ANÁLISE DE MUTAÇÕES NO GENE KDR EM POPULAÇÕES DE AEDES AEGYPTI (DIPTERA: CULICIDAE)
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evinci/resumo_0255.html
Aluno de Iniciação Científica: Anna Julia Pietrobon (PIBIC/CNPq)
Curso: Ciências Biológicas (M)
Orientador: Mario Antonio Navarro da Silva
Colaborador: Ana Caroline Dalla Bona e Oscar Aguirre Alexander Obando
Departamento: Zoologia
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 20400004
RESUMO
O controle do Aedes aegypti, principal vetor do vírus da dengue, é feito principalmente por inseticidas. No Brasil, os inseticidas organofosforados e piretróides são usados no controle das formas imaturas e adultas, respectivamente. Embora os mecanismos de ação sejam distintos, ambos inseticidas se ligam a moléculas do sistema nervoso responsáveis pela transmissão do impulso elétrico, impedindo sua propagação e levando o inseto a morte. O uso continuado destas substâncias tem selecionado populações resistentes, que apresentam alterações na estrutura do sítio-alvo dos inseticidas causadas por mutações genéticas. O objetivo do trabalho foi avaliar a frequência da mutação Val1016IIe relacionada com a resistência a piretróides e a suscetibilidade aos organofosforados em populações de A. aegypti do município de Jacarezinho, Paraná. Para avaliar a suscetibilidade aos organofosforados foram realizados bioensaios com larvas de terceiro instar final e quarto inicial da geração F1 com dez concentrações de temephos (Grau Técnico). Cada concentração com 20 larvas e quatro réplicas. O experimento foi repetido quatro vezes, tendo como controle larvas da população suscetível Rockfeller. Com os resultados foram estimadas as CL50, e CL95, utilizando o software Probit GW-bacis e o calculo da RR50 e RR95. Para avaliar a frequência da mutação Val1016IIe o município foi dividido em quatro regiões (R1, R2, R3 e R4) e de cada uma delas foram analisados 15 indivíduos. A verificação da mutação foi realizada por PCR alelo-específica e a leitura dos resultados em gel de poliacrilamida 10%. Os resultados dos bioensaios a partir da dose diagnóstica 0.0162 ppm de temephos indicaram 95,33% de mortalidade e RR95 igual a 2,52. Dos 56 indivíduos que foram genotipados para a mutação Val1016Ile, 58,93% eram heterozigotos (Val/Ile), 41,07% homozigoto para o alelo mutante (Ile/Ile) e nenhum individuo para o alelo selvagem (Val/Val). A frequência do alelo 1016IIe foi 0,61, 0,70, 0,77 e 0,75 nas regiões R1, R2, R3 e R4, respectivamente, enquanto que a frequência do alelo 1016Val foi 0,39, 0,30, 0,23 e 0,25. O cálculo das frequências genotípicas esperadas após uma geração de acasalamento ao acaso indica um aumento no número de indivíduos homozigotos para o alelo 1016Ile em todas as regiões. Este estudo indica que a população do vetor em Jacarezinho encontra-se com alteração da suscetibilidade ao temephos. Além disso, as altas frequências do alelo 1016Ile, relacionado à resistência à piretróides, podem comprometer as ações de controle do vetor.
Palavras-chave: Diptera, Aedes aegypti, Controle