REGISTRO E MEMÓRIA: UMA ANÁLISE DAS TRANSFORMAÇÕES PAISAGÍSTICAS DE FLORIANÓPOLIS ATÉ O SÉCULO XX
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evinci/resumo_1092.html
Aluno de Iniciação Científica: Lucas Affonso Passold (PIBIC/CNPq)
Curso: Arquitetura e Urbanismo (MT)
Orientador: Margareth Afeche Pimenta
Departamento: Arquitetura
Setor: Setor de Tecnologia
Área de Conhecimento: 60400005
RESUMO
O acervo de fotografias, iconografias e documentos sobre a fundação e o desenvolvimento de Desterro, mais especificamente sobre o atual Centro de Florianópolis, permite compreender e contextualizar os acontecimentos que sucederam sua história e conferi-los um valor de memória. Esses registros propiciam um estudo e uma interpretação não apenas sobre a sociedade que se formava, mas também sobre a constituição das principais paisagens que se criavam. Logo, fotografias e textos em conjunto abrem possibilidades para comparações e análises profundas sobre a característica das paisagens históricas, e sobre o motivo e o impacto das alterações dentro do contexto socioeconômico e cultural desterrense. Para isso foram pesquisadas diversas fontes, como bibliografias, acervos de órgãos da cidade e sites da internet que contivessem algum registro da memória e da história de Desterro. Para organizar a quantidade de documentos foi elaborado um acervo fotográfico onde é possível buscar por uma foto pela sua data e localidade. Tais registros permitiram a reprodução de mapas, feitos com o auxílio dos softwares AutoCAD e CorelDRAW, sendo possível analisar a transformação da malha urbana do centro histórico e seu efeito sobre a paisagem da cidade. Em conjunto com esses processos, optou-se como método a periodização dos acontecimentos mais influentes sobre a cidade com o auxílio do programa Windows Excel -, tornando possível datar fotografias e conjuntar os fatos relacionados. Esses métodos permitiram perceber que a fundação de Desterro na ilha de Santa Catarina por Dias Velho e o seu desenvolvimento ao longo dos séculos XVIII e XIX ocorreu de maneira lenta. As primeiras construções eram improvisadas e o início da sua malha de estruturação respeitava as condições da Provisão Real de 1747, uma herança portuguesa marcada pela imponência da Igreja Matriz recebida por uma praça central, edificações institucionais e um arruamento ortogonal. Isso pode se observar pela primeira iconografia conhecida de Desterro, registrada pelo navegador La Pérouse em 1785. Fotografias retiradas do mesmo local registrado por La Pérouse ao longo dos séculos permitem constatar diversas alterações, concluindo que a paisagem do centro se modificou constantemente em função da economia, da população crescente e do desenvolvimento da capital catarinense. A memória que ao longo de séculos foi sendo construída, hoje se apresenta de maneira complexa e distorcida, distanciando-se da lembrança de seus moradores e sendo apenas lembrada pelos livros e fotos dos interessados pela sua história.
Palavras-chave: Desterro, Paisagem, Documentação