CONTROLE DE QUALIDADE DE DROGAS VEGETAIS COM BASE NA FARMACOPEIA BRASILEIRA

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Aluno de Iniciação Científica: Gisele Balan (Outro)

Curso: Farmácia (MT)

Orientador: Márcia do Rocio Duarte

Colaborador: Celina Rocha Junghans

Departamento: Farmácia

Setor: Setor de Ciências da Saúde

Área de Conhecimento: 40302008


RESUMO

As drogas vegetais compreendem plantas medicinais inteiras, órgãos ou produtos derivados devidamente preparados, com a finalidade de se preservar a sua atividade farmacológica. Para serem utilizadas na terapêutica com eficácia e segurança, são submetidas ao controle de qualidade farmacognóstico. Este compreende identificações macro e microscópica, pesquisa química e determinação de impurezas e falsificação, criteriosamente especificados nas monografias farmacopeicas. Até o momento, foram publicadas cinco edições da Farmacopeia Brasileira (FB), sendo que a última, oficializada em 2010, revogou as anteriores e suprimiu várias monografias de drogas vegetais. Dentre estas, encontravam-se muitas provenientes da flora nativa e de plantas cultivadas, cujo controle de qualidade não pode ser realizado e cuja comercialização está comprometida atualmente. Diante desse cenário, este trabalho objetivou efetuar um levantamento das monografias de drogas vegetais de cada edição da FB e determinar quais são referentes a plantas nativas e cultivadas, com base em pesquisa bibliográfica, e quantas foram descartadas da quinta edição. Verificou-se que a primeira edição apresenta o maior número de monografias de drogas vegetais (341), embora muitas se restrinjam a descrições macro e microscópicas. A segunda e a terceira edições incluem respectivamente 116 e 26 monografias, enquanto que a quarta relaciona 48 e a última edição apresenta 62. Do total de 374 monografias de diferentes drogas vegetais das cinco edições, 69 referem-se a plantas nativas e 96 a introduzidas e cultivadas devido a propriedades medicinais. Esse número fica restrito a 13 nativas e 19 cultivadas na última edição, o que corresponde aproximadamente a uma redução de 80% das monografias de cada categoria. Consequentemente, confirmou-se que muitas drogas importantes na medicina tradicional não podem ser analisadas com base em monografias da FB, a exemplo da catuaba (Anemopaegma arvense (Vell.) Stellfeld et J. F. Souza, Bignoniaceae) e da camomila (Matricaria recutita L., Asteraceae). Esse impasse analítico somente poderá ser solucionado com o acréscimo de monografias atualizadas à edição válida e/ou suspensão da revogação das quatro primeiras edições farmacopeicas.

Palavras-chave: Droga Nativa, Monografia Farmacopeica, Planta Medicinal