HANAMI INTERCULTURALIDADE E INTERTEXTUALIDADE EM DORIS DÖRRIE O CHOQUE DE CULTURAS E A FRAGILIDADE DA VIDA
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Aluno de Iniciação Científica: Millene Neuhaus Suzuki (Pesquisa voluntária)
Curso: Letras - Japonês (N)
Orientador: Klaus Friedrich Wilhelm Eggensperger
Departamento: Letras Estrangeiras Modernas
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 80200001
RESUMO
Trata-se de um breve estudo sobre o filme Kirschblüten Hanami, produzido em 2008 pela cineasta alemã Doris Dörrie, numa tentativa de traçar as relações de intertextualidade com a obra de Yasujiro Ozu (Tokyo Monogatari) e interculturais entre as personagens. Tal estudo tem como base textos teóricos de análise crítica sobre o dito filme, sobre o que vem a ser performance' isto como um complemento para o entendimento sobre a arte do Butoh e o papel da interculturalidade ao longo da obra. Observando os desdobramentos da trama, notou-se o apego ao conceito de transitoriedade e efemeridade da vida, expressadas por elementos recorrentes as moscas na primeira parte e as cerejeiras na segunda , além dos conflitos de gerações e culturas, marcando os relacionamentos apresentados de maneira única. Tais constatações levam ao clímax da obra e ponto crucial para seu entendimento: a reconciliação entre o corpo e a alma como chave para o reencontro com aquilo que perdeu-se com o tempo. A morte, como presença constante, deixa de ser uma barreira inexpugnável que o amor pode muito bem abater com as graças da compreensão mútua entre dois indivíduos, independentemente da existência de uma relação carnal entre ambos. Tal transgressão dá-se, ao mesmo tempo, com a compreensão e expressão das sombras e desejos mais profundos d'alma, cujo processo acontece durante a compreensão e aprofundamento das técnicas de dança e a realização de uma performance final da mesma, não para um grande público, mas para si mesmo, para a natureza, o silêncio e o vazio. Muitos destes pontos também se encontram-se na obra de Ozu. Durante o primeiro tomo da obra de Dörrie, as semelhanças com Tokyo Monogatari são explícitas e a tomada de caminhos diferentes acontece apenas na metade da história. Entretanto, os elementos recorrentes no enredo não impedem a evolução de Hanami para uma trama mais intrincada e com maior aprofundamento psicológico.
Palavras-chave: Interculturalidade, Intertextualidade, Cinema