RESUMO

Os alimentos consumidos pelas crianças nos dois primeiros anos de vida são de extrema importância para a definição de hábitos alimentares saudáveis que perpetuam por toda a vida. Da mesma forma, muitos são os fatores que influenciam o consumo alimentar e o estado nutricional do individuo na ocorrência de doenças crônicas não transmissíveis. Desta forma, o presente estudo tem como objetivo descrever o perfil socioeconômico, demográfico e comportamental, bem como a introdução de alimentação complementar e dados antropométricos em crianças menores de dois anos de Centros Municipais de Educação Infantil (CMEI) do município de Colombo – PR. Para tal, foi utilizado questionário de Marcadores de Consumo do Sistema de Vigilância Alimentar e Nutricional, além de coletados dados de peso e estatura de 39 crianças de cinco CMEIs. Além disto, foram levantados dados referentes a: tipo de parto, peso ao nascer, uso de chupeta e mamadeira, idade da mãe, participação da família no programa Bolsa Família e se a criança em estudo era a primogênita. A amostra é composta por 87,5% de não beneficiários do bolsa família, sendo 62,5% não primogênitos. Os nascimentos por parto normal foram de 51,3%, e o peso médio ao nascer foi de 2948,8 kg. A idade média das mães das crianças foi de 27,72 anos. O uso de mamadeira foi frequente em 96,9% das crianças e de chupeta em 62,5%. O consumo de frutas, verduras/legumes, carne e feijão no dia anterior foi de 92,3%, 89,2%, 84,2% e 89%, respectivamente, enquanto a ingestão de refrigerante foi de 48,7%, suco industrializado 76,3%,mel/melado/açúcar 28,9% e mingau ou leite engrossado 64,1%. O consumo de papa salgada foi de 41,0% e de comida de panela no jantar de 92,3%, enquanto 20,5% da amostra alimentou-se assistindo televisão. A quantidade de crianças que consumiu mais de dois copos ou mamadeiras de leite no dia anterior ao estudo foi de 51,4%. Os dados antropométricos indicaram que 51,3% das crianças estavam eutróficas, enquanto 48% destas apresentavam excesso de peso. Os resultados indicam a introdução precoce de alimentos industrializados e uma prevalência alta de excesso de peso entre as crianças estudadas, demonstrando a necessidade de ações que promovam a saúde entre as crianças que frequentam instituições de ensino desde o inicio de suas vidas.

Palavras-chave: Consumo Alimentar, Alimentação Infantil, Estado Nutricional