O PENSAMENTO CRÍTICO A RESPEITO DA FUNÇÃO E FORMAÇÃO DO GÊNERO ROMANCE A PARTIR DE PREFÁCIOS E POSFÁCIOS DE ESCRITORES BRASILEIROS DO SÉCULO XIX

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Aluno de Iniciação Científica: Ana Karla Canarinos (Pesquisa voluntária)

Curso: Letras - Espanhol ou Português com Espanhol (M)

Orientador: Fernando Cerisara Gil

Departamento: Linguística, Letras Clássicas e Vernáculas

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 80206000


RESUMO

Esta breve apresentação tem por objetivo analisar o pensamento crítico a respeito do gênero romance, a sua função, sua formação e sobretudo quais as implicações da consolidação deste gênero em uma sociedade regida ainda por valores patriarcais. Quando falamos aqui do período formador do romance brasileiro, estamos entendendo a questão nos termos formulados por Antonio Candido no livro A formação da literatura brasileira (1975). O trabalho consistiu na leitura de prefácios de romances, paratextos publicados em jornais, críticas e cartas de modo a rastrear as convergências e divergências entre os autores a respeito da função e da fomação deste gênero no Brasil. Foram analisados prefácios desde O filho do pescador (1854) de Teixeira e Souza, considerado o primeiro romance publicado no Brasil, até a Flor de Sangue (1897) de Valentim Magalhães, perpassando nesse intervalo de aproximadamente 50 anos o pensamento de autores relevantes deste período, como Macedo, em seu prefácio à Vítimas Algozes (1869) e José de Alencar com a sua peça de teatro As asas de um anjo (1857), que apesar de não ser um romance, o paratexto aborda questões pertinentes e importantes para se pensar este gênero ainda em fase de consolidação. Sob esta perspectiva, uma das funções do romance que mais recebeu destaque pelos romancistas foi justamente o caráter nacionalista e ufanista do romance, e sob este aspecto, pretendo apontar esse projeto estética nacionalista que o romance teve no século XIX e que durou até meados do século XX. Em suma, a ideia do trabalho é uma tentavia de depreender o pensamento crítico dos romancistas do século XIX, pensando para além, em que medida o seu pensamento estéticoideológico a respeito deste gênero são aplicados em suas obras e como eles formulam essas questões a respeito de uma suposta noção de uma literatura nacional. Nesse sentido foram abordados paratextos de escritores como Afonso Arinos, em seu texto crítico A Nacionalização da Arte (1894), Adolfo Caminha, em seus textos, Norte e Sul e A forma (1893), bem como alguns textos publicados em jornais, os quais, muitas vezes, a autoria não era revelada, como o texto O romance (1877) publicado no jornal A Constituição, e A literatura hoje (1890), escrita po Píndaro, publicado no jornal A Épocha. Este corpus reunido em um ano de iniciação científica, entre 2012/2013, comporá uma antologia a ser realizada pelo Prof. Dr. Fernando Cerisara Gil.

Palavras-chave: Formação do Romance no Brasil, Crítica Literária, Prefácios