CARACTERIZAÇÃO DA DISPERSÃO DE ÓLEO NO MEIO MARINHO

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Aluno de Iniciação Científica: Tábata Fernanda Vilas Boas de Miranda (PIBIC/UFPR-TN)

Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)

Orientador: Marcelo Sandin Dourado

Co-Orientador: Audalio Rebelo Torres Junior

Departamento: Centro de Estudos do Mar

Setor: Setor de Ciências da Terra

Área de Conhecimento: 10000003


RESUMO

Neste trabalho a dispersão de óleo na superfície do mar foi analisada através do uso de modelos numéricos. Para a caracterização dos cenários será utilizado o modelo numérico de circulação oceânica Princeton Ocean Model (POM), criado pela Universidade de Princeton, juntamente com os modelos de dispersão de poluentes Automated Data Inquiry for oil Spills (ADIOS 2) desenvolvido pela NOAA e o modelo de trajetória de óleo Lagrangeano desenvolvido pelo Laboratório de Modelagem de Processos Marinhos e Atmosféricos LAMMA da UFRJ. Como análises preliminares foram realizados testes com o modelo de dispersão de óleo ADIOS 2. Diferentes tipos de óleos, velocidades do vento, temperatura e salinidade, foram inseridos no modelo para verificar possíveis alterações na dispersão e na evaporação de uma tonelada de óleo derramada na superfície do mar. Com base na escala de densidade dos líquidos derivados do petróleo (API), observa-se que quando um óleo de maior API (menor densidade) é derramado, este evapora em maior velocidade comparada a um óleo de menor API (maior densidade). Ao final de 5 dias de simulação o óleo menos denso evaporou cerca de 85%, enquanto que a taxa de evaporação foi de apenas 24% para o óleo de maior densidade. Em relação ao vento o modelo ADIOS 2 considera o processo de dispersão apenas para velocidades do vento acima de 2,5 m/s. Testes com a temperatura e salinidade mostraram que com a diminuição da temperatura a evaporação também diminui, o mesmo acontece quando são impostos menores valores de salinidade, porém em menor proporção mostrando que a influência da salinidade na evaporação é mínima. Com o uso do modelo POM, foram criados cenários com diferentes velocidades de vento, para verificar a influencia deste na Baía de Guanabara (BG). Observou-se que não há influência do vento na BG, sendo esta dominada pela maré. Este fato pode ser também confirmado pela análise da energia cinética, que respondeu diretamente ao ciclo de maré. O modelo de trajetória de óleo Lagrangeano mostrou que o óleo acompanha as correntes de maré. Sendo também validado através de comparações entre as trajetórias de óleo calculadas pelo modelo e trajetórias de derivadores lançados na BG em campanhas do Projeto BG.

Palavras-chave: Modelagem Numérica, Dispersão de Óleo, Baía de Guanabara