ANÁLISE DE AQUISIÇÃO DE ESTRUTURA NOMINAL MASSIVA E CON-ÁLISELISE TÁVEL NO PB

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Aluno de Iniciação Científica: Diogo Simão (Pesquisa voluntária)

Curso: Letras - Port/Alem/Ital/Grego ou Latim (M)

Orientador: Teresa Cristina Wachowicz

Departamento: Lingüística, Letras Clássicas e Vernáculas

Setor: Setor de Ciências Humanas, Letras e Artes

Área de Conhecimento: 80100007


RESUMO

Nos estudos linguísticos, objetiva-se investigar a língua. No entanto, dar conta disso é trabalho para mais de uma vida. É preciso então escolher um recorte mais específico. Um deles é a aquisição de linguagem, em que se observa como a criança adquire uma língua natural, seja materna, uma segunda língua, ou até mesmo a escrita. O escopo também é grande e precisa ser limitado. Assim, para esse trabalho, a escolha é observar o modo como a língua natural materna é adquirida sob um ponto de vista semântico cognitivo. Para a abordagem aqui adotada, a mente é um mecanismo essencial para se entender o sentido das expressões (TALMY, 2000; JAKENDOFF, 1983). Assumindo essa definição, optou-se aqui, dentre os vários fenômenos linguísticos, por um recorte de estudo das estruturas nominais no processo de aquisição de linguagem. Essas estruturas são definidas como sendo aquelas que possuem um núcleo que é um nome, o qual pode ser tanto massivo quanto contável no português brasileiro (PB). O objetivo é então investigar como elas acontecem na aquisição de linguagem do PB, observando suas restrições. No entanto, antes disso, é preciso perceber que o inatismo e a percepção que o falante tem das coisas do mundo estão bastante interligados para a semântica que aceita a cognição (TALMY, 2000). Nesse sentido, o contexto semântico pode ser decisivo na (in)definitude da estrutura nominal massivo/contável (NOCOLAS, 2006), fazendo com que uma das restrições possíveis na construção dessas sentenças, para o PB, esteja localizada justamente na percepção do tipo de evento que ela experiencia, ou melhor, na referencialidade e na habitualidade nos eventos. Para analisar o fenômeno em questão, foi elaborado um teste em método de produção eliciada (CRAIN & THORNTHON, 1998), o qual teve como base uma preocupação relacionada aos eventos. Assim, foi elaborado um vídeo com várias cenas curtas que possuíam uma leitura referencial e outra habitual. As cenas eram de dar/pintar massinha/ carrinho – como, por exemplo, "pintar" e "pintar sempre" ou "dar" e "dar sempre". A testagem foi feita em uma escola municipal de Curitiba, com crianças entre três e cinco anos Além disso, um grupo de adultos participou da testagem, para que os dados de aquisição fossem comparados à fala adulta. Para cada vídeo foram feitas perguntas como "o que ele fez?", e "ele faz isso sempre. O que ele faz sempre?". As respostas das crianças e dos adultos foram gravadas, transcritas e quantificadas, mostrando que, talvez, haja sensibilidade por parte das crianças na percepção de objetos massivo/contável no mundo.

Palavras-chave: Semântica, Aquisição de Linguagem, Estrutura Nominal