RESUMO

Foram analisados dados do arquivo Zootécnico da Associação dos Caprinocultores do Paraná de animais nascidos de 2002 a 2009 quanto aos registros de cobertura e nascimento e características morfológicas mensuradas no momento da inspeção para fins de registro definitivo da raça Boer. O arquivo de comunicações de nascimento contou com registros de tipo de parto e peso ao nascer de 1.114 cabritos (530 machos e 584 fêmeas) e o de comunicações de cobertura, continha registros do tipo e estação de monta de 2.148 coberturas entre 2002 e 2010, com informações de 660 fêmeas e 202 machos. No momento da inspeção foram mensurados o perímetro escrotal (PE), comprimento de corpo (CC), altura de garupa (AG), comprimento de garupa (CG) e perímetro torácico (PT), cujo arquivo contou com informações de 146 machos e 192 fêmeas. A análise estatística foi realizada pelo procedimento GLM do software SAS e as médias comparadas pelo teste Tukey a 5% de probabilidade. Os tipos de cobertura mais utilizados foram monta controlada (46%) e monta a campo (45%), sendo que a inseminação artificial e a transferência de embriões foram pouco frequentes (8% e 1%, respectivamente). Quanto à época de cobertura, maior frequência foi obtida no verão (19,74%) e outono (15,69%) e, consequentemente, os nascimentos ocorreram no inverno (35,61%) e na primavera (32,55%). Os pesos médios obtidos para machos e fêmeas foram, respectivamente, 3,60 ±0,88 kg e 3,41 ±0,91 kg. As médias de peso dos animais nascidos de partos simples, duplo, triplo e quádruplo foram, respectivamente, 4,01 ±0,96 kg, 3,80 ±0,92 kg, 3,50 ±0,68 kg e 3,20 ±0,47 kg. Notou-se que machos foram mais pesados do que fêmeas, assim como os animais nascidos de partos simples foram mais pesados do que os demais. As médias obtidas para PE, CC, AG, CG e PT foram: 27,87 ±2,54 cm; 77,79 ±6,05 cm; 72,44 ±4,83 cm; 22,26 ±1,88 cm e 87,72 ±8,43 cm, respectivamente. A média de idade dos animais no momento da inspeção foi de 19,95 meses (14,54 meses para machos e 24,91 meses para fêmeas). Dentre os motivos de desclassificação mais frequentes ao nascimento pode-se destacar: mancha no ventre e 6 tetos e, após a inspeção para registro definitivo, os principais motivos foram: 4 e 5 tetos, testículos atrofiados, manchas nos membros, no peito e no úbere. Sugere-se à Capripar que recomende aos criadores à realização de pesagens ao longo do crescimento e a adequada identificação dos grupos de manejo, a fim de possibilitar a quantificação das diferenças genéticas entre os indivíduos que promovam maior velocidade de crescimento e eficiência produtiva.

Palavras-chave: Crescimento, Desclassificação, Reprodução