DIÁLOGO E ISOLAMENTO NA NOVELA XADREZ, DE STEFAN ZWEIG

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Aluno de Iniciação Científica: Marluce Alessandra Peron Garcia (PIBIC/Fundação Araucária)

Curso: Letras - Port/Alem/Ital/Grego ou Latim (M)

Orientador: Paulo Astor Soethe

Colaborador: Dafne Gualberto Skarbek

Departamento: Letras Estrangeiras Modernas

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 80208002


RESUMO

Devido à ascensão do partido nazista ao poder e à disseminação das políticas antissemitas, o escritor austríaco de ascendência judaica Stefan Zweig (1881–1942) não encontra outra possibilidade e vê-se forçado deixar seu país natal, em 1934. Inicialmente, muda-se para a Inglaterra, depois brevemente para os Estados Unidos até finalmente estabelecer-se no Brasil, em 1941, com a intenção de não ser mais afetado pela proximidade da guerra. Foi durante o exílio em Petrópolis que Zweig escreveu uma de suas mais conhecidas obras: Xadrez (Schachnovelle, no original alemão). Descrita pelo próprio autor como "estranha", "curiosa" e "diferente", a novela se passa em um navio que sai de Nova York, com destino a Buenos Aires. O narrador descobre que o famoso campeão mundial de xadrez, Mirko Czentovic, também estava a bordo. Durante uma partida contra Czentovic, os passageiros conhecem a figura de Dr. B., que revela uma incrível habilidade para o jogo, desenvolvida durante o tempo em que foi prisioneiro da SS, mantido em cárcere em um quarto de hotel em completo isolamento com o mundo exterior, tendo como companhia apenas um livro de xadrez roubado durante um interrogatório. Tendo esta novela como objeto central da pesquisa, o presente trabalho tem como objetivo analisar as significações do xadrez como alegoria para o jogo da linguagem e para a possibilidade de criação artística, da mesma forma em que serve como metáfora para os acontecimentos políticos e a própria situação em que o escritor austríaco se encontrava na época, considerando a proximidade do tempo fictício do narrador e do tempo real de Zweig (Schwamborn in: Zweig, 1997, p. 17). Assim como Dr. B., Zweig também descobriu como o isolamento pode ser perturbador e opressivo, agravando a depressão causada pela guerra e pelo exílio (da pátria e da língua materna), fato que motiva seu suicídio em 1942, logo após enviar Xadrez para publicação.

Palavras-chave: Stefan Zweig, Xadrez, Linguagem