RESUMO

Diversos pesquisadores têm realizado estudos buscando a substituição parcial do cimento em argamassas e concretos por materiais inertes ou reativos com o intuito de elevar a eficiência do cimento Portland em cada tipo de aplicação. Este tipo de pesquisa tem como motivação a tentativa de contribuir com a atenuação da agressão ambiental inerente ao processo de produção do cimento Portland, que resulta em elevada emissão de dióxido de carbono para o ambiente assim como no consumo demasiado de matéria prima proveniente de reservas naturais. Por outro lado, segundo o MINEROPAR (Minerais do Paraná SA), na Região Metropolitana de Curitiba há diversas indústrias que produzem cerâmica vermelha, sendo São José dos Pinhais o município com o maior número de olarias do país, 150 (CREA-PR). Devido ao grande desperdício de material que tal indústria proporciona e a provável futura carência de matéria-prima para a produção de cimento, este trabalho teve como objetivo estudar a viabilidade de uso de resíduo de cerâmica vermelha moído como substituto parcial do cimento na dosagem de concretos e argamassas. Para isso, foram realizados ensaios de resistência à compressão, resistência ao ataque por cloretos e por sulfatos. Para cada porcentagem de substituição do cimento foram moldados cinco corpos de prova de argamassa, com os teores de 0 (referência), 5, 10, 20, 30, 40, 50 e 60% de resíduo em substituição ao cimento a partir de um traço pré determinado. O cimento utilizado foi o CPV ARI e a relação água/cimento foi mantida constante em todas as argamassas estudadas. Os resultados indicam certa vantagem proporcionada pelo emprego do resíduo de cerâmica vermelha em argamassas de cimento Portland. O próximo passo desta pesquisa é investigar a viabilidade econômica do emprego deste tipo de resíduo que deve considerar o custo de britagem, quantidade de resíduo gerado na região e o benefício causado em termos de elevação de desempenho, assim como os benefícios ambientais.

Palavras-chave: Cimento, Cerâmica Vermelha, Resíduo