ANÁLISE DE VARIAÇÃO MOLECULAR COM VISTAS AO ESTUDO FILOGEOGRÁFICO E BIOSSISTEMÁTICO DO COMPLEXO MYRCIA LARUOTTEANA CAMBESS. (MYRTACEAE)

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Aluno de Iniciação Científica: Anna Victoria Silverio Righetto Mauad (PIBIC/CNPq)

Curso: Ciências Biológicas (M)

Orientador: Eric de Camargo Smidt

Co-Orientador: Viviane da Silva-Pereira

Colaborador: Renato Goldenberg, Duane Fernandes Lima

Departamento: Botânica

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20300000


RESUMO

Myrtaceae é conhecida como uma família de alta complexidade taxonômica. Devido ao grande incremento no número de espécies novas e a falta de uma revisão taxonômica completa e recente, é comum encontrarmos complexos de espécies mal delimitadas em diversos gêneros da família, inclusive em Myrcia. O gênero Myrcia Cambess. é um dos mais ricos da tribo Myrteae, com cerca de 396 espécies. Um destes complexos é constituído por M. laruotteana Cambess., M. selloi (Spreng.) N.Silveira, M. lajeana D.Legrand e M. tomentosa (Aubl.) DC., aqui denominado de complexo M. laruotteana. M. laruotteana ocorre de Santa Catarina ao Maranhão, M. tomentosa tem distribuição desde o Paraná até o Amazonas e Paraíba, e M. lajeana e M. selloi ocorrem do Rio Grande do Sul ao Paraná. Quinze populações destas quatro espécies foram analisadas utilizando o sequenciamento de dois fragmentos nucleotídeos do DNA plastidial para: (1) determinar a variabilidade e a estruturação genética interpopulacional histórica, (2) verificar se existem relações entre padrões genéticos, morfológicos e geográficos que ajudem na delimitação das espécies. Foram sequenciadas amostras de 73 indivíduos para os fragmentos rpl2–psbA e rpL32–trnL(UAG) os quais geraram matrizes com tamanhos de 801pb (653-759pb) e 930pb (671901pb) respectivamente. Para o primeiro fragmento foram detectados 29 sítios variáveis, sendo 19 deles parcimoniosamente informativos (PICs), e para o segundo, 61 sítios variáveis, sendo 23 PICs. Para a detecção dos haplótipos foram excluídos todos os gaps, deleções/inserções de repetições mononucleotídicas e mutações de ponto, restando na matriz combinada dos dois fragmentos 27 sítios variáveis. Foram gerados 41 haplótipos sendo 27 deles representados em um único indivíduo. As análises de variância molecular AMOVA indicam que segundo a estrutura formada pelos grupos de táxons classicamente reconhecidos, 59% de variação é representada dentro das populações, 41% por divergências entre as populações dentro dos grupos e 0% de variação entre os grupos taxonômicos. Segundo estes resultados, há uma alta variabilidade molecular local e uma ausência de distinção discreta entre os táxons abordados de acordo com a taxonomia atualmente aplicada a este complexo de espécies.

Palavras-chave: DNA Plastidial, rpl2-psbA, rpL32-trnL(UAG)