RESUMO

A sesta é um fenômeno transcultural comum no início da vida, porém por vezes permanece como hábito no decorrer da vida adulta, sendo que os indivíduos que a dormem o façam por vários motivos, estando ou não privados de sono. Recentes estudos mostram benefícios relacionados a essa prática tanto no âmbito comportamental quanto cognitivo. Dentre eles podemos citar: diminuição da sonolência, melhora no humor, na atenção e aumento da consolidação da memória. O presente estudo tem como objetivo a avaliação da estrutura da sesta em adultos jovens. Para participar do estudo foram selecionados, por meio da aplicação de questionários referentes a hábitos de sono e estado de saúde, apenas indivíduos sem diagnóstico prévio de distúrbios do sono, que não estivessem fazendo uso de medicação psicoativa e que possuíam idade entre 18 e 35 anos. Com estas características foram selecionados no total 43 alunos (24 homens e 19 mulheres) da UFPR. Após uma semana de monitoramento do ciclo vigília-sono por actimetria e diários de sono, os indivíduos tiveram a oportunidade de dormir uma sesta de até 90 minutos no Laboratório de Cronobiologia Humana da Universidade Federal do Paraná (UFPR) enquanto eram monitorados pelo eletroencefalograma (EEG). Esses dados posteriormente foram estagiados e analisados evidenciando um tempo total de sono médio de 66,55 min (±17,43). Além disso, os resultados mostraram que a maior parte do tempo os indivíduos permanecem em estágio N2 (54,61% do tempo total de sono), aproximadamente 70% dos indivíduos atingiram sono de ondas lentas ou profundo (N3) e pouco menos da metade (46,5%), o sono paradoxal (REM). Esse resultado foi semelhante a outros estudos que realizaram registros polissonográficos de sestas de mesma duração, com exceção do sono REM, que apresentou menor duração em nosso grupo.

Palavras-chave: sono, sesta, polissonografia