CARACTERIZAÇÃO DO SUPRESSOR DE TUMOR RECK EM MICRODOMÍNIOS DE MEMBRANA RESISTENTES À AÇÃO DE DETERGENTES (DRMS) EM MODELO TUMORIGÊNICO HUMANO
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Aluno de Iniciação Científica: Hennrique Taborda Ribas (PIBIC/CNPq)
Curso: Farmácia (MT)
Orientador: Sheila Maria Brochado Winnischofer
Colaborador: Thiago Jacomasso
Departamento: Bioquímica
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 20800002
RESUMO
O melanoma é um tumor que se caracteriza pela alta capacidade de sofrer metástase, processo que depende de enzimas proteolíticas como as metaloproteinases de matriz (MMPs). RECK é uma glicoproteína ligada covalentemente a membrana celular por molécula de glicosilfosfatidilinositol (GPI), que inibe, pelo menos, três dessas metaloproteinases de matriz: MMP-9, MMP-2 e MT1-MMP. Sabe-se que o gene RECK codifica para diferentes transcritos alternativos e que o aumento dos níveis do transcrito denominado RECKB pode estar relacionado com o fenótipo mais agressivo do melanoma, porém sua regulação e função ainda não são conhecidas. A proteína RECK está normalmente presente em microdominios funcionais de membrana resistentes à ação de detergentes (DRMs) e, de forma interessante, sabe-se que algumas proteínas estão preferencialmente associadas a DRMs em diferentes graus de malignidade do melanoma. Diante do exposto acima, os objetivos deste trabalho foram primeiramente propor um protocolo de separação de DRMs e avaliar como o transcrito alternativo RECKB e a droga sinvastatina influenciam na localização da proteína RECK na membrana plasmática. Para a purificação das DMRs o extrato protéico das linhagens utilizadas (célula de melanoma humano metastático 1205Lu; célula de glioblastoma humano U87MG) foi submetido à centrifugação em gradiente de sacarose. Os resultados confirmam a purificação das frações DMRs, com marcação específica para a proteína controle flotilina. Para avaliar a possível modulação da localização da proteína RECK canônica pela sua isoforma alternativa utilizou-se células 1205Lu que superexpressam RECKB em comparação com células controle, 1205Lu que expressam somente o EGFP (vetor vazio). Para avaliação da modulação da localização de RECK pela droga sinvastatina utilizou-se células de glioma U87MG tratadas ou não com sinvastatina. Os resultados mostram que tanto a superexpressão de RECKB como o tratamento com sinvastatina deslocou a proteína RECK canônica das frações DRMs. Pode-se sugerir que o aumento de RECKB leva, em parte, ao fenótipo mais agressivo do melanoma pela sua capacidade em retirar a proteína supressora de tumor RECK do microdominio de membrana. Já a sinvastatina, por se tratar de uma droga capaz de diminuir os níveis de colesterol, mostrou-se capaz de desestruturar os microdomínios funcionais de membrana e deslocar a proteína RECK das frações DMRs. O entendimento de fatores que modulem a localização de RECK na membrana plasmática é de grande importância para o entendimento de sua função como supressora de tumor no meio intracelular.
Palavras-chave: RECK, DRM, melanoma