ANÁLISE DE OXIGÊNIO DISSOLVIDO E DIÓXIDO DE CARBONO NA INTERFACE AR-ÁGUA NO EIXO LESTE-OESTE DO COMPLEXO ESTUARINO DE PARANAGUÁPARANÁ-BRASIL
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Aluno de Iniciação Científica: Laís Fabiana Oliskovicz (PIBIC/CNPq)
Curso: Oceanografia - Pontal do Paraná (MT)
Orientador: Eunice da Costa Machado
Colaborador: Bruno Libardoni, Joana Carneiro de Campos
Departamento: Centro de Estudos do Mar
Setor: Setor de Ciências da Terra
Área de Conhecimento: 10803025
RESUMO
Este estudo teve como finalidade caracterizar o metabolismo pelágico no eixo Leste-Oeste do Complexo Estuarino de Paranaguá (CEP), e avaliar se este sistema atua como fonte ou sumidouro de CO2. Foram efetuadas duas campanhas amostrais em julho de 2012, durante o período de maré de sizígia. A primeira foi realizada no começo do mês, cobrindo a maré enchente e a vazante, e a segunda ocorreu no último dia do mês, durante a vazante. As medições da temperatura, salinidade e pH foram obtidas in situ. Alíquotas para determinar a alcalinidade foram fixadas e analisadas posteriormente em laboratório. O CO2 total foi determinado com base nos dados de alcalinidade, pH, salinidade e temperatura, utilizando um modelo de interações iônicas. Na primeira amostragem a salinidade variou de 4,5 a 30, os valores para a temperatura se mantiveram entre 20°C e 22°C e o pH oscilou de 7,3 à 8,0. Já na segunda amostragem a variação da salinidade foi menor (15 a 30), a temperatura permaneceu constante (17ºC) e o pH variou de forma similar (7,3 a 8,0). Os dados de incidência do vento foram usados para avaliar as interações na interface ar-água, através do coeficiente de transferência obtido por meio da velocidade do vento. Os fluxos de CO2 foram calculados a partir da diferença entre os teores de subsuperfície e de equilíbrio atmosférico e extrapolados para escalas diária e anual do metabolismo no eixo Leste-Oeste do CEP. Houve uma diminuição significativa nos valores de alcalinidade desde a desembocadura da baía, do setor externo para o interno, devido ao aumento do aporte fluvial adentrando o CEP. A saturação do CO2 mostrou um gradiente crescente da região externa para a interna, associado ao aporte dos manguezais e dos rios, ricos em matéria orgânica. A saturação do oxigênio dissolvido (O.D) apresentou um gradiente decrescente ao longo do estuário, mas com um aumento no setor médio, que pode estar associado ao acréscimo nas atividades fotossintéticas. As variações nas concentrações de CO2 e OD observadas ao longo do estuário estão associadas aos processos de produção e mineralização da matéria orgânica, bem como a maior ou menor disponibilidade de luz e a drenagem continental. Estes resultados permitem inferir que, o metabolismo ao longo do eixo Leste-Oeste pode ser considerado predominantemente heterotrófico e que no decorrer deste período de amostragem, o sistema atuou como fonte líquida de CO2 para a atmosfera, com valores de CO2 acima de 100% de saturação.
Palavras-chave: Metabolismo, Fluxos de CO2 na Interface Ar-água, Estuário Subtropical