40 mg/kg de cafeína apresentou efeito ansiolítico/antiobsessivo no TEE, porém nenhuma dose apresentou efeito antiobsessivo no LCE e todas apresentaram redução da atividade locomotora no CA, o que pode estar relacionado a um efeito sedativo ou efeito ansiogênico, porém não foram observados efeitos sedativos no LCE. Estes resultados inesperados podem ser decorrentes do pequeno número de sujeitos (n=4), o que aumentaria o risco de erro tipo II ou da escolha da dose, uma vez que foi utilizada apenas uma dose de diazepam e fluoxetina, ou também por um possível desenvolvimento de tolerância nos animais tratados cronicamente com cafeína 40 mg/kg, uma vez que a média está próxima do controle, porém não havendo diferença significativa, como ocorreu no grupo tratado agudamente com essa mesma dose. Mais estudos são necessários com maior número de animais e outras doses, assim como outros modelos para avaliar atividade locomotora, para melhor análise dos resultados.

Palavras-chave: Transtorno Obsessivo Compulsivo, Cafeína, Teste de Esconder Esferas

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Estudos anteriores mostram que um aumento do composto canabinóide endógeno, a anandamida (AEA), em áreas do cérebro relacionadas com a depressão induzem uma melhora nas respostas comportamentais relacionadas com a depressão. Embora uma desregulação do sistema endocanabinóide possa contribuir para o desenvolvimento do diabetes e suas complicações, como a depressão, o mecanismo envolvido na associação do diabetes e depressão ainda não foi elucidado. A fim de investigar o envolvimento do sistema endocanabinóide nessa associação, ratos tratados com citrato (10 mM, pH 4,5; grupo normoglicêmico-NGL) ou estreptozotocina (50 mg/kg, ip; grupo diabético-DBT) foram submetidos a um tratamento com a AEA (0,001, 0,005, 0,01 mg/kg, ip) ou veículo (VEI) e submetidos ao teste de campo aberto para análise da atividade locomotora e natação forçada (TNF), para avaliar comportamentos relacionados a depressão, como os comportamentos passivo (imobilidade) e ativo (natação e escalada). Após os testes comportamentais, todos os animais foram eutanasiados sendo o hipocampo (HIP) e córtex pré-frontal (CPF) dissecadas para posterior análise de medidas indiretas de estresse oxidativo, como a quantificação de níveis de glutationa reduzida (GSH). Caso alguma alteração nas respostas comportamentais fosse observada, a participação de receptor canabinóide CB1 seria avaliada pela administração prévia do antagonista AM251 (1 mg/kg, ip). Como um controle positivo para o efeito antidepressivo, ambos os grupos experimentais foram tratados com o antidepressivo imipramina (IMI; 15mg/kg, ip). Quando comparados com os ratos NGL, os animais DBT apresentaram hiperglicemia, redução no ganho de peso, comportamento do tipo depressivo mais pronunciado, diminuição nos níveis de GSH e nenhuma alteração na atividade locomotora. Além disso, o tratamento de ratos DBT, mas não NGL, com AEA (0,005 mg/kg) induziu uma significativa melhora no comportamento do tipo depressivo além de restaurar os níveis de GSH para níveis normais. Esses efeitos foram bloqueados pela administração prévia do antagonista CB1. Conforme o esperado, o tratamento com IMI induziu efeito do tipo antidepressivo tanto em animais NGL como nos DBT. Este estudo indicou que o tratamento com AEA em animais DBT pode ter um efeito neuroprotetor no HIP e CPF, duas áreas implicadas na depressão. Mais ainda, a AEA exerce um efeito antidepressivo por sua ação em receptores CB1. Assim, os dados sugerem que uma desregulação do sistema endocanabinóide pode estar envolvida no mecanismo que associa a depressão ao diabetes. Apoio Financeiro: CAPES, CNPQ.

Palavras-chave: Diabetes, Depressão, Anandamida

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Os Núcleos da Base são um conjunto de estruturas envolvidas no controle voluntário do movimento e na escolha de ações com base na experiência, em outras palavras, eles estão envolvidos na formação de memórias procedimentais. O corpo estriado é a maior estação de entrada dos Núcleos da Base; ele recebe informação desde a maioria de regiões do Neocortex, para depois dar origem a dois tipos de circuitos: a via direta, que modula positivamente o movimento, e a via indireta que atua inibindo o movimento. O corpo estriado recebe uma modulação dopaminérgica proveniente dos neurônios dopaminérgicos do mesencéfalo; em termos gerais, esta modulação dopaminérgica age em receptores D1 na via direta, ativando-a, enquanto age também em receptores D2 na via indireta, inibindo-a. O resultado final com a estimulação dopaminérgica é a facilitação do movimento. Anatomicamente, o corpo estriado esta subdividido em estriado dorsal e estriado ventral. A região dorsal comprende o núcleo caudado e o putamen em primatas, e o estriado dorso medial e o estriado dorso lateral em ratos; enquanto a região ventral corresponde ao núcleo accumbens, que se divide em shell e core. Recentemente, o nosso grupo de pesquisa propôs um modelo teórico que tenta explicar o processamento da informação no corpo estriado. Este modelo sugere que no corpo estriado existam unidades funcionais representando as partes do corpo, os objetos com os que o organismo interage e os lugares nos quais desenvolve as diferentes tarefas; a asociação entre diferentes unidades permitiria a formação de memórias e a escolha da ação correta. O objetivo do meu projeto é testar um dos postulados deste modelo: a representação dos locais no estriado. Para isso, será feita uma infusão local de um agonista e um antagonista de receptor dopaminérgico D1 no núcleo accumbens shell ou no estriado dorso-medial de ratos. Estas duas regiões foram escolhidas por receberem o maior input do hipocampo, outra região cerebral fortemente relacionada com a representação de mapas espaciais. O efeito desta infusão será avaliado no comportamento de forrageamento no campo aberto.

Palavras-chave: Estriado, Nucleo accumbens, Navegação Espacial

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A doença de Parkinson (DP) é um transtorno neurológico caracterizado por uma perda progressiva de neurônios dopaminérgicos na Substância Negra pars compacta (SNpc) associada a uma deposição de alfa-sinucleína e formação de corpos de Lewy em várias regiões do sistema nervoso central, além da progressiva debilidade motora. Além dos sintomas motores, depressão e ansiedade são frequentemente observadas nos pacientes parkinsonianos. Para entender os mecanismos envolvidos nesta patologia, modelos animais de DP baseados em toxinas, como MPTP e rotenona, têm sido úteis ao longo das últimas décadas. Rotenona, um inseticida e pesticida extraída das plantas Leguminosa, que age inibindo o complexo I da cadeia de transporte de elétrons. Diversos estudos demonstraram a capacidade desta toxina em mimetizar os principais sintomas de DP, especialmente os motores. Neste estudo, foi avaliado o potencial da administração oral prolongada de rotenona em induzir sintomas motores e não-motores da DP em camundongos. Foram utilizados camundongos Swiss machos (~30 g) onde foram randomicamente distribuídos em 2 grupos: veículo (óleo de girassol) e rotenona (15 mg/kg) onde foram administrados por gavagem (10 mg/kg) diariamente por 28 dias. O teste do campo aberto foi realizado nos dias 29, 35, 42 e 49. Além disso, o teste do nado forçado (TNF) e o teste de esconder esferas (TEE) foram feitos no dia 50, enquanto que o teste de suspensão pela cauda (TSC) e o labirinto em cruz elevado (LCE) foram realizados no dia 51. Todos os dados foram analisados por Teste t não pareado complementado pelo teste de Tukey. Diferenças estatisticamente significativas foram estabelecidas a p < 0.05. O protocolo segue as recomendações da Universidade Federal do Paraná e foi aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade (protocolo # 589). Os resultados demonstraram que a administração de rotenona é capaz de induzir debilidade motora severa e progressiva caracterizada por hipolocomoção nos dias 29, 35 e 42. Nesse protocolo, a rotenona não foi capaz de induzir comportamento depressivo tanto no TNF quanto no TSC (p > 0.05). No entanto, os animais tratados com rotenona exibiram um comportamento ansiogênico no LCE (p < 0.05), porém, nenhuma diferença foi observada entre os grupos no TEE (p > 0.05). Esta é a primeira vez, ao nosso conhecimento, que a administração oral de rotenona é descrita como capaz de induzir, além da debilidade motora, comportamento ansiogênico em camundongos.

Palavras-chave: Parkinson, Rotenona, Ansiedade

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Os desreguladores endócrinos são substâncias presentes em concentrações na ordem de ?g.L-1 e ng.L-1 no meio ambiente, que modificam a função normal do sistema endócrino de animais. Os metais pesados, como chumbo e cádmio, têm sido associados a esse grupo de substâncias, e quando lançados nas vias hídricas, podem interferir na reprodução de organismos aquáticos como os peixes. O objetivo deste trabalho foi avaliar o efeito estrogênico do chumbo e cádmio na espécie de peixe nativa Rhamdia quelen, através da expressão da vitelogenina (VTG) e da atividade da enzima etoxiresorufina-O-deetilase (EROD). Para isso, peixes machos foram expostos por via hídrica, às concentrações de 1, 10 e 100 ?g.L-1 de nitrato de chumbo, em caixas de 100L contendo água filtrada e aeração constante em sistema semiestático, com renovação do metal a cada 24 horas, sendo mantido um grupo controle negativo. Esse mesmo procedimento foi seguido para a exposição ao cádmio, na qual foram utilizadas as concentrações de 0,1; 1,0 e 10,0 µg.L-1. Para a análise da vitelogenina, manteve-se também um grupo controle positivo (10 mg.kg-1 de 17?-estradiol). Após 15 dias de exposição, os peixes foram anestesiados com benzocaína (0,1%), sendo coletadas amostras de sangue, para VTG. Em seguida, foram eutanasiados por secção medular, sendo o fígado e as gônadas coletados e pesados para determinação dos índices hepatossomático (IHS) e gonadossomático (IGS). O plasma obtido por centrifugação foi submetido ao ensaio de western blot, com anticorpo anti-VTG de R. quelen (1:40000). As amostras de fígado foram homogeneizadas e centrifugadas e o sobrenadante foi utilizado para análise da atividade da EROD. Tanto o chumbo, quanto o cádmio, nas concentrações empregadas, não provocaram alterações significativas no IHS. Em relação ao IGS, não foi observada alterações significativas nos grupos expostos com chumbo, porém, nos grupos expostos às concentrações de 0,1 e 1,0 µg.L-1 de cádmio, houve uma diminuição neste índice. A vitelogenina não foi detectada nos indivíduos expostos ao chumbo. Não foram observadas diferenças significativas na atividade da EROD dos grupos expostos tanto ao chumbo quanto cádmio em relação ao grupo controle. Os resultados obtidos até o momento não indicaram efeitos estrogênicos para o chumbo.

Palavras-chave: Desreguladores Endócrinos, Metais Pesados, Jundiá

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Desreguladores endócrinos são contaminantes ambientais que interferem nas funções do sistema endócrino. Metais pesados, como chumbo e cádmio, estão na lista de substâncias com esta capacidade. O presente estudo tem por objetivo avaliar o potencial destes metais em alterar as funções endócrinas em peixes da espécie Rhamdia quelen (jundiá) expostos à contaminação subcrônica por via hídrica. Os peixes machos foram expostos por 15 dias às concentrações de 1, 10 e 100 ?g.L-1 de chumbo e outro grupo à 0,1, 1 e 10 ?g.L-1 de cádmio. Ao mesmo tempo, foi mantido um grupo controle negativo para cada contaminante, sem a adição de qualquer tipo de produto à água. A troca de água dos aquários ocorreu a cada 24h para limpeza e reposição do contaminante. As concentrações de 10 ?g.L-1 para chumbo e 1 ?g.L-1 para cádmio foram escolhidas com base na resolução do Conama 357, enquanto que os outros valores foram definidos de modo dez vezes menor e maior, com intuito comparativo. Vários biomarcadores de contaminação ambiental estão sendo empregados para este estudo, como a análise da expressão gênica da aromatase cerebral (AroB) e gonadal (AroA) e a verificação da concentração plasmática dos hormônios estradiol e testosterona. Os primers para expressão do gene da aromatase cerebral foram desenhados, e o mesmo foi expresso nos tecidos de cérebro, brânquias, rim, fígado e gônadas, sendo que a maior expressão ocorreu no cérebro e nas brânquias. O mesmo será realizado para o gene da aromatase gonadal. Além disso, o protocolo para a realização da RT-PCR em tempo real foi padronizado A exposição ao chumbo não alterou os índices hepato e gonadossomático. Já o cádmio, embora também não tenha modificado o índice hepatossomático, fez com que houvesse redução no tamanho gonadal nos grupos expostos às concentrações de 0,1 e 1 ?g.L-1. Os resultados encontrados até o momento não indicaram desregulação endócrina causada por chumbo, porém, as análises que estão em andamento irão confirmar a ocorrência de desregulação endócrina pelo cádmio.

Palavras-chave: Metais, Peixes, Desregulador Endódrino

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Os reservatórios de água são uma importante fonte para o abastecimento de uma cidade. A poluição destes por diversos dejetos, como os industriais e agrícolas, afetam a qualidade da água e, consequentemente, a qualidade de vida de quem se utiliza dela para consumo. Dessa forma, a análise da água é necessária para que se garanta que ela esteja apta para o consumo humano. Uma alternativa para a pesquisa da qualidade de água é o biomonitoramento com o uso de bioindicadores, que consiste em expor um grupo de organismos no ambiente escolhido e observar suas respostas biológicas. A partir dos bioindicadores podemos observar a expressão dos biomarcadores, que podem ser representados por diferentes níveis de organização biológica e apresentam rápida resposta ao estresse. As metalotioneínas são proteínas citosólicas que possuem uma alta afinidade por íons metálicos livres. São as únicas proteínas conhecidas que se assimilam naturalmente ao cádmio (Cd). Sua importância está na proteção do metabolismo intracelular contra danos oxidativos causados pelo excesso de metais, atuando no controle da concentração de zinco (Zn) e cobre (Cu), transporte e armazenamento de íons metálicos e função de detoxificação para metais tóxicos como Cd e mercúrio (Hg). Sua superexpressão pode ser causada pelo excesso intracelular destes metais, funcionando dessa forma como um biomarcador. Os PAHs (do inglês polycyclic aromatic hydrocarbons) são compostos orgânicos com anéis aromáticos na sua estrutura química e são resultantes da queima incompleta da matéria orgânica como o petróleo, ou provenientes da própria exploração do petróleo. Estes compostos são voláteis e hidrofóbicos, podendo permanecer no organismo e no ambiente durante muito tempo. Alguns PAHs possuem potencial carcinogênico e desregulador endócrino, podendo ser também neurotóxicos e genotóxicos. A bile é a sua principal rota da excreção. Para objeto de estudo, dois reservatórios utilizados no abastecimento de água da região metropolitana de Curitiba foram pesquisados: reservatórios de Iraí e Passaúna. Foram montados dois tanques redes em cada reservatório onde 30 indivíduos da espécie Rhamdia quelen foram mantidos por 3 e 6 meses. Ao final desse tempo, os peixes foram mortos e amostras de gônadas, músculos e bile foram separadas, e a partir desses, foi realizada a quantificação de proteínas totais e da metalotioneína e análise da bile para identificar a quantidade de PAHs. Os dados encontram-se em análise e estarão disponibilizados na apresentação do trabalho e no relatório.

Palavras-chave: Biomonitoramento, Rhamdia quelen, Reservatórios

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Os agrotóxicos são produtos químicos capazes de controlar pragas e doenças em plantas. As propriedades físico-químicas desses produtos e a frequência de uso podem determinar o impacto no meio ambiente e na saúde humana e animal. O inseticida organofosforado metamidofós é um possível causador de alterações neurocomportamentais em humanos. Neste projeto avaliamos se o metamidofós, administrado em ratos (Rattus norvergicus var. Wistar), pode induzir sinais semelhantes a depressão humana. O fármaco foi introduzido pela via oral através da gavagem diária em um volume de 5,0 ml/kg de massa corporal durante 37 dias. O grupo controle foi exposto somente ao veiculo usado para diluir o pesticida. Neste experimento foram utilizados 58 ratos machos com 400 ± 50 g de massa viva, divididos em 4 grupos: Grupo controle (n=15); grupo exposto a dose de 0,4 mg x kg1 (n=15); grupo exposto a dose de 0,04 mg x kg-1 (n=15); grupo exposto a dose de 0,004 mg x kg-1 (n=15). Todos os animais foram mantidos em temperatura constante (22 ± 3o C) e ciclo claro/escuro de 12 horas. A massa corporal foi aferida diariamente com inicio 7 dias antes da exposição ao inseticida (dia -7), sendo dia 0 o primeiro dia da exposição. A massa corporal dos animais expostos ao pesticida em todas as doses e períodos foi semelhante a do grupo controle. No dia do sacrifício dos animais a massa corporal aferida também não foi significativamente diferente entre os grupos. Também não houve diferença estatisticamente significativa na massa dos órgãos avaliados (encéfalo, fígado, rins, testículos, epidídimo, próstata e vesícula seminal). Assim, podemos concluir que a exposição dos animais ao pesticida nas doses e períodos propostos não induziu efeitos adversos sobre a massa corporal e dos órgãos investigados. A avaliação da possível capacidade neurotóxica e de indução de sinais similares ao da depressão humana em ratos será avaliada em uma etapa posterior. Apoio financeiro: Fundação Araucaria e CNPq

Palavras-chave: Metamidofos, Organofosforado, Pesticida

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A nanotecnologia representa uma nova revolução industrial. Contudo, várias das propriedades das nanopartículas (NP) que as tornam úteis na indústria, favorecem a adsorção de poluentes e o carregamento destes para dentro das células. Os impactos das nanopartículas no ambiente e na saúde são ainda pouco conhecidos, em particular quando presentes em misturas. Assim, este trabalho teve por objetivo estudar os efeitos de combinações de NPs de prata e hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs), visando reconhecer possíveis interações toxicológicas em células de hepatocarcinoma humano (HepG2). As NPs de prata foram selecionadas devido ao seu amplo emprego em produtos destinados ao consumidor. Os HPAs estão presentes em misturas como o petróleo e derivados, bem como produzidos em processos de queima de matéria orgânica. A linhagem HepG2 foi escolhida como modelo experimental por conservar propriedades metabólicas de interesse típicas de hepatócitos normais, e por representarem uma opção de células humanas sem utilizar métodos invasivos de obtenção. Assim, as células HepG2 foram cultivadas em meio DMEM suplementado com soro bovino fetal (SBF) a 10%, transferidas para microplacas de cultura e expostas por 24 e 48 h aos contaminantes em meio de cultura a 2% de SBF. Foram estabelecidos 12 grupos experimentais, sendo eles: 3 concentrações de NPs de prata (3, 30, 300 ng/ml), 2 de HPAs (30 e 300 ng/ ml), 6 grupos contendo todas as associações possíveis e um controle. As NP utilizadas foram caracterizadas utilizando o Zetasizer Nano®. Após a exposição, os ensaios do vermelho neutro (VN) e MTT foram realizados a fim de verificar a viabilidade e metabolismo celulares. O potencial Zeta das suspensões de NP (-10 mv) indicou instabilidade das partículas dispersas nas soluções utilizadas, o que resultou na sua agregação. Contudo, cerca de 50% de partículas ainda apresentavam-se com tamanho inferior a 100 nm. As misturas NP 30 ng/ml + HPA 300 ng/ml e NP 300 ng/ml + HPA 30 ng/ml causaram aumento da viabilidade celular em 32% e 21%, respectivamente, em relação aos grupos expostos apenas aos HPAs, porém não em relação às NP isoladas. Já o ensaio de MTT não detectou diferenças entre os grupos. Estes resultados referem-se à exposição durante 48 h. Quanto a 24 h, os ensaios ainda estão sendo realizados com o intuito de se verificar se algum dano é causado às células neste período, o que poderia ser mascarado em 48 h devido à recuperação ou proliferação das células.

Palavras-chave: Nanopartículas, Cultivo Celular, Toxicidade

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Para suprir o aumento da demanda de alimentos, viu-se necessária a criação de compostos orgânicos que combatessem as pragas da lavoura. O metamidofós, um derivado do ácido fosfórico, consiste em um inseticida que aparentemente atendia a esta demanda. Entretanto, ao passo que seu uso foi disseminado, sinais de intoxicação aguda e crônica tornaram-se mais frequentes. Esta classe de inseticidas organofosforados é um tipo de agente parassimpaticomimético indireto,agindo sobre a enzima colinesterase, responsável pela cisão do neurotransmissor acetilcolina, ligando-se irreversivelmente ao sítio esterásico. O acumulo de Ach leva a superestimulação dos receptores colinérgicos (muscarínicos e nicotínicos), relacionados às sinapses do sistema nervoso autônomo. Sua lipossolubilidade leva à absorção cutânea, respiratória e digestiva e a distribuição ocorre em todos os tecidos, conseguindo passar, inclusive, pela barreira hematoencefálica. Este experimento visa avaliar a provável indução de toxicidade sistêmica, neurotoxicidade e indução de sinais similares à depressão humana em ratas Wistar adultas expostas por um período prolongado. Os animais foram divididos em quatro grupo, sendo A o controle, B com o tratamento de metamidofós a 0,4 mg.kg-1, C com 0,04 mg.kg-1 e D com 0,004 mg.kg-1. A exposição diária foi feita por gavagemem um volume de 5mL/kg durante 37 dias. Diariamente foram realizados os testes de nado forçado e campo aberto, além da verificação da massa corporal e esfregaço vaginal. Foram visualizados alguns sinais clínicos, tais como salivação e tremores somente no final do período de exposição dos animais do grupo B. As massas do encéfalo, fígado, rins, útero no diestro e ovários no diestro, coletados no dia da morte, não apresentaram variação significativa entre os quatro grupos. Entretando, na quinta, sexta e sétima semana do experimento, foi observada uma diminuição de 7%, 7% e 7,6%, respectivamente, no ganho de massa corporal grupo exposto à maior dose, em relação ao grupo controle. Os resultados deste projeto ainda estão em desenvolvimento, porém já é possível afirmar que a intoxicação pelo organofosforado utilizado altera, a curto prazo, o desenvolvimento dos animais. Isso ocorre devido ao seu efeito residual de 10 a 12 dias mesmo após biotransformação, que ocorre nas primeiras 24 horas, sofrendo desaminação e desmetilação. Sua eliminação se dá pela urina, ar expirado e fezes.

Palavras-chave: Metamidofós, Organofosforado, Crônico

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Os neutrófilos exercem um papel muito importante na resposta a infecções bacterianas e são as primeiras células a serem recrutadas em grande número e a acumular nos sítios de infecção para ingerir e destruir patógenos. Substâncias que estimulam os neutrófilos a liberarem radicais ativos de oxigênio, ou seja, imunomoduladoras, podem ser estudadas para a utilização em doenças parasitárias e bacterianas, onde a ativação dos neutrófilos para liberação de espécies reativas de oxigênio seja necessária. Sendo assim, o objetivo deste trabalho foi estudar os efeitos de amostras de produtos naturais sobre a atividade de neutrófilos humanos. Foram utilizadas amostras de Dicksonia sellowiana, espécie da qual verificou-se a presença de compostos fenólicos em quantidade considerável, entre eles o ácido clorogênico e o ácido cafeico. Também foram utilizadas amostras de Aster lanceolatus, a qual foi estudada e verificada a presença de b-sitosterol, espinasterol e canferol-rhamnosil-galactosideo, e o alcaloide quinina, utilizado no tratamento contra o paludismo Para isso, foi realizado o teste do NBT (Nitro Blue Tetrazolium) com PMA (Phorbol Myristate Acetate). O teste consiste no contato da substância com os neutrófilos isolados de sangue humano e posterior coloração com NBT. A ativação dessas células é verificada a partir da mudança de cor do corante (NBT), que, na presença de radicais ativos de oxigênio formados pelo neutrófilo ativado, sofre redução formando um produto que se deposita no citoplasma do neutrófilo, passando da cor amarela para a cor azul, que pode ser visualizada ao microscópio. Esse resultado é comparado com a coloração produzida pela ativação pelo PMA, que é utilizado como controle positivo do teste. Cada substância testada tem seus ensaios realizados em quintuplicata para avaliação da atividade e confirmação dos resultados. Durante a realização deste trabalho, foi verificado que apenas a quinina ativou os neutrófilos humanos nas concentrações testadas.

Palavras-chave: Dicksonia, Aster, Quinina

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Vacinas que apresentam antígenos com baixa imunogenicidade geralmente são acrescidas de compostos que tem a capacidade de potencializar a resposta imune. Esses compostos são denominados adjuvantes. Os adjuvantes atuam de maneira a liberar o antígeno no organismo de maneira lenta, retardando sua absorção e destruição e, consequentemente, prolongando o tempo do estímulo imunológico. As diferentes características da resposta imune, agregada ao objetivo de cada vacina, implicam na impossibilidade do estabelecimento de um adjuvante universal e apropriado para todos os casos. Por isso, o objetivo desse trabalho foi avaliar a eficácia da beta-glucana como adjuvante, servindo de modelo para possível aplicação em frangos de corte. Foram utilizados 54 frangos de corte da linhagem Cobb com 15 dias de idade, distribuídos aleatoriamente em três tratamentos com nove repetições cada, em gaiolas com capacidade para duas aves. Como imunógeno foi utilizada aplicação de soro albumina bovina 1% acrescida na mesma dose do adjuvante. No tratamento I os frangos não receberam a solução antigênica e nenhum adjuvante (grupo controle), no tratamento II os frangos receberam solução imunogênica de albumina bovina (BSA) acrescido de beta-glucana, e no tratamento III os frangos receberam a BSA sem a adição de qualquer adjuvante. Amostras de soro das aves com 15, 20, 25, 30 e 35 dias de idade foram analisadas pelo teste imunoenzimático ELISA para a detecção da resposta imune, quantificando as imunoglobulinas G. Utilizando o programa SAS (Statistical Analysis System) notou-se que não houve diferença significativa (p<0,05) entre o grupo de animais imunizados só com solução antigênica de BSA e os animais que receberam essa solução acrescida do adjuvante beta-glucana. Neste experimento a beta-glucana não contribuiu de maneira efetiva para ativação da resposta imune o que pode ter acontecido em função da dose utilizada, portanto são necessários mais estudos nas dosagens administradas de beta-glucana para avaliação de seu papel imunoestimulante em frangos de corte.

Palavras-chave: Adjuvantes, Beta-Glucana, Frangos de Corte

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Adjuvantes imunológicos são substâncias capazes de aumentar a resposta imune específica e auxiliar o antígeno a desencadear uma resposta imune precoce, elevada e duradoura. Nos últimos anos, os adjuvantes receberam muita atenção, devido ao desenvolvimento de vacinas sintéticas e purificadas, usando subunidades de antígenos, os quais são fracos imunógenos e requerem adjuvantes para desencadear uma resposta imunológica. Para facilitar esse processo, os adjuvantes, combinados com um antígeno específico, potencializam a resposta imunológica, sendo uma importante ferramenta para melhorar a eficiência de imunizações em frangos de corte. Para avaliação dessa capacidade de imunoestimulação, testou-se o Adjuvante de Freund, que possui duas formas: o adjuvante completo de Freund (ACF) é uma emulsão oleosa em água acrescida de Mycobacterium sp. E o incompleto (AIF), que por não conter micobactérias, produz reação inflamatória, porém de intensidade menor e de duração mais curta. Assim, foram utilizados 54 frangos de corte, divididos em três grupos de diferentes tratamentos que receberam como inoculo antigênico, a solução de soro albumina bovina (1%) em duas aplicações com intervalos de cinco dias. O primeiro, grupo teve o antígeno administrado adicionando-se o Adjuvante de Freund (completo na primeira imunização e incompleto na segunda). O segundo grupo de aves recebeu apenas o antígeno (sem adição do adjuvante). O terceiro, por sua vez, não recebeu nem antígeno e nem adjuvante, sendo o grupo controle. Após a aplicação do inóculo, foram feitas coletas de sangue, em intervalos de cinco dias, para análise das imunoglobulinas G no soro das aves, utilizando o teste imunoenzimático (ELISA). Os dados foram analisados pelo programa SAS (Statistical Analysis System) que mostrou que entre o grupo que recebeu apenas o antígeno, e o controle negativo, não houve diferença significativa (p<0,01), ou seja, animais imunizados sem a adição do adjuvante, apresentaram o mesmo comportamento da resposta imune que o grupo controle. Por outro lado, animais que tiveram o antígeno administrado com o Adjuvante de Freund, apresentaram resposta imune significativa, e melhor do que os demais, comprovando a necessidade da utilização do adjuvante. Os resultados obtidos poderão ser utilizados como modelo para aplicação em experimentos na avicultura.

Palavras-chave: Imunização, Adjuvantes, Resposta Imune

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Adjuvantes são definidos como substâncias capazes de potencializar a resposta imunológica, sendo uma importante ferramenta para melhorar a eficiência das imunizações em frangos de corte. Vacinas que apresentam antígenos com baixa imunogenicidade geralmente são acrescidas desses compostos que tem a capacidade de potencializar a resposta imune. Este experimento foi realizado com o objetivo de comparar a resposta imune desenvolvida por frangos de corte imunizados com uma solução antigênica de soro albumina bovina, acrescida ou não de uma solução de hidróxido de alumínio. Foram utilizados 54 frangos de corte divididos em três grupos de 18 frangos, cada grupo foi desafiado com diferentes protocolos de imunização. O grupo A recebeu a solução antigênica de soro albumina bovina 1% sem adição do adjuvante, o grupo B foi imunizado com solução antigênica de soro albumina bovina 1% acrescida da mesma dose de hidróxido de alumínio e as aves do grupo C com a aplicação de solução fisiológica como placebo e sem a adição de adjuvante, servindo como grupo controle. Amostras de sangue foram colhidas após a aplicação das imunizações que foram realizadas com intervalos de 5 dias, a partir dos 14 dias das aves, por duas aplicações. O soro dos animais foi separado por centrifugação para realização do teste imunoenzimático (ELISA) indireto. A absorbância do teste avaliou a resposta imune para a imunoglobulina G dos animais imunizados. Os dados foram analisados pelo programa estatístico SAS, que mostrou diferença significativa (p<0,01) entre o grupo que recebeu o hidróxido de alumínio (grupo B) e os demais (grupos A e C). O grupo de aves que recebeu o imunógeno sem a adição do adjuvante, não apresentou diferença significativa em relação ao grupo controle, demonstrando assim que o uso do adjuvante é fundamental para o sucesso das imunizações em aves. A melhor resposta de imunoestimulação com o adjuvante permite que as analises dos resultados obtidos possam ser a utilizados como modelo de aplicação na experimentação avícola.

Palavras-chave: Hidróxido de Alumínio, Imunização, Adjuvantes

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O tumor de córtex de adrenal em crianças é uma doença rara em âmbito mundial. Mas no sul e no sudeste do Brasil a sua incidência apresenta-se 5 a 6 vezes maior. Essa divergência ocorre devido a uma mutação no gene P53 denominada R337H, que está consistentemente presente nas famílias residentes nessa região do país. Na mutação R337H ocorre a substituição de um único aminoácido, mas que já é capaz de perturbar o ciclo celular e aumentar a possibilidade de desenvolvimento do tumor pela perda de função do gene como supressor tumoral. O diagnóstico realizado no início do desenvolvimento do tumor adrenocortical aumenta em 50% a sobrevida desses pacientes. Tendo em vista a importância da elaboração de metodologias que auxiliem a oncologia pediátrica, este estudo tem por objetivo a produção de insumos (anticorpos) que poderão ser utilizados na detecção precoce do câncer infantil de córtex adrenal. Esse diagnóstico será possibilitado através do reconhecimento pelos anticorpos da proteína p53 mutada acumulada no núcleo das células cancerosas. Os anticorpos policlonais antipeptídeo sintético contendo a região mutada da proteína p53 foram produzidos em coelhos com sucesso. Após a imunização, as imunoglobulinas cuniculares foram precipitadas por meio de uma solução de sulfato de amônio supersaturada e purificadas através de uma coluna de afinidade proteína-A, gerando uma alta concentração de anticorpos. Para testar a sua afinidade pela p53 mutada foram utilizados os métodos de Elisa e de Western Blotting. No teste de Elisa verificou-se que os anticorpos possuem alta afinidade pelo peptídeo sintético p53 com a mutação, mesmo em baixas concentrações tanto do peptídeo como dos anticorpos. E pela técnica de Western Blotting foi possível demonstrar a afinidade dos anticorpos à proteína p53 do próprio tecido tumoral do córtex adrenal. Porém não houve uma completa especificidade pela proteína p53 mutada em relação à p53 sem mutação. A caracterização de anticorpos policlonais como marcadores para o tumor de córtex de adrenal em crianças brasileiras é inédita. E os resultados nos encorajam a prosseguir com o estudo a fim de produzir anticorpos monoclonais anti-p53 mutada que possuam uma maior especificidade para a mutação R337H da p53.

Palavras-chave: Tumor de Córtex Adrenal, Mutação da p53, Anticorpo Policlonal

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A doença infecciosa da bolsa cloacal (DIB), mais comumente conhecida como doença de Gumboro, é causa por um RNA vírus. É uma doença imunossupressora que acomete principalmente aves jovens, predispondo-as a infecções. O desenvolvimento da avicultura industrial fez com que os programas vacinais contra DIB levassem a redução de mortalidade nas aves, no entanto o aparecimento de cepas muito virulentas e falhas nos programas vacinais ainda tornam essa doença causadora de perdas econômicas para o setor. O presente experimento teve como objetivo comparar diferentes programas vacinais contra DIB com base em lesões microscópicas da bolsa cloacal de aves desafiadas com uma cepa vacinal forte (Moulthrop G603). O experimento foi realizado no Centro de Estudo da Resposta Imunológica em Aves (CERIA) da UFPR, onde foram alojados 80 pintinhos de corte (Cobb®), do 1º ao 35º dia de idade. Foram realizados dois testes, sendo o teste 1 com desafio aos 21 dias, e o teste 2 com desafio aos 28 dias de idade das aves. Cada teste foi divido em 4 grupos, conforme o tipo de vacina utilizada: não vacinado, vacina de imuno complexos, vacina viva atenuada (cepa intermediária) e recombinante (Proteina VP2 do vírus DIB + HVT). As aves permaneceram em salas idênticas, localizadas lado a lado, previamente desinfetadas e receberam água e ração ad libitum. Aos 35 dias foi realizada eutanásia e necropsia de 10 aves por tratamento para coleta e avaliação microscópica da bolsa cloacal (BC). Foram avaliados 4 campos por fragmento de bolsa em aumento de 10X em microscópico óptico, totalizando 40 avaliações por tratamento. Foi avaliado perda de arquitetura tecidual, presença de vacuolização e substituição de tecido normal da BC por tecido conjuntivo. O grupo imunizado com vacina recombinante apresentou escores significativamente menores de lesão da BC em ambos os períodos do desafio (21 e 28 dias), enquanto que os outros grupos apresentaram escores maiores e estatisticamente semelhantes entre si. Segundo Nishizawa et al. (2007), aves vacinadas com cepas mais virulentas apresentam maior grau de lesão microscópica em BC do que aves vacinadas com cepas intermediárias, no entanto, apresentam maior titulação de anticorpos contra DIB.

Palavras-chave: DIB, Vacina Recombinante, Imuno Complexo

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A doença infecciosa da bolsa cloacal (DIB), mais comumente conhecida como doença de Gumboro, é causada por um RNA vírus. É uma enfermidade imunossupressora que acomete principalmente aves jovens, predispondo-as a infecções, causando perda de desempenho e mortalidade. Biossseguridade e vacinação são medidas fundamentais para controlar a doença em campo, entretanto a presença de estirpes variantes do vírus continuam a causar prejuízos. Por este motivo, novas tecnologias em vacinas estão sendo desenvolvidas. O objetivo deste estudo foi avaliar o grau de lesões macroscópicas observado em diversos órgãos, sobretudo da bolsa cloacal(BC) em aves submetidas a diferentes programas vacinais para a doença de Gumboro e desafiadas com uma cepa forte (Moulthrop G603) aos 21 ou 28 dias de vida. O experimento foi realizado no Centro de Estudo da Resposta Imunológica em Aves (CERIA) da UFPR, onde foram alojados 80 pintinhos de corte (Cobb®), do 1º ao 35º dia de idade. Foram realizados dois testes, sendo o teste 1 com desafio aos 21 dias, e o teste 2 com desafio aos 28 dias de idade das aves. Cada teste foi divido em 4 grupos, conforme o tipo de vacina utilizada: não vacinado, vacina de imuno complexos, vacina viva atenuada (cepa intermediária) e recombinante (Proteína VP2 do vírus DIB + HVT). As aves permaneceram em salas idênticas, localizadas lado a lado, previamente desinfetadas e receberam água e ração ad libitum. Foram realizadas análises macroscópicas da bolsa cloacal, que classificavam as lesões identificadas à necropsia por escores que variavam do 0-3 assim como foi realizada a mensuração do tamanho da bolsa cloacal com uso de paquímetro. As análises realizadas aos 35 dias de vida das aves mostraram que os animais desafiados aos 28 dias apresentaram maior área de BC, comparados aos desafiados aos 21 dias e que aves vacinadas mostraram menor área de BC comparadas a aves não vacinadas. De acordo com Bolis et al. (2003), a medição do tamanho ou peso da BC é um protocolo comum para aferição do estado imunológico de aves.

Palavras-chave: DIB, Imune Comprometimento, Vacinação

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A cisticercose bovina é uma importante doença parasitária provocada pelo desenvolvimento dos metacestódeos de Taenia saginata (Cysticercus bovis) nos tecidos musculares de bovinos. Além de causar prejuízos à pecuária de corte e ser considerada como um grande problema de saúde pública, ensaios diagnósticos sensíveis e precisos para detecção da parasitose no animal, antes do abate, permanecem como um desafio, uma vez que atualmente o teste que é feito é uma inspeção visual post mortem cuja sensibilidade é baixa. Através da técnica de Phage Display, a qual consiste em selecionar pequenas sequências peptídicas expressas na superfície de bacteriófagos modificados geneticamente (fagotopos), neste caso, através de anticorpos provenientes de bovinos infectados com larvas de T. saginata, foi possível a seleção de fagotopos que mimetizam a ligação entre proteínas nativas de C. bovis e tais anticorpos (mimotopos). Tendo isso em vista, o objetivo deste trabalho foi de avaliar a indução de resposta imuológica humoral de peptídeos miméticos de C. bovis e sua interação com o antígeno de origem. Para isso, os mimotopos foram utilizados na imunização de camundongos SWISS e os soros obtidos após o programa de imunização foram analisados por técnicas de ELISA e Western Blotting. Apesar de os soros demonstrarem um titulo de 1:8000, ou seja, ricos em anticorpos e acima do encontrado normalmente em trabalhos semelhantes, os anticorpos produzidos contra os mimotopos não foram capazes de reconhecer satisfatoriamente o antígeno original, mesmo que o Western Blotting sugira que tenha havido uma produção de anticorpos específicos direcionados para o peptídeo mimético na superfície dos fagotopos. Logo, obteve-se uma ótima indução de resposta imunológica não observada em trabalhos semelhantes, porém os anticorpos obtidos não demonstraram a reatividade necessária para uma possível utilização em vacinação e melhoramento do diagnóstico. Todavia, a utilização de peptídeos sintéticos na imunização pode se mostrar promissora para gerar anticorpos específicos que de fato reconheçam o antígeno original, tornando possíveis suas aplicações no melhoramento da produção e qualidade da carne bovina do Brasil.

Palavras-chave: Phage Display, Cisticercose, Imunogenicidade

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A otite externa é uma inflamação dos tecidos moles presentes no meato externo do conduto auditivo e que está presente em 2 a 6% da população felina. Esta inflamação pode ser causada por diversos fatores, que podem ser externos, como atopias, presença de corpos estranhos, infecção por ácaros, fungos e principalmente por bactérias, ou pertencentes a cada individuo, como particularidades anatômicas ou hipersensibilidades. A otite também pode ser desencadeada por irritações iatrogenicas e excesso de umidade nas orelhas. Algumas bactérias estão presentes na microbiota normal do conduto auditivo dos gatos, e se não se encontrarem em quantidade excessiva ou se o microambriente não for favorável, a existência destes microorganismos não causa problemas para o animal. O objetivo do presente trabalho foi analisar a microbiota normal existente no ouvido externo de gatos domésticos (Felis catus), correlacionando os resultados com as bactérias causadoras da otite. Para a realização do trabalho foram coletadas 14 amostra do meato acústico externo de gatos sem raça definida, selecionados aleatoriamente no Hospital Veterinário da Universidade Federal do Paraná, clinicas veterinárias e propriedades particulares, por meio de swabs estéreis. Essas amostras foram semeadas em meios enriquecidos e incubadas em estufa bacteriológica por 24-48 horas, a 37 graus celsius. As colônias obtidas foram isoladas e analisadas por meio de testes bioquímicos. Das 14 amostras coletadas, foram isoladas 16 colônias bacterianas, das quais duas (12,5%) eram Staphylococcus coagulase negativos, outras duas (12,5%) Micrococcus varians, uma (6,25%) resultou em Rhodococcus equi, outra (6,25%) foi Listeria monocytogenes, três delas foram identificadas como Coccus catalase positivo coagulase negativo (18,75%), uma (6,25%) resultou em Bacillus e uma (6,25%) ultima foi identificada como Streptococcus aureus e em cinco amostras (31,25) não houve crescimento bacteriano. As colônias bacterianas encontradas nas amostras coletadas de condutos auditivos saudáveis de gatos domésticos também são relatadas em estudos feitos por pesquisadores como causadoras da otite externa. Com a realização desde trabalho pode-se sugerir que boa parte das otites, causadas pelas bactérias encontradas nas analises, ocorrem pelo aumento da umidade e temperatura dentro do conduto auditivo, favorecendo proliferação destes microorganismos, que pode ou não estar associada a uma queda na imunidade do animal.

Palavras-chave: Microbiota, Gatos, Orelha

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As plantas medicinais, aromáticas e condimentares representam enorme potencial como alternativa para pequenas propriedades agrícolas. Entretanto a carência de estudos e a falta de qualidade da matéria-prima são problemas freqüentes. De acordo com o Instituto Nacional de Controle de Qualidade em Saúde, 90% das plantas medicinais comercializadas apresentam-se fora dos padrões legais e em muitos casos não apresentam as propriedades terapêuticas e condimentares ou está contaminado. Desta forma, qualidade dos procedimentos ao longo da cadeia de produção e comercialização é um determinante da qualidade final do produto. Um produto de má qualidade poderá veicular diversos microrganismos patogênicos. Considerando que a água é um dos mais importantes veículos de transmissão de patógenos, sua qualidade é questão fundamental na cadeia produtiva. Este trabalho realizou ampla revisão bibliográfica e avaliação da cadeia produtiva da espécie Curcuma longa L., no município de Morretes – PR. A cúrcuma é originária da Ásia e tem hoje ampla distribuição mundial. É tradicionalmente utilizada como especiaria e corante e a difusão de seu uso foi beneficiada pela proibição de pigmentos sintéticos em diversos países, substituindo-os pela curcumina; um corante não tóxico extraído do pó dos rizomas da planta. Suas propriedades e óleos essenciais são utilizados em diversos ramos da economia, incluindo aplicações como anti-inflamatório, antibacteriano, na ação contra o vírus HIV e tumores. No Brasil, foi introduzida no período colonial e atualmente a produção é bastante difundida no país. No Paraná, o cultivo foi introduzido em Morretes em 2004 por incentivo do governo estadual. Através de pesquisa exploratório-descritiva, com observação participante e aplicação de entrevistas verificou-se que trata-se de uma única propriedade produtora de cúrcuma caracterizada por agricultura orgânica e familiar. A área destinada ao cultivo é de 1ha e a produção é totalmente destinada ao mercado europeu. Para a irrigação e lavagem dos rizomas é utilizada a água do Rio Nuhundiaquara, que corre ao lado da propriedade, sendo o principal local de coleta para análises de água. Foram feitas analises piloto, para testar condições experimentais e fins de treinamento. Estas amostras foram coletadas na Escola Municipal Marumbi, Uberaba, que participou do Projeto Comunitário Pedagógico da disciplina Saúde Ambiental do Curso de Farmácia, em cujo laboratório ocorreram as análises. O teste qualitativo para a presença ou ausência de coliformes/100ml de água teve resultado “ausência” nas amostras analisadas.

Palavras-chave: Curcuma, Qualidade, Plantas Medicinais

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A qualidade ambiental das praias tem assumido importância vital na escolha do local de lazer da população, que busca além de descanso, ambientes livres de doenças e infecções. Desse modo a importância de se conhecer os organismos, principalmente os patógenos ou indicadores de poluição. Fungos são organismos eucarióticos, heterotróficos e distribuídos em praticamente todo o sistema terrestre. Já as actinobactérias são bactérias gram-positivas com alto teor de guanina e citosina, no entanto, produzem elementos filamentosos em forma de micélio, semelhantes a hifas. A partir disso, deseja-se conhecer a comunidade fúngica filamentosa e de actinobactérias na praia de Pontal do Sul, Paraná. Para tanto, foram coletadas amostras de sedimento em cinco diferentes regiões da praia. Todas as amostras passaram por diluição e isolamento em meio Sabouraud de água doce e de água salgada e incubação em estufa B.O.D., a 28°C, por um período entre sete e quatorze dias. Com o uso do meio de cultura proposto não foi possível o isolamento de actinobactérias. Foram encontrados 72 diferentes fungos, dos quais 36 são exclusivamente de água doce, 18 de água salgada e 14 desenvolveram-se em ambos os meios. A grande maioria dos fungos (71%) foi encontrada nas áreas com menor influência marinha e predominância de espécimes vegetais, ou seja, sobre as dunas fixas. Apesar de a identificação bioquímica ainda ter sido realizada, fora possível a identificação visual de espécimes do gênero Aspergillus, o qual é reconhecidamente um patógeno humano. Ressaltamos assim, a importância deste tipo de pesquisa para o reconhecimento de organismos patógenos humanos em um ambiente muito frequentado por turistas, assim como, na descoberta de novas espécies de fungos que podem levar a novas substâncias essenciais à continuidade da vida humana, tais como os antibióticos.

Palavras-chave: Fungos, Sedimento, Litoral do Paraná

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A otite externa é uma doença inflamatória que acomete o meato acústico externo de forma crônica ou aguda, sendo motivo de 4 a 20 % dos atendimentos veterinários segundo estudos. Sua causa é multifatorial, dependente de fatores predisponentes, que alteram o microambiente do meato, favorecendo a otite; fatores primários, os quais causam a otite e nem sempre podem ser solucionados; e fatores perpetuantes, que exacerbam e mantém o processo inflamatório local, caso das infecções bacterianas. Este estudo teve como objetivo identificar as bactérias presentes no meato acústico externo de cães sem sinais clínicos de otite externa, observando se permanecem as mesmas durante a otite, por meio da comparação com trabalhos já publicados sobre o assunto. Foram coletadas 25 amostras do meato acústico de cães sem sinais de otite por meio de swabs estéreis, no Hospital Veterinário UFPR, clínicas e propriedades particulares em Curitiba, as amostras foram semeadas em meio de cultura, incubados em estufa bacteriológica por 24-48 horas a 37ºC, as colônias foram isoladas e analisadas realizando testes bioquímicos. Foram coletadas amostras de cães com idade variando entre 4 meses e 12 anos, sendo 16 fêmeas (64%) e 9 machos (36%), das raças SRD, Yorkshire, Pastor Belga, Pinscher, Golden Retriever, Spitz Alemão, Pastor Alemão, Shih-Tzu e Cocker. 32 colônias bacterianas de 7 diferentes grupos foram isoladas de 17 (68%) amostras, sendo 12 (48%) das amostras com crescimento de múltiplos isolados 8 (32%) sem crescimento bacteriano, somando 32 isolados bacterianos. Bacilos Gram Negativos (Enterobacteriaceae e Pseudomonas sp.) foram a bactéria mais observada (25%), seguida de Staphylococcus Coagulase Negativos (21,9%), Staphylococcus aureus (15,6%), Micrococcus sp. e Corynebacterium sp. (12,5% cada), Streptococcus sp. (9,4%) e Bacillus sp. (3,1%). Em estudos semelhantes realizados anteriormente, Staphylococcus foi o gênero predominante (variando as porcentagens de SCN e SCP) seguido pelos bacilos gram positivos e mais raramente bacilos gram negativos, além disso, os mesmos gêneros foram isolados de animais que apresentavam otite externa. Os resultados sugerem que as infecções bacterianas presentes nas otites externas caninas são bactérias comensais do meato acústico externo, que são afetadas por mudanças no seu microambiente devido à outros fatores, inerentes ao animal ou seu manejo, e se proliferam causando infecções oportunistas. O aumento no índice de isolados de bacilos gram negativos pode ser atribuído à pequena amostra utilizada, ou a fatores regionais.

Palavras-chave: Microbiota, Meato Acústico, Cães

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Bactérias do gênero Aeromonas podem causar um amplo espectro de doenças em humanos, mas não são pesquisadas rotineiramente nos laboratórios clínicos. Isto pode ser devido ao fato de que ainda são pouco conhecidas em nosso meio e das dificuldades para a sua identificação ao nível de espécie. Técnicas moleculares têm sido aplicadas para a identificação das espécies de Aeromonas utilizando como alvo genes essenciais como 16S rRNA e/ou gyrB. Os objetivos deste trabalho são identificar estirpes de Aeromonas utilizando o sequenciamento do gene gyrB e comparar com os resultados da identificação bioquímica convencional. Foram analisadas 14 estirpes de Aeromonas, previamente isoladas e identificadas utilizando métodos microbiológicos convencionais. As bactérias foram cultivadas em ágar MacConkey (36±1°C, 18 horas) e as colônias utilizadas para extrair DNA pelo método da fervura. O gene gyrB foi amplificado pela Reação em Cadeia da Polimerase (PCR) utilizando iniciadores específicos. Aproximadamente 100 ng dos produtos de PCR foram utilizados nas reações de sequenciamento realizadas com o BigDye Terminator Cycle Sequencing kit e o ABI Prism 377 DNA Sequencer (AppliedBiosystems). Os resultados foram analisados com os programas BioEdit, BLAST e ClustalW. Foram obtidas sequências de aproximadamente 900 pares de bases (pb) do gene gyrB para cada uma das estirpes analisadas. Através da comparação das sequências com aquelas do banco de dados GenBank utilizando o BLASTn, as bactérias foram identificadas como A. hydrophila (5), A. caviae (4), A. veronii (2), A. media (2) e A. aquariorum (1). De acordo com os testes bioquímicos recomendados para a identificação de Aeromonas, as estirpes foram identificadas como A. hydrophila (4), A. caviae (5), A. veronii (2) e 3 como Aeromonas spp. Houve discordância entre a identificação bioquímica e a molecular de parte das estirpes analisadas. Isso mostra a dificuldade na identificação bioquímica de Aeromonas ao nível de espécie, o que é devido à diversidade bioquímica e às reações atípicas apresentadas por estas bactérias. Através do sequenciamento foi possível identificar todas as estirpes ao nível de espécie. Como o uso das metodologias moleculares está se tornando mais comum nos laboratórios clínicos, sugerimos que o sequenciamento do gene gyrB seja adotado como referência para a identificação de Aeromonas.

Palavras-chave: Aeromonas, gyrB, Sequenciamento

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A parvovirose canina é uma enfermidade entérica causada pelo parvovírus canino tipo 2 (CPV-2), de alta morbidade e mortalidade em animais jovens. Habitualmente, o diagnóstico da parvovirose canina é presuntivo, baseado nos sinais clínicos, histórico e valores de hemograma. O presente trabalho teve como objetivo utilizar a técnica de PCR para a detecção do CPV-2 a partir de amostras fecais de cães. Foram analisadas amostras de fezes de cães não vacinados com até 2 meses de idade, e sinais de gastroenterite hemorrágica que foram atendidos no HV da UFPR Setor Palotina. Também foi incluída no estudo amostra fecal de uma cadela adulta proveniente de um abrigo para cães gerido por uma ONG de Medianeira, Paraná. Como controle positivo foi utilizado o antígeno CPV-2 constituinte de uma vacina atenuada comercial. A extração de ácido nucleico foi feita pela associação das técnicas fenol-clorofórmio-álcool isoamílico e sílica tiocianato de guanidina. Posteriormente as amostras foram submetidas à PCR onde foi utilizado o par de primer 555for: 5´CAGGAAGATATCCAGAAGGA 3´ e 555rev: 5´ GGTGCTAGTTGATATGTAATAAACA 3´ para a amplificação de segmento de 583 pb do gene VP2 (nt 4003 a 4585). A reação foi realizada em uma solução contendo 5 µL de DNA e 45 µL de PCR-MIX constituído por 20 pmol de cada primer, 1,5 mM de MgCl2, 1,6 µM de dNTP, 2,5 unidades de Taq Platinum DNA polimerase, 1 x PCR buffer (20 mM Tris HCl pH 8,4 e 50 mM KCl) e água ultra pura autoclavada com volume final de 50 µL. O processo de amplificação foi realizado em termociclador com as seguintes condições de tempo e temperatura: i) etapa inicial de desnaturação 10min/94°C; ii) 40 ciclos de 1 min/94°C (desnaturação), 1 min/54°C (anelamento) e 1 min/72°C (extensão); iii) uma etapa de extensão final de 7 min/72°C. A análise dos fragmentos de DNA amplificado foi efetuada após eletroforese em gel de agarose 2% em tampão TBE (Tris 89 mM; ácido bórico 89 mM; EDTA 2mM) pH 8,4 seguida por coloração em solução contendo brometo de etídio e visualização sob luz ultra-violeta. Das dez amostras provenientes dos atendimentos do HV, sete (70%) foram positivas pela PCR, gerando o produto esperado de 583 pb de forte intensidade. O CPV-2 também foi detectado na amostra fecal da cadela proveniente da ONG, confirmando a infecção viral inclusive em animais adultos. Devido à semelhança do quadro clínico com outras enfermidades infecciosas, parasitárias e até mesmo intoxicações, faz-se necessário o diagnóstico preciso da parvovirose canina para fins terapêuticos bem como estimar a real prevalência da doença em nossa região.

Palavras-chave: Parvovírus Canino Tipo 2, Diagnóstico, PCR

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O Vírus Rocio (ROCV) é um arbovírus pertencente à família Flaviviridae e, como todos os flavivírus, é um vírus RNA fita simples com sentido positivo, envelopado. Possui tamanho de 43nm. O ROCV está filogeneticamente relacionado ao complexo do vírus da encefalite japonesa (JEC), sendo antigenicamente semelhante principalmente ao vírus Ilhéus (ILHV). O vírus Rocio tem grande importância para a Saúde Pública por ser o agente etiológico da primeira epidemia de encefalite por arbovírus conhecida no Brasil, no período entre março de 1975 até 1978, com os primeiros casos identificados nos municípios da extremidade nordeste do Vale do Ribeira. Rapidamente se alastrou no sentido leste-oeste e leste-sudoeste desta região e também a municípios da Baixada Santista. Para verificar a importância dos animais no ciclo epidemiológico desta doença, foi realizada revisão bibliográfica em bancos de dados e outras fontes. O vírus foi isolado pela primeira vez do cerebelo de um homem de 39 anos que foi a óbito em 8 de dezembro de 1975, sendo isolado em mais 10 humanos. Apresentou um significativo pico de maior morbidade em 1976 coincidindo com maiores índices pluviométricos e de temperatura média, tendo caráter sazonal durante toda epidemia. Por este e outros fatores epidemiológicos, acredita-se que o ROCV é transmitido por mosquitos, principalmente do gênero Culex, segundo o que se conhece da filogenia do JEC. Porém, nunca foi isolado este vírus em mosquitos do gênero Culex, mas sim em 19 mosquitos Psorophora ferox em pesquisa durante os anos epidêmicos. Sendo também isolado no final da epidemia de uma ave (Zonotrichia capensis), popularmente conhecido como tico-tico, e de um camundongo “sentinela”. Por este fato e também pelo o que se apresentaram em análises sorológicas de anos seguintes, as aves são os prováveis principais reservatórios do ROCV. Segundo o total de casos de encefalite por ROCV, apresentou índice de mortalidade de 10%, com maior coeficiente nas idades extremas, ou seja, nos imunocomprometidos; em levantamento de 1976, dos sobreviventes acometidos por essa moléstia, se definiu que em 23% dos casos tiveram sequelas neurológicas graves. A criação de uma vigilância sorológica mais específica em animais, principalmente em aves, para ROCV, se mostra como ferramenta de extrema importância para verificar a circulação do vírus e a possibilidade do surgimento de uma nova epidemia, que caso aconteça, estratégias já poderiam ser definidas para o seu controle.

Palavras-chave: Arboviroses, Rocio, Vale do Ribeira

RESUMO

As meningites podem ser causadas por vários agentes etiológicos, sendo as enteroviroses humanas importantes patógenos neurotrópicos em seres humanos. Em menor proporção os vírus da família Herpesviridae. O estudo tem como objetivo definir o perfil epidemiológico das amostras de LCR coletadas de pacientes com sinais e sintomas de meningite viral e caracterizar molecularmente os enterovirus (EV). Coletou-se 421 amostras de LCR do Hospital de Clínicas da Universidade Federal do Paraná em Curitiba no período de novembro de 2011 a março de 2013. As amostras coletadas em frascos adequados, as quais foram encaminhadas sob-refrigeração ao laboratório no prazo máximo de 12 horas. Para este estudo, foram selecionadas amostras de acordo com critérios de inclusão e exclusão previamente estabelecidos. As amostras de LCR foram analisadas por meio dos métodos de biologia molecular, transcrição reversa e sequenciamento genético. Do total de amostras coletadas (420) selecionou-se 101 amostras de acordo com os critérios de inclusão, obteve-se 08 (8%) amostras positivas para EV. As 08 amostras positivas para EV foram observadas em pacientes com uma mediana de idade de 15 anos (Interquartil (IQ) 25-75%=4,6-22). Observou-se que a mediana de leucócitos foi de 198 células/mm3 (IQ25-75%=51-466). A contagem diferencial dos leucócitos, expressa em porcentagem, os neutrófilos apresentaram uma mediana de 11% (IQ25-75%=3,5-55); para os linfócitos mediana de 76 (IQ25-75%=66-92); glicose mediana de 56,5 mg/dL (IQ25-75%=54,5-63,5); proteína mediana de 46,75 (IQ25-75%=35-50); ácido lático mediana de 2,1 mmol (IQ25-75%= 1,6-2,7). As 93 amostras negativas para EV foram observadas em pacientes com uma mediana de idade de 24 anos (IQ25-75%=9-48). Observou-se que a mediana de leucócitos foi de 11 células/ mm3 (IQ25-75%=6-42). A contagem diferencial dos leucócitos, expressa em porcentagem, para os neutrófilos observou-se uma mediana de 2% (IQ25-75%=0-10); para os linfócitos mediana de 90 (IQ25-75%=73-97); glicose mediana de 59 mg/dL (IQ25-75%=51,5-77,5); proteína mediana de 51,4 mg/dL (IQ25-75%=36,5-80); ácido lático mediana de 1,8 (IQ25-75%=1,5-2,2). Uma amostra foi submetida à metodologia para a detecção do genoma VP1 do seguida da técnica de sequenciamento e posterior análise filogenética, sendo detectado Echovírus25.

Palavras-chave: Meningites Virais, Líquido Cefalorraquidiano, PCR

RESUMO

A parvovirose canina é uma doença infecto-contagiosa, causada pelo parvovírus canino tipo 2 (CPV-2). A infecção por CPV-2 ocorre com maior frequência em animais jovens e mais raramente em animais adultos. Os vírus são eliminados nas fezes de animais contaminados. A transmissão pode ocorrer diretamente pela via fecal-oral ou pelo contato indireto. O vírus é resistente no ambiente, fazendo com que a transmissão indireta tenha um importante papel na manutenção do vírus em uma população. A imunização pode ocorrer de forma passiva, por anticorpos presentes no colostro; e por imunização ativa, através da vacina ou por exposição natural ao vírus. A técnica de Inibição da Hemaglutinação (HI) é utilizada para mensurar títulos de anticorpos anti-CPV, sendo considerados protetores os títulos acima ou iguais a 80. O conhecimento do perfil sorológico dos animais é bastante útil para indicar a necessidade de vacinação e direcionar medidas de controle. O presente trabalho teve como objetivo avaliar o perfil sorológico dos animais residentes de um abrigo gerido pela ONG SOS Focinho, localizada na cidade de Medianeira – PR, pela técnica de HI. Foram coletadas amostras de sangue de 45 de um total de 180 animais adultos, escolhidos aleatoriamente, com histórico de vacinação desconhecido e ausência de sinais clínicos. O sangue ficou em repouso; após a retração do coágulo as amostras de soro foram coletadas, centrifugadas a 2000 rpm por cinco minutos, inativadas em banho maria a 56º C por 30 minutos e armazenadas a -20ºC até serem testadas. Todos os soros foram submetidos à técnica de HI, diluídos serialmente em tampão BBS na base 2, em placas de poliestireno com 96 cavidades fundo “U”. O antígeno utilizado foi obtido de uma vacina comercial e titulado pela técnica de hemaglutinação em 8 unidades hemaglutinantes (8 UHA). Foram utilizadas hemácias de suínos coletadas em solução anticoagulante de Alsevers e preparadas na concentração 1% em solução VAD. Dos 45 animais testados, 43 (95,5%) apresentaram títulos superiores a 80, considerados protetores. A presença de anticorpos anti-CPV-2, pode ser resultante de uma exposição natural ao agente ou resquícios de uma resposta vacinal decorrente da vida anterior ao abrigo. Porém, a titulação elevada é mais indicativa de infecção natural e não como resposta à imunização ativa, cujos títulos geralmente são inferiores. Os resultados do presente trabalho evidenciam a importância de fazer a titulação de anticorpos para avaliar a susceptibilidade desses animais à doença e consequentemente a necessidade de instituir a vacinação profilática.

Palavras-chave: Parvovírus, HI, Titulação

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A família Herpotrichiellaceae reúne um amplo grupo de fungos cuja principal característica é a presença de hifas e conídios com melanina. Alguns fungos dermatiáceos pertencentes a esta família são patogênicos para hospedeiros vertebrados. As leveduras negras patogênicas fazem parte deste grupo, e durante parte do seu ciclo de vida apresentam desenvolvimento leveduriforme. Esses micro-organismos são capazes de suportar condições adversas de crescimento, causando uma variedade de infecções. A cromoblastomicose, também conhecida como dermatite verrucosa é uma infecção crônica que afere o homem, usualmente limitada a pele ou tecidos subcutâneos. O agente etiológico está traumaticamente introduzido dentro do tecido, usualmente por exposição ocupacional direta. Lesões cutâneas e subcutâneas contendo nódulos e placas verrucosas,são as principais características da doença. Apesar desta doença ser considerada como endêmica em regiões tropicais e subtropicais, informações sobre a sua epidemiologia são insuficientes, sendo necessários mais estudos sobre este assunto. A coleção de cultura fúngica,se mostra essencial quando se menciona a necessidade de se dispor do organismo ou espécime a qualquer momento, quer para fins experimentais, didáticos, industriais ou estudos comparativos, além de estudos epidemiológicos relacionados ao agente etiológico da doença mencionada. A recuperação de isolados ambientais e clínicos visa contribuir para consolidação e manutenção do centro de coleção de cultura Laboratório de Microbiologia Molecular LABMICRO/ UFPR. As linhagens recuperadas foram armazenadas em tubos de ensaio contendo os meios Ágar Sabouraud e Ágar Extrato de Malte 2% por repique contínuo, sendo também mantidos em óleo mineral e água destilada. Até o momento foram recuperados 25 linhagens ambientais procedentes de coleta de solo, água e matéria orgânica obtidos em áreas endêmicas. Também foram recuperadas 20 linhagens clínicas coletadas de pacientes com Cromoblastomicose no Hospital de Clínicas da UFPR(HC-UFPR). Estes fungos estão sendo mantidos no projeto piloto do centro de coleção de culturas Laboratório de Microbiologia Molecular LABMICRO/UFPR sob os diferentes métodos de conservação: repique contínuo, óleo mineral e água destilada. O centro de coleção também já recebeu 48 linhagens oriundas do Maranhão, obtidos através de pacientes com cromoblastosmicose, e estas já foram devidamente submetidas aos métodos de conservação citados acima. Apoio financeiro: Fundação Araucária

Palavras-chave: Cromoblastomicose, Leveduras Negras, Coleção de Cultura

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Bactérias são importantes causas de diarreia, doença que ainda é uma das principais causas da morbimortalidade em crianças menores de 5 anos, sendo um problema de saúde publica. O objetivo desse trabalho foi determinar a frequência de bactérias enteropatogênicas em casos esporádicos e surtos de diarreia, em amostras de fezes diarreicas de adultos e crianças do Paraná. As bactérias pesquisadas foram Salmonella spp, Shigella spp, Campylobacter spp, Yersinia enterocolitica, Aeromonas spp, Plesiomonas shigelloides, Vibrio spp e estirpes diarreogenicas de Escherichia coli (DEC). Foi utilizada a coprocultura para o isolamento e identificação desses enteropatógenos, exceto para as estirpes de DEC, que foram detectadas empregando a reação em cadeia da polimerase para genes característicos de cada patotipo. Foram analisadas 154 amostras, de todo o Paraná, sendo 69 provenientes do Laboratório Central do Estado do Paraná (LACEN) e 85 do Laboratório Municipal de Curitiba (LMC), coletadas no período de junho de 2012 à junho de 2013. No total 18,2% das amostras foram positivas, sendo o patógeno mais frequente Aeromonas (7,8%). Destas, 3,2% correspondem a A. hydrophila, 2,6% a A. caviae e 1,9% a Aeromonas spp. Salmonella enteritidis foi recuperada de 3,2% das amostras. A triagem para DEC foi positiva em 7,1% das amostras, sendo o patotipo prevalente E. coli atípica (aEPEC), com 5,8% de positividade. E. coli de adesão difusa (DAEC) e E. coli enteroagragativa (EAEC) apresentaram uma frequência de 0,65% cada. Considerando os resultados isoladamente, das amostras do LACEN 21,7% foram positivas, sendo 7,2% para Salmonella enteritidis; A. caviae e aEPEC 4,3% cada, e A. hydrophila e Aeromonas spp 2,9% cada. Nas amostras do LMC 14% foram positivas, sendo aEPEC 6%, A. hydrophila 3,5%, A. caviae, Aeromonas sp, DAEC e EAEC 1,2% cada. Não foram detectados casos de diarreia associados à Shigella spp, Plesiomonas shigelloides, Campylobacter spp, Vibrio spp, Yersinia enterocolitica, STEC, ETEC, EIEC e DAEC. S. enteritidis foi isolada apenas de amostras do LACEN, o que pode ser explicado pelo fato desse laboratório atender os casos de surto ocorridos no Estado. Os resultados deste trabalho mostram que Salmonella, Aeromonas e as E. coli diarreogênicas são as principais causas de diarreia de origem bacteriana no Paraná. Entretanto Aeromonas e DEC não fazem parte dos patógenos pesquisados na coprocultura dos laboratórios clínicos. Este trabalho mostra dados epidemiológicos importantes sobre diarreia, e a sugestão para que a pesquisa dessas seja incluída na coprocultura de rotina.

Palavras-chave: Diarreia, Epidemiologia, Enteropatógenos

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Fungos endofíticos são encontrados no interior de diversas plantas sem lhes causar danos e comumente trazendo benefícios, o que justifica seu estudo. No Brasil, atualmente, a área de cultivo de milho (Zea mays L.) é muito grande, chegando a atingir 13.693,1 mil hectares anualmente, e o estado do Paraná lidera a produção nacional há mais de uma década. Por tais motivos, vários insetos conseguem atingir o nível de praga no milho, levando ao uso de agrotóxicos para diminuir os prejuízos da produção, os quais mesmo sendo eficazes, podem permanecer acumulados nas plantas e afetar os consumidores, assim como se depositar no solo e na água. Visando a diminuição no uso de tais substâncias agressivas, surgem novas estratégias promissoras empregando micro-organismos, especialmente fungos endofíticos, no controle de pragas. Para que o controle por meio de micro-organismos seja eficaz é necessário que os isolados estejam armazenados em uma coleção biológica e devidamente identificados. Dessa forma, o presente trabalho teve o objetivo de caracterizar fungos endofíticos do milho isolados de 10 plantas da cidade de Cascavel – PR em Agosto de 2012. A partir de 500 fragmentos foliares foram obtidos 328 isolados, representando um percentual de infecção de 65,6%. Posteriormente foram divididos em 58 grupos de acordo com suas características macromorfológicas. Até o momento já foram identificados ao nível de gênero, por meio de microcultivo (KERN; BLEVIS, 1999), 22,56% dos isolados. O isolado mais frequente é Mycelia sterilia (41,89%), seguido dos gêneros Alternaria sp (40,5% ), Nigrospora sp (8,10%), Trichoderma sp (4,05%), Drechslera sp (2,7%), enquanto os menos frequentes são Pestalotiopsis sp e Curvularia sp (1,35%). Dentre estes, Mycelia sterilia é um grupo de fungos que não produzem esporos reprodutivos, mas são comuns no ambiente, tendo importante potencial biotecnológico. Os gêneros Alternaria sp, Drechslera sp, Pestalotiopsis sp e Curvularia sp podem ser patógenos vegetais; Trichoderma sp é um grupo muito comum em vários solos, assim como Nigrospora sp, que é um importante decompositor de plantas e sementes. Nas próximas etapas do projeto, será realizada a purificação dos DNAs dos isolados, e, em seguida, o sequenciamento das regiões ITS do DNA ribossomal, visando à identificação ao nível de espécie.

Palavras-chave: Fungos Endofíticos, Zea mays, Identificação de Fungos

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A síntese de biomoléculas em processos fermentativos normalmente está direta ou parcialmente associada ao crescimento microbiano. Assim o acompanhamento da cinética microbiana é essencial para a otimização de processos fermentativos. A bactéria Corynebacterium glutamicum é utilizada na produção de L-lisina, um aminoácido utilizado na nutrição animal. Em trabalhos prévios, verificou-se que a produção desse aminoácido está relacionada com o pH do meio, que deve ser mantido em torno de 7,0 e, dentre vários agentes tamponantes testados, o que apresentou os melhores resultados foi o carbonato de cálcio (CaCO3). Neste presente trabalho quantificou-se primeiramente a biomassa de Corynebacterium glutamicum em meios sem carbonato de cálcio e posteriormente em meios com CaCO3. No primeiro momento a quantificação da biomassa foi feita pelos métodos de contagem em placa de Petri, peso seco e turbidimetria. Com os resultados, foi estabelecida uma curva de correlação entre os três métodos de dosagem. Como a presença de CaCO3 no meio dificulta a dosagem, no segundo momento, estes três métodos clássicos foram adaptados para esse fim. Na análise por contagem em placa de Petri utilizou-se de diluições seriadas e cultivo da bactéria em meio contendo caldo nutriente em estufa a 37°C de 24 a 48h. Para o método de dosagem por peso seco fez-se amostras com meios contendo biomassa, caldo nutriente e carbonato de cálcio, meios com biomassa e caldo nutriente e uma amostra contendo somente caldo nutriente. Recolheu-se 1,5mL de cada amostra e centrifugou-se em várias combinações de rotação e tempo. A turbidimetria do sobrenadante foi lida em espectrofotômetro e o precipitado foi seco e pesado. A determinação de biomassa por turbidimetria foi considerada inviável, pois a grande quantidade de CaCO3 não permite a leitura da biomassa, mesmo para grandes diluições. A dosagem por peso seco também foi considerada inviável, uma vez que o erro experimental contido no peso das amostras contendo carbonato de cálcio e biomassa é da mesma ordem de grandeza do peso das amostras contendo somente biomassa. Já os resultados obtidos pelo método de contagem em placa foram satisfatórios. Porém, outros métodos deverão ser testados, como a precipitação ou solubilização do CaCO3 por agentes químicos.

Palavras-chave: Carbonato de Cálcio, Dosagem de Biomassa, Corynebacterium glutamicum

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Amilases são enzimas que catalisam a hidrólise de moléculas de amido, que é um polissacarídeo encontrado em diversas espécies vegetais como um carboidrato de reserva. As amilases apresentam grande importância industrial, sendo utilizadas em diversos setores da indústria. Amilases podem ser obtidas de fontes vegetais, animais e microbianas, destacando-se a produção de amilases fúngicas. Visando a obtenção de um novo microrganismo com potencial para a produção de amilases, realizaram-se diversos testes de seleção, utilizando primeiramente quatro linhagens microbianas pertencentes ao Banco de Cepas do DEBB/TC/UFPR. Cultivaram-se essas linhagens em meio ágar amido para a confirmação do potencial de produção de amilases, observando o crescimento e o halo de degradação do meio através de revelação com solução iodo-iodeto. Três linhagens foram submetidas à fermentação submersa (FSm), realizada em duplicata em fracos Erlenmeyers de 250 mL, utilizando 50 mL do meio de cultivo contendo amido como única fonte de carbono para a indução da síntese de amilases. As linhagens foram previamente repicadas em meio ágar PDA. Para a preparação do inoculo adicionaram-se 20 mL de água deionizada previamente esterilizada na superfície da placa e realizou-se a raspagem do micélio para a obtenção de uma suspensão de fragmentos fúngicos. A taxa de inoculo utilizada foi de 5% v/v. Os Erlenmeyers contendo meio e inoculo foram conduzidos em agitador orbital, tipo shaker, a 30°C/120 rpm por sete dias. Foram retiradas seis amostras, em dias diferentes, durante o processo fermentativo para posterior análise da atividade de ?-amilase e glucoamilase, através do método de reação enzimática com amido solúvel P. A. e dosagem de açúcares liberados durante a reação utilizando DNS (Miller, 1959). A linhagem MR-56 apresentou melhor resultado e velocidade de crescimento, chegando à atividade enzimática de 5,4 U/mL e produtividade de 0,03 U/mL.h no 8° dia de fermentação. O segundo melhor resultado foi de atividade enzimática de 1,0 U/mL e produtividade de 0,006 U/mL.h obtida a partir da linhagem fúngica MR-01, obtida em seis dias de fermentação. Visando o aumento da produção da enzima e constatação do melhor método de fermentação, realizou-se fermentação no estado sólido (FES) com as linhagens fúngicas MR-56 e MR-01, utilizando como substrato farelo de trigo. Os resultados dos ensaios de FES e FSm serão analisados utilizando ferramentas estatísticas e a comparação dos resultados e métodos de FSm e FES serão reportados e discutidos no relatório final deste projeto de pesquisa.

Palavras-chave: Amilases, Amido, Fermentação

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A reciclagem agrícola do lodo de esgoto no Brasil segue as determinações da resolução do Conselho Nacional do Meio Ambiente, CONAMA 375/06, 380/06 e, no Estado do Paraná, essa é complementada pela resolução da Secretaria do Estado do Meio Ambiente, SEMA 021/09. Para que o lodo seja seguramente utilizado como fertilizantes agrícolas são necessários processos de desinfecção capazes de reduzir a concentração de patógenos, para evitar possíveis contaminações da água e do solo. O lodo de esgoto após meses depositado em pátios nas Estações de Tratamento de Esgoto tornam-se higienizados. Essa desinfecção natural é um processo simples e de baixo custo. Por isso que o projeto de higienização por estocagem prolongada do lodo de tanques sépticos com fins de uso agrícola, e a realização de comparação entre este lodo com lodos de esgoto desaguados de diferentes formas é importante para o desenvolvimento de critérios técnicos, para que este possa ser utilizado e disposto de forma segura no ambiente. Esse trabalho tem como objetivo observar a eficiência na higienização do lodo pelo processo de desinfecção natural para lodos de fossa séptica e de esgoto visando sua utilização na agricultura. Isso foi feito utilizando lotes de fossa séptica e de esgoto que foram misturadas formando em um lote único, estes lotes compostos foram divididos e distribuídos em leiras diferentes. A coleta de cada leira foi realizada primeiramente mensalmente e depois a cada dois meses durante um ano. No laboratório o material foi processado pelo Método Analítico para Ovos Viáveis de Helminto (YANKO, 1987, modificado por Thomaz-Soccol e colaboradores, 2000). O projeto encontra-se em andamento e as análises laboratoriais estão sendo feitas conforme a realização das coletas e o tempo de incubação dos ovos de helmintos. Os resultados estão sendo analisados e submetidos a análise estatística, não sendo possível estabelecer até o momento a eficácia do processo de higienização proposto.

Palavras-chave: Lodo, Tratamento, Helminto

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Os Monogenoidea constituem um grupo diverso de Ectoparasitos de peixes ósseos, vertebrados terrestres e invertebrados com ampla distribuição mundial. Gyrodactylidae possui aproximadamente 500 espécies vivíparas descritas ate o momento, distribuídas em 25 gêneros. Para a região Neotropical são conhecidas pouco mais de 40 espécies distribuídas em 13 gêneros (sete gêneros de espécies ovíparas e seis gêneros de espécies vivíparas). A validade de alguns desses gêneros, entretanto é questionada. Um problema em espécie já foi demonstrado para Gyrodactylus. Análises filogenéticas morfológicas e moleculares indicam que o agrupamento de espécies desse gênero não representa um clado, não é um grupo natural, e, portanto seu suporte evolutivo inexiste. Gyrodactylus, como os recentes resultados sugerem, deve ser dividido em diversos gêneros para que a classificação do grupo possa conter exclusivamente táxons naturais. Todavia, um fato complicador é que o gênero contém mais de 400 espécies, muitas das quais representadas apenas por espécimens depositados em museus e cuja extração de DNA seria impossível, limitada ou excessivamente destrutiva. Assim, este trabalho utiliza técnicas de morfometria geométrica para validar caracteres morfológicos que possam servir de indicadores da identidade genérica de cada espécie, mesmo aquelas para as quais o DNA é inacessível. As espécies de Gyrodactylidae utilizadas para dados morfométricos são representantes de Diplogyrodactylus, Fundulotrema, Macrogyrodactylus e Gyrodactylus. O gancho, estrutura utilizada para a obtenção dos dados morfométricos, está localizado na região haptoral do parasito, utilizada na sua fixação sobre seu hospedeiro. Para a obtenção dos dados morfométricos, as imagens foram digitalizadas, delimitando os landmarks, regiões homólogas entre as espécies, e a seguir foram marcados os pseudolandmarks, realizada na região do contorno das imagens. Os valores adquiridos foram analisados. O primeiro passo realizado foi à sobreposição de forma de Procrustes que elimina problemas dimensionais nas imagens. Na Análise de Componentes Principais e Análise Canônica, foi observada a separação entre as formas dos ganchos, mostrando que a variação da forma une grupos filogeneticamente próximos. Os resultados desse trabalho mostram que dados morfométricos podem ser utilizados na formulação de hipóteses taxonômicas, colaborando na classificação de espécies que não possuem dados moleculares, dando apoio a estudos sistemáticos. A utilização de outras estruturas pode fornecer maior suporte na classificação dessas espécies.

Palavras-chave: Morfometria Geométrica, Gyrodactylidae, Taxonomia

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No Brasil, a Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é a segunda doença causada por protozoários e transmitida por vetores que mais acomete a população. Dentre as espécies mais frequentes no estado do Paraná, destaca-se L. whitmani, tendo a mesma sido encontrada naturalmente infectada por Leishmania (Viannia) braziliensis. O comportamento de uma espécie, como a dispersão, modo de acasalamento e tempo para formar novas gerações, determinam o grau com que mutações, deriva genética e seleção natural irão influenciar na variação dentro da população. Considerando que as alterações ambientais têm viabilizado cada vez mais a antropização dos flebotomíneos e que o ambiente urbano exerce uma pressão seletiva sobre essas populações, este estudo teve como objetivo analisar a estrutura genética de L. whitmani através do gene mitocondrial Citocromo B (Cyt b), enfocando informações sobre distância, direção e dispersão. As coletas dos flebotomíneos foram realizadas no município de Mandaguari, estado do Paraná, no período de 14 a 17 de janeiro de 2012, nos ecótopos: domicílio e peridomícilio. No laboratório os espécimes foram triados e somente as fêmeas foram consideradas e identificadas ao nível específico. Em seguida cada espécime de L. whitmani teve seu DNA extraído e quantificado pelo nanodrop. Até momento foi padronizada a Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) e o sequenciamento está em fase de execução. Os resultados obtidos demonstram que o primer Cyt b amplifica para a L. whitmani, entretanto, somente através do sequenciamento será possível analisar a variabilidade genética entre os espécimes. Estudos sobre a estrutura genética das espécies envolvidas na transmissão da LTA ainda são incipientes no Brasil. Investigações desse âmbito são importantes para a compreensão dos padrões de dispersão e polimorfismo da espécie e auxilia na comprensão dos parâmetros epidemiológicos implicados na LTA.

Palavras-chave: Variabilidade Genética, Cyt b, Lutzomyia (Nyssomyia) whitmani

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A alta prevalência de enteroparasitoses constitui um sério problema de saúde pública, pois estão associadas às práticas inadequadas de higiene pessoal e deficiência ou inexistência de saneamento básico. Estas condições permitem que as principais fontes de infecção tornem-se importantes veiculadores de formas infectantes dos parasitos. Formas preventivas como uma intervenção sanitária são necessárias a partir dos resultados encontrados do processo de investigação destas formas de contaminação pelos membros da comunidade estudada. Inicialmente, foi realizada uma análise de prevalência com estudantes de Escolas Municipais de Almirante Tamandaré. Para a investigação de fontes de infecção foram incluídos os familiares das crianças que apresentaram alta carga parasitária pelos exames coproparasitológicos. Verificou-se que das 50 amostras fecais humanas analisadas, 82 % (41) foram positivos para Trichuris trichiura (54 %, n=22), Ascaris lumbricoides (44 %, n=18), Entamoeba coli (32 %, n=13), Giardia duodenalis (30 %, n=12), Iodamoeba buetschlii (18 %, n=7), Endolimax nana (12 %, n=5), Entamoeba histolytica (6 %, n=3), Enterobius vermicularis (4 %, n=2) e ancilostomídeo (2 %, n=1). As amostras de fontes de infecção coletadas neste trabalho foram solo próximo às residências, água (torneira, rio e mina), ambiente domiciliar, sujidade das mãos e fezes de animais domésticos. Para as amostras de solo, água, fezes, ambiente domiciliar e sujidade das mãos foram utilizadas sedimentação espontânea e centrífugo-flutuação. As amostras de solo foram positivas para Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura e ancilostomídeo. As amostras de água foram processadas por filtração, sedimentação espontânea e centrífugo-flutuação. Não foram encontrados elementos parasitários nas amostras de água. No ambiente domiciliar foi encontrado ovo de Enterobius vermicularis pelo método de Graham. De 29 amostras de sujidade das mãos 6,9 % (n=2) foram positivas para Entamoeba coli e Ascaris lumbricoides. Das 31 amostras de fezes dos animais domésticos, 87 % (n=27) apresentaram resultado positivo para uma ou mais espécies de enteroparasitos. A constatação de parasitos transmitidos fecal-oralmente em algumas amostras mostra que a população estudada encontra-se em um ambiente de alto risco de reinfecção por enteroparasitos. Em fezes de um cão foram encontrados ovos da família Ascaridae, podendo este animal servir como disseminador. As más condições higiênico-sanitárias refletiram nos resultados encontrados neste trabalho, havendo a necessidade de intervenção política e de educação sanitária.

Palavras-chave: Enteroparasitos, Fontes, Infecção

RESUMO

A leishmaniose tegumentar americana, endêmica no Paraná, tem uma das áreas de transmissão encontrada no município de Adrianópolis. Para verificar a abundância e frequência horária dos vetores de Leishmania (flebotomíneos), armadilhas dos tipos CDC e Shannon foram utilizadas numa área rural (peridomicílio) deste município. A armadilha CDC foi instalada em fevereiro de 2010, enquanto Shannon foi instalada por três noites (outubro e novembro de 2012 e março de 2013). Com esta última, os insetos foram coletados conforme o horário da captura (períodos de uma hora), entre 18 e 06h, sendo também registrada a temperatura do ambiente. Todos os 1.072 exemplares coletados com a armadilha CDC pertencem à espécie Lutzomyia intermedia s.l. Com a armadilha de Shannon, foram capturados 1.326 flebotomíneos, das seguintes espécies: L. intermedia s.l. (1.296 insetos), Lutzomyia fischeri (18) e Lutzomyia migonei (12). Os horários em que houve maior frequência foram entre 23 e 24h (199 insetos coletados) e entre 24 e 01h (171). L. intermedia s.l. prevaleceu entre 18 e 24h nas duas últimas coletas (novembro e março), quando as temperaturas médias destes períodos foram de 21,3 e 22,1ºC, respectivamente, enquanto que na primeira coleta (outubro) esta espécie prevaleceu entre 24 e 06h, quando a temperatura média deste período foi de 17,7ºC. L. migonei esteve presente apenas na primeira coleta, enquanto 83% dos exemplares de L. fischeri foram também capturados durante a primeira coleta. A análise estatística com o teste de Haberman revelou diferença entre o número esperado e o observado do total de exemplares desta espécie, conforme as duas metades da noite. A coleta com a armadilha CDC evidenciou a abundância de L. intermedia s.l., que deve estar relacionado com a manutenção do ciclo de Leishmania na região. Quanto às coletas com Shannon, apesar da temperatura média no período em que houve maior densidade de flebotomíneos (segunda metade da noite da coleta de outubro) ter ficado inferior à temperatura considerada ótima para estes insetos (20ºC), a pluviosiodade encontrada pareceu interferir na frequência dos mesmos durante as duas últimas coletas. Há que se considerar a capacidade que L. intermedia s.l. vem demonstrando de se adaptar a ambientes antrópicos e impactados, por ações de diferentes naturezas, por isso o peridomicílio passou a ser considerado um ecótopo provável de transmissão de Leishmania nesta área. A presença de L. fischeri e L. migonei, espécies comprovadamente antropofílicas, alerta para a possibilidade das mesmas participarem da transmissão do parasito.

Palavras-chave: Leishmaniose, Flebotomíneos, Endêmicos

RESUMO

Muitas comunidades da região metropolitana de Curitiba sofrem com a falta de saneamento básico, baixa renda familiar e vivem em condições precárias de higiene, estando predispostas a doenças parasitárias. O presente projeto tem por objetivo pesquisar cistos de Giardia duodenalis em pessoas e animais de uma mesma família para avaliar o potencial zoonótico do parasito. Até o momento, 57 amostras fecais de pessoas e 24 amostras de seus animais domésticos foram analisadas por técnicas coproparasitológicas de centrifugo-flutuação e sedimentação espontânea. Os exames revelaram 14 amostras positivas para cistos do parasito Giardia, 12 de pessoas e duas de cão. Tanto a técnica de sedimentação espontânea, que é utilizada como rotina por laboratórios, como a de centrifugo-flutuação, possuem sensibilidade e especificidade inferior às técnicas de biologia molecular, portanto, suspeita-se que o número real de amostras positivas seja maior. Além disso, uma linhagem de potencial zoonótico pode estar presente entre os indivíduos infectados. A reação em cadeia da polimerase (PCR) é uma técnica mais sensível e específica, mas para realizá-la há necessidade de isolar e rupturar o cisto de Giardia antes de proceder com a extração de DNA. Para isso, o presente trabalho também objetivou adequar o isolamento e o rompimento dos cistos de Giardia para obter amostras de DNA para a PCR. Para a ruptura dos cistos, foram utilizadas amostras controle de Giardia. Os cistos controle foram submetidos a 1, 2, 3 e 4 ciclos de 2 minutos de ultrassom e a eficiência da ruptura avaliada por meio da contagem dos cistos antes e após cada ciclo. Após o primeiro ciclo de ultrassom foi possível detectar a quebra de aproximadamente 40% dos cistos das amostras, após o segundo ciclo, aproximadamente 20% dos cistos ainda não haviam sido rompidos e após o terceiro ciclo a ruptura foi de 90%. Após o quarto ciclo de sonicação, não foi possível detectar cistos. O DNA foi extraído imediatamente após o quarto ciclo de ultrassom, por técnica utilizando fenol-clorofórmio após digestão com proteinase K, e armazenado a -20°C. Destes resultados, pode-se concluir que tanto pessoas quanto cães habitando a mesma área podem ser encontrados infectados por Giardia na região metropolitana de Curitiba. Por meio da PCR, pretende-se determinar a linhagem dos isolados para avaliar o potencial zoonótico. Se uma linhagem zoonótica de Giardia duodenalis for encontrada a comunidade será alertada para que medidas de controle sejam tomadas.

Palavras-chave: Giardia duodenalis, Linhagem, Cão

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A infecção parasitária representa um problema de Saúde Pública, tanto no panorama Mundial como no Nacional, devido tanto aos números de prevalência encontrados como aos interferentes negativos ao equilíbrio do processo saúde-doença. Dados da Organização Mundial da Saúde (1998) estimam que cerca de 3,5 bilhões de pessoas estão afetadas por algum tipo de infecção parasitária, sendo a maioria criança; contudo a pesquisa acerca dessas infecções geralmente está focada em parasitos de relevância bastante conhecida e com pesquisas mais amplas quanto às interferências que esses podem causar, como, pode-se citar, Ascaris lumbricoides, Trichuris trichiura, Entamoeba histolytica e Giardia duodenalis (CROMPTON, 1988); todavia, outros vêm mostrando sua relevância, principalmente em crianças de 0 a 5 anos, como o Criptosporidium spp., o Cyclospora caytanensis e o Blastocystis hominis, considerados protozoários oportunistas (CHIEFFI & NETO, 2003; ANDRADE et al, 2008). Visando corroborar ao enriquecimento da literatura sobre a importância destes parasitos antes tidos como comensais (Balantidium coli, B. hominis, Chilomastix mesnili, Criptosporidium spp., C. caytanensis, Cystoisospora belli, Dientamoeba fragilis, Enteromonas hominis, Pentatrichomonas hominis, Retortamonas inteslinais); o trabalho objetivou diagnosticar e estudar a prevalência de enteroprotozoários em crianças de Centros Municipais de Educação Infantil de Almirante Tamandaré e Curitiba, do Paraná, Brasil. O diagnóstico dos diferentes parasitos sofre diversas interferências, sendo uma delas a escolha da técnica diagnóstica, assim, escolheu-se metodologias apropriadas para a pesquisa dos protozoários em análise, sendo a técnica de coloração permanente de Hematoxilina Férrica, segundo Heidenhain, modificada por Burrowns (DE CARLI, 2001-2) modificada e a de coloração para coccídios intestinais pelo método modificado de Kinyoun (a frio) (DE CARLI & MOURA, 2001). Até o presente momento foram submetidas aos métodos citados 57 amostras e 18 amostras submetidas à leitura. O processo de leitura dos resultados é lento e requer que seja realizado após capacitação técnica para evitar falsos positivos ou falsos negativos. Das amostras já analisadas foi obtida 8,77% de positividade para coccidios, que nos exames laboratoriais de rotina não foram diagnosticados. Mesmo sem os valores finais da prevalência pode-se observar que a pesquisa de tais protozoários deve ser ampliada, visto a importância desses na Saúde Pública, a qual também é apontada por outros estudos no país, principalmente em crianças de até 5 anos.

Palavras-chave: Saúde Pública, Protozoários Comensais, Centros Municipais de Educação Infantil.

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Cryptosporidium são importantes agentes patogênicos que acometem todas as classes animais, porém pouco se conhece sobre a sua distribuição nas populações silvestres. Uma grande variedade de espécies animais terrestres e aquáticas tem sido identificada como hospedeiros de espécies e genótipos de Cryptosporidium spp. Estudos recentes associando achados parasitológicos e técnicas moleculares têm proporcionado uma nova visão em relação à especificidade de hospedeiro e potencial de transmissão de várias espécies e genótipos de Cryptosporidium entre animais e destes para o homem. O ambiente de zoológico, devido à concentração de diferentes espécies animais em espaços restritos, associado ao estresse do cativeiro e o contato direto com o homem, torna susceptível à infecção por Cryptosporidium spp. O objetivo do trabalho foi pesquisar a ocorrência de oocistos de Cryptosporidium spp. em fezes dos mamíferos cativos no Parque Municipal Danilo Gallafasi em Cascavel-PR. Durante os anos de 2011 e 2012 foram realizadas cinco coletas, totalizando 116 amostras de fezes. As amostras de fezes foram submetidas à centrífugo-flutuação. Lâminas foram confeccionadas com o material obtido e coradas segundo o método de Ziehl-Neelsen modificado. As lâminas foram observadas em microscópio com aumento de 1000X e em seguida foi feita a leitura em microscópio de captura para a medição dos oocistos. Foram consideradas positivas 48,27% das amostras analisadas. Observou-se que três espécies de animais obtiveram todos os resultados negativos: Cerdocyon thous (Cachorro do mato), Panthera leo (Leão) e Panthera onca (Onça pintada). A espécie que apresentou maior taxa de infecção foi o Tayassu tajacu (Cateto) com 88,88%, seguido do Mazama nana (veada cambuta) com 75% e Mazama gouazoupira (Veado catingueiro) com 75%. As análises continuam, agora com medição dos oocistos, extração de DNA, realização da reação em cadeia pela polimerase (PCR) e sequenciamento das amostras positivas para determinar a espécie de Cryptosporidium spp. envolvida. Mesmo os animais não apresentando nenhuma sintomatologia da parasitose, a positividade alta que pode ser explicada pela possibilidade de eliminação de oocistos sem que o animal apresente sinais clínicos, o que permite a contaminação ambiental sem que ocorram medidas preventivas. Essa contaminação ambiental é importante uma vez que há contato constante de seres humanos (tratadores, médicos veterinários, biólogos e visitantes) com animais.

Palavras-chave: Cryptosporidium, PCR, Animais Silvestres

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Protozoário que parasita o trato digestório e respiratório dos animais, o Cryptosporidium sp. é o responsável por uma importante zoonose da atualidade que causa diarreia autolimitante permanecendo no organismo de forma passiva até o momento em que há uma queda da imunidade, levando a um aumento na sua multiplicação na mucosa e aparecimento de sinais clínicos. Como há poucos estudos sobre a Criptosporidiose em aves silvestres de vida livre e em cativeiro, especialmente no Brasil, esse trabalho teve como objetivo realizar uma pesquisa para verificar a presença de oocistos de Cryptosporidium sp. em fezes de aves cativas no Parque Municipal Danilo Gallafasi em Cascavel-PR. Foram realizadas quatro coletas entre 2011 e 2012, totalizando 65 amostras de 22 recintos de animais. As fezes foram colhidas e enviadas ao Laboratório de Parasitologia Veterinária da Universidade Federal do Paraná, Setor Palotina. Foram diluídas, centrifugadas e os sedimentos foram utilizados para a confecção de lâminas, que foram coradas pelo método de Ziehl-Neelsen modificado e lidas em microscópio com aumento 1000X. Em seguida as lâminas contendo estruturas semelhantes aos oocistos foram observadas em microscópio de captura, onde os oocistos foram mensurados. Em 32 amostras (49,23%) foram encontrados oocistos de Cryptosporidium spp. Os resultados apresentaram uma variação muito grande de positividade entre as espécies de aves estudadas, variando de 100% para as espécies Amazona aestiva (papagaios), Baillonius bailloni (Araçari poca) e Cyanoliseus patagonus (Ararinha da patagônia) e 0% para Ara chloroptera (Arara vermelha), Heterospizias meridionalis (Gavião caboclo), Mivalgo chimachima (Gavião carrapateiro), Rhinoptynx clamator (Coruja orelhuda). As analises continuam, agora com medição dos oocistos, extração de DNA, realização da reação em cadeia pela polimerase (PCR) e sequenciamento para determinar a espécie de Cryptosporidium envolvida. Esses resultados demonstram a importância de se identificar as espécies, visto que algumas são espécie-específicos, o que poderia explicar essa variação tão grande. Como ainda não existe tratamento eficaz, o controle da doença se dá por medidas preventivas, visando à quebra na cadeia de transmissão, como limpeza dos recintos evitando acesso de outros animais e pesquisa de oocistos na água utilizada para o consumo, tanto dos animais como dos funcionários e visitantes do parque.

Palavras-chave: Cryptosporidium, PCR, Animais Silvestres

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Pediculus humanus capitis, conhecido popularmente como piolho de cabeça, é um inseto hematófago responsável pela pediculose humana, que apresenta distribuição mundial com prevalência elevada na infância. O trabalho teve como objetivos verificar a prevalência de Pediculus humanus capitis em alunos de Centros Municipais de Educação Infantil de Curitiba e de Almirante Tamandaré, e realizar testes in vitro e in vivo para analisar a eficácia do óleo essencial de citronela (Cymbopogon winterianus) na eliminação e repulsão desse ectoparasito. Participaram da pesquisa, após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido pelos responsáveis, 105 crianças com até 5 anos de idade. Através das técnicas de inspeção visual simples (consistente em procurar formas adultas e lêndeas) e análise em lupa de fios de cabelo contendo lêndeas, a fim de visualizar formas viáveis, constatou-se que dos 105 alunos, 45 estavam parasitados. Para os procedimentos in vitro e in vivo, realizou-se uma preparação de óleo essencial de citronela a 3%. In vitro, os piolhos foram colocados em placas de petri e borrifado sobre eles a preparação de óleo essencial de citronela a 3%. O preparado não resultou em morte dos insetos adultos, porém quando aplicado em ovos verificou-se que a forma jovem não eclodiu, havendo a desidratação da mesma. No CMEI em Curitiba foi instituído o “Soninho da Beleza”, em que as professoras borrifavam nas cabeças das crianças o preparo de citronela a 3% e colocavam toucas plásticas por um período de 1 hora. Observou-se que após a aplicação os piolhos se movimentavam muito e tinham a tendência de se afastar da cabeça do hospedeiro. Esses dados, preliminares, podem indicar que o óleo essencial de citronela pode servir como repelente para piolhos. Os experimentos devem ser repetidos para a determinação da ação do óleo de citronela no controle da pediculose. Até o momento foram distribuídos 25 questionários, cujo objetivo é verificar o quanto os pais conhecem a respeito do piolho e da pediculose. Os dados preliminares demonstram que 72% dos pais acham que piolhos podem voar ou pular; 48% dos pais vêem a infestação por piolhos como uma situação normal e não a consideram como uma doença. As respostas dos pais apontam que são necessárias orientações e palestras de esclarecimento a respeito do assunto. Pode-se concluir que a pediculose é um problema negligenciado, portanto sendo necessária intervenção das autoridades locais no combate e prevenção dessa doença.

Palavras-chave: Pediculus humanus capitis, Pediculose, Centros Municipais de Educação Infantil

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No Paraná, duas são as regiões consideradas endêmicas, uma de colonização antiga situada no Vale da Ribeira e outra de colonização mais recente, situada no norte do Paraná. Este estudo objetivou analisar a estrutura genética de Lutzomyia (Nyssomyia) intermedia (s.l) através do gene mitocondrial NADH4 nos ambientes de domicílio, peridomicílio, mata e ruderal. As coletas foram conduzidas na região do Vale da Ribeira, (municípios de Cerro Azul e Adrianópolis) e, na região norte do Estado (municípios de Tomazina e Carlópolis). Para análise das sequências foi usado o programa CLUSTAL e o software Emboss gui. Para inferir relações entre os haplótipos de DNAmt foi utilizado os programas MEGA 4.1. e DnaSP v35. Dentre o total coletado (N=460), 173 espécimes fêmeas da espécie L. intermedia foram identificados e submetidos individualmente ao método de extração chelex 5%. Cada amostra foi submetidos à Reação em Cadeia pela Polimerase (PCR) utilizando o gene mitocondrial NDH4 (327pb) e sequenciamento. Apesar da ocorrência de haplótipos comuns entre os ambientes amostrados, o número de haplótipos únicos para cada ambiente é maior, mesmo entre o domicílio e o peridomicílio que são locais relativamente próximos, retratatando baixa dispersão de L. intermedia. Não há evidência de segregação espacial entre os espécimes de L. intermedia. Exemplares provenientes dos diferentes ecótopos não formam clados separados ou distintos dos demais. Apesar do baixo fluxo gênico em função do alto número de haplótipos observados, não há evidência de que a população de L. intermedia esteja isolada geneticamente nos ecótopos analisados. O fluxo gênico de espécies incriminadas no ciclo de leishmaniose tegumentar americana (LTA) reveste-se de grande interesse epidemiológico, principalmente em áreas endêmicas, uma vez que sua dispersão pode estar envolvida com aspectos genéticos relacionados à capacidade vetorial e disseminação do parasito entre o ambiente de mata, peridomicílio e domicílio.

Palavras-chave: Variabilidade Genética, NHD4, Lutzomyia (Nyssomyia) intermedia