RESUMO

Acidentes causados por serpentes, no Brasil, são qualificados como problema de saúde pública. Entre os anos 2000 e 2010, foram notificados 280.699 casos em todo o território brasileiro (Sinan/SVS/MS, 2011), muitos destes envolvendo serpentes peçonhentas, como a cascavel sul-americana (Crotalus durissus terrificus). Desta maneira, o presente trabalho busca avaliar os efeitos das toxinas ofídicas – crotoxina e gitoxina – sobre o comportamento, o aprendizado e a memória operacional de ratos Wistar. Divididos em dois grupos: controle (n=10) e experimental (n=9), os ratos (machos pesando 200-250g) sofreram inoculação, via intrapenitoneal (IP), de solução salina e de veneno bruto de cascavel (1200µg/kg), respectivamente. Foram, então, submetidos a testes e re-testes com a duração de cinco minutos, cada, em o labirinto em cruz elevado (LCE) e cinco minutos de intervalo entre as exposições. Os procedimentos foram repetidos após cinco dias, desta vez com a alteração na duração dos intervalos que passaram a ter três minutos. Alterações nos níveis de ansiedade e memória em ratos do grupo experimental foram avaliados. Somente o grupo controle apresentou diferença no tempo de permanência nos braços abertos, entre os dias de exposição ao LCE, evidenciando um possível prejuízo de memória operacional nos animais do grupo experimental. Em termos de número de entradas nos braços, não houve diferença entre os dois grupos, uma vez que foi observado que os animais envenenados não exibiam prejuízos motores que os impedissem de realizar a tarefa. Aprovado pelo Comitê de Ética da Universidade Federal do Paraná (UFPR), sob Certificação Nº537, o estudo pretende ampliar o conhecimento sobre os efeitos das toxinas de Crotalus durissus terrificus ante o comportamento e a memória operacional, em casos de acidente.

Palavras-chave: Labirinto em Cruz Elevado, Toxinas, Ansiedade