O JARDIM DAS IDENTIDADES: A DIFERENÇA COMO RUPTURA COM A TRADIÇÃO.
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Aluno de Iniciação Científica: Lucas Igor Avilla Marques Nogueira (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Filosofia (Bacharelado com Licenciatura Plena) (M)
Orientador: Isabel Cristina Jasinski
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 80202004
RESUMO
Mario Bellatin, escritor mexicano contemporâneo, vem intrigando público e crítica, ao longo de sua trajetória, com obras literárias que geram opiniões bastantes divergentes. Isso se dá devido ao caráter inquisidor frente ao que a tradição entende como literatura e ao papel da mesma na construção do pensamento. Reconhecendo o valor dos estudos interdisciplinares para pensar além do limite da literatura, este trabalho centra sua atenção no diálogo entre literatura e filosofia presente no livro Flores (2000), mais precisamente, na apresentação da crise da identidade do sujeito. Ao analisar este diálogo interdisciplinar, temos a literatura como catalisador da reflexão filosófica, mostrando na obra a necessidade de outra compreensão da identidade, conforme avaliaram inúmeros teóricos do desconstrucionismo, marco teórico em que sustentamos nosso estudo, relacionado especificamente ao pensamento de Gilles Deleuze. Visa, também, compreender as diversas manifestações da identidade, as discussões acerca da sua viabilidade, as alternativas para pensá-la em seu processo transformador e reconhecer a crise pela qual esta está passando o sujeito, ou seja, a literatura como um condutor para o pensamento e a crítica, buscando, a partir do pensar filosófico, a reflexão e um redimensionamento sobre o problema da identidade. A obra de Mario Bellatin, em uma primeira leitura, se apresenta como um mosaico de flores peculiares, conforme o título da obra sugere, que são seus personagens, e mostra na sua beleza, repleta de singularidades, um rompimento com a estética tradicional, formando um riquíssimo jardim que é o livro Flores. Autores como este denunciam a insuficiência da atual maneira de se pensar a identidade nos campos teóricos da área, assim como os limites deste conceito. A literatura, ao se apropriar de aparatos filosóficos, busca levar o leitor a uma reflexão mais profunda e à necessidade de uma nova forma de pensar o conceito de identidade e, por conseqüência, o reconhecimento do sujeito.
Palavras-chave: Identidade, Mario Bellatin, Gilles Deleuze