A VIA CAMPESINA NO PARANÁ: VELHAS E NOVAS DIMENSÕES DA QUESTÃO AGRÁRIA NO ESTADO
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Aluno de Iniciação Científica: Thomas Parrili (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Geografia (N)
Orientador: Jorge Ramón Montenegro Gómez
Departamento: Geografia
Setor: Setor de Ciências da Terra
Área de Conhecimento: 70601020
RESUMO
O estado do Paraná é historicamente destaque em produção agropecuária do Brasil, dominado econômica, política e tecnicamente pelo modelo de produção capitalista através do agronegócio, essa forma de produção que acumula terras e recursos naturais e se expande de forma contraditória e desigual gera conflitos sociais e territoriais. Os pequenos agricultores, sem terras, povos tradicionais e ribeirinhos enfrentam a expansão do agronegócio sobre seus territórios organizando-se desde finais da década de 1940 quando no Paraná ocorreram alguns dos conflitos agrários que marcaram a dinâmica social do Estado e repercutem ainda hoje na forma de apropriação do território: Revolta de Porecatu no Norte, a Revolta dos Colonos no Sudoeste, a mobilização das famílias atingidas pela construção da usina de Itaipu já na década de 70 entre outros. Essa mobilização social foi tendo continuidade no tempo e alicerçam hoje os movimentos sociais que compõem atualmente a Via Campesina, organização internacional que reuni movimentos sociais do campo. Partindo de um posicionamento construído sob a fundamentação teórica no paradigma da Questão Agrária o objetivo dessa pesquisa é analisar a trajetória e atuação da Via Campesina no Paraná, não só historicamente, mas também territorialmente, buscando caracterizar suas diferentes formas de atuação e organização na construção de um modelo de agricultura e de sociedade alternativos assim como encontrar possíveis contribuições para uma atualização das novas dimensões da Questão Agrária. Serão analisados documentos das organizações, noticias de jornais paranaenses e entrevistas com lideranças, construindo uma linha do tempo com os principais acontecimentos da Via Campesina no Paraná e uma "trama" que torne possível a conexão entre as diversas ações e experiências dos movimentos através dos conflitos agrários no Paraná e a diária territorialização desterritorialização reterritorialização que observamos pela ameaça das agroestratégias no campo. No Paraná a Via Campesina é composta pelo MPA, MST, MAB, CPT, FEAB, e MMC. A articulação desses movimentos sociais em torno da Via Campesina se dá por bandeiras e pautas históricas dos camponeses como: soberania alimentar, defesa da agrobiodiversidade, reforma agrária, agroecologia, e gênero. Em um momento de constante territorialização do capital e monopolização do território os movimentos sociais buscam manterem-se mobilizados e em condições de resistência para o enfrentamento contra o agronegócio e visibilizando os sujeitos ocultados propositalmente pelo paradigma do capitalismo agrário.
Palavras-chave: Via Campesina, Questão Agrária, Paraná