MARCADORES ORGÂNICOS GEOQUÍMICOS EM AMOSTRAS DE SEDIMENTO DA BAIA DE GUARATUBA, PR: HIDROCARBONETOS POLÍCICLICOS AROMÁTICOS E ALQUILBENZENOS LINEARES

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Aluno de Iniciação CientíficA: Aline Cason Corrêa (PIBIC/CNPq)

Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)

Orientador: César de Castro Martins

Colaborador: Tatiane Combi, Ana Lúcia Lindroth Dauner.

Departamento: Centro de Estudos do Mar

Setor: Setor de Ciências da Terra

Área de Conhecimento: 10803009


RESUMO

A Baía de Guaratuba, localizada ao sul do litoral do Paraná (25°52'S, 48°38'O), possui reservas preservadas de Mata Atlântica, portanto, esta sobre uma Área de Proteção Ambiental. Por estar próxima a Baía de Paranaguá e da região metropolitana de Curitiba, além do crescente aumento populacional e turístico na região, a Baia está sujeita a impactos antrópicos como a introdução de esgotos e hidrocarbonetos do petróleo. Os esgotos são um dos principais causadores de contaminação em ambientes aquáticos, pois além de poder causar eutrofização, possuem vários outros contaminantes como metais e os hidrocarbonetos. Essas substâncias também são encontradas no petróleo, na queima de combustíveis fósseis e de biomassa vegetal podendo causar danos ao ecossistema e a saúde humana, devido ao potencial tóxico e mutagênico. O objetivo deste trabalho foi avaliar a distribuição dos hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPAs) e dos alquilbenzenos lineares (LABs) ao longo de 11 pontos distribuídos na Baía de Guaratuba, PR, comparando com dados pretéritos de hidrocarbonetos alifáticos (HAs) a fim de avaliar um possível quadro de contaminação ambiental. Em outubro de 2010 foram coletadas amostras de sedimento que após o processamento inicial (secagem, maceração, extração e purificação), foram analisadas em um cromatógrafo gasoso acoplado a um espectrômetro de massa (GC-MS). As concentrações dos HPAs variaram de 6,37 a 175,10 ng.g-1 (média: 44,9 ± 44,1 ng.g-1) e dos LABs ficaram entre 2,79 e 29,00 ng.g-1 (9,97 ± 7,14 ng.g-1), ambos marcadores apresentando uma concentração maior na porção central da Baía de Guaratuba. Os HPAs encontrados foram associados a origem petrogênica, combustão de biomassa vegetal e de derivados de petróleo, e também de fontes naturais. Os LABs apresentaram origem recente e predominância dos LABs com cadeia de onze átomos de carbono. Apesar da presença de compostos petrogênicos e dos LABs estarem presentes em todos os pontos, as concentrações foram baixas se comparadas a outros locais sujeitos a atividades humanas, como Baía de Santos (HPAs: 80 a 42.390 ng.g-1 e LABs: 25,3 a 430,6 ng.g-1) e a Lagoa dos Patos (HPAs entre 37,7 e 11.779,9 ng.g-1 e LABs de 3,2 a 1601,9 ng.g-1) considerados com índices de média a alta contaminação. As concentrações foram próximas ao do Canal de São Sebastião com valores de HPAs entre 20,4 e 200,3 ng.g-1 e LABs de nd a 27,7 ng.g-1, não havendo características de contaminação na Baía de Guaratuba. Entretanto, para uma melhor caracterização do estado de contaminação por efluentes domésticos, marcadores orgânicos de contaminação fecal, como o coprostanol estão sendo estudados.

Palavras-chave: Hidrocarbonetos, Sedimento, Baía de Guaratuba