Escrita, oralidade, e demais leituras – uma perspectiva de ensino.

Autor(es): Thais Cristina de Souza; Franciele Cruz; Sueelem Witsmiszyn

Professor(es) orientador(es) do projeto: Gesualda Rasia

Atividades formativas: PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

Curso: Letras - Português (N)


RESUMO

O que significa ensinar português para os falantes de português?' A indagação propõe o tema principal do subprojeto PIBID Língua Portuguesa 2011 que por sua vez, conduz suas atividades aplicadas no 9º ano na – E. E, Ermelino de Leãono qual nós, graduandos em Letras da UFPR, da modalidade de licenciatura, propomos atividades de leitura interpretação, escrita e análise linguística. Dentre as quais, destacamos como exemplo a unidade didática "poesia e língua(gem)". A proposição desta unidade visa, essencialmente, à construção da aula de língua portuguesa como espaço de reflexão sobre a língua como realidade dinâmica, historicamente constituída, em contraposição às abordagens que a concebem mais centradamente como estrutura submissa a regulamentações de uso. Para tanto, utilizamo-nos do poema "Coisas do meu sertão"de Patativa do Assaré. A abordagem foi feita de modo dialógico com os alunos, considerando a importância do poeta para a riqueza cultural brasileira, e logo após, transpassando para os aspectos linguísticos presentes no poema, para então propulsionar discussões referentes aos conceitos de regionalismos e dialetos, a importância da produção artística como voz de um povo, e seu contraponto diante de saberes institucionalizados como: o respeito à norma, o ensino de gramática na escola, além de oportunizar uma reflexão sobre o que chamamos de preconceito linguístico. Diante disso, a atividade visou quebrar possíveis paradigmas historicamente arraigados acerca do conceito de língua e do ensino de língua, que impossibilitam as proporções amplas e complexas que envolvem a sua composição, visto que a língua não está embasada na gramática – esta que paira sobre o imaginário estudantil – mas sim, é um instrumento complexo, que funciona, sim, a partir de regras, inclusive nas variedades estigmatizadas, tidas como não formais. Sendo assim, o projeto oportuniza ao contexto da educação básica esclarecimentos e discussões que são realizadas no âmbito acadêmico, tornando o espaço escolar mais democrático e provedor de acesso ao contato com diferentes perspectivas e opiniões, ampliando e fomentando nos educandos o respeito pela sua variante linguística, enfatizando claramente qual a importância da apreensão da norma ensinada na escola, proporcionando a (des)construção de suas identidades, pela língua. Desejando que na concepção de um novo olhar sobre a língua, nasça também, um indivíduo emancipado, crítico e efetivo em nossa sociedade.

Palavras-chave: Variações linguísticas, Oralidade, Leitura