AVALIAÇÃO DO POTENCIAL TERAPÊUTICO DE POLISSACARÍDEOS PARA O TRATAMENTO DE DISTÚRBIOS DA MOTILIDADE GASTROINTESTINAL
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Aluno de Iniciação Científica: Tamyres Mingorance Carvalho (PIBIC/CNPq)
Curso: Biomedicina (MT)
Orientador: Cristiane Hatsuko Baggio
Co-Orientador: Maria Fernanda de Paula Werner
Colaborador: Daniele Maria Ferreira, Luísa Mota da Silva,
Departamento: Farmacologia
Setor: Setor de Ciências BiológicasTuany Natana Schäfer
Área de Conhecimento: 90194000
RESUMO
Nas últimas décadas, os distúrbios que acometem o trato gastrointestinal como gastroparesias e diarréias têm assumido altas proporções na população, tornando-se importantes focos de estudo experimental e clínico. No entanto, devido à grande quantidade de efeitos colaterais ocasionadas pelas terapias convencionais e da pouca efetividade em longo prazo, a busca por novas alternativas terapêuticas é necessária. Nesse sentido, os produtos naturais vêm despertando um grande interesse como opção terapêutica, pois são fontes de inúmeros compostos bioativos, como por exemplo, os polissacarídeos. Desta forma, o objetivo do presente trabalho foi de avaliar o efeito de diferentes polissacarídeos, provenientes de diversas plantas, sobre a motilidade gastrointestinal de camundongos. Camundongos Swiss, fêmeas (~30 g, n = 8) e em jejum sólido de 6 h, foram tratadas pela via oral com os seguintes polissacarídeos (1-100 mg/kg): mistura de ramnogalacturonanas (PBar) isoladas da bardana (Arctium lappa), arabinoxilana (CNNAL) isolada do tronco do coqueiro (Coccos nucifera), arabinogalactana (PNec) isolada do tronco da nectarina (Prunus persica var. nucipersica), arabinoxilana (SRP) isolada do tronco da palmeira (Syagrus romanzoffiana) e glucuronomanana (VTH) isolada do tronco do gomeira (Vochysia thyrsoidea). A atropina (3 mg/kg, s.c.) e a metoclopramida (30 mg/kg, p.o.) foram utilizadas como controles positivos dos testes. Após 1 h, os animais receberam 0,5 ml de uma solução de vermelho de fenol (0,05%) e carboximetilcelulose (1,5%) e, depois de 15 min, foram eutanasiados para avaliação do esvaziamento gástrico e do trânsito intestinal. Dentre todos os polissacarídeos testados, apenas a administração da PBar, nas doses de 10 e 100 mg/kg, diminuiu o trânsito intestinal em 18% e 26%, respectivamente, quando comparado com o grupo controle (C: 58,0 ± 3,6%). No entanto, o tratamento com a PBar não foi capaz de alterar o esvaziamento gástrico. O estudo do mecanismo de ação da PBar demonstrou que o antagonista dos receptores opióides, naloxona (1 mg/kg, s.c.) reverteu o efeito inibitório da PBar sobre o trânsito intestinal. Estes resultados mostram que a mistura de ramnogalacturonanas da bardana inibe o trânsito intestinal com envolvimento do sistema opióide, sugerindo que esses compostos podem ser uma opção terapêutica para o tratamento de diarréia. CEUA/BIO UFPR (639).
Palavras-chave: Polissacarídeos, Esvaziamento Gástrico, Trânsito Intestinal