ANÁLISE MICROESTRUTURAL RÚPTIL EM ROCHAS DO GRUPO ITARARÉ BACIA DO PARANÁ
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Aluno de Iniciação Científica: Ana Carolina Sanches de Souza (IC-Voluntária)
Curso: Geologia (MT)
Orientador: Barbara Trzaskos
Departamento: Geologia
Setor: Setor de Ciências da Terra
Área de Conhecimento: 10701001
RESUMO
No Grupo Itararé, Permocarbonífero da Bacia do Paraná, é possível observar alguns conjuntos de falhas que ocorreram ao longo da evolução da Bacia, como a Zona de Falha do Perimbó. Essa zona é um alinhamento bem marcado no terreno, tanto no embasamento quanto na cobertura sedimentar, e reflete uma combinação de falhas de direção N40-50E predominantemente, cortadas por falhas secundárias de direção NW e N-S. Ela possui história de deformação complexa, pois se desenvolveu como falha oblíqua dextral-reversa no Pré-Cambriano e foi reativada como falha transcorrente sinistral durante o Paleozóico, aproveitando as paleoestruturas rúpteis do embasamento. Parte da Falha do Perimbó aflora na região do município de Ituporanga, Santa Catarina, cortando os folhelhos da Formação Rio do Sul. As fraturas são preenchidas por minerais de carbonato e pirita ao longo de seus planos. Dados obtidos por análise termogravimétrica (TGA) determinaram que o mineral carbonático da fratura é calcita, enquanto a espectrometria de massa de razões isotópicas (IRMS) de carbono e oxigênio indicou que o fluido que precipitou o carbonato é de origem meteórica. A pirita é granular e concentra-se próxima às paredes da falha, enquanto a calcita é predominantemente do tipo fibrosa, o que indica que sua cristalização ocorreu durante a deformação, ou seja, é sintectônica. Suas fibras cresceram perpendicularmente em relação às paredes da fratura e foram rotacionadas com a evolução do cisalhamento, possibilitando a reconstrução da cinemática do processo. As faixas de calcita apresentam diferentes graus de deformação, de forma que as mais rotacionadas são as mais antigas, enquanto as menos rotacionadas e perpendiculares aos planos da falha são aquelas que cristalizaram no último momento. Observando as feições microestruturais foi possível distinguir cinco momentos de deformação e cimentação da fratura. As espessuras das faixas de cimento calcítico são milimétricas, de tamanhos variados, onde as mais recentes são as mais espessas do conjunto. Além das fraturas que geraram espaço para a cristalização de calcita e pirita, existem falhas lístricas de pequeno porte que cortam a faixa de cimento mais próxima da parede da fratura. Também há uma falha cortando todas as faixas de cimento, o que significa que esta ocorreu ao final do processo, sendo a última deformação observada em seção delgada. Os dados microestruturais obtidos até o momento serão confrontados posteriormente com os resultados da análise de catodoluminescência, para que os momentos de deformação sejam melhor definidos.
Palavras-chave: Microestrutural, Grupo Itararé, Deformação Rúptil