PROMOÇÃO DA SAÚDE EM ÁREA SOB ENVENENAMENTO POR AGROTÓXICOS NO MUNICÍPIO DE RIO AZUL/PR
enec/resumo_173.html
Setor: Ciências da Saúde
Coordenador: Paulo de Oliveira Perna
Vice-coordenador: Guilherme Souza Cavalcanti de Albuquerque
Alunos bolsistas: Elisângela Alves Martins, Flávio Machado de Oliveira, Luiz Guilherme Silveira
Alunos voluntários: Fernanda Feuerharmel Soares da Silva, Jairo Vinícius Merege de Mello Cruz Pinto, Juliana Gonzalez Castro, Juliana Midori Ito, Luisa Preisler, Renato Sfolia
Docentes participantes:
Técnicos administrativos participantes:
Participantes Externos: Adriana Bender Moreira de Lacerda, Élver Andrade Moronte, Nanci Ferreira Pinto, Silvia Albertini, Yumie Murakami
Área Temática: Saúde
RESUMO
O Brasil é o segundo maior país produtor e o maior exportador de fumo do mundo. A produção anual aqui foi de aproximadamente 737 mil ton. na safra 2011/2012. A maior parte da produção de fumo se dá nos estados da região Sul, responsáveis por 96% da produção nacional. No entanto, esta riqueza não se reverte em bem-estar e saúde para a maioria daqueles que cultivam o tabaco. O município de Rio Azul é o maior produtor paranaense de tabaco, justificando sua escolha como local de ação prioritária do projeto. Este projeto tem por objetivo atuar na realidade do processo de trabalho em fumicultura, buscando identificar os problemas de saúde causados pela exposição dos trabalhadores e suas famílias a condições insalubres, em especial, pelo uso de agrotóxicos. O projeto iniciou em 2010 e conta com uma participação interinstitucional importante: Secretaria de Estado da Saúde do Paraná (SESA-PR), Ministério Público do Trabalho do Paraná e pós-graduação Universidade Tuiuti do Paraná. A metodologia de trabalho tomou como base os pressupostos da Epidemiologia Crítica (Breilh, 2006), um campo que busca abordar os problemas sanitários na sua totalidade, e para isso utiliza como ferramenta a Matriz de Processos Críticos Protetores e Destrutivos da Saúde. O grupo realizou inúmeras visitas a Rio Azul, tendo também participado em todas as fases de uma pesquisa para conhecer o quadro de intoxicações crônicas por agrotóxicos naquele município. Este tipo de intoxicação, por ser de difícil diagnóstico pelos parâmetros usuais de atenção à saúde, notadamente na rede pública, não tem sido tratado com a devida importância, especialmente em áreas de expressiva produção de tabaco. Um dos produtos mais importantes deste projeto foi a elaboração, por parte do grupo, de um Protocolo para Diagnóstico das Intoxicações Crônicas por Agrotóxicos, depois adotado pela SESA-PR na Res. nº 094/2013 (Diário Oficial do Estado nº 8897, de 14/02/13). Entre alguns resultados relevantes do projeto, elencamos: a identificação de 21 casos de intoxicação crônica por agrotóxicos, já notificados no SINAN; o trabalho conjunto com o Centro Estadual de Saúde do Trabalhador, com o Programa de Pós-Graduação em Distúrbios da Audição (Universidade Tuiuti), com o Ministério Público do Trabalho, com o Coletivo Triunfo (organização autônoma de agricultores para promoção da agroecologia, São João do Triunfo) e com os "Guardiães da Natureza" (grupo de defesa dos interesses de agricultores lesados por agrotóxicos, Prudentópolis), além de ação conjunta com os profissionais da Secretaria Municipal de Saúde de Rio Azul.
Palavra-Chave: Intoxicações Crônicas por Agrotóxicos, Fumicultura, Matriz de Processos Críticos, Rio Azul