EXTRAÇÃO DA SERICINA DO CASULO DO BICHO DA SEDA PARA APLICAÇÃO COMO EMULSIFICANTE
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Aluno de Iniciação Científica: Luísa Marçal Scolari (PIBIC/CNPq)
Curso: Engenharia Química (MT)
Orientador: Agnes de Paula Scheer
Co-Orientador: Luana Bosmuler
Departamento: Engenharia Química
Setor: Setor de Tecnologia
Área de Conhecimento: 30603048
RESUMO
O Brasil produz anualmente mais de 1300 toneladas de seda, sendo o estado do Paraná responsável pela maior parte desta produção. O casulo do bicho-da-seda Bombyx mori é constituído majoritariamente de duas proteínas: a fibroína, que dá estrutura ao casulo, constitui os fios de seda e corresponde entre 70% e 80% da massa total; e a sericina, aproximadamente 30% da massa total, responsável pela união dos filamentos de fibroína no casulo. A produção da seda se inicia no processo da degomagem, no qual a sericina é quase que completamente extraída dos casulos por processos térmicos e descartada, resultando em altos níveis de DQO e DBO nestes efluentes. Emulsões são misturas heterogêneas, usualmente de água e óleo, na qual uma fase está dispersa em outra na forma de pequenas gotas. Quando se deseja uma alta estabilidade nas emulsões, ou seja, que não ocorra a separação de fases, um terceiro componente pode ser adicionado, o emulsificante, que muitas vezes é uma proteína. O presente trabalho teve o objetivo de estudar a utilização da sericina como emulsificante, obtido por dois métodos de extração, e realizar testes de estabilidade, reologia e microscopia nas emulsões formadas. Foram realizadas extrações da sericina, com água destilada, a 100ºC em banho-maria e a 120ºC em autoclave. O extrato foi filtrado e utilizado com fase aquosa no preparo das emulsões. As emulsões foram preparadas em homogeneizador Silverson L4RT, a 9000 rpm por 5 minutos. Em seguida, foram realizadas análises de estabilidade (em tubo cônicos à temperatura ambiente), comportamento reológico (em Viscosímetro BrookfieldDV-II+Pro) e microscopia (Microscópio ZeissObserver D1). As extrações a 100ºC obtiveram rendimento médio de 7,77±1,02 %, enquanto que as realizadas a 120ºC tiveram rendimento de 23,28±1,37 %. As emulsões com maior estabilidade foram as de 50% v/v para extração em autoclave e de 60% v/v em óleo para extração em banho-maria. As emulsões apresentaram comportamento de fluido pseudoplástico, com índice de comportamento inferior a 1,0. O modelo de Hershel-Bulkley foi o que teve melhor ajuste aos dados experimentais. As micrografias apresentaram tamanhos de gotas maiores para emulsões menos estáveis. Desta forma, pode-se concluir que resultados satisfatórios da extração da sericina podem ser obtidos em testes a 120°C, já que seu percentual extraído apresenta-se muito próximo de seu total presente no casulo. Ainda, a sericina atua como emulsificante, aumentando a estabilidade das emulsões formadas.
Palavras-chave: Sericina, Emulsão, Bicho da Seda