O USO DE TÉCNICAS MORFOMÉTRICAS PARA RESOLVER INCERTEZAS TAXONÔMICAS EM GYRODACTYLIDAE (PLATYHELMINTHES: MONOGENOIDEA)
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Aluno de Iniciação Científica: Alíni Vieira (Outro)
Curso: Ciências Biológicas (N)
Orientador: Walter Boeger
Departamento: Zoologia
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 21300003
RESUMO
Os Monogenoidea constituem um grupo diverso de Ectoparasitos de peixes ósseos, vertebrados terrestres e invertebrados com ampla distribuição mundial. Gyrodactylidae possui aproximadamente 500 espécies vivíparas descritas ate o momento, distribuídas em 25 gêneros. Para a região Neotropical são conhecidas pouco mais de 40 espécies distribuídas em 13 gêneros (sete gêneros de espécies ovíparas e seis gêneros de espécies vivíparas). A validade de alguns desses gêneros, entretanto é questionada. Um problema em espécie já foi demonstrado para Gyrodactylus. Análises filogenéticas morfológicas e moleculares indicam que o agrupamento de espécies desse gênero não representa um clado, não é um grupo natural, e, portanto seu suporte evolutivo inexiste. Gyrodactylus, como os recentes resultados sugerem, deve ser dividido em diversos gêneros para que a classificação do grupo possa conter exclusivamente táxons naturais. Todavia, um fato complicador é que o gênero contém mais de 400 espécies, muitas das quais representadas apenas por espécimens depositados em museus e cuja extração de DNA seria impossível, limitada ou excessivamente destrutiva. Assim, este trabalho utiliza técnicas de morfometria geométrica para validar caracteres morfológicos que possam servir de indicadores da identidade genérica de cada espécie, mesmo aquelas para as quais o DNA é inacessível. As espécies de Gyrodactylidae utilizadas para dados morfométricos são representantes de Diplogyrodactylus, Fundulotrema, Macrogyrodactylus e Gyrodactylus. O gancho, estrutura utilizada para a obtenção dos dados morfométricos, está localizado na região haptoral do parasito, utilizada na sua fixação sobre seu hospedeiro. Para a obtenção dos dados morfométricos, as imagens foram digitalizadas, delimitando os landmarks, regiões homólogas entre as espécies, e a seguir foram marcados os pseudolandmarks, realizada na região do contorno das imagens. Os valores adquiridos foram analisados. O primeiro passo realizado foi à sobreposição de forma de Procrustes que elimina problemas dimensionais nas imagens. Na Análise de Componentes Principais e Análise Canônica, foi observada a separação entre as formas dos ganchos, mostrando que a variação da forma une grupos filogeneticamente próximos. Os resultados desse trabalho mostram que dados morfométricos podem ser utilizados na formulação de hipóteses taxonômicas, colaborando na classificação de espécies que não possuem dados moleculares, dando apoio a estudos sistemáticos. A utilização de outras estruturas pode fornecer maior suporte na classificação dessas espécies.
Palavras-chave: Morfometria Geométrica, Gyrodactylidae, Taxonomia