EGITO ANTIGO E O IMPERIALISMO BRITÂNICO NO SÉCULO XIX: AS DESCOBERTAS DO ANTIQUARISTA GIOVANNI BELZONI.

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Aluno de Iniciação Científica: Natascha de Andrade Eggers (PET)

Curso: História (T)

Orientador: Renata Senna Garraffoni

Departamento: História

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 70500002


RESUMO

Na Europa do século XIX, a busca por uma memória coletiva ou uma história nacional marcou as principais aspirações dos Estados recém criados, os quais buscavam estabelecer uma identidade que os permitissem se diferenciar daqueles que não eram europeus ou ocidentais. Nesse contexto, a constituição de espaços como os museus nacionais foram essenciais, ocorrendo na França e na Inglaterra durante este século, pois suas coleções de artefatos e peças antigas dariam base para legitimar a história de seus Estados, se valendo da cultura de civilizações antigas, para criarem sua própria história. Considerando esse contexto, o objetivo da presente pesquisa é compreender a relação entre o Império Britânico e o Antigo Egito, buscando demonstrar como os europeus, em especial os imperialistas britânicos, se utilizaram da imagem da civilização egípcia para a construção de uma identidade e memória nacional e quais seus interesses ao fazê-lo. Como fonte, analiso o diário de viagem do italiano Giovanni Belzoni e pretendo compreender como seu discurso pode ter contribuído para tal afirmação européia, uma vez que este constituiu grande coleção de peças egípcias do Museu Britânico. Para isso, a metodologia escolhida foi a de analisar a bibliografia de base e contrapor com a fonte, focando em alguns temas: "Usos do passado", Arqueologia, Imperialismo e a questão do olhar para o Oriente como algo exótico e diferente, o "outro". Analisando a fonte, percebe-se como resultado que Belzoni contribui, com suas descobertas e coleta de artefatos para o Museu Britânico, para a construção de uma identidade nacional britânica que se basearia nas coleções dos museus para construir seu passado. A partir disso, pode-se concluir que Belzoni legitima, em seu discurso, a presença britânica no Egito, tanto em relação à forma como se refere aos nativos, como povos sem civilização que precisariam da presença européia em seu país, numa "missão" civilizadora; quanto em relação às peças egípcias antigas que, no discurso de Belzoni, deveriam ser levadas para a Inglaterra para serem valorizadas.

Palavras-chave: Giovanni Belzoni, Egito Antigo, Imperialismo Britânico