ESTIMULAÇÃO SOMESTÉSICA DURANTE O SONO: EFEITO SOBRE A ESTRUTURA DO SONO
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Aluno de Iniciação Científica: João Mario Clementin de Andrade (PIBIC/CNPq)
Curso: Medicina (MT)
Orientador: Fernando Mazzilli Louzada
Colaborador: Sofia Isabel Ribeiro Pereira, Felipe Beijamini
Departamento: Fisiologia
Setor: Setor de Ciências Biológicas
Área de Conhecimento: 20702019
RESUMO
Estudos recentes que investigam a relação entre sono e memória têm realizado algum tipo de estímulo sensorial durante o sono. Frente a isto, torna-se inevitável a pergunta: qual a ação deste estímulo sobre o sono? O objetivo deste estudo foi verificar se existe alguma alteração na estrutura da sesta em decorrência de um estímulo somestésico. Foi desenvolvido um "estimulador somestésico" capaz de reproduzir a sensação tátil de uma tarefa de digitação. O estímulo somestésico foi aplicado sobre as polpas digitais da mão não dominante do voluntário de forma semelhante a uma tarefa de digitação. Foram selecionados 59 voluntários com idade entre 18 e 34 anos. Estes foram divididos em três grupos. Um grupo de 35 pessoas dormiu e recebeu o estímulo somestésico. Outro grupo com 13 sujeitos dormiu sem o aparelho estimulador. O terceiro grupo foi constituído por 11 voluntários que dormiram com o aparelho na mão, porém desligado. A sesta foi monitorada por polissonografia obtendo-se os seguintes parâmetros: tempo total de sono; tempo que o sujeito permaneceu acordado após o último período de sono; tempo acordado após início de sono; latências entre início do sono e o primeiro episódio das fases de sono 1,2,3; número de vezes em que ocorreu cada uma das fases de sono 1,2,3 ou REM; tempo de duração de cada uma das fases; duração relativa de cada uma das fases dentro do tempo total de sono; número de vezes em que ocorreu uma mudança de fase de sono; número de microdespertares durante o sono REM e microdespertares durante as fases de sono 1, 2 e 3. Os dados dos três grupos foram analisados por ANOVA de uma via seguido de teste post-hoc de Kruskal-Wallis. A análise não revelou diferenças entre os grupos (p> 0,05), exceto para episódios de sono 3 (p=0,0279). O grupo estimulado apresentou menos episódios de sono 3 que o grupo que dormiu sem o aparelho estimulador. Sabe-se que estímulos externos durante sono podem gerar alterações no padrão de despolarização neuronal. Desta forma, o menor número de episódios de sono 3 no grupo estimulado seria resultante da interferência causada pelo estímulo tátil.
Palavras-chave: Sono, Sesta, Polissonografia