RESUMO

A biopolpação consiste em um tratamento fúngico prévio de um material lignocelulósico (material fibroso que formam matrizes complexas constituídas de celulose, hemicelulose, lignina, amido, pectina e proteínas) para obter a polpa da celulose. O objetivo da biopolpação é degradar a lignina macromolécula que une as fibras de celulose e tem como objetivo conferir impermeabilidade, rigidez, e resistência a ataques microbiológicos e mecânicos dos tecidos vegetais deixando a celulose intacta. Esse pré-tratamento é realizado por meio da fermentação sólida, que é um processo fermentativo que ocorre na ausência ou quase ausência de água livre, onde o crescimento microbiano e a formação de produtos ocorrem na superfície de substratos sólidos. O material lignocelulósico escolhido foi os resíduos gerados na indústria de processamento da palma oleaginosa ou dendezeiro (Elaeis guineensis), por ser rico em material lignocelulósico, de fácil e barata obtenção: para cada tonelada de óleo de dendê produzido, produz-se a mesma quantidade em resíduo (EMBRAPA). Para a realização do projeto, foram utilizados 20 (vinte) cepas de fungos, sendo alguns isolados do cacho da palmeira, que são possíveis produtores de enzimas lignolíticas, e também fungos do banco de cepas do Laboratório de Processos Biotecnológicos da Universidade Federal do Paraná. O objetivo do projeto é saber qual das espécies fúngicas produz a melhor enzima, definida como tendo alta atividade de catálise de lignina com mínima degradação da polpa da celulose. A eficiência dos fungos é determinada por meio das atividades enzimáticas da celulase e lacase. Após a definição da melhor cepa, e da produção da enzima, ocorrerá a extração da polpa da celulase. A polpa de celulase é muito utilizada na indústria de papel, mas no presente projeto ela será utilizada para a produção de etanol de segunda geração.

Palavras-chave: Biopolpação, Palma, Celulose