OSCILAÇÕES INTERDECADAIS DA PRECIPITAÇÃO DE OUTONO E SUA INFLUÊNCIA SOBRE A FREQUÊNCIA DE EVENTOS EXTREMOS DE PRECIPITAÇÃO NA AMÉRICA DO SUL.

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Aluno de Iniciação Científica: Rodrigo Branco Rodakoviski (CNPq-Balcão)

Curso: Engenharia Ambiental (MT)

Orientador: Alice Marlene Grimm

Departamento: Física

Setor: Setor de Ciências Exatas

Área de Conhecimento: 10703004


RESUMO

Este estudo tem como objetivo a caracterização das oscilações interdecadais da precipitação sobre a América do Sul durante o outono e seu impacto sobre os eventos extremos. São utilizados dados de chuva da Agência Nacional de Águas e de serviços meteorológicos de outros países do continente, no período 1950-2008. São feitas médias de totais mensais de precipitação em quadrículas de 2,5º (latitude e longitude) e médias de totais diários em quadrículas de 1,0º (latitude e longitude). Dados mensais são utilizados para a determinação de modos de variabilidade interdecadal, enquanto os dados diários são usados na identificação de eventos extremos de precipitação. Para determiná-los, são calculadas médias móveis de três dias e aos dados de cada dia do ano é ajustada uma distribuição gamma. Percentis maiores ou iguais a 90 são considerados extremos, sendo contabilizado o número de ocorrências em cada mês, de modo a montar séries de números de eventos extremos. Para estudar a relação da variabilidade interdecadal com a temperatura superficial do mar (TSM), é utilizado o conjunto de dados de TSM do Hadley Center (UK), interpolados para quadriculas de 5,0º (latitude e longitude). Foram feitas análises de componentes principais (ACP) das séries de precipitação, eventos extremos e TSM, nas quais é utilizado um filtro gaussiano para reter oscilações interdecadais. São gerados modos de variabilidade rotacionados para cada mês, estação, para o ano e para meses corridos, obtendo-se gráficos de factor scores (mostrando a distribuição temporal da variabilidade) e de factor loadings (mostrando a distribuição espacial). Para alguns modos selecionados, são feitas composições de anomalias de parâmetros atmosféricos e oceânicos para fases opostas: positiva, quando o desvio padrão dos factor scores é maior que +0,7, e negativa, quando o desvio padrão é menor que -0,7. São também correlacionados os modos de precipitação com TSM e eventos extremos, e modos de TSM com precipitação e eventos extremos, para fazer uma verificação cruzada da relação entre diferentes variáveis. São identificadas as regiões nas quais os principais modos de variabilidade interdecadal da precipitação de outono possuem mais fortes componentes e são ajustadas distribuições gamma à precipitação diária nestas regiões durante fases positivas e negativas de tais modos, para que possa ser analisada também a influência da variabilidade interdecadal sobre a distribuição de chuva diária. Os resultados mostram impacto significativo dessa variabilidade sobre a frequência de eventos extremos em várias regiões.

Palavras-chave: Interdecadal, Eventos Extremos, Análise de Componentes Principais