RESUMO

Tomando como ponto de partida os espaços lúdicos da escola, observamos que não se caracterizam como mera estrutura física, mas estabelecem influências em seus usuários e vice-versa, estabelecendo assim uma relação dialética e histórica fazendo-nos notar que o estudo da composição dos espaços faz-se importante para um entendimento de nossa sociedade. Estamos investigando os espaços físicos destinados a vivências lúdicas no ambiente escolar de uma instituição de ensino particular da cidade de Curitiba, buscando analisar como estes espaços estão estruturados, bem como entender melhor quais relações os alunos estabelecem com os mesmos, pois entendemos as experiências lúdicas como possibilidades da crítica da vida cotidiana. Para isso, foram utilizados os seguintes procedimentos metodológicos: (1) retomada dos dados obtidos em 2011 com a pesquisa num colégio da rede estadual em Curitiba; (2) aproximação e efetivação da parceria com o colégio particular; (3) visita técnica, com aplicação de um Protocolo de Observação piloto, desenvolvido pelo GEPLEC; (4) reformulação do Protocolo; (5) aplicação do Protocolo de Observação reformulado; (6) aplicação de 41 questionários, com alunos do turno da manhã, de 6º ano de ensino fundamental à 2ª Série do Ensino Médio e (7) tabulação dos dados e análises iniciais. Os passos finais da pesquisa que estão em andamento consistem no (8) aprofundamento da análise de dados já coletados, a fim de obter subsídios para estabelecer as relações entre as duas realidades; (9) observação sistemática das práticas lúdicas dos intervalos, para investigar as formas de apropriação/utilização destes espaços e (10) entrevistas com integrantes da comunidade escolar, com o intuito de verificar suas opiniões e possíveis sugestões para os espaços. Procuramos relacionar duas realidades, uma pública e outra privada, buscando compreender as proximidades e distanciamentos quanto aos espaços lúdicos das escolas utilizados nos tempos disponíveis dos alunos, propondo novas formas de utilização e adequação destes espaços no cotidiano escolar. Em relação aos estudos dos espaços das escolas, inferimos a necessidade de propiciar ao aluno que ele se sinta pertencente a esses espaços, transformando-os em lugares. Segundo Tuan (1983, p.3) "o espaço permanece aberto, sugere futuro e convida à ação. O espaço fechado e humanizado é lugar". Assim, "o que começa como espaço indiferenciado transforma-se em lugar à medida que o conhecemos melhor e o dotamos de valor" (RECHIA, 2003, p.63).

Palavras-chave: Escola, Espaços, Lúdico