RESUMO

A técnica de solos atirantados, comprovadamente eficiente na estabilização de cortes verticais, vem sendo aplicada a mais de 4 décadas. A técnica consiste na implantação gradativa de ancoragens denominadas tirantes com o objetivo de garantia da estabilidade de cortes verticais. Os tirantes se distinguem dos demais tipos de ancoragens por possuírem um comprimento livre de ancoragem ao longo da massa de solo a ser contida. Os tirantes por sua vez, podem ser classificados em ativos e passivos. Os tirantes ativos são caracterizados pela aplicação de uma carga denominada carga de protensão. Os tirantes passivos por sua vez, receberão carga conforme a mobilização de tensões na massa de solo. A força de protensão elimina a necessidade da mobilização do solo para o acionamento do tirante, mantendo o estado de tensão da massa de solo muito próximo do repouso (deformações horizontais iguais a zero). Para o dimensionamento dessas estruras é importante o estudo sobre todas as condições de contorno que as envolvem, sendo elas: rigidez do paramento, estimativa dos empuxos mobilizados e processo construtivo. Os empuxos mobilizados serão sempre função do deslocamento do paramento. O objetivo do presente trabalho é comparar as estimativas de desempenho de uma cortina hipotética utilizando-se os modelos de Winkler e MEF bidimensional. Em ambos os modelos o solo é considerado elástico linear. As ferramentas numéricas utilizadas para esse estudo comparativo foram as plataformas do Ftool e do GeoStudio. A adoção dos modelos para descrição do comportamento do paramento da estrutura foi possível após a obtenção dos parâmetros de entradas que foram estimados a partir de ensaios de cisalhamento direto e de adensamento. Comparando-se os resultados das duas ferramentas numéricas observou-se uma semelhança entre as deformadas obtidas, descrevendo então satisfatóriamente o comportamento da estrutura.

Palavras-chave: Solos atirantados, Condições de Contorno, Ferramentas Numéricas