Associação entre tabagismo, haplótipos HLA-A, -B e -DR e genes de receptores olfatórios
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Autor(es): Leonardo Leite Ferraz de Campos
Professor(es) orientador(es) do projeto: João Carlos Marques Magalhães; Pablo Sandro Carvalho Santos
Atividades formativas: Projetos de Ações Afirmativas (Bolsa Permanência)
Curso: Ciências Biológicas (N)
RESUMO
O hábito tabagista, grave ou moderado, parece sofrer influência de fatores genéticos (herdabilidade de 60%), tendo sido encontradas evidências de genes associados em diversas regiões do genoma, incluindo os achados de FÜST et al, em 2004, que descrevem associação com haplótipos da região genômica do HLA (antígenos leucocitários humanos), possivelmente devido ao forte desequilíbrio de ligação desta com genes de um cluster de receptores olfatórios (OR) da mesma região cromossômica. SANTOS e cols, em 2008, encontraram evidências de associação com o haplótipo HLA A1-B8-DR3 e um receptor OR (gene: OR12D3, SNP: rs3749971). O presente trabalho tem por objetivo investigar a frequência daquele e de outros haplótipos HLA e sua relação com o tabagismo na população paranaense. A amostra (n = 74144; fumantes =13019; não-fumantes =61125) provém do banco de dados de doadores voluntários de células tronco hematopoiéticas do LIGH (Laboratório de Imunogenética e Histocompatibilidade da UFPR), previamente genotipado para os loci HLA-A, -B e -DR, em baixa/média resolução pela técnica SSO. As frequências haplotípicas foram estimadas pelo método da maximização de expectativas, usando o programa Arlequin®, versão 3.5. A análise de associação foi feita por Odds Ratio para cada haplótipo, utilizando o suplemento SNP_tools do programa EXCEL®. Para evitar associações espúrias, novas análises foram feitas dividindo-se a população por etnia, sexo e idade, buscando associações consistentes em todas as subpopulações. Dos 14540 haplótipos encontrados, 188 apresentaram Odds Ratio significativo nos dois sexos, sendo 18 associações positivas (mais frequentes em fumantes) e 170, associação negativas (mais frequentes em não fumantes). Além da associação já conhecida, apenas o haplótipo A24-B7-DR1 apresentou associação consistente em todos os subgrupos. Os Odds Ratios (or) e intervalos de confiança (IC) para o total da amostra foram: homens, or = 1,618; IC = [1 2,59]; mulheres, or = 1,712; IC = [1,13 2,59]. Este é o segundo haplótipo possivelmente associado ao tabagismo e também está em associação positiva, podendo ser um fator de risco na aquisição do hábito. Os resultados mais significativos ocorreram entre os "brancos", grupo escolhido para se investigar as relações entre os SNPs das regiões HLA-A e OR, a partir de dados de genotipagem disponíveis no banco de dados HapMap. Resultados preliminares indicam que o alelo HLA-A24 parece estar significativamente associado a algum alelo OR.
Palavras-chave: HLA, Receptores Olfatórios, Tabagismo