EXPRESSÃO DE MIRNAS EM PÊNFIGO FOLIÁCEO

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Aluno de Iniciação Científica: Simone Lenis Fachin (PIBIC/Fundação Araucária)

Curso: Ciências Biológicas (M)

Orientador: Maria Luiza Petzl-Erler

Departamento: Genética

Setor: Setor de Ciências Biológicas

Área de Conhecimento: 20205007


RESUMO

MicroRNAs (miRNAs) são pequenos RNAs não codificadores, com 18 a 24 nucleotídeos, que regulam a expressão gênica em nível pós-transcricional, através da sua ligação a regiões específicas no RNA mensageiro (RNAm). Dependendo da complementaridade desta ligação, os miRNAs podem promover a degradação do RNAm ou a repressão da tradução. Os miRNAs estão presentes tanto no interior de células, quanto livres nos fluidos corporais, onde encontram-se protegidos dentro de vesículas e em complexos proteicos e lipoproteicos, o que permite que eles sejam altamente estáveis. A função dos miRNAs circulantes ainda não é bem conhecida, mas a mudança nos níveis desses miRNAs já foi associada com várias doenças, como lúpus eritematoso sistêmico e esclerose múltipla. Desta forma, hipotetizamos que a alteração no padrão de expressão de certos miRNAs circulantes possa estar envolvida no desenvolvimento e manifestação da doença pênfigo foliáceo (PF). PF é uma doença autoimune complexa caracterizada pela produção de autoanticorpos patogênicos contra a desmogleína 1, uma glicoproteína constituinte dos desmossomos e responsável pela adesão entre as células da pele. Como consequência, ocorre acantólise e desprendimento das camadas mais superficiais da pele. Neste trabalho temos como objetivo caracterizar os níveis de miRNAs circulantes de cerca de 50 indivíduos, incluindo pacientes de PF em diferentes estágios da doença e controles saudáveis, a fim de verificar se há uma associação entre certos miRNAs circulantes e o PF. Para isso, será feita a extração dos miRNAs do soro ou plasma e, em seguida, a transcrição reversa e a quantificação dos cDNAs por qRT-PCR (reação em cadeia da polimerase quantitativa em tempo real). Nesta primeira etapa do projeto foi feita a seleção dos miRNAs candidatos a partir de arranjos de PCR disponíveis comercialmente. Foi escolhido o arranjo contendo o maior número de miRNAs relacionados a doenças autoimunes ou envolvidos no desenvolvimento de células do sistema imune. Também foi feito o levantamento dos dados dos indivíduos que possivelmente irão compor a amostra. Para o pareamento dos indivíduos, serão levados em consideração dados como: ocupação no momento da averiguação, idade, sexo e presença de familiares afetados. Este trabalho terá continuidade em projetos de mestrado e doutorado, nos quais, se alguma associação for observada, pretende-se investigar como estes miRNAs podem estar contribuindo para o surgimento e o desenvolvimento da doença e, ainda, investigar se eles podem servir como biomarcadores para o prognóstico e diagnóstico do PF.

Palavras-chave: MicroRNAs, Pênfigo Foliáceo, Fluidos Corporais