Brinquedo midiático: signo de poder na escola

Autor(es): Graciele Cardoso Lukasak

Professor(es) orientador(es) do projeto: Fábio de Carvalho Messa

Atividades formativas: PIBID - Programa Institucional de Bolsa de Iniciação à Docência

Curso: Linguagem e Comunicação - Licenciatura (Setor Litoral0 (N)


RESUMO

Quando se pensa em brinquedos de uma geração, além da inevitável digressão romântica à infância, alguns aspectos críticos sobre seu consumo podem ser destacados. Notavelmente nessa última década houve uma intensificação na produção de brinquedos que são uma extensão de personagens de narrativas midiáticas – histórias em quadrinhos, desenhos animados e filmes, dentre eles Max Steel, Carrossel, Toy Story, Ben 10, Monster High, além de muitos produtos oriundos da dinastia Barbie. A divulgação desses produtos tem sido maciça para o público infantil, acoplada às respectivas campanhas promocionais que desdobram os brinquedos em novas entidades sígnicas (outras mídias) como material escolar, álbuns de figurinhas, revistas de diferentes formatos. Os brinquedos, de singelos objetos lúdicos para entretenimento, tornam-se materializações de imagens de personagens midiáticas do cardápio infantil. As estratégias para essa transformação são bastante sofisticadas. Este trabalho averiguou na educação infantil, numa escola de Matinhos-PR, como as crianças lidam com esses novos brinquedos e o que isso representa na escola, em contraste à realidade do Colégio da Ilha das Peças/Guaraqueçaba-PR. Foi possível constatar que no contexto ilhéu, os "materiais pedagógicos" não fazem parte do contexto das crianças, embora as programações televisivas infantis atuem na constituição das subjetividades, muitas vezes sem sua qualquer mediação. Percebeu-se também que, no contexto urbano, há gostos e preferências estéticas das crianças a partir dos signos midiáticos. As crianças fomentam o desejo de consumir/obter bonecos, carrinhos, sandálias, relógios, ou seja, representações materiais dos personagens das narrativas e desenhos. Para estabelecer essas relações entre cultura do consumo e o contexto escolar, levaram-se em conta referenciais teóricos como os de Henry Giroux e David Harvey. Professores e pais, no contexto das escolas, também mostraram suas impressões sobre o assunto. Com o respaldo teórico e com as inferências sobre o comportamento de algumas crianças, foi decorrente identificar quais são os brinquedos de maior audiência na escola. Inconscientemente, as crianças constituem-se em fiéis consumidoras, e a escola ainda não está preparada para promover um esclarecimento crítico sobre a cultura do consumo.

Palavras-chave: Cultura da mídia, Brinquedo midiático, Educação infantil