AVALIAÇÃO DE EXTRATOS DE ARTEMISIA ANNUA COMO CANDIDATOS A FITOTERÁPICOS ANTIPARASITÁRIOS
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Aluno de Iniciação Científica: Helena Baggio Soares (Pesquisa voluntária)
Curso: Medicina Veterinária - Curitiba (MT)
Orientador: Marcelo Beltrão Molento
Colaborador: Amanda Becker, Lew Kan Sprenger, Úrsula Yoshitani
Departamento: Medicina Veterinária
Setor: Setor de Ciências Agrárias
Área de Conhecimento: 50502042
RESUMO
Na produção de aves, as doenças parasitárias, em especial a eimeriose, causam diminuição da produção dos animais além de grandes perdas econômicas. Na produção convencional de aves, o animal recebe antibióticos e anticoccidianos durante os dias em que permanece na granja, até seu abate, o que leva à seleção de organismos resistentes, dificultando o controle dessas doenças. Já na produção orgânica, o animal não recebe nenhum tipo de antiparasitário comercial; o combate ou prevenção aos parasitas se dão através da fitoterapia, com plantas como orégano, canela e eucalipto, por exemplo. Por esse motivo foi importante descrever os componentes encontrados nos diferentes extratos obtidos a partir da mesma amostra de Artemisia annua e analisar a possibilidade da aplicação desses extratos para o controle da contaminação ambiental causada por Eimeria sp., visando uma análise de sua eficácia. Para isso, foram produzidos três tipos diferentes de extratos: Aquoso (Aq.), hidroalcoólico de 7 dias (H.7) e hidroalcoólico de 30 dias (H.30). Os extratos foram analisados com a marcha fitoquímica completa; dosagem de artemisinina em HPLC; dosagem de fenóis totais; ensaios de atividade antioxidante pelos métodos do DPPH, poder redutor e captação do radical NO e ensaio de toxicidade da artemisinina frente a Artemia salina. Após a determinação da citotoxicidade do extrato, realizou-se um experimento no local de permanência das aves, que encontrava-se naturalmente contaminado. Neste local foram aspergidos, em triplicata e de maneira aleatória, 600 mL dos extratos em diferentes concentrações (6; 9 e 12 mg/mL-1) e coletadas triplicatas de 10 cm2 de cada local, aleatoriamente, nos tempos: 0; 3; 6; 24; 48; e 72 horas após a aplicação dos extratos. O extrato H.7 na concentração de 12 mg/mL-1 apresentou eficácia entre 44,25 a 40,71%, sendo esta semelhante estatisticamente a eficácia do H.30 (42,53-37,93%). Já o extrato aquoso apresentou o menor efeito (28,57-23,81%), também nesta dosagem. Nas outras concentrações a eficácia foi ainda menor, nos três casos. Os exames bioquímicos demonstraram um grande número de compostos com propriedades anticoccidianas. O exame de toxicologia demonstrou que os três extratos possuem baixa toxicidade, não sendo os mesmos tóxicos ao meio ambiente. Apesar da eficácia não ser superior a 45%, os resultados obtidos neste trabalho são de grande valor, tendo em vista a magnitude da enfermidade em questão e da dificuldade em se destruir oocistos de Eimeria.
Palavras-chave: Eimeriose, Fitoterapia, Artemisia annua