RESUMO

A avaliação psicológica de novos condutores no Brasil é exigida pelo Código de Trânsito e pela Resolução 267 do Conselho Nacional de Trânsito (CONTRAN). A escolha do tema avaliação psicológica justifica-se pelo baixo número de estudos na área. A lei indica que a avaliação psicológica dos candidatos a Carteira Nacional de Habilitação deve verificar os seguintes processos psíquicos: tomada e processamento de informação, tomada de decisão, traços de personalidade, como também o comportamento dos indivíduos e sua autoavaliação. Esta pesquisa tem como objetivo investigar como as avaliações preconizadas pelo CONTRAN estão atualmente sendo realizadas pelos psicólogos em clínicas credenciadas ao Departamento Estadual de Trânsito (DETRAN) de seus respectivos estados, e a relação da avaliação realizada pelos psicólogos com a Resolução 267. Em um estudo anterior, psicólogos do trânsito indicaram o meio pelo qual conduzem a avaliação psicológica de novos condutores, havendo indicado os testes e outros métodos que utilizam para mensurar cada um dos construtos requeridos pela resolução do CONTRAN. Este trabalho investiga se tais testes de fato mensuram o que os psicólogos propõem a avaliar por meio deles, como também verifica se há testes específicos sugeridos pelos DETRANs de diferentes estados para a realização de tal avaliação. Os resultados indicam que há uma grande variedade de testes utilizados na avaliação de futuros condutores. Atualmente, a grande maioria dos estados não interfere na escolha dos testes para a avaliação, no entanto, os testes devem estar validados para o uso no país. Muitos dos testes mais popularmente utilizados pelos psicólogos consistem em testes gerais, não sendo específicos para o uso no trânsito e tampouco dispõem de estudos de validação específica para a avaliação de condutores.

Palavras-chave: Psicologia do Trânsito, Avaliação de Condutores, Avaliação Psicológica