ATIVIDADE FOTOSSINTÉTICA DE LAGUNCULARIA RACEMOSA E RHIZOPHORA MANGLE EM UM GRADIENTE DE SALINIDADE

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Aluno de Iniciação Científica: Guilherme de Souza Nogueira (PIBIC/CNPq)

Curso: Ciências Biológicas (M)

Orientador: Maria Regina Torres Boeger

Co-Orientador: Letícia Larcher de Carvalho

Departamento: Botânica

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20303033


RESUMO

Define-se manguezais como ecossistemas costeiros localizados em regiões tropicais e subtropicais do mundo, ocupando áreas de entremarés nos quais se observa uma exigência estrutural e fisiológica dos organismos. A vegetação é caracterizada por uma baixa diversidade de espécies arbóreas. No sul do Brasil ocorrem as seguintes espécies: Avicennia schaueriana (Acanthaceae), Laguncularia racemosa (Combretaceae) e Rhizophora mangle (Rhizophoraceae). As espécies de mangue necessitam ajustar a sua fisiologia devido às condições ambientais extremas, como solos alagados, baixas concentrações de oxigênio e salinidade variável. Diferentes mecanismos adaptativos são apresentados por essas plantas, tais como raízes aéreas, e de sustentação, produção de propágulos e viviparidade, glândulas de sal foliares e estratégias de exclusão e compartimentalização de sais. O objetivo deste estudo foi caracterizar os padrões fotossintéticos de Laguncularia racemosa e Rhizophora mangle em condições de salinidade representadas por duas áreas de manguezais, Antonina e Guaratuba, Paraná. Quinze indivíduos, por espécie, por área foram selecionados, totalizando 30 indivíduos analisados em cada estuário. Em cada indivíduo, folhas mais expostas dos ramos foram analisadas quanto às trocas gasosas com um sistema aberto portátil de fotossíntese, IRGA, modelo CI-340 (BioScience). As variáveis analisadas foram: PAR (Luz Fotossinteticamente Ativa), Pn (Taxa fotossintética), WUE (Uso Eficiente da Água), E (Taxa de Transpiração) e C (Condutância Estomática). Para comparar os valores médios dos parâmetros entre as espécies, foi realizada análise de variância (ANOVA), seguida de comparações a posteriori utilizando teste Tukey. Comparando-se as duas espécies presentes na mesma área, observou-se que, em Antonina, as espécies apresentaram valores semelhantes de Pn e WUE. Em Guaratuba, não houve diferenças significativas entre as variáveis estudadas. Quando compara-se a mesma espécie entre as duas áreas de estudo, L. racemosa apresentou apenas diferença para Pn. Para R. mangle, foram observadas diferenças para os valores médios de Pn, E e C. Os resultados indicaram que as espécies apresentaram diferentes padrões fotossintéticos, sendo que essas diferenças são mais marcantes em R. mangle. Possivelmente, essas diferenças ocorram em função da salinidade e mecanismos de exclusão e compartimentalização de sais.

Palavras-chave: Fotossíntese, Mangue, Salinidade