DOENÇA DE ALZHEIMER: ANÁLISE DE GENES CANDIDATOS
0231
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Aluno de Iniciação Científica: Micheli Pecharki (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Ciências Biológicas (M)
Orientador: Ricardo Lehtonen Rodrigues de Souza
Colaborador: Daiane Priscila Simão-Silva,
Departamento: GenéticaGleyse Freire Bono, Mauro Roberto Piovezan
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 20205007
RESUMO
A doença de Alzheimer (DA) é uma demência senil caracterizada por um progressivo declínio da memória e de outras funções cognitivas, decorrentes do processo neurodegenerativo. Atualmente, os fármacos disponíveis para o tratamento da DA, os anti-colinesterásicos (IChEs), visam o aumento da atividade de neurônios colinérgicos, por meio da inibição das enzimas Acetilcolinesterase (AChE) e Butirilcolinesterase (BChE). A BChE pode atuar como substituta da AChE, mantendo e regulando a transmissão colinérgica quando esta enzima está ausente ou com sua atividade comprometida. O objetivo do presente trabalho foi avaliar, através de um estudo caso controle, o efeito dos inibidores colinérgicos sob a atividade da BChE. Foi avaliado a atividade enzimática do plasma de 30 pacientes, prováveis DA, do ambulatório de Disfunção Cognitiva do HC-UFPR, tratados com os IChEs Donepezil (DNP) e Galantamina (GLT) (inibidores reversíveis da AChE) e Rivastigmina (RVG) (inibidor pseudo-irreversível da AChE e BChE). Os pacientes foram pareados por idade e escolaridade com 39 controles. A atividade da BChE nos pacientes tratados com RVG foi 15,27% menor comparada aos controles e 19,86% maior no grupo tratado com GLT do que nos controles. Já o grupo tratado com DNP apresentou atividade similar ao do controle (2,39% menor). A diminuição da atividade com uso da RVG era esperada devido a sua ação na inibição da BChE. Para os inibidores específicos da AChE verificou-se que o DNP, que tem atuação específica em tecido nervoso, não alterou a nível de plasma na atividade da BChE, já os pacientes tratados com GLT apresentaram nível aumentado da atividade, possivelmente pelo efeito de feedback da BChE em substituir a AChE. Comparando a atividade da BChE entre os três grupos, a atividade enzimática do grupo de pacientes tratados com RVG foi menor comparada à média de atividade dos pacientes tratados com GLT e DNP (17,30% e 22,85%, respectivamente). Embora haja uma diminuição da média da atividade enzimática dos pacientes tratados com RVG, a resposta variou muito entre os pacientes (DP=4,35). A heterogeneidade da resposta dos pacientes aos inibidores colinérgicos pode ser devida a outros fatores que afetam a atividade da BChE. Estes dados evidenciam que a medida da atividade da BChE pode ser uma possível variável a ser analisada durante o direcionamento do tratamento, pois embora a inibição da BChE possa melhorar a transmissão colinérgica, a resposta dos pacientes ao medicamento não é homogênea.
Palavras-chave: Doença de Alzheimer, Butirilcolinesterase, Inibidores Colinesterásicos