Leitura e interpretação no Ensino de Física: os discursos de autoria de estudantes do ensino médio a partir da articulação de diferentes linguagens

Autor(es): Edimara Fernandes Vieira

Professor(es) orientador(es) do projeto: Sérgio Camargo

Atividades formativas: PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

Curso: Física (Licenciatura) (N)


RESUMO

Este trabalho foi articulado no âmbito do PIBID de Física da UFPR e desenvolvido com estudantes do 1º e 2º ano do ensino médio de duas Escolas Públicas do Estado do Paraná. Teve como objetivo analisar a dinâmica de linguagens distintas das usualmente utilizadas no ambiente escolar para o ensino de física e identificar os discursos de autoria desenvolvidos pelos estudantes. Esta proposta buscou apresentar aulas centradas em textos de divulgação científica, vídeos midiáticos e histórias em quadrinhos como linguagens significativas no processo de aprendizagem. Este estudo contou com duas abordagens, a primeira desenvolvida com a turma de 1º ano objetivou a apresentação, leitura e interpretação de um texto de divulgação científica e a segunda, desenvolvida com a turma de 2º ano objetivou a apresentação, leitura e interpretação de um vídeo midiático. Assim, buscou-se identificar as potencialidades e fragilidades de propostas metodológicas voltadas a leitura e interpretação em aulas de física. Ambas as abordagens culminaram na produção de histórias em quadrinhos pelos estudantes e teve como intuito vislumbrar os discursos de autoria desenvolvidos. No processo de produção de historias em quadrinhos, os discursos identificados foram: repetição empírica, formal e histórica. A repetição empírica foi identificada em metade das historias em quadrinhos produzidas e teve como característica a extração literal de trechos do texto ou a reprodução fiel de cenas do vídeo. A repetição formal, identificada de forma menos frequente, teve como característica a tentativa dos estudantes em explicar com palavras próprias as informações apresentadas nas linguagens desenvolvidas. E a repetição histórica, identificada de forma tímida foi demarcada pela discussão do tema a partir de conceitos trabalhados em aulas anteriores ou eventos cotidianos correlacionados. Dentre as fragilidades apresentadas por este tipo de abordagem em aulas de física, podemos destacar a falta de familiaridade dos estudantes com a leitura em sala de aula e com o falso estereótipo a respeito do ensino de física que a caracteriza com atividade desarticulada de processos interpretativos e criativos. Quanto às potencialidades destacam-se a promoção da associação de conceitos físicos a realidade sociocultural dos estudantes e a aproximação do ensino de física a processos questionadores e criativos típicos desta ciência.

Palavras-chave: Ensino de Física, Linguagens, Processos de Autoria