RESUMO

A base epistemológica da Psicologia e sua diversidade teórica refletem a pluralidade e a contradição humana; não há para a ciência psicológica um único objeto de estudo, sua marca assinala perspectivas múltiplas, divergentes e heterogêneas. O currículo atual do curso de Psicologia da UFPR definido pela PORTARIA Nº 095/2008 marca essa realidade. Com a reformulação, o núcleo básico do currículo referente às disciplinas obrigatórias, passou a contemplar um estudo com ênfase nas linhas teóricas do Behaviorismo, Fenomenologia-Existencial, Sócio-Histórica e Psicanálise. Este contexto pode gerar questionamentos aos estudantes: Devo escolher alguma abordagem psicológica? Qual vertente escolher? Como e quando? Tendo isso em vista, a presente pesquisa teve o objetivo de conhecer alguns fatores acerca da escolha para os estudantes de Psicologia da UFPR e identificar aqueles que os influenciam ou os pressionam. O instrumento utilizado foi um questionário organizado nos modelos A e B (para os alunos que já haviam escolhido uma linha teórica e para aqueles que não haviam, respectivamente). Para a coleta de dados, foram considerados como população os graduandos a partir do segundo ano; a amostra foi estratificada e contemplou 202 dos 340 matriculados, 76,7% do sexo feminino, idade variando entre 19 e 47 anos e sendo 31,2% do segundo ano, 28,2% do terceiro, 23,8% do quarto e 15,9% do quinto ano. O termo de consentimento livre e esclarecido e o questionário foram preenchidos em sala de aula e, no caso dos alunos de 5º ano, em horários de supervisão ou em trânsito na faculdade. Os resultados indicaram que 62,4% fizeram escolha de uma linha teórica e que apenas 5,9% não achavam essencial fazê-la durante a formação. A linha teórica Behaviorista foi escolhida por 27,7% dos estudantes, a Fenomenológico-Existencial por 26,19%, a Psicanálise por 23,8% e a Sócio-Histórica por 15%. Entre os fatores que influem na escolha, os estudantes ressaltaram as aulas (92,1%), a filosofia pessoal (89,1%), os professores (86,1%) e o currículo(66,7%). Em relação à pressão, os professores(82,6%), o campo de estágio (57,4%) e o mercado de trabalho (55,2%). Comprovou-se que a escolha é considerada fundamental durante a formação e é fonte de preocupação para os estudantes. Observou-se que poucos apontaram abordagens não contempladas no currículo e paralelamente, que a distinção entre linha teórica, área de conhecimento e entre atuação do psicólogo não estão bem definidas para todos os estudantes.

Palavras-chave: Linha Teórica, Abordagens Psicológicas, Formação de Psicólogo