TRABALHO, ESPORTE E LAZER: PRÁTICAS EQUESTRES NO RODEIO
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Aluno de Iniciação Científica: Camila Mariane de Souza (PIBIC/Fundação Araucária)
Curso: Ciências Sociais (M)
Orientador: Meryl Adelman
Departamento: Ciências Sociais
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 70207003
RESUMO
A presente pesquisa, que está em processo de desenvolvimento, integra um projeto mais amplo no qual objetiva-se um estudo etnográfico do mundo dos rodeios associados aos Centros de Tradições Gaúchas (CTGs) e a cultura "campeira" do sul do Brasil, e mais particularmente, aos seus desdobramentos no estado do Paraná. Busca-se, especificamente, compreender o significado do lazer no meio do rodeio para homens e mulheres praticantes do esporte "campeiro", além de identificar particularmente as diferenças de gênero presentes neste universo (o acesso ao tempo-espaço que permite ter "tempo livre"; a relação deste último com o "tempo de trabalho" remunerado e doméstico), ou em outras palavras, como se configura a relação trabalho/lazer/vida familiar para os/as participantes deste meio. A metodologia empregada consiste em um estudo etnográfico com observação participante e entrevistas com os/as participantes da realidade social analisada. O enfoque da pesquisa tentará captar práticas de gênero, cultura, trabalho, lazer e esporte fora dos contextos "urbanos" que geralmente são privilegiados na literatura sociológica. Novas formas de pensar devem acompanhar mudanças na própria vida social, onde as fronteiras entre o rural e o urbano se embaralham cada vez mais. Além disso, pesquisar a relação entre trabalho e lazer é de grande relevância, pois o espaço de lazer vem sendo reconhecido como espaço decisivo na construção das subjetividades e identidades, o que implica na produção e reprodução de valores determinados. Pode-se ainda afirmar que, para grande parte da população trabalhadora, a dimensão do lazer é mais valorizada e dá mais prazer do que a do trabalho, pois naquela há maiores possibilidades de liberdade e escolhas. No entanto, é necessário considerar que o lazer se constitui como tempo privilegiado, tanto para aqueles que se realizam em suas atividades profissionais, quanto para os que apenas trabalham para sobrevivência. O lazer pode ser considerado como bem cobiçado, e sua provável distribuição desigual por gênero pode designar uma desigualdade fundamental em termos de acesso a recursos socialmente valorizados, a espaços de construção da subjetividade, a espaços, bem como tempos destinados à sociabilidade.
Palavras-chave: Lazer, Trabalho, Rodeios e CTGs