COMPOSICÃO E VARIABILIDADE ESPACIAL DO BOSTRYCHIETUM NA BAÍA DE PARANAGUÁ (PARANÁ, BRASIL).
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Aluno de Iniciação Científica: Inara Regina Wengratt Mendonça (PIBIC/CNPq)
Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)
Orientador: Paulo da Cunha Lana
Departamento: Centro de Estudos do Mar
Setor: Setor de Ciências da Terra
Área de Conhecimento: 10801014
RESUMO
As comunidades de macroalgas que se desenvolvem aderidas aos substratos duros dos manguezais recebem o nome de Bostrychietum. São importantes por aumentar a biodiversidade local ao fornecerem refúgio, alimento e locais de reprodução para muitos animais. Assim como os manguezais, estas comunidades vêm sendo muito afetadas por atividades antrópicas, o que justifica estudos sobre sua composição e distribuição. Este trabalho tem o objetivo de avaliar a composição, distribuição e biomassa do Bostrychietum ao longo do eixo leste-oeste do complexo estuarino subtropical da Baía de Paranaguá, na costa sul do Brasil, em um gradiente de salinidade de 15 a 30. Para avaliar a variabilidade em distintas escalas espaciais, adotei um planejamento espacialmente hierarquizado nos níveis de setores (dezenas de quilômetros), áreas (quilômetros a centenas de metros) e pontos (dezenas de metros a metros). Até o momento foram encontradas 13 espécies de macroalgas: Bostrychia radicans, Bostrychia tenella, Bostrychia binderi, Bostrychia calliptera, Bostrychia montagnei, Bostrychia pinnata, Caloglossa leprieurii, Caloglossa ogasawarensis, Catenella caespitosa, Rhizoclonium riparium, Rhizoclonium africanum, Cladophoropsis membranacea, Boodleopsis pusilla, além de emaranhados de cianobactérias do gênero Microcoleus. As espécies mais abundantes foram B. montagnei, B. pinnata e B. radicans, com biomassa seca média de 2,028 mg/cm², 1,587 mg/cm² e 1,168 mg/cm² respectivamente. A variabilidade da biomassa algal em distintas escalas espaciais foi avaliada por uma ANOVA aninhada. Homocedasticidade e normalidade não foram atingidas para B. montagnei, entretanto a ANOVA aninhada é considerada robusta em relação a estas violações. A biomassa de B. montagnei variou significativamente entre os setores, com p. valor de 0,0004. Devido à sua ausência no setor oligohalino pode ser considerada estenohalina de salinidades elevadas. A biomassa de B. radicans também variou significativamente entre setores, com p.valor = 0,038. Aparentemente seu desenvolvimento é mais favorecido no setor oligohalino, onde foi mais abundante, embora esteja presente ao longo de todo o gradiente estuarino. Variações significativas entre áreas foram observadas para B. radicans, p. valor = 0,035, e B. pinnata, p.valor = 0,038, sendo a última uma espécie categoricamente eurihalina. No entanto, ambas são influenciadas por forçantes que atuam igualmente em menores escalas espaciais, como competição por espaço, taxa de insolação, ou presença de poluentes.
Palavras-chave: Bostrychietum, Variabilidade Espacial, Salinidade