RESUMO

INTRODUÇÃO: Um dos marcos do surgimento do Sistema Único de Saúde foi a promulgação da lei 8.142/90, garantindo a participação da comunidade no controle das ações públicas, participação essa que, conforme verifica-se, ainda é reduzida nos espaços de controle social, em Conselhos e Conferências. Com o intuito de fortalecer o controle social no campo da saúde mental, o Departamento de Terapia Ocupacional da Universidade Federal do Paraná, em parceria com a Associação de Apoio aos Portadores de Distúrbios de Ordem Mental e Associação Arnaldo Gilberti, estruturou cursos semestrais de controle social, voltado a profissionais e usuários dos serviços de saúde mental e seus familiares. No primeiro semestre de 2012 o curso contou com 38 participantes e no segundo semestre foram 35. OBJETIVOS: Analisar as representações dos participantes acerca de concepções, potencialidades e dificuldades referentes ao controle social. MÉTODO: Até o segundo semestre de 2012, o curso estava estruturado em 7 encontros, totalizando 14 horas. Atualmente, o curso foi ampliado para 10 encontros, totalizando 20 horas. Ao final de cada curso, é realizado um grupo focal e cada participante é convidado a colaborar na pesquisa através de entrevistas individuais, sendo um estudo de caráter exploratório-descritivo. No primeiro semestre foram realizadas 6 entrevistas e no segundo semestre, foram 9 entrevistas, que posteriormente foram transcritas, analisadas e categorizados. RESULTADOS: A análise dos relatos e os resultados proporcionaram a elaboração das seguintes categorias: Ações dos usuários e familiares no controle social; Ações possíveis para vencer barreiras; Barreiras; Capital social; Casos; Controle social – necessidades do acompanhamento; Críticas, elogios e sugestões; Espaços de controle social e saúde mental; Importância do controle social e; Necessidade das comissões. CONCLUSÕES: A partir dessa categorização foi possível perceber a fragilidade da população vinculada à saúde mental, a necessidade de capacitação dos profissionais para o controle social, de facilitar o acesso à informação e reestruturar os espaços de controle social. O curso tem proporcionado formação de sujeitos junto ao tema do controle social e saúde mental, incentivando a participação popular e a consciência crítica acerca da realidade da saúde mental. É sublinhada, ainda, a necessidade de maior investimento público em formação e na criação de estratégias de fortalecimento do controle social.

Palavras-chave: Saúde Mental, Controle Social, Cidadania