EFEITO DA SUPLEMENTAÇÃO COM ÓLEO DE PEIXE SOBRE FATORES PRÓ-INFLAMATÓRIOS NA GERAÇÃO F1 PROMOVIDA PELA EXPOSIÇÃO PRÉ-NATAL AO LIPOPOLISSACARÍDEO

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Aluno de Iniciação Científica: Isabela Menezes (Pesquisa voluntária)

Curso: Medicina (MT)

Orientador: Anete Curte Ferraz

Colaborador: Ana Marcia Delattre

Departamento: Fisiologia

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20702019


RESUMO

Baseados na hipótese de que a causa da doença de Parkinson (DP) é multifatorial e resultante da interação sinérgica de múltiplos insultos, alguns autores começaram a especular que fatores específicos, que ocorreram ainda com o indivíduo intra-utero, podem predispor à neurodegeneração. Estudo em animais demonstrou que a exposição pré-natal ao lipopolissacarídeo de Escherichia coli (LPS), que mimetiza uma infecção bacteriana durante a gestação em humanos, causou uma perda significativa nos neurônios dopaminérgicos da substancia negra parte compacta. Assim, o objetivo foi investigar o efeito lesivo desta toxina administrada num período crítico para o desenvolvimento do sistema nervoso central em associação com a suplementação com ácidos graxos poliinsaturados da família ômega-3 sobre a função cognitiva e a motricidade na geração F1. Para tanto, ratas Wistar com 12 semanas de idade foram divididas em dois grupos: óleo de peixe (OP) que receberam durante a gestação e lactação suplementação diária com 3g/kg de óleo de peixe e grupo controle (C) sem suplementação. No 11º dia de gestação cada grupo foi subdividido em dois e cada rata recebeu, via i.p., injeção com LPS (OP/LPS e C/LPS) na dose de 1ml/kg corporal ou volume idêntico de solução salina (OP/S e C/S). Os filhotes machos, aos 21 dias de vida foram submetidos a teste para avaliação da memória de localização do objeto e campo aberto. Os dados foram avaliados por ANOVA de duas vias seguida pelo pós-teste de Duncan. A injeção de LPS, nas ratas que mantiveram o processo de gestação, reduziu significativamente o número de filhotes por ninhada quando comparado às ratas que receberam injeção de salina (p<0.001); redução que não foi influenciada pela suplementação com óleo de peixe (p=0.85). No teste de memória de localização do objeto, os animais dos grupos OP/S e C/S exploraram mais tempo o objeto cuja localização foi modificada em relação ao objeto referência (p<0,04), e os animais C/LPS exibiram tempos iguais para os dois objetos (p=0,17). No entanto, os animais OP/LPS exibiram aprendizagem semelhante a dos salinas (p<0,005). No teste de campo aberto os animais do grupo LPS exibiram maior velocidade média em relação aos demais grupos (p<0,03), sem apresentar diferença nos demais parâmetros. Assim, pode-se concluir que a exposição pré-natal ao LPS gerou déficit cognitivo, o qual foi revertido pela suplementação com óleo de peixe, possivelmente através de um mecanismo anti-inflamatório.

Palavras-chave: Doença de Parkinson, omega-3, neuroproteção