RESUMO

Estruturas parentéticas são definidas tradicionalmente, na literatura, como expressões inseridas linearmente em uma sentença. Essas estruturas são relativamente independentes semântica e estruturalmente de suas expressões hospedeiras e parecem estar associadas a fenômenos de natureza fonético-fonológica; nomeadamente, o fenômeno da mudança de tessitura. Estruturas parentéticas é um nome genérico usado para abarcar uma enorme quantidade de fenômenos sintáticos que se manifestam da maneira que acabamos de delinear, o que já demonstra a relativa negligência com esse fenômeno, nos estudos da linguagem. Nosso objetivo, com este trabalho, foi estabelecer o que é dito sobre as estruturas parentéticas (sem um filtro primário, pois o assunto é pouco explorado, o que nos exige considerar todo trabalho sobre o tema, em um primeiro momento), para, então, ao fim, estudar as relações entre sua estrutura sintática e sua realidade fonético-fonológica. Após levantar minimamente os diversos tipos de parentéticas catalogados na literatura, focamos e esmiuçamos nos/os trabalhos de quatro autores/grupos de autores sobre parentéticas de diversos tipos (fixas, flutuantes, orientadas para o sujeito, orientadas para o falante, etc), a fim de sistematizar o que é dito pela literatura sobre tal fenômeno, pelo menos quanto a esses tipos específicos de parentéticas aos quais nos limitamos. Partindo desses trabalhos, montamos nosso experimento constituído de histórias em que os tipos de parentéticas de nosso interesse ocorriam para serem lidas por informantes. Assim, com apoio na fonética acústica, poderíamos verificar como se manifestam (se se manifestam) foneticamente tais estruturas, especificamente quanto aos cinco tipos de parentéticas discutidos em nossas leituras. A partir disso, pretendemos dar início a uma análise da relação dos níveis estrutural/sentencial e fonético-fonológico desses fenômenos; ou seja, contribuir para o estudo da interface sintaxe-fonologia.

Palavras-chave: Parentéticas, Tessitura, Sintaxe-Fonologia