LITERATURA DE VANGUARDA EM TRADUÇÃO: A POESIA IMAGISTA DE H. D. EM PORTUGUÊS
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Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Rodak (PIBIC/UFPR-TN)
Curso: Letras - Inglês ou Português com Inglês (M)
Orientador: Luci Collin
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 80208002
RESUMO
Esta pesquisa trata da análise e tradução dos poemas da norte-americana H. D. (1886-1961), uma das principais figuras do Imagismo, movimento literário modernista fundado por Ezra Pound no início do século XX. Para chegar à tradução de seus poemas, foi necessário, primeiramente, contextualizar o Modernismo, levantando as principais vanguardas, suas características e influências nas diferentes manifestações artísticas; a seguir me concentrei na literatura, analisando a linguagem moderna; afunilando ainda mais, cheguei ao Imagismo, do qual procurei mostrar as origens, seus princípios e seus representantes; e por último, foquei a pesquisa em H. D., realizando amplo estudo de sua obra a fim de selecionar os poemas a serem traduzidos. Na prática de tradução, procurei poemas inéditos em português, tentando reproduzir, através de estratégias específicas para a análise dos elementos poéticos, a mesma dicção da poeta, ou seja, os traços que marcam sua "personalidade" poética. Entre os objetivos do projeto estão, portanto: o levantamento das características do Modernismo e de suas vanguardas, uma reflexão acerca do que é a linguagem moderna na literatura, uma apresentação do Imagismo, movimento pouco estudado no Brasil, e a divulgação da poeta H. D., bem como a tradução de cinco de seus poemas. A pesquisa mostra também os problemas enfrentados ao traduzir a poesia de H. D. e as soluções encontradas. Dividimos os problemas de tradução em pelo menos quatro ordens: a) de ordem formal: as rimas e aliterações, como, no poema "At Baia", cujos últimos versos terminam em "kiss" e "this", não havendo essa rima em português ("beijo" e "isso"); b) de ordem lexical, como no poema "Lethe", onde aparece "reed-bird", o nome de um passarinho que em português se chama "escrevedeira-dos-caniços", que não cabe dentro do poema; c) de ordem cultural, por exemplo: em "Sea Gods", H. D. utiliza o nome de cinco espécies de violetas, sendo que algumas delas não existem no Brasil e portanto não há nomes em português para elas; d) de ordem da dicção da poeta: por ser Imagista, H. D. fazia suas escolhas com base nas imagens, no apelo visual das palavras, como "serpent-spotted shell", a imagem de uma concha com um desenho que parece uma serpente, extremamente difícil de recriar em português. Além da descoberta das qualidades literárias de H. D., o que enriqueceu minha prática como pesquisadora de literatura e de tradução, a pesquisa revelou ser plenamente factível a tradução de seus poemas para o português, oportunidade que expande a experiência de leitura de H. D. aos leitores no Brasil.
Palavras-chave: Tradução de Poesia, Imagismo, H. D.