RESUMO

Um acidente, ocorrido em 2001 e ocasionado pelo rompimento de um trecho da tubulação do oleoduto (Oleoduto Araucária-Paranaguá-OLAPA), que interliga a Refinaria Presidente Getúlio Vargas (REPAR) ao terminal em Paranaguá no litoral paranaense, gerou o vazamento de aproximadamente 57 mil litros de óleo diesel, que foram lançados em rios da Serra do Mar paranaense. O objetivo deste trabalho foi avaliar como a dinâmica reprodutiva de espécies de peixes coletadas nos rios expostos ao óleo se encontrava dez anos após o acidente. Os rios avaliados foram divididos em dois grupos. Os rios do Meio e Sagrado foram considerados Tratamento, por terem sido atingidos pelo vazamento de óleo diesel. Enquanto os rios do Pinto, Passa Sete e Marumbi, que apresentam características fisiográficas, físicas e químicas semelhantes às dos rios impactados, foram considerados Controle, pois os mesmos não foram afetados pelo acidente. Dentre os 1.151 peixes coletados das três espécies consideradas indicadoras neste estudo (Scleromystax barbatus, Mimagoniates microlepis e Rineloricaria sp.), 648 eram fêmeas, 403 machos e 100 classificados como de sexo indeterminado. Para as três espécies analisadas não foram constatadas diferenças estatísticas significativas nas proporções sexuais identificadas no Tratamento e Controle. A partir das análises histológicas das gônadas foi possível classificar os seguintes estádios de maturação das fêmeas: imaturo, em maturação inicial e final e maturo; e para os machos: imaturo, em maturação, maturo e espermiado. Os resultados obtidos evidenciaram que os parâmetros reprodutivos das três espécies avaliadas foram semelhantes entre os ambientes expostos e não expostos ao óleo, indicando que, sob o ponto de vista reprodutivo, não havia mais evidências de impactos ambientais causados pelo acidente em questão.

Palavras-chave: Reprodução, Peixes, Acidentes Ambientais