A REPRESENTAÇÃO DO NACIONAL, A FORMAÇÃO DA TRADIÇÃO LITERÁRIA E A BUSCA DE UMA DICÇÃO PRÓPRIA LUSO-AMERICANA EM PREFÁCIOS DE ROMANCES DO SÉCULO XIX
1310
evinci/resumo_1310.html
Aluno de Iniciação Científica: Lohanna Machado (Pesquisa voluntária)
Curso: Letras - Português (N)
Orientador: Fernando Cerisara Gil
Departamento: Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas
Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes
Área de Conhecimento: 80206000
RESUMO
Esta apresentação contempla os prefácios e posfácios de um corpus textual maior formado por, além dos gêneros já citados, textos críticos de romancistas e críticos literários, cartas e polêmicas publicados em livro e também textos jornalísticos. A escolha, para esta breve apresentação, pelos prefácios e posfácios que versam sobre a representação do nacional, a formação da tradição literária e a busca de uma dicção própria luso-americana, foi um necessário recorte em meio a um volume de cerca de sessenta textos. Este corpus reunido em um ano de iniciação científica, entre 2012/2013, comporá uma antologia a ser realizada pelo Prof. Dr. Fernando Cerisara Gil. A quase totalidade desse material tem sua publicação situada no século XIX, sendo as exceções do século XX de interesse para o estudo da formação do romance brasileiro no século anterior. Quando falamos aqui do período formador do romance brasileiro, estamos entendendo a questão nos termos formulados por Antonio Candido no livro A formação da literatura brasileira (1975). Isso quer dizer perceber que essa formação se deu por uma experiência literária particular, com uma problemática própria, peculiar. Dessa maneira, a formação do romance rural brasileiro está ligada às tentativas de transplantação, adaptação e reconfiguração da forma romance estrangeira à realidade brasileira. Nesses prefácios e posfácios, em defesa da formação de uma literatura com caráter nacional e de uma língua também com caráter brasileiro, o escritor que mais notadamente se destaca, pela riqueza e volume do material, é José de Alencar. Há textos como a advertência ao romance Ubirajara, que é uma elevação do elemento indiano como personagem chave da literatura nacionalista. Na primeira carta que precede a publicação da peça O Jesuíta, de 1875, Alencar critica o desinteresse dos fluminenses para com as obras nacionais, tudo aplaudindo aos estrangeiros, e ignorando as peças pátrias. No prefácio intitulado "Benção paterna", do romance Sonhos d'ouro, ele se refere à literatura nacionalista brasileira como algo a ser instaurado, conquistado. A questão da linguagem tem destaque em textos como o prefácio à Iracema, a "Carta ao Dr. Jaguaribe", e no prefácio à terceira edição do mesmo livro. Também no "pós-escrito" de Diva e na "Última Carta" da polêmica da Confederação dos Tamoios. Outros autores contemplados são J. S. Quiroga, Bernardo Guimarães e Visconde de Taunay.
Palavras-chave: Formação do Romance no Brasil, José de Alencar, Prefácios