INTRODUÇÃO AO ESTUDO DE AMETROPIAS E PROBLEMAS VISUAIS EM CAVALOS

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Aluno de Iniciação Científica: Fernanda Cardoso Cancelli Vieira (PIBIC/CNPq)

Curso: Medicina Veterinária - Curitiba (MT)

Orientador: Fabiano Montiani Ferreira

Co-Orientador: Peterson Triches Dornbusch

Colaborador: Renan Schiebel Medeiros, Thiago Alegre Coelho Ferreira,

Departamento: Medicina Veterinária

Setor: Setor de Ciências AgráriasHeloísa Huss

Área de Conhecimento: 50501003


RESUMO

Alterações de refração, ou ametropias, podem ser mensurados pela retinoscopia, sistema pelo qual raios emitidos em forma de faixa devem ser incididos e movimentados no olho e sua reflexão observada. Este estudo teve como objetivo correlacionar dificuldades dos animais em provas de hipismo com possíveis ametropias. O estudo foi realizado nas Sociedades Hípica Paranaense e de Joinville. Foi observado o desempenho nas provas realizadas e comparado ao exame de refração dos animais. Os resultados foram analisados por meio do teste t e valores de P<0,05 foram considerados significativos. Foram examinados 101 olhos de 51 animais, sendo 50 (98,03%) da raça Brasileiro de Hipismo e apenas um animal Crioulo. Dos 101 olhos examinados foram detectados 88 (87,12%) com ametropias. Apenas 13 (12,87%) dos olhos foram considerados emetropes. Nenhum animal foi emetrope nos dois olhos. Miopia e astigmatismo estavam presentes em 68 (67,32%) dos olhos examinados (miopia variando de -2 a -0,5D e astigmatismo de -0,25 a -1,75D), hipermetropia estava presente em 19,8% dos olhos (variando de 0,5 a 2D). A média de refração (miopia e hipermetropia) foi de -0,319+-0,69D. A média dos animais com miopia foi de -0,77+-0,65D, de hipermetropia 0,138+-0,33D e de astigmatismo -0,3539+-0,32D. A tendência geral observada é que animais mais míopes têm significativamente mais chances de cometer mais faltas. A média de miopia dos animais que não cometeram faltas foi de -0,748+-0,63D, já a dos animais que cometeram faltas foi de -0,789+-0,62D. Muito embora esta tendência não tenha sido significativa (P=0,6), acreditamos que tal resultado assim se torne à medida que mais animais forem examinados. De maneira contrária, maiores graus de hipermetropia foram encontrados nos animais que não cometeram faltas 0,157+-0,36D, contra os 0,122+0,30D dos animais que cometeram faltas. Todavia, apesar de observada, tal tendência não foi significativa (P=0,4). O astigmatismo ocular mostrou ser significativo para a realização de faltas. Curiosamente, animais que cometeram faltas possuíam grau de astigmatismo significativamente menor -0,3+-0,30D do que os que não cometeram faltas -0,382+-0,31D (P=0,03). Pessoas com astigmatismo enxergam embaçado, com hipermetropia enxergam mal de perto e os indivíduos míopes enxergam mal de longe. Para o cavalo de salto a visão de longe parece ser mais importante do que a visão de perto e o exame de refração é a única maneira de se detectar esta característica. Acreditamos que no futuro o exame de refração passe a ser adotado para seleção de animais para este fim.

Palavras-chave: Refração, Equino, Hipismo